Meu Amigo Peter Pan
PERSONAGEM – Bruna. Menina (ou menino) de 9 a 11 anos.
CENÁRIO – Quarto da Bruna. O mais simples possível. Apenas algumas caixas de papelão espalhadas pelo palco, imitando móveis.
ÉPOCA - Atual
BRUNA (Chamando. A primeira vez em off) – Peter... Peter... Peter... Onde será que ele se meteu hoje? Ah, você taí, é? Vem cá, tenho uma novidade pra te contar. (segue-o dando piruetas no ar e descendo, finalmente, quase atingindo-a) Cuidado, seu maluco. Quase me derrubou.
- Sente-se aí, agora, e ouça, senhor Peter Pan. Tá vendo esses sapatos velhos?
Tão furados, não tão? (Brava) Assim não vale, você tá parado no ar. Agora tá melhor. Se você não ficar quietinho, pelo menos um minuto, não vai ouvir a última que aprontei... Assim, sim! (mostrando outra vez) Esses sapatos velhos tão furados. Lembra-se? Já falei isso um milhão de vezes! Eu vivia machucando os pés. Qualquer pedrinha, doía e sangrava. Toda noite, durante o banho, eu lavava bem o ferimento, e depois passava um remédio vermelho que ardia pra burro. Quando chovia, então, era insuportável! A água encharcava minhas meias!
- Acho que é por isso que eu vivia gripada. (seguindo-o com o dedo a subir e descer) Olha! Te largo aí, sozinho, hein?
- Minha mãe é pobre, você sabe, e não pode me comprar sapatos novos.
(mostrando os pés) Claro que estou de sapatos novos, não tá vendo? Tô querendo explicar mas você não deixa. Vou tentar a última vez: como minha mãe não tem dinheiro pra comprar sapatos novos, como esses aqui, que estou usando, fui a casa do meu tio Adolfo. (Explicando) Irmão da minha mãe, e pedi pra ele me comprar um par, que são esses daqui, e descontar da mesada que ele me dá, toda semana. (Rindo sem graça) É verdade. Tem razão. Deveria se chamar semanada, sim, e não mesada. Mesada é todo mês. Semanada é toda semana. (Rindo) Só você não conhecia essa. Claro que sou inteligente. (Posuda) Pergunte quem é a melhor aluna da minha classe, pergunte. Não pergunta. Já sabe a resposta, né? A modéstia não me deixa dizer que sou eu.
- Onde eu tava mesmo? Ah, meu tio Adolfo, (brava) irmão da minha mãe, arrgh!, foi comigo na sapataria e compramos estes aqui.
Vai me tirar um pouquinho da minha mesada. Semanada, tá bom, até pagá-lo totalmente. Só que já se passou três semanas e não veio desconto nenhum. Será que ele se esqueceu? Vou ligar e avisá-lo. Quem disse que eu tenho telefone? Você tá cansado de saber que quando eu digo telefonar, é no orelhão, ali na esquina. A cobrar, ainda. Tenho de repetir isso toda vez? O quê? Ficar quieta? E encoste essa bunda no chão de uma vez, quando fala comigo. Pare de subir e descer toda 7hora ou te prendo no guarda-roupa até amanhã, hein?
- Coitado do tio Adolfo. Não se lembrou de descontar uma parte, como combinamos, (bronqueando) e você quer que eu fique quieta? De jeito nenhum. Vou ligar pra ele agora mesmo e lembrá-lo do nosso trato. Minha mãe diz que a honestidade é tudo numa pessoa. E quanto ao senhor, acho que prendê-lo no guarda-roupa, é pouco. Vou amarrá-lo e entregá-lo ao Capitão Gancho, pra você aprender também. (Procurando-o) Ué, onde ele foi, dessa vez?
2007-03-04 01:01:38
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answer #1
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answered by Carol 2
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relação do discurso oral e escrito com o discurso interno/pensamento verbal: fala interna e escrita se aproximam, pois prescindem do som, são monogestionadas (monólogo), fundem-se no significado e implicam controle e consciência.
2007-03-04 10:38:45
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answer #2
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answered by Millena :D 3
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