Eram políticos que acreditavam no governo descentralizado e na livre iniciativa.
EVOLUÇÃO HISTÓRICO-SOCIOLÓGICA
DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL IMPERIAL
Carlos Dalmiro da Silva Soares
procurador do Estado de Santa Catarina
Introdução
A essência da democracia reside em dois princípios fundamentais: o voto e os Partidos Políticos. Quando nascem a liberdade e a democracia, aparecem os partidos políticos, símbolos da participação do povo na soberania do Estado. Portanto, podemos entender como Partido Político a divisão do povo de uma nação em vários agrupamentos, cada um deles possuindo seu próprio pensamento no que diz respeito à maneira como a Nação poderá ser governada. Os partidos servem para exprimir e para formar a opinião pública. São um foco permanente de difusão do pensamento político, além de estimular os indivíduos a manter, exprimir e defender suas opiniões.
Os partidos tem um papel muito importante na preparação das eleições e na escolha dos candidatos, porque o partido deve levantar perante o eleitorado todos os problemas que hão de ser respondidos e além de apresentar os problemas, deve apresentar o plano de programa que propõe realizar, caso conquiste o poder. E o partido apresenta também o candidato, o que significa fazer a primeira triagem para a decisão do eleitorado. Nestes dois pontos, os partidos passam a ter uma importância crucial para a democracia. Em contrapartida existem riscos sérios que os próprios partidos apresentam para o sistema democrático.
Caso estas agremiações tenham uma estrutura oligárquica e sejam controladas por minorias militantes que tomem conta da máquina, ou por minorias vinculadas a grupos econômicos ou minorias vinculadas a grupos raciais, então haverá um distorção total e embora todos votem, não haverá verdadeira democracia, porque todos votarão em candidatos que não foram verdadeiramente escolhidos pelos povo.
Os Liberais advogavam a liberação das províncias, com um governo parlamentar mais aprimorado, com a abdicação do poder moderador, do vitaliciamente do senado e desejavam ainda a abolição da escravatura e a eleição bienal dos deputados. Os Liberais foram chamados "Luzias", nome derivado da Vila Santa Luzia do rio das Velhas, em Minas Gerais, onde se travou a batalha em que a revolta Liberal mineira de 1842 foi sufocada pelo General Luís Aves de Lima e Silva, à época Barão de Caxias. (16)
Os estudiosos que tratam do tema mencionam uma preponderância de membros com interesses agrários no Partido Conservador, grupos economicamente poderosos ligados à lavoura e a pecuária, plantadores de cana-de-açúcar, cafeicultores, criadores de gado.
O surgimento do Partido Republicano Paulista e sua Atuação Durante a Época Imperial
Ainda no curso do segundo reinado, em 18 de abril de 1873, foi fundado durante a convenção de Itú (33) , o Partido Republicano Paulista (PRP) , que resultou da fusão política produzida entre fazendeiros alarmados ante a Lei do Ventre Livre de 1871 e elementos do Clube Republicano ou Radical entre os quais se destacavam Américo Brasiliense, Luís Gama, Américo e Bernardo de Campos, Prudente de Morais, Campos Sales, Francisco Glicéreo, Júlio Mesquita e João Tibiriça Piratininga, seu primeiro presidente. O fechamento do jornal "A República" em 23/24 de fevereiro de 1873, pela polícia imperial fornecera o elo da união entre abolicionistas e escravocratas , vislumbrando ambos os grupos no regime republicano a concretização dos seus objetivos.
Em 1887, Bernardino de Campos colocou a agremiação em linha definitivamente abolicionista, salvando-a da crise em que caíra pela propensão escravocrata dos proprietários de terras. Em janeiro de 1888, provocou a queda do Gabinete Cotejipe, favorecendo a ascensão do gabinete abolicionista presidido pelo conselheiro João Alfredo Correia de Melo (1888 a junho de 1889).
A Fundação de Outros Partidos Republicanos, Durante o Regime Monárquico e a Atuação dos Elementos Radicais
Alguns meses após o surgimento do PRP é fundado em Ouro Preto (MG) o Partido Republicano Mineiro (PRM) e em 23 de fevereiro de 1882 é fundado em Porto Alegre, por Júlio de Castilho o Partido Republicano Rio Grandense, que em 1884, cria seu órgão doutrinário, o diário "Federação", dirigido, até o ano da Proclamação da República, por Castilhos, que mais tarde seria sucedido na direção partidária por Borges de Medeiros.
Os republicanos porém não se organizaram em âmbito nacional. O chefe do movimento, Joaquim Saldanha Marinho, promoveu vários congressos com a participação de clubes e partidos republicanos provinciais com objetivo de propagar o ideal Republicano, fazendo assim, com que a atenção popular se polarizasse entre os Conservadores e o crescente movimento Republicano.
Os liberais moderados organizaram-se na poderosa "Sociedade Defensora da Liberdade e Independência"
in História Pátria - Brasil de 1831 a 1840, 1884, RJ, pág. 15/6.
Os liberais exaltados organizaram-se na "sociedade Federal". Sendo que esta foi fundada no dia 17 de dezembro de 1831 por Epifânio José Pedroso, na Corte.
Os monarquistas organizaram-se na "Sociedade Conservadora" que passou a chamar-se "Sociedade Militar".
Alcides Rosa, Manual de direito Constitucional, Aurora, RJ, pág. 22/3.
História do Brasil - Período Colonial, Monarquia e República, Ed. Melhoramentos.
Esta frente parlamentar, liderada por Bernardo Pereira de Vasconcelos, teve sua denominação inspirada nos publicistas franceses da época.
Enciclopédia Delta Larouse, Ed. Delta.
História do Brasil, Ática, 4ª ed., 1971, SP, pág. 119.
Op. Cit., pág. 119.
No sul do Brasil (exceto em Santa Catarina) , onde foram conhecidos por cristãos, os conservadores eram geralmente chamados cascudos (denominação pejorativa, qual a de "Casca Grossa") ou Saquarema. Ao norte, surgiram muitas denominações, entre elas, podemos destacar: Cabanos (MA) , Caranguejos (PB) , Guabirus (PE) , Camundongos (SE) e Perus (BA) .
No sul (exceção também feita a Santa Catarina onde foram conhecidos por Judeus) os Liberais eram "alcunhados" de chimangos (chimango é uma ave carnívora, muito comum nos rincões meridionais) , farrapos (por motivo da guerra ocorrida no Rio Grande do Sul) ou Luzias. Ao norte, como os conservadores, os liberais receberam, quase sempre denominações de menosprezo, como por exemplo: bentevís (MA) , praieiros (PE) , rapinas (SE) e raposos (BA) .
Dispões o Decreto n.° 523 de 20 de julho de 1847: "Tomando em consideração a conveniência de dar ao ministério uma organização mais adaptada às condições do sistema representativo: Hei por bem criar um Presidente do Conselho de ministros; cumprindo ao dito Conselho organizar o seu Regimento, que será submetido à minha imperial aprovação. (a) Francisco de Paula Sousa e Melo, do meu Conselho de Estado, ministro e secretário do império, o tem assim entendido, o faça executar. Palácio do Rio de Janeiro, em 20 de julho de 1847, 26° da Independência do Império. Com a rubrica de S.M. o Imperador." (Coleções das Leis do Império do Brasil - ano 1847 - Tipografia Nacional - Rio - 1848 - Tomo X - 2ª Parte - 25ª Seção.)
Enciclopédia Mirador Internacional, Volume XVI.
Joaquim Nabuco, Minha Formação, Universidade de Brasília, Brasília, 1963, pág. 159/60.
O povo catarinense apelidou os liberais históricos de silveiristas e de partido da Botica e aos progressistas de Matraca.
Paulo Roberto Motta, Ob. Cit., pág. 5.
Existência acidentada por fatos de origem interna (crise comercial de 1864) e externa (questão de Christie, guerra do Uruguai, Guerra do Paraguai) .
João Camilo Oliveira Torres. A Democracia Coroada, Ed. GRD, 1965, pág. 304/5
Djacir Menezes, O Brasil no Pensamento Brasileiro, RJ, MEC/CBPE/INEP, 1957, pág. 318/9.
As mulheres não votam
Isto é, baseado no censo, que discriminava as rendas de cada cidadão.
www.infojus.com.br/area3/soares10.htm
ABRAÇOS
MARCIO LANDIN
2007-03-02 06:09:20
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answer #2
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answered by ÍNDIO 7
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