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3 respostas

Brasileirismo é todo o fato lingüístico peculiar à variedade brasileira da língua portuguesa, que contribui para distingui-la do português lusitano. Assim, só devem ser consideradas brasileirismos as inovações tipicamente nossas, inexistentes agora ou no passado em Portugal.

Os brasileirismos classificam-se como fonéticos, morfológicos, sintáticos, lexicais e semânticos.

fonéticos – Maior lentidão na fala aqui do que no português europeu. Vogais pronunciadas de forma mais nítida, mesmo as átonas.
morfológicos – Adoção do pronome de tratamento você como substituto de tu na maior parte do Brasil. Simplificação das flexões verbais na língua popular, as quais normalmente comportam duas formas: a da primeira pessoa do singular e outra que vale para as demais pessoas. Exemplo: eu vou, tu vai, ele vai, nóis vai, vós vai, eles vai.
sintáticos - Tendência à próclise, em contraste com a ênclise, natural no além-mar. O brasileiro diz normalmente “Me passe o arroz”, ao passo que o português fala “Passa-me o arroz”. Isso se dá porque em Portugal os oblíquos são mais átonos do que no Brasil e assim necessitam, de fato, apoiar-se no verbo a que se ligam. Por aqui, gozam de certa independência fonética. A disparidade da colocação pronominal entre Portugal e Brasil decorre, pois, da forma como portugueses e brasileiros pronunciam as mesmas palavras.
lexicais – Todos os vocábulos e expressões criados no Brasil, desde o descobrimento, e inexistentes em Portugal são brasileirismos. Para isso, houve importante contribuição indígena e africana. Citam-se como exemplos canjica, tapera, chorar pitanga (ou pitangas) e provérbios como “Por fora, muita farofa; por dentro, molambo só”.
semânticos – Trata-se de: - novos sentidos atribuídos por aqui a significantes comuns a Brasil e Portugal, como cangaço (Brasil: banditismo nordestino; Portugal: resíduo de uvas), borrachudo (Brasil: tipo de mosquito, cheque sem fundos; Portugal: redondo como borracha), capão [Brasil: porção de mato isolado no campo; animal (frango, porco, carneiro, etc.) castrado; Portugal: somente o segundo sentido];
- mesmos significados que se associaram a significantes diferentes aqui e lá, como “caminho pavimentado para pedestres”, que no Brasil associou-se a calçada, ao passo que em Portugal vinculou-se a passeio; “composição ferroviária”, que no Brasil associou-se a trem e em Portugal, a combóio; “grupo de atletas que praticam alguma modalidade esportiva coletiva”: no Brasil, time, equipe; em Portugal, equipa.

É preciso, contudo, evitarmos considerar brasileirismos usos que na verdade são puros lusismos, apenas arcaizados. Como exemplo, citamos a colocação do pronome reto como complemento verbal, prática encontrada em diversos textos arcaicos portugueses, como neste de Fernão Lopes: “El-rei mandou-o logo prender, e levaram ele e Mateus Fernandes a Sevilha” (Fernão Lopes, D. Fernando, apud COUTINHO, 1958). Outro falso brasileirismo é o emprego da preposição “em” com verbos que indicam movimento, como “Vou na igreja”. Em “Os lusíadas”, VI, 17-18, lemos: “Os cabelos da barba e os que decem da cabeça nos ombros”. Mais um: a flexão de haver com sentido de “existir”, com em “Houveram muitas pessoas na solenidade”. O ilustre escritor português Castilho escreveu: “Chegam a afirmar haverem por lá, ainda no século passado, hospitais” (Castilho, A primavera, idem). Há vários outros.

A verdade é que dois fatores importantes caracterizam o português brasileiro em contraste com o lusitano: unidade e arcaicidade, conforme observou Serafim da Silva Neto. No Brasil, a despeito da imensidão territorial e da variada imigração européia e asiática, mantivemos a unidade lingüística. Tanto é que não possuímos dialetos, mas apenas falares regionais, enquanto Portugal tem dialetos de norte a sul. O português brasileiro é arcaico em relação ao lusitano, especialmente à língua de Lisboa. Lembremo-nos de que a língua que os colonizadores trouxeram para o Novo Mundo foi o português do século XV. Enquanto o falar da metrópole evoluía celeremente, na periferia, ou seja, na colônia, a língua mantinha-se mais conservadora. Isso vale para todas as metrópoles, colônias e ex-colônias. Exemplo clássico é o emprego generalizado do gerúndio por aqui (estou trabalhando agora, ficou limpando os móveis), ao passo que em Portugal tal uso se arcaizou há séculos e lá se emprega geralmente o infinitivo nesses mesmos contextos (estou a trabalhar agora, ficou a limpar os móveis). Há pronúncias ainda encontradas nas regiões rurais do interior brasileiro, especialmente do Nordeste, verdadeiras relíquias, autênticas testemunhas de estágios lingüísticos já há séculos superados, como fruita (fruta), dereito (direito), ermão (irmão), saluço (soluço), malino (maligno), vĩo (vinho).

2007-03-10 00:28:28 · answer #1 · answered by patpedagoga 5 · 1 0

São os brasileirismos que derivam diretamente da língua tupi ou que por ela foram influenciados, como acontece com alguns sufixos que, segundo alguns autores, funcionam mais como adjetivos do que como sufixos, já que não alteram a constituição morfológica e fonética da palavra a que se ligam. São exemplos destes sufixos o -açu (grande), -guaçu (grande) e -mirim (pequeno) nas palavras arapaçu (pássaro de bico grande), babaçu (palmeira grande), mandiguaçu (peixe grande), abatimirim (arroz miúdo) ou mesa-mirim (mesa pequena).

Existem, no entanto, verdadeiros sufixos, como -rana (parecido com) e -oara (valor gentílico) nas palavras bibirana (planta da família das anonáceas), brancarana (mulata clara) ou paroara (natural do Pará).

Outros exemplos são:

toponímicos: Carioca, Ipanema, Tijuca, Ceará e Pará;
nome ou sobrenomes de pessoas: Araci, Jandaia e Iara;
substantivos peculiares da fauna e flora: como cupim, mandioca, jacarandá, abacaxi e araíba;
nomes de utensílios, crenças, enfermidades e fenómenos da natureza: urupema, moqueca, mingau, iracema, guri e xará.

2007-03-09 23:36:24 · answer #2 · answered by mamute 3 · 0 0

Brasileirismo é uma expressão ou palavra peculiar do vocabulário lexicográfico do Brasil. A quase totalidade dos brasileirismos lexicográficos podem ser classificados em sete grandes grupos.
Tupinismos
São os brasileirismos que derivam directamente da língua tupi ou que por ela foram influenciados, como acontece com alguns sufixos que, segundo alguns autores, funcionam mais como adjectivos do que como sufixos, já que não alteram a constituição morfológica e fonética da palavra a que se ligam. São exemplos destes sufixos o -açu (grande), -guaçu (grande) e -mirim (pequeno) nas palavras arapaçu (pássaro de bico grande), babaçu (palmeira grande), mandiguaçu (peixe grande), abatimirim (arroz miúdo) ou mesa-mirim (mesa pequena).

Existem, no entanto, verdadeiros sufixos, como -rana (parecido com) e -oara (valor gentílico) nas palavras bibirana (planta da família das anonáceas), brancarana (mulata clara) ou paroara (natural do Pará).

Outros exemplos são:

toponímicos: Carioca, Ipanema, Tijuca, Ceará e Pará;
nome ou sobrenomes de pessoas: Araci, Jandaia e Iara;
substantivos peculiares da fauna e flora: como cupim, mandioca, jacarandá, abacaxi e araíba;
nomes de utensílios, crenças, enfermidades e fenómenos da natureza: urupema, moqueca, mingau, iracema, guri e xará.

[editar] Amerindinismos
Existem influências de outras línguas índigenas não tupis que se falavam no país à data da chegada dos portugueses e com as quais houve contacto. Os missionários jesuítas denominaram de tapuias os aborígenes não tupi.


[editar] Africanismos
O tráfico de escravos, especialmente de África para os engenhos brasileiros, trouxe consigo, mormente da família banto, toda uma série de termos que em breve veio a determinar a criação de duas línguas africanas gerais: o nagô ou ioruba - especialmente na Bahia - e o quimbundo, mais rico de vocabulário e de expressão no resto do país. Daqui resultaram várias influências no falar brasileiro a que se podem atribuir os seguintes fenómenos de fonética:

ensurdecimento e queda do r final;
ieísmo;
pronúncia plena de e e o em posição inicial absoluta ou protónica;
redução de nd a n nos gerúndios;
queda ou vocalização do l final;
redução de ei a (e) e de ou a (o);
alguns casos de epêntese (por exemplo, fulô por flor ou quelaro por claro);
terminação verbal átona -o por -am.

[editar] Arcaísmos
Como acontece em todas as línguas transportadas da sua origem para outras paragens, o português do Brasil tem uma larga percentagem de termos arcaicos e um vocabulário que já foi esquecido no antigo país de origem e que ali se mantém vivo. São exemplos físico por médico, reinar por fazer travessuras e função por baile.


[editar] Dialectalismos portugueses
Há outros brasileirismos aparentes que não passam de formas dialectais portuguesas, oriundas das regiões que forneceram os colonos para o Brasil, como os Açores e as várias províncias portuguesas. O resultado foi prosa em vez de conversa ou salvar por saudar (ou dar a salvação, como ainda se diz em algumas regiões de Portugal).


[editar] Brasileirismos semânticos
Esta é a classe mais importante e numerosa de brasileirismos, uma vez que, muitas palavras, sem perderem o seu significado tradicional, enriqueceram-se com uma ou mais acepções novas no Brasil. Por exemplo, virar também significa transformar-se em e prosa é também utilizado com o sentido de loquaz, conversador ou gabarola.


[editar] Criações novas
São palavras novas que designam novos objectos, invenções, técnicas, etc, e que têm uma formação distinta da que se verificou em Portugal. São exemplos ônibus por oposição a autocarro, trem por oposição a comboio, bonde por oposição a eléctrico ou aeromoça por oposição a hospedeira de bordo.

2007-03-09 23:28:22 · answer #3 · answered by Anonymous · 0 1

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