Viagens através de buracos de minhoca
2005-11-10
Aproximar-se a uma fracção da velocidade da luz requer enormes quantidades de energia e, mesmo assim, uma viagem à estrela mais próxima transformar-se-ia numa jornada de milhares de anos. Este facto da vida supõe más notícias para os cineastas que estão pressionados para contar as suas histórias num tempo limitado. O público quer é identificar-se com os protagonistas durante a história e não ver o tetraneto do Harrinson Ford chegando a Alpha Centauro depois duma viagem de múltiplas gerações numa nave-arca. Os argumentistas precisam dum método rápido para ir dum canto ao outro do Universo.
Uma solução, se não for possível mover-se no espaço a velocidades maiores do que a da luz, seria mudar mesmo a estrutura do espaço-tempo. Para perceber este conceito usemos a popular imagem duma civilização de formigas que vivem na superfície duma esfera. Vamos supor que uma das formigas está num ponto da esfera e quer viajar exactamente para o lado oposto. No mundo das formigas seria necessário percorrer a superfície da esfera. Mas existiria uma outra forma construindo uma espécie de ponte que ligasse as duas posições, poupando assim caminho e tempo para o percorrer. Os chamados buracos de minhoca seriam como essas pontes. São soluções da geometria do espaço-tempo da teoria da relatividade geral que permitem ligar duas regiões muito afastadas do espaço-tempo.
Os buracos de minhoca foram apresentados ao público não conhecedor dos intrincados problemas da física teórica relativista quando Carl Sagan publicou o seu romance "Contacto". Sagan estava determinado a mostrar um método plausível para se mover a velocidades maiores do que a da luz e consultou vários astrofísicos teóricos sobre o problema. Os modelos sobre buracos de minhoca já há tempo que existiam mas o consenso geral era que tais objectos iriam ser extremamente instáveis e que uma vez criados tenderiam a se colapsar antes de poderem enviar qualquer mensagem ou pessoa através deles. Os físicos Michael Morris, Kip Thorne e Ulvi Yurtsever descreveram como criar um buraco de minhoca estável (evitando o colapso) que também poderia ser usado como máquina do tempo.
Uma civilização avançada seria capaz de manipular o espaço-tempo a dimensões onde não existisse a chamada espuma quântica, as distâncias mais pequenas que podemos conceber na física. Nessas escalas os buracos de minhoca criam-se espontaneamente por um instante para depois desaparecerem. É possível, pelo menos em teoria, esticar um buraco de minhoca de dimensões microscópicas entregando energia e mantendo-o estável através da chamada matéria exótica, uma substancia de massa negativa que nunca foi observada no Universo conhecido mas que na teoria pode ser criada "da nada" quando o espaço e o tempo se curvam de forma precisa. As duas portas do buraco poder-se-ão separar a velocidades menores do que a da luz, afastando-as arbitrariamente permitindo entretanto a comunicação instantânea entre os dois pontos.
No cinema têm surgido ultimamente os buracos de minhoca como meio de transporte. Estes são o método escolhido para viajar entre os 125 diferentes universos em "O Confronto" ("The One", 2001). Embora não se mencione o seu nome, no filme "Stargate" ("Stargate", 1994) descobre-se numa escavação no Egipto o que parece ser uma gigantesca roda de metal. Duma maneira misteriosa quando se põe em linha uma sequência de símbolos de forma correcta, abre-se o portal para uma viagem a um planeta desértico (no outro extremo da Galáxia) onde um grupo de descendentes de humanos se mantêm como escravos dum extraterrestre, que resulta ser o deus egípcio Ra. O dispositivo tem todo o ar (dito assim muito alegremente) de ser um buraco de minhoca.
Numa aproximação muito mais séria temos a versão para o cinema do filme "Contacto" ("Contact", 1997). Nela os habitantes que moram num planeta que está a orbitar as voltas da estrela Vega enviam à Terra a informação para construir uma máquina que permita viajar criando um buraco de minhoca no seu interior.
Embora matematicamente seja possível imaginar a existência deste tipo de estruturas no Universo, a verdade é que não sabemos se realmente as poderíamos fabricar ou se é possível criar as condições para que existam. Mas contudo, o mais grave são as implicações que surgiriam se fosse possível ter um buraco de minhoca para viajar mais rápido do que a luz. A sua construção significaria criar uma máquina do tempo abrindo assim a caixa de Pandora dos paradoxos temporais onde, por exemplo, poderíamos ter um universo onde os efeitos precedessem as causas.
fonte:http://www.portaldoastronomo.org/cronica.php?id=25
um abraço!
2007-03-08 10:12:17
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answer #1
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answered by Gregorio 7
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Vem dos filmes de ficçao científica, tem um que se chama a "minhoca furadora de espaços".
2007-03-08 18:37:45
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answer #2
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answered by Mystic 7
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Buraco de verme ou buraco de minhoca (do inglês wormhole), ou ainda Ponte de Einstein-Rosen, é uma hipótese de um túnel no espaço-tempo que vem sendo estudada a sério nas últimas décadas.
É sabido que a segunda dimensão é um "aglomerado" de infinitas primeiras dimensões, assim como a terceira dimensão é um "aglomerado" de infinitas segundas dimensões, podemos imaginar que o tempo é um "aglomerado" de terceiras dimensões.
Quando temos uma recta, para formar um plano, basta avançar verticalmente ou horizontalmente, registrando todas as linhas formadas. O mesmo ocorre quando queremos um cubo por exemplo, basta avançarmos em profundidade, registrando todos os planos formados. O mesmo deve ocorrer com o tempo, a cada instante que passa é registrado em algum lugar e em seguida, passa-se ao instante seguinte. O problema seria descobrir em qual direção o tempo avança.
Vamos supor que o tempo avance na direção x, o buraco do verme poderia existir ao lado da recta "traçada pelo tempo" (o que até poderíamos chamar de destino) e, não tendo uma realidade atravessando este buraco, poderia caminhar livremente por ele .
2007-03-08 18:12:52
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answer #3
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answered by Mestrinho 4
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