Boas notícias para você que gosta de XADREZi
GMI Mequinho no Rio, dia 13/03
O GMI Mequinho fará uma simultânea no dia 13/03 (quarta-feira) no Rio Atlântica Hotel, na Av. Atlântica, 2964. Mequinho não participa de evento no Rio de Janeiro há mais de 1 década. A promoção do evento é da FEXERJ, ARTFILMES e BCM, com apoio do Rio Atlântico Hotel. A simultânea faz parte do lançamento do Filme "Último Lance"que será exibido após a simultânea no Hotel. A FEXERJ irá distribuir alguns convites para o Filme com antecedência.
"Último Lance"
É um filme que conta a história de um jogador de xadrez. O lançamento no cinema será no Rio e em SP no dia 22 de março.
Veja matéria sobre o filme em breve.
Fonte : FEXERJ
GMI Henrique da Costa Mecking (Mequinho)
Nascido em 23 de janeiro de 1952, na cidade de Santa Cruz do Sul - RS, Henrique Costa Mecking, carinhosamente conhecido como Mequinho, aprendeu a movimentar as peças de xadrez aos 5 anos, sob orientação de sua mãe, Maria José Costa Mecking. Logo após, em São Lourenço do Sul, teve o seu primeiro professor, o delegado de
polícia João Manoel Barreto. Mequinho é formado em Filosofia e Teologia Católica.
Foi vice-campeão de Pelotas aos 9 anos, atrás apenas de Carlos Rodrigues Peixoto, tri-campeão gaúcho e vice-campeão brasileiro. Aos 12 anos, venceu o campeonato pelotense (1964) e o campeonato gaúcho (1965).
Foi Campeão Brasileiro em 1965 e 1967 (as 2 únicas vezes em que disputou) e Sul-Americano em 1966.
Em 1973, venceu o Torneio Interzonal de Petrópolis, extraordinário feito que realizaria novamente, vencendo o Torneio Interzonal de Manila (Filipinas) em 1976.
Participou dos Torneios Interzonais em 1967 (Sousse, Tunísia), 1970 (Palma de Mallorca, Espanha) e 1979 (Rio de Janeiro).
Venceu os Torneios Interzonais em Bogotá, Colômbia e Vrsac, Iugoslávia (1971 - à frente de Porthish, com 8 vitórias e 7 empates).
Representou o Brasil nas Olimpíadas de 1968 (Lugano) e 1974 (Nice).
Em 1978 atingiu a inacreditável posição de 3º enxadrista do planeta, com um rating de 2635 pontos.
Atualmente, Mequinho, está em terceiro melhor rating do Mundo de Xadrez Rápido, no Internet Chess Club (ICC), que possui 25.000 associados ativos, sendo mais de 200 Grandes Mestres Internacionais. Ele joga com a conta de Lorenzo, em honra de S. Lorenço. Por diversas vezes, foi o melhor do mundo no ICC, em julho e dezembro de 2001, janeiro e fevereiro de 2002.
Para o Rio de Janeiro é um fato de extrema importância, o retorno do Mequinho para um evento em nossa Cidade, fato este que não ocorre desde 1991.
Os 20 adversários da simultânea a ser realizada no dia 13 de março às 17:00h, no Rio Atlântica Hotel, estão sendo convidados e selecionados pela Federação de Xadrez do Estado do Rio de Janeiro.
Na abertura do evento está confirmada a presença do Grande Mestre Internacional e presidente da CBX, Darcy Lima.
O público pode assistir gratuitamente a simultânea, com traje sport fino. Após a simultânea será fornecido um coquetel fechado para convidados e teremos a exibição da pré-estréia do Filme "'Ultimo Lance" fechada para convidados.
Os convites para o Coquetel e o Filme serão distribuidos com antecedência pela FEXERJ e pela ARTFILMES.
O Gênio de Mequinho (Folha de São Paulo - 09.02.2000)
Reportagem de Luís Nassif
São interessantes as confrarias - grupos de pessoas que se mantêm unidas por afinidades ou práticas em comum -, formando seu mundo particular, transmitindo sua tradição por livros ou oralmente, criando suas lendas e heróis -muitos dos quais lembram o Capitão Marvel, que se tornam heróis quando exercitam suas competências, mas voltam a ser pessoas comuns no dia-a-dia.
Desde minha adolescência, frequentei inúmeras confrarias da maneira mais eclética possível. Integrei grupos estudantis, de tênis de mesa, de pebolim, da fanfarra da Banda dos Maristas. Depois, em São Paulo, confrarias de choro e de botecos, de economia e mercado financeiro.
Uma das mais curiosas foi a confraria do xadrez. A opinião pública descobriu o xadrez no confronto Fischer-Spassky, em 1972. Fischer era o gênio americano que fez carreira atropelando inclusive o controle político que a União Soviética detinha na Confederação Mundial de Xadrez. Era o americano típico, individualista, competitivo até a medula, considerado o mais precoce jogador de xadrez da história, ao lado do espanhol Pomar e do cubano Capablanca.
Spassky era o campeão mundial desde 1969, russo, um cavalheiro intelectualizado e galante.
Ambos exerciam um fascínio enorme sobre a opinião pública. Mas, na confraria do xadrez, nosso herói era o jogador de menor "appeal" possível, parecendo uma versão mirim do "dr. aloprado", aquele personagem do Jerry Lewis. Tratava-se de Henrique da Costa Mecking, o Mequinho.
Aprendi a jogar xadrez lá pelos 16 anos de idade, assim como meu primo Oscar, que frequentava o clube de xadrez de Poços. Era um clube de tradição que teve, entre seus aficionados, até a famosa Miss Tamara, uma nobre russa que falava seis línguas, que se exilou em Poços com uma aia e que volta e meia o "Cruzeiro" apresentava ao distinto público como a princesa Anastácia, filha do Czar.
Muito distraída, nas finais de partidas ela costumava confundir e jogar com as peças dos adversários.
Fora isso, era uma legítima representante russa.
Tinha também o seu Oteniel, pai do Félix, amigo nosso, que tinha uma reação psicossomática peculiar. A gente ia jogando, aí falava: "xeque, seu Otoniel".
Havia um português insistente, do qual não me lembro o nome. A primeira vez que Mequinho foi fazer uma simultânea (contra vários jogadores) em Campinas, Poços enviou sua equipe, com o português junto. No décimo quinto lance, o português já estava sem dois cavalos e um bispo.
Mequinho perguntou: "O senhor vai continuar?". Ele, com a petulância dos que nunca se dão por vencido: "Mas é claro!". E Mequinho, conformado: "Mas como o senhor gosta do jogo".
Pois é sobre Mequinho a coluna. Até então, o Brasil nunca havia dado bons jogadores de xadrez. Mequinho veio direto do Rio Grande do Sul arrasando.
Com 12 anos tornou-se campeão brasileiro, com 14, latino-americano. Com 16 já integrava, ao lado de Capablanca, Pomar e Fischer, o clube dos mais precoces enxadristas do século.
Era dono de um estilo sólido e eclético. Não tinha a retranca irritante de Petrossian, o campeão russo. Nem a imprudência maravilhosa de Mikhail Thal, homem capaz de lances ousadíssimos de sacrifício e que conseguiu ser campeão por dois anos, derrotando Mikhail Botvinick, o grande professor da escola russa moderna.
Os campeonatos mundiais eram precedidos de dois torneios que classificavam quatro finalistas. Em dois interzonais sucessivos, Mequinho sagrou-se campeão, enfrentando heróis do xadrez -como Paul Keres, com ataques brilhantes, meu ídolo, e Smislov, ex-campeão mundial.
Nas semifinais acabou sendo derrotado, nas duas vezes, por dois russos brilhantes: Korchnoi (jogador de ataques devastadores) e Polugaievski, considerado um grande teórico da época.
Pesaram a questão emocional, a falta de assessores e a antipatia na imprensa. Depois da última derrota, Mequinho foi acometido por uma doença que quase o liquidou.
Curou-se, tornou-se místico, tentou a volta ao xadrez, mas já sem o instinto matador de antes.
Para a minha geração, foi um dos gênios esportistas mais relevantes que o país já produziu.
Luís Nassif
Veja o Filme.
Último Lance" - Luzhin Defence
Um filme de Marleen Gorris, com John Turturro e Emily Watson, que conta a história de um jogador de xadrez. O lançamento no cinema será no Rio e em SP no dia 22 de março pela ArtFilms.
(...) fui procurar um grande craque inglês (…) Ele era muito gentil, mas era quase impossível seguir o que ele dizia. (…) John Turturro passou um tempo com ele e sentiu que valeu muito a pena. Foi este especialista quem inventou e executou todas as jogadas em cena, e sei que um grupo de campeões viu o filme e gostou muito. Não existem muitos filmes sobre o assunto, tem o Searching for Bobby Fischer que já tem mais de dez anos. Então, acho que os craques ficaram felizes com um filme que mostra que xadrez pode ser divertido, pois eles querem divulgar o jogo. (Marlene Gorris)
2007-03-08 10:02:32
·
answer #1
·
answered by PROFISSIONAL 2
·
0⤊
3⤋