Quando Hiparco, no século II A.C. catalogou as estrelas, ele também criou uma tabela de brilho aparente das estrelas. Segundo esta classificação, pelo brilho visível aqui na Terra as estrelas eram classificadas segundo uma tabela de magnitudes que variava de 1 a 6, sendo 1 a estrela mais brilhante, e 6 a última magnitude visível ao ser humano.
Aplicando o método da paralaxe, os astrônomos conseguem descobrir a que distância estão as estrelas mais próximas. Existem dois tipos de paralaxe, a geocêntrica e a heliocêntrica, e os dois se baseiam em trigonometria. Eles dependem de medições precisas da mudança de posição de uma estrela, e tem alcance limitado, justamente por que estrelas muito distantes apresentam uma paralaxe heliocêntrica (a maior que conseguimos usar) muito pequena, imperceptível. Como medir, então a distância de objetos que sabemos estarem muito longes?
Em 1784 John Goodrike descobriu que uma estrela da constelação de Cefeida, a Delta de Cefeida, apresentava brilho variável, e que a variação seguia uma taxa constante. Era, na verdade, a segunda estrela deste tipo descoberta, a primeira sendo Eta Aquilae, descoberta pelo amigo, vizinho e colaborador de Goodrike, Edward Pigott. Este tipo de estrela passou a se chamar de "cefeida".
Em 1910-1920 Henrietta Leavitt encontrou várias cefeidas na Nebulosa de Magalhães, e descobriu que o período de variação do brilho das cefeidas era diretamente relacionado ao brilho máximo absoluto da estrela. Em outras palavras, se você descobre o período do brilho de uma estrela, descobre qual o brilho máximo que ela emite.
Sabemos que quando nos afastamos de uma fonte de luz, ela vai ficando menos brilhante para nós, ou seja, o seu brillho aparente diminui. Brilho aparente é, portanto, o brilho que percebemos, e está sempre alterado pela distância, assim, uma estrela pouco brilhante, mas próxima, pode ter um brilho aparente maior que uma estrela extremamente brilhante mas que esteja bem longe.
Mas como avaliar a distância, conhecendo apenas o brilho aparente (que é o que podemos observar das estrelas: apenas o brilho aparente)? Com estrelas comuns, não há como descobrir, mas as cefeidas são diferentes, com elas, é possível descobrir o brilho máximo da estrela, basta descobrir o período entre dois picos máximos. Descubra isto, e você descobre o brilho máximo da estrela. Compare este brilho máximo com o brilho aparente, e você pode descobrir facilmente a distância a que se encontra a cefeida em questão. Até hoje as cefeidas são utilizadas para medir distâncias no espaço até 80 milhões de anos-luz.
Edwin Hubble, em 1923, encontrou algumas cefeidas na Nebulosa de Andrômeda e determinou a distância em que se encontravam de nós, e descobriu que a Nebulosa de Andrômeda estava fora de nossa Galáxia, ou seja, era uma galáxia ela mesma. Mais ainda, ele usou as cefeidas para determinar a distância de muitas outras galáxias, e descobrir que elas estão se afastando de nós, e que a velocidade de afastamento é proporcional à distância, o que ficou conhecido como a Lei de Hubble, e que serviu para Einstein calçar as sandálias da humildade e dizer que a constante cosmológica foi o seu maior erro (atualmente os físicos estão reabilitando a constante cosmológica, mas estão usando informações que Einstein não tinha como saber na época dele). Esta Lei de Hubble é um dos pilares fundamentais para a Teoria do Big Bang e do Universo Inflacionário.
2007-03-08 08:16:43
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answer #2
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answered by Sr Americo 7
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