Alemão é uma língua produtiva, como o grego antigo e o chinês mandarim. Isto significa que você pode formar palavras combinando idéias mais simples. Assim, por exemplo, relógio se chama "Armbanduhr", uma palavra formada da combinação de Arm (braço), band (tira, pulseira), uhr (hora). Uma vendedora seria "Verkäuferin", etc. Chinês é a mesma coisa; vulcão, em chinês, se diz huôchã (estou usando o acento circunflexo para indicar o tom descendente, ascendente; o til para indicar o tom alto); trabalhador é gõngren; e assim por diante.
Alemão e grego, em que pesem as piadas, não chegam ao extremo do chinês de fazer compostos até para palavras corriqueiras como "chuva". Então, a palavra "chuva", em alemão, é tão simples e tem a mesma raiz da palavra equivalente do inglês. Eis como se diz, em alemão, "Eu acho que vai chover":
Ich glaube, es wird regnen.
Conclusão: Os alemães não usam nenhum termo equivalente a "gotascaem". Mas os chineses usam rsrsrs Chuva, então, na língua de Goethe, é der Regen. Quando decorar palavras do alemão e do grego clássico, lembre-se de decorar junto o artigo, para lembrar-se do gênero. Por exemplo, na Ilíada de Homero, Agamemnon rapta uma mocinha e a mantém prisioneira para satisfazer-lhe os baixos instintos. O pai da moça vai libertá-la, levando um imenso tesouro para pagar o resgate da filha. Agamemnon, entretanto, nega-se a receber o resgate e libertar a menina. Para ofender o pai, diz mais ou menos o seguinte (vou diminuir a grosseria do guerreiro aqueu): "Que eu não te encontre, velho, perto dos navios ocos dos aqueus, ou agora demorando a ir embora, ou mais tarde, tendo voltado; esta ******* eu não soltarei; antes a velhice acabará com ela, em minha casa, em Argos, matando-se de trabalhar na tecelagem, e sendo fodida por mim a noite." A palavra velhice, usada por Homero, diz-se to geras/tou geraos. O artigo to indica que trata-se de uma palavra neutra. Além de decorar o nominativo da palavra, tanto em grego, quanto em alemão, devemos decorar o genitivo, para conhecer o radical; em alemão, em vez do genitivo, prefere-se decorar o nominativo plural.
A propósito de Homero. Talvez você queira saber o resto da história. Humilhado, o velho pai afasta-se em silêncio pela praia do mar borbulhante (polusflosboiou thalasses); quando estava bem longe dos navios, ele reza ao deus Apolo, flecheiro infalível, que Latona de belos cabelos pariu: "Deus dos ratos campestres (que trazem a peste negra), protetor de Khryse e da muito sagrada Kila e que poderosamente governas Tenedo. Se alguma vez eu cobri teu templo (restaurei teu templo) e se sacrifiquei-te gordas coxas de touros e de cabras, realize-me este desejo: Que os danaus paguem por minhas lágrimas na ponta de tuas flechas."
O deus ouviu-o, e desceu dos picos do Olimpo. Ele vinha como a noite, trazendo a peste (representada por Homero como flechas). Em primeiro lugar, a doença atacou os cães e os mulos. Depois, começou a matar os aqueus. Nas palavras do poeta: Agastado com o rei, Apolo incitou uma peste maligna sobre o exército; e o povo perecia.
Aquiles, tendo ouvido o profeta Khalkas Thestorides, propõe que a moça seja devolvida sem resgate e com o pedido de desculpas ao pai. Agamemnon aceita, mas toma a namorada de Aquiles para substituir a menina Cryseide (era este o nome da menina raptada). A propósito, Apolo é chamado de hekebolos, uma palavra composta, que significa "flecheiro infalível"; é também chamado de "argyrotoxos" (arqueiro prateado).
2007-03-14 03:20:03
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answer #7
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answered by Eduardo C 3
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