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Poucos lugares no Planeta abrigam tantas formas de vida como a Mata Atlântica brasileira. Milhares de espécies de animais, plantas e microorganismos, muitas delas ainda nem descritas pela Ciência, vivem nas encostas das montanhas, nos rios, nos mangues, nas restingas, nas ilhas, nas cavernas, nos campos de altitude e nos demais ambientes que formam a Mata Atlântica e seus ecossistemas associados. Por tudo isso que a Mata Atlântica brasileira é apontada como um dos mais importantes refúgios da biodiversidade em todo o planeta e declarada pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) como Reserva da Biosfera, um Patrimônio da Humanidade.
A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo. Para se ter uma idéia da situação de risco em que a Mata se encontra, basta saber que à época da descoberta do Brasil havia uma área equivalente a um terço da Amazônia. Cobria 1.085.544 km2, ou 12% do território nacional, estendendo-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Em 1990, os remanescentes da floresta atingiam pouco mais de 95 mil quilômetros quadrados (95.641 km2), 8,81% da mata original.
Em contraste com essa exuberância, as estatísticas indicam que mais de 70% da população brasileira vive na região da Mata Atlântica. Além de abrigar a maioria das cidades e regiões metropolitanas do país, a área original da floresta sedia também os grandes pólos industriais, petroleiros e portuários do Brasil, respondendo por nada menos de 80% do PIB nacional.
Estão situados também na Mata Atlântica as bacias dos rios Paraná, Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco.
A riqueza natural da Mata Atlântica é demonstrada por números que impressionam: 50% de espécies de árvores só são encontradas nela. Este fenômeno, que a Ciência dá o nome de endemismo, chega a 70% no caso de espécies como as orquídeas e bromélias. No caso da fauna, 39% dos mamíferos que vivem na floresta são endêmicos, como a preguiça. O mesmo percentual vale para a maioria das borboletas, répteis, anfíbios e aves. Mais de 15 espécies de primatas habitam a floresta, a maioria endêmica .
Espécies imponentes de árvores são encontradas na região, como o Jequitibá-rosa, de 40 metros de altura e 4 metros de diâmetro. Também destacam-se nesse cenário várias outras espécies: o Cedro, as Figueiras, os Ipês, a Braúna e o Pau-Brasil, Jatobás, Copaíbas, Angico-Branco, Palmito-Juçara, Gerivá, Brejaúva e Indaiá, além da grande riqueza de espécies das famílias lauraceae sendo a Ocotea Curucutuense "Canela Curucutuense" uma espécie endêmica entre muitas outras.
Na diversidade da Mata Atlântica são encontradas matas de altitude, características de regiões como a Serra do Mar (1.100 metros) e Itatiaia (1.600 metros) onde neblina é constante. Paralelamente à riqueza vegetal, a fauna é o que mais impressiona na região.
A maior parte das espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção são originários da Mata Atlântica, como o Mico-leão, a Lontra, a Onça-Pintada, o Tatu-Canastra, o Papagaio da Cara Roxa e o Muriqui. Fora desta lista, também vivem na área Gambás, Tamanduás, Preguiças, Antas, Veados, Cotias, Quatis, Tucanos-de-Bico-Verde, Sauás, Pavós, Harpias, Macacos Mono-Carvoeiros, Onças-Parda, Macucos, Gaviões-Pomba e o Pica-Paus-Cara-Amarela entre outros.
Centenas de pesquisas procuram conhecer a biodiversidade da Mata Atlântica para melhor protegê-la. Estes estudos já revelaram que a destruição da floresta está provocando o desaparecimento de muitas espécies: das 202 espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção, 171 são originários da Mata Atlântica.
Durante 500 anos a Mata Atlântica propiciou lucro fácil ao homem. Madeiras, orquídeas, corantes, papagaios, ouro, produtos agrícolas e muitos outros serviram ao enriquecimento de muita gente, além das próprias queimadas que deram lugar a uma agricultura imprudente e insustentável. Por muitos anos, nenhuma restrição foi imposta a esta destruição desenfreada.
A Mata Atlântica é o ecossistema brasileiro que mais sofreu os impactos ambientais dos ciclos econômicos da história do país. Primeiro, ainda no século XVI, houve a extração predatória do pau-brasil, utilizado para tintura e construção.
A Segunda grande investida foi o ciclo da cana de açúcar. Constatada a fertilidade do solo, extensos trechos de Mata Atlântica foram derrubados para dar lugar aos canaviais. No século XVIII, foram as jazidas de ouro que atraíram para o interior um grande número de portugueses.
A imigração levou a novos desmatamentos que se estenderam até os limites com o cerrado, para a implantação de agricultura e pecuária. No século seguinte, foi a vez do café, provocando a marcha ao sul do Brasil e, então, chegou a vez da extração da madeira.
No Espírito Santo, as matas passaram a ser derrubadas para o fornecimento de matéria prima para a indústria de papel e celulose.
Em São Paulo, a implantação do Pólo Petroquímico de Cubatão tornou-se conhecida internacionalmente como exemplo de poluição urbana.
Esse processo desorientado de desenvolvimento acabou colocando em risco a vida de inúmeras espécies, algumas quase já extintas, como o mico-leão-dourado, a onça-pintada e a jaguatirica.
Em São Paulo, a devastação reduziu para pouco mais de 7% (1.731.472 ha) a área coberta por florestas naturais que ocupavam 81,8% do território paulista (20.450.000 ha).
A destruição não se limita a espécies de flora e fauna. O patrimônio étnico, cultural, histórico, arqueológico e arquitetônico, construídos ao longo dos séculos pelas comunidades tradicionais que viviam na mata como os indígenas, os caiçaras, os quilombolas e os caboclos correm o risco de desaparecer junto com estas populações cada vez mais descaracterizadas ou expulsas de seus locais.
Para que a enorme biodiversidade da Mata Atlântica não desapareça, foram criadas inúmeras leis destinadas a proteger o meio ambiente, como a Constituição Federal, a Constituição Estadual e o Código Florestal. E são as Unidades de Conservação, criadas através de leis municipais, estaduais e federais, um dos mais importantes instrumentos de proteção da Mata Atlântica.
Os remanescentes da Mata Atlântica e de outras coberturas vegetais naturais no Estado de São Paulo estão protegidos, por leis e decretos, em parques, reservas e estações ecológicas, conhecidas como Unidades de Conservação de uso indireto (UCs). Outros instrumentos legais como: Áreas de Proteção Ambiental (APAs), reservas extrativistas, áreas naturais tombadas (que são conhecidas como Unidades de Conservação de uso direto, onde é permitida a utilização direta dos recursos naturais), também cumprem a mesma função.
Concentrados na faixa litorânea e na região do Vale do rio Ribeira de Iguape, os principais remanescentes da Mata Atlântica estão sob proteção legal em Parques Nacionais e Estaduais, Reservas, Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e áreas tombadas. Em São Paulo, as Unidades de Conservação de uso indireto são administradas pela Secretaria do Meio Ambiente, através do Instituto Florestal, órgão ligado à Coordenadoria de Informação e Pesquisa Ambiental, CINP e também pela Fundação Florestal.
As Unidades de Conservação se espalham por uma área que representa mais de 3% do território paulista, somando um total de 844.000 ha, entre parques, reservas, estações ecológicas e estações experimentais.
Para interromper a destruição, reverter o cenário de devastação através da recuperação de áreas degradadas, aprofundar os conhecimentos sobre a floresta e criar alternativas para o desenvolvimento sustentável, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo tem buscado parceiros no Brasil e no exterior para, juntos, protegerem a Mata Atlântica.
O levantamento mais recente feito em 1995 pelo INPE - Instituto de Pesquisas Espaciais - e pela SOS Mata Atlântica concluiu que cerca de 10% dos remanescentes foram destruídos na primeira metade da década de 90.
Apesar desse cenário, a Mata Atlântica remanescente no Estado ainda apresenta inúmeras possibilidades para a conservação da biodiversidade, alternativas de desenvolvimento sustentado, educação ambiental, lazer e pesquisa científica, voltada a novos produtos, como por exemplo os medicinais, aromáticos e ornamentais.
Refúgios da vida selvagem e abrigo da biodiversidade, servem para inúmeras pesquisas, as UCs guardam diversos cenários formados por rios, cachoeiras, mangues, praias de águas cristalinas, cavernas e muito verde. As UCs são também utilizadas para experiências de educação ambiental e ecoturismo que permitem vivenciar as riquezas naturais, culturais, históricas e arquitetônicas que formam os patrimônios da Mata Atlântica." *
* Texto Extraído do Projeto Curucutu - 1999
2007-03-14 12:53:38
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answered by ÍNDIO 7
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