Marisa, a sociedade assim como o próprio capitalismo são processos dinâmicos, em constante mutação. Isso gera ao decorrer de seu curso distorções e adaptações que visam sobretudo o próprio dinamismo do sistema e a sobrevivência de seus membros.
Por mais cruel que possa ser a informalidade, ela certamente é preferível que o desemprego pleno. O mercado negro faz com que boa parte da população tenha acesso a bens e serviços que em ocasiões normais não teria (minha máquina digital que o diga).
Isso não quer dizer que eu concorde e apoie tais distorções, mas elas até certo ponto são necessárias para nortear o progresso humano e, combate-las de forma a trazer trabalhadores para a formalidade, empresas para o mercado competitivo, etc., deve ser uma meta constante dos governos de todo o mundo. Mas não adianta tão somente impedir a informalidade e não gerar emprego, ou em outras palavras proibir o cidadão de ser "informal", mas mantê-lo desempregado.
Como exemplo cito o ocorrido na Inglaterra após a Revolução Industrial ou na Europa após as duas Grandes Guerras: Por falta de mão de obra masculino, as mulheres foram obrigadas a "abandonar" seus lares e enfrentar o mercado de trabalho. Isso na época, foi condenado por muitos moralistas e encarado como uma distorção dos valores sociais. E hoje, como a sociedade encara a emancipação da mulher? Aquela distorção foi um mal? A sociedade ficou pior por causa disso? As mulheres querem voltar às condições daquela época?
Enfim, com a automatização, a informatização, etc., as leis têm que se tornar mais maleáveis para permitir a inserção de trabalhadores em outros campos de atuação. E isso é uma tendência. Tais mecanismos geram desemprego na industria, mas existem campos nas áreas comercial e de turismo que vêem crescendo bastante.
A pirataria e o mercado negro é um mal, mas não é aceitável pagar R$45,00 num CD da Marisa Monte, cujo o custo não chegou a R$12,00. Portanto cabe ao governo não só fiscalizar e apreender as mercadorias ilegais, mas sim principalmente, rever sua carga tributária, reduzindo a tal ponto os impostos de forma a tornar inviável a pirataria ou o comércio clandestino.
Cabe aos governos incumbir nas sociedades a importância de se fazer a coisa certa, e paralelemente desestimular atos ilegais, através de medidas práticas (redução de impostos como dito acima). Mas sobretudo dar o respaudo que a sociedade merece em termos de saúde, educação, segurança, etc.
Isso pode parecer utopia mas vide os exemplos de países como Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Islândia.
É bem possível que pelo decorrer desse século estejamos vivendo um caos permanente, mas isso não quer dizer que estaremos caminhando para o fim do mundo, mas sim para um novo ponto de equilíbrio. Tudo que escrevi acima, tem como idéia fulcral a noção de custo de oportunidade: tais distorções são o custo que temos que pagar para se alcançar o ponto de equilíbrio almejado, e cada quesito mencionado (informalidade e desemprego, por exemplo), deve ser ponderado por esse mesmo conceito, afinal o custo de se aceitar a informalidade é imensamente menor que bancar o desemprego.
Se não nos destruirmos antes (kkkkk), certamente o ponto de equilibrio é uma questão de tempo.
Valeu?
Barbosa.
2007-03-07 14:48:57
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answer #1
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answered by BARBOSA® 7
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trabalhar de empregado dos outros cheio de direitos
está no fim
daqui pra frente a pessoa tem q olhar pro mundo
e ver oq os outros pagam pra q seja feito
sem ser empregado
ser dono do proprio nariz agora é pra valer
2007-03-07 04:26:28
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answer #2
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answered by jaderdavila 6
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