Repassando:
Informática
Claudio Bagnolli
Técnico em Informática e responsável por toda parte operacional de Sistemas do Grupo Tribuna traz para nossa coluna informações e curiosidades sobre o mundo da tecnologia.
Claudio Bagnolli tem 13 artigos publicados (veja a relação)
Terça-Feira, 4 de Janeiro de 2005
Escolha seu Formato
Há menos de dez anos, um Compact Disc era sinônimo de 74 minutos de música. Hoje, o mesmo disco pode guardar mais de 600 minutos com qualidade praticamente igual. A evolução não foi do CD, mas da maneira como a música é guardada dentro dele – o que chamamos de formato de áudio digital.
A principal diferença dos formatos está na compressão do áudio. Ela funciona mais ou menos como uma abreviação, que retira alguns excessos e procura manter a mensagem principal. Foi exatamente assim que surgiu o MP3, WMA, Ogg Vorbis, entre outros. E a diferença entre eles é que você vai ver nesta matéria.
MP3
Atualmente, ele é o mais popular formato de áudio digital. Sigla de MPEG-1 Layer 3, o MP3 (.mp3) consegue reduzir o tamanho do arquivo, sem perder muita qualidade. Seu encoder – codificador do áudio – utiliza um princÃpio seguido pela maioria de seus sucessores: a psicoacústica. Partindo dela e com uma série de cálculos complexos, ele elimina o que, na prática, o ouvido humano quase não é capaz de distinguir. Com isso, o tamanho do MP3 chega a ser dez vezes menor que o som original. Quanto ao custo, o usuário não paga quase nada. Codificadores (encoders) e decodificadores (decoders) foram disponibilizados de graça e estão disponÃveis em players como Real Player, Winamp, Windows Media Player e outros.
O usuário acaba tendo o necessário para compartilhar músicas pela Internet: música de pequeno tamanho (cerca de 1 MB para 1 minuto de áudio) e de graça. Agora ficou mais fácil entender porque ele se tornou tão popular entre os usuários.
Aos poucos, os fabricantes de eletroeletrônicos colocaram decoders de MP3 em DVD Players, micro-systems, CD Player para carro, entre outros. Para eles, no entanto, são cobrados royalties, gerando um custo a mais para quem acaba comprando um DVD Player ou mini system que toque MP3. Na área do MP3, a novidade é o MP3 Pro, que usa os mesmos métodos, mas conta com uma tecnologia chamada Spectral Band Replication (SBR), que visa reconstituir alguns sons de alta freqüência (agudos) mais comumente desprezados pelo encoder do MP3 comum.
WAV
O WAV é um formato de áudio digital, mas não conta com nenhum algoritmo de compressão, pois não comprime a música, reproduzindo de modo semelhante a um CD de áudio convencional.
Um arquivo WAV gravado com taxa de 44 KHz e 16 bits, apresenta a mesma qualidade de um CD de áudio, podendo ser lido em qualquer CD Player, desde que gravado no formato CD Ãudio (CDA).
A vantagem é que existem muitos conversores que transformam MP3, WMA e outros formatos em WAV.
A qualidade nesse caso não fica igual a uma gravação original em WAV ou CDA, mas você pode ouvir em qualquer CD Player, desde o radio gravador da sua casa até o CD Player do carro. Por outro lado, por não ter compressão, cada minuto de música ocupa cerca de 9 Megabytes (MB). Ou seja, você só vai conseguir gravar um CD com cerca de 74 minutos de música como nos CDs vendidos nas lojas.
Ogg Vorbis
Considerado o maior rival do MP3, o Ogg Vorbis (.ogg) promete maior compressão, melhor qualidade e ainda sai de graça para os fabricantes, pois tanto o codificador como o decodificador não são pagos. Essa é a principal promessa de seus criadores, a Xiph.org Foundation (pronuncia-se “zif”), uma organização não governamental sem fins lucrativos.
O grande problema do Ogg Vorbis é que ele é pouco conhecido e existem poucas músicas neste formato. Mas alguns importantes grupos já começaram a disponibilizar este padrão como a Nullsoft, que faz o Player Winamp (www.winamp.com).
Se você, leitor, quiser testar o formato, a melhor dica é pegar tanto o conversor (encoder) como o decodificador, que são disponibilizados gratuitamente no site www.xiph.org. Já programas e músicas compatÃveis são disponibilizados pelo site www.vorbis.com.
WMA
Sigla de Windows Media Audio, o WMA foi criado pela Microsoft. Sua vantagem está nas melhorias em seus “encoders” a cada atualização de seu principal programa, o Windows Media Player, disponibilizado junto com o software Microsoft Windows.
O WMA tem grande aceitação na indústria fonográfica, pois oferece alguns recursos para evitar a pirataria e um sistema para comercialização de conteúdo pela Internet. Com o modo de proteção ativado, depois de um tempo, o decodificador pede que você coloque o CD original para funcionar novamente. Assim, as distribuidoras garantem certa proteção quanto à pirataria.
Mesmo com o MP3 dominando o mercado – mais players, mais músicas, boa compressão – o WMA já começou a aparecer em CD Players de carro, DVD Players e alguns modelos de mini system. Os custos dos encoders e decoders não devem ser muito grandes, ainda mais porque conta com o apoio de muitas gravadoras para evitar a pirataria.
Real Audio
O Real Audio (.ra ou .ram) é um formato tão antigo quanto ao MP3, mas é freqüentemente associado a arquivos enviados via streaming - por meio de pequenos pacotes que chegam aos poucos, mas ficam dentro de um curto espaço de tempo no PC.
Hoje ele também tem sua versão em arquivos fixos (que podem ser guardados). Para isso, basta ter o Real Audio Player.
A primeira vantagem está justamente neste programa, que pode ser baixado de graça pelo site www.real.com.
Ele faz um pouco de tudo, mesmo na versão gratuita: conversões em diversos formatos, podendo escolher a taxa de compressão (veja quadro “Reduzindo o áudio”), controlar o ganho de volume, entre outras coisas.
Outra vantagem é que ganha de muitos formatos na compatibilidade com PDA, celulares e pequenos aparelhos. Assim, ele compete diretamente com o WMA. Só perde mesmo para o MP3 que, por sua vez, não tem sua versão streaming (música em tempo real).
Shorten
Conhecido pela sigla SHN, o Shorten prioriza a qualidade do áudio, evitando qualquer comparação com o padrão MP3. Seu método de compressão também é diferente, chegando mais próximo ao modo como os programas especÃficos de compressão (como o popular ZIP) agem sobre os dados.
Em vez da psicoacústica, esses compressores tentam abreviar as partes exatamente iguais dentro de um arquivo. Se, por exemplo, a nota “Mi” repete cinco vezes, um formato sem compressão entederia como “Mi, Mi, Mi, Mi, Mi”. Já um compressor substituiria pela informação “5 x Mi”. Na hora da leitura, é feita a descompressão do arquivo entendendo da mesma maneira.
A vantagem desses arquivos é que não há perda de informações. Logo, a qualidade fica muito parecida com a do áudio não comprimido. No entanto, essa não retirada de algumas informações faz com que o arquivo não fique tão pequeno, chegando a cerca de 70 ou 80% do tamanho original sem compressão. Outra desvantagem desse formato de áudio é que ele é difÃcil de ser instalado. à preciso entrar no site www.etree.org e baixar uma série de arquivos para poder transformar suas músicas em .SHN e rodar nos players para PC, disponÃveis no mesmo site.
Se você já tem banda larga e está acostumado a baixar e instalar softwares, vale a pena tentar. Caso contrário escolha apenas um formato e deixe a música rolar. Boa diversão.
Veja aqui como age a maioria dos formatos de compressão para diminuir o tamanho das músicas.
Psicoacústica (Lossy Compression)
O princÃpio da psicoacústica se baseia na eliminação de determinadas freqüências, nas quais o ouvido humano não é capaz de perceber. Graças a alguns algoritmos, o codificador (também chamado de encoder) consegue perceber quais os sons perceptÃveis e descarta os que você não vai ouvir. Com isso, o arquivo gerado apresenta menos informações que o arquivo original, e conseqüentemente acaba ficando com um tamanho menor.
Obviamente, o excesso de cortes torna a música pior, mas através dos softwares de compressão é possÃvel definir a qualidade desejada (taxa de compressão). Lembrando que, quanto maior a qualidade, menor a compressão e maior o tamanho do arquivo gerado.
Substituição da repetição (Lossless Compression)
Quando são passados muitos dados digitais, principalmente em áudio e vÃdeo, é muito comum haver repetições de dados e faixas de freqüência. O que esse tipo de compressão faz é agrupar as repetições de modo que, na hora da reprodução, o decodificador entenda a informação e reproduza corretamente.
Esse método não perde muita qualidade de áudio, uma vez que não é excluÃda nenhuma informação do arquivo original. No entanto, sua compressão é menor, o que acaba gerando arquivos maiores.
Reduzindo o áudio:
Taxas de compressão
Além dos formatos de áudio, você também deve saber que existem diferentes taxas de compressão. Elas definem o grau de “abreviação” que você vai dar à música. O conversor vai tentar manter a mensagem original, reduzindo o tamanho do arquivo de acordo com sua necessidade.
A taxa de compressão é definida por kilobits por segundo. Ou seja, quantos bits devem ser lidos em um segundo. Imagine agora que cada bit fosse uma letra da mensagem. Quanto mais bits (letra) você tem em um segundo, menor a compressão e melhor a qualidade da mensagem (ou do áudio) final. Por outro lado, quanto maior a compressão, menor a entrada de kilobits/segundo. E a qualidade vai diminuindo, ainda que se reconheça a música original.
Em um encoder de MP3, por exemplo, é possÃvel definir a taxa de compressão dentro de uma escala que varia dos 32 aos 320 Kbps. Para se ter uma idéia, uma música gravada em MP3, com taxa de 128 Kbps, apresenta praticamente a mesma qualidade de áudio do som original.
2007-03-12 13:50:58
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answer #5
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answered by Shim0N 1
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