nao tem previsao
mas vou te dizer o que ele é
O primeiro encontro de uma sonda com um cometa ocorreu a 11 de Setembro de 1985, quando a ISEE-3 spacecraft, depois de ter monitorizado as cinturas de radiação da Terra e ter adoptado o novo nome de International Cometary Explorer (ICE), passou através da cauda do cometa P/Giacobini-Zinner, a cerca de 8000 Km do núcleo. Os resultados principais passaram pela confirmação do modelo da cauda de plasma, indicações sobre a composição dos iões e a detecção de uma interface de corrente neutra, no centro da cauda, que corresponde a uma estreita faixa em que o campo magnético altera a sua polaridade. A ICE também passou entre o Sol e o Halley nos finais de Março de 1986 e tornou-se a primeiro engenho humano a investigar directamente dois cometas.
O esforço da comunidade internacional para estudar o cometa Halley resultou, no inÃcio de 1986, no envio de mais cinco sondas: O Japão lançou duas naves, a Sakigake ("pioneiro” em Japonês) e a Saisei ("cometa” em Japonês). A passagem mais próxima da Sakigake deu-se a sete milhões de quilómetros, no dia 11 de Março. Transportou três instrumentos para medir os espectros das ondas de plasma, os iões do vento solar e os campos magnéticos interplanetários. A Suisei passou a 150 000 Km no dia 8 de Março. O seu objectivo principal consistiu em tirar, durante 30 dias, imagens no ultravioleta da coroa de hidrogénio, antes e depois do Halley passar pelo plano da eclÃptica. Foram medidos os parâmetros do vento solar durante um perÃodo de tempo mais longo. As duas naves russas, Vega 1 e Vega 2, idênticas, foram lançadas a 15 e a 21 de Dezembro de 1984, respectivamente. Depois de terem transportado sondas para estudar Vénus, as naves foram redireccionadas e usaram o campo gravÃtico de Vénus para passarem perto do Halley, em 1986. As sondas passaram pelo cometa a uma velocidade relativa de 77 Km/s. Apesar da incerteza dos encontros poder ser monitorizada com uma precisão de 100 Km, as posições relativas das naves em relação ao núcleo do Halley só se conhecem com uma precisão da ordem do milhar de quilómetros. A Vega 1 passou a 6 de Março a cerca de 10 000 Km de distância do cometa e a Vega 2 a 9 de Março a cerca de 3000 Km.
A Giotto (nome de um pintor florentino do séc.XIII) foi concebida para estudar o Halley e também o cometa P/Grigg-Skjellerup, no decurso da extensão da sua missão. Foi transportada pelo foguetão Ariane 1 V14, da ESA, a 2 de Julho de 1985, com os seguintes objectivos: obter fotografias a cores do núcleo; determinar quais os componentes voláteis presentes na coma e as suas proporções, em particular, conhecer quais as moléculas progenitoras; caracterizar os processos fÃsicos e quÃmicos que ocorrem na atmosfera e ionosfera do cometa; determinar a composição das partÃculas de poeira; medir a taxa de produção e fluxo de gás e a distribuição tamanho/massa para calcular a relação poeiras/gás; por fim, investigar os sistemas macroscópicos dos fluxos de plasma, resultantes da interacção entre o cometa e o vento solar.
A sonda passou mais próximo do Halley no dia 13 de Março de 1986, a uma distância de 596 Km do núcleo e a uma distância de 0.89 U.A. do Sol, a 0.98 U.A. da Terra e com um ângulo de 107º da linha cometa-Sol em relação à linha Terra-Sol. O objectivo era passar a menos de 500 Km, mesmo assim, deu-se o encontro mais próximo, até à quela data, de uma sonda com um cometa. Devido à enorme velocidade relativa, o encontro durou poucas horas e algumas das principais medições tiveram que ser feitas em poucos minutos. Isso exigiu um grande esforço dos cientistas, na determinação em tempo útil e com grande precisão, das posições relativas do cometa, da Terra e da sonda, para garantir que a Giotto corrigia a sua trajectória e passava pelo cometa à distância pretendida e no lado iluminado, senão, nada poderia ser visto ou fotografado. à distância de 500 Km, a Giotto teria uma resolução de 30 metros. A nave estava equipada com uma protecção exterior especial que lhe permitia enfrentar ambientes turbulentos, como nuvens de detritos que podiam rodear o cometa e chocar com a sonda, danificando-a. Mesmo assim, catorze segundos antes da maior aproximação, a Giotto foi atingida por uma partÃcula de poeira "grande” provocando um desvio de 0.9º no vector momento angular. Os dados foram recebidos nos 32 minutos seguintes, de forma intermitente. Apesar de tudo, a Giotto cumpriu plenamente a sua missão.
Sonda Giotto. Créditos: ESA O resultado, talvez, mais importante destas missões ao Halley, é a confirmação do modelo de Whipple do núcleo. A primeira imagem do núcleo de um cometa, feita pela Giotto, em 1986, convenceu os últimos cépticos de que o modelo do conglomerado de gelos estava correcto. Descobriu-se, também, que o núcleo era maior (com um raio em torno dos 5.5 Km) e mais escuro (albedo em torno dos 4%) que o esperado. Foram observadas as caracterÃsticas da superfÃcie (crateras, cumes, montanhas, etc.) e os "emitting vents”, lugares discretos de onde saem as boforadas de gás. Descobriram-se as estruturas da coma (jactos, invólucros, correntes de iões, etc.) e foram analisadas as componentes gasosas (moléculas progenitoras, radicais, iões e as espécies atómicas) in situ; Confirmou-se que a água (H2O) é, de longe, o constituinte mais abundante (cerca de 85%) na fase gasosa. Foram analisadas as poeiras por tamanho e composição: há uma grande fracção, inesperada, de grãos muito pequenos, até ao limite da sensibilidade (em torno dos 10-19 Kg). Para além dessas partÃculas com composição condrÃtica tÃpica, foram observadas, pela primeira vez, partÃculas carbonáceas (tendo por base os elementos, C, H, O e N) podendo constituir, também, fontes de gás. Entre muitos outros resultados, foram observadas diversas desconexões na cauda iónica e a sua ligação suspeita com as inversões do campo magnético foi parcialmente confirmada.
O envio de satélites orbitais, sondas espaciais complementado com a instrumentação técnica a bordo e com as observações a partir de aviões e a partir da Terra, feita por astrónomos profissionais e amadores repartidos por todo o globo, foram coordenadas pela International Halley Watchs (IHW), em conjunção com outras organizações que assumiram o compromisso de colocar os resultados à disposição dos cientistas de todo o mundo. As observações foram concertadas e tomadas em todos os comprimentos de onda desde os 120 nm no UV até à banda rádio, nos 18 cm. As missões foram planeadas conjuntamente, procurando-se não apenas que os vários instrumentos cientÃficos se complementassem uns aos outros mas também que os resultados obtidos por uma missão pudessem ser utilizados por outras. No total, estiveram envolvidos, nesta missão, 20 paÃses. Os resultados da extraordinária campanha do Halley, durante os anos de 1985-86 facultaram imensos dados que foram reduzidos e interpretados nos anos seguintes.
Na década de noventa observaram-se, a partir da Terra, outros cometas brilhantes, o Wilson (1987 VII), o Austin (1990 V), o P/Brorsen-Metcalf (1989 X) e o Levy (1990 XX), que serviram de comparação, em particular, com os resultados obtidos nas investigações ao Halley, e de onde resultaram descobertas importantes como algumas moléculas progenitoras novas, de que são exemplos o H2CO, o H2S e o CH3OH. Graças à melhoria tecnológica da instrumentação e da redução dos dados, tornou-se possÃvel observar cometas mais débeis e mais distantes do que antes. Com alguma surpresa descobriu-se que alguns cometas continuam activos muitos anos depois de terem passado no periélio, nalguns casos a actividade permanece para além das 10 U.A, facto que tem implicações para os modelos dos núcleos.
Os anos entre 1994 e 1997 permitiram a observação e estudo do impacto do cometa Shoemaker-Levy IX com Júpiter, em 1994, o aparecimento do cometa Hyakutake que passou a apenas 15 milhões de quilómetros da Terra, em 1996, e as observações feitas ao cometa Hale-Bopp, descoberto em 1995 e do qual se fizeram belÃssimas imagens quando passou no periélio, no inÃcio de 1997.
2007-03-03 09:21:46
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answer #7
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answered by mateus totao 4
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