Caro colega, copiei um testo para esclarecer mais profundamente sobre esse assunto, porém posso lhe adiantar que os animais tem tipos sanguineos sim...
TIPOS SANGÜÍNEOS
Os grupos sangüíneos são definidos por antígenos espécie-específicos presentes na superfície dos eritrócitos. A maior parte dos antígenos é um componente integral de membrana composto por carboidratos complexos associados a proteínas ou lipídeos inseridos na membrana eritrocitária, sendo denominados de glicoproteínas ou glicolipídeos. Entretanto, estes antígenos também podem estar presentes nas plaquetas, nos leucócitos, nos tecidos e em fluídos (soro, saliva) do organismo. Contudo, a especificidade sorológica nestes casos é determinada pela estrutura do carboidrato.
Os antígenos eritrocitários podem variar em imunogenicidade e significado clínico e a detecção e a descrição destes ainda é feita através de testes sorológicos (anticorpos policlonais ou monoclonais). Na medicina veterinária, o significado clínico dos grupos sangüíneos está associado às reações transfusionais e à isoeritrólise neonatal. Os antígenos determinantes dos grupos sangüíneos, por serem marcadores genéticos, podem também ser utilizados para resolver casos de disputa de paternidade, além disso, mesmo que ainda não comprovado, podem estar envolvidos na anemia hemolítica imunomediada e podem servir como marcadores de doenças.
Em humanos existe o sistema de grupos sangüíneos ABO, enquanto que os animais apresentam uma variedade de diferentes sistemas. O conhecimento sobre os tipos sangüíneos de diferentes espécies é de grande importância na medicina veterinária, visto que uma transfusão sangüínea incompatível pode resultar em uma reação transfusional hemolítica severa e até levar o animal à morte, em alguns casos.
CANINOS
Os tipos sangüíneos da espécie canina são estudados por diversos grupos de pesquisadores de diferentes países. Nos Estados Unidos os tipos sangüíneos desta espécie dão designados pela sigla DEA (dog erythrocyte antigen – antígeno eritrocitário canino). Atualmente o cão apresenta cinco sistemas de grupos sangüíneos compostos por sete determinantes antigênicos, ou seja, DEAs 1 (subgrupos 1.1, 1.2 e 1.3), 3, 4, 5, 7. Os grupos DEA 6 e DEA 8 foram reconhecidos na Segunda Oficina Internacional em Imunogenética Canina , mas devido à inexistência de anti-soros para estes antígenos e à dificuldade na obtenção destes, tais anti-soros não têm sido estudados.
FELINOS
Os tipos sangüíneos dos felinos e as incompatibilidades entre eles, incluindo modo de herança genética, severidade das reações transfusionais, e a incidência de isoeritrólise têm sido estudados durante as últimas duas décadas. O sistema AB de grupos sangüíneos em felinos possui três tipos: A, B e AB, sendo que este último é muito raro. Entretanto, os antígenos de superfície eritrocitária deste sistema são diferentes daqueles do sistema ABO humano.
OUTRAS ESPÉCIES
Nos eqüinos, 7 sistemas de grupos sangüíneos são reconhecidos internacionalmente (A, B, C, D, K, P, Q, U) que incluem 32 antígenos, devido às várias combinações antigênicas, aproximadamente 400.000 tipos sangüíneos são possíveis, e não existe um doador universal. Os aloantígenos Aa e Qa são extremamente imunogênicos, e a maior parte dos casos de isoeritrólise neonatal são associados aos anticorpos anti-Aa e anti-Qa. Um antígeno encontrado na espécie Equus asinus (burro) não foi encontrado em cavalos e é apresentado apenas por burros e mulas.
Nos bovinos, 11 sistemas de grupos sangüíneos são reconhecidos internacionalmente (A, F, J, L, M, Z, R’, B, C, S, T’), mas os grupos B e J são os que apresentam maior importância clínica. O grupo B é extremamente complexo, tornando a compatibilidade entre transfusão muito difícil. O antígeno J é um lipídeo que é encontrado nos líquidos corporais e é adsorvido pelo eritrócito, ou seja, não é realmente um antígeno eritrocitário. Os bezerros recém-nascidos não apresentam o antígeno J, mas geralmente o adquirem durante os primeiros 6 meses de vida. Existem variações quanto à quantidade de antígeno J que está presente, alguns bovinos podem ter anticorpos anti-J e, portanto, desenvolvem reações transfusionais quando recebem sangue J-positivo. Vacinas de “origem sangüínea” (algumas vacinas para anaplasmose e babesiose) podem sensibilizar as vacas aos antígenos eritrocitários, o que pode resultar em uma isoeritrólise neonatal nos bezerros subseqüentes.
Nos ovinos, 7 sistemas de grupos sangüíneos são reconhecidos internacionalmente (A, B, C, D, M, R, X). O sistema B nestes animais é análogo ao sistema B dos bovinos, e o sistema R é similar ao sistema J dos bovinos (os antígenos são solúveis e possivelmente adsorvidos ao eritrócito).
Os grupos sangüíneos dos caprinos (A, B, C, M, J) são muito similares aos dos ovinos. Muitos reagentes utilizados para a tipagem de ovinos têm sido utilizados para a tipagem de caprinos.
Nos suínos, 16 sistemas de grupos sangüíneos são reconhecidos internacionalmente (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P). O sistema A está relacionado com J bovino, A humano e E ovino. Os fatores A e O não são componentes intrínsecos da membrana eritrocitária (assim como o J dos bovinos, são antígenos solúveis adsorvidos ao eritrócito após algumas semanas de vida).
Em duas espécies de camelídeos da América do Sul (lhamas e alpacas), 6 fatores e 5 sistemas de grupos sangüíneos foram identificados (A, B, C, D, E, F). Sendo que A e B fazem parte do mesmo sistema denominado A.
2007-03-06 05:29:17
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