HISTORIA REAL
Escravidão, regime social definido pela lei e os costumes como a forma mais absolutamente involuntária de servidão humana. O trabalho ou os serviços de um escravo são obtidos pela força e a pessoa fÃsica é considerada propriedade de seu dono, o qual dispõe de sua vida.
As rotas da escravidão Depois de dizimar a população indÃgena nos primeiros 50 anos de ocupação, os conquistadores europeus das Américas recorreram à captura e comércio de escravos africanos para manter a economia de monoculturas (cana-de-açúcar, tabaco, algodão).© Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados.
Desde os tempos mais remotos, o escravo é legalmente definido como uma mercadoria cujo dono ou comerciante pode comprar, vender, dar ou trocar por uma dÃvida, sem que o escravo possa exercer qualquer direito e objeção pessoal ou legal. A escravidão está baseada num forte preconceito racial, segundo o qual o grupo étnico ao qual pertence o comerciante é considerado superior.
A escravidão é a primeira forma de sociedade dividida entre dominados e dominadores. Sua origem perde-se no tempo e coincide com o inÃcio da civilização. A morte dos prisioneiros feitos durante as guerras permaneceu, até a descoberta de que poderiam ser úteis através do trabalho escravo.
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A prática da escravidão data de épocas pré-históricas, embora sua institucionalização provavelmente tenha começado com o desenvolvimento da lavoura, que possibilitou às sociedades mais organizadas usar escravos para desempenhar determinadas funções.
Escravos na Ãfrica Central, século XIX Depois de quase três séculos de tráfico ativo de escravos, diversos poderes coloniais proibiram esta prática no inÃcio do século XIX. Entretanto, a propriedade de escravos só foi abolida muitos anos depois. A Dinamarca declarou ilegal a importação de escravos em 1792. A Grã-Bretanha seguiu o exemplo em 1807 e os Estados Unidos um ano depois.Hulton Deutsch
A escravidão era uma situação aceita e logo tornou-se essencial para a economia e para a sociedade de todas as civilizações antigas. A Mesopotâmia, a Ãndia, a China e os antigos egÃpcios e hebreus utilizaram escravos. Nas civilizações pré-colombianas (asteca, inca e maia) os escravos eram empregados na agricultura e no exército.
A exploração da costa da Ãfrica, o descobrimento da América pelos espanhóis, no século XV, e sua colonização nos três séculos seguintes incrementaram consideravelmente o comércio moderno de escravos.
2 ABOLIÃÃO DA ESCRAVATURA NA AMÃRICA
No continente americano as novas repúblicas aprovaram a libertação dos escravos em suas leis de abolição. Só no Brasil a escravidão perdurou até 1888.
Durante as guerras de emancipação, a população negra foi aliada simultaneamente aos patriotas nativos, mas também formou alguns contingentes em favor dos realistas. No México, Miguel Hidalgo y Costilla e José MarÃa Morelos, proclamaram a abolição da escravatura e trataram de incorporar a população de origem africana a suas fileiras. De uma forma geral, o processo da abolição chocou-se com os interesses e as exigências da burguesia conservadora, contrária à sua aceitação.
3 A ESCRAVIDÃO NO SÃCULO XX
Em 1926, a Convenção Internacional sobre a Escravidão realizada pela Sociedade das Nações aprovou a supressão e a proibição do comércio de escravos e a abolição de qualquer forma de escravidão. As propostas originárias desta convenção foram confirmadas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pelas Nações Unidas em 1948.
4 A ESCRAVIDÃO NO BRASIL
A chegada da primeira expedição colonizadora, em 1532, deu inÃcio à escravatura no Brasil. Passaram-se quase quatro séculos até a abolição, em 13 de maio de 1888. A escravidão desenvolveu-se em solo brasileiro em função da estrutura econômica e social do regime colonialista. A princÃpio, os Ãndios foram a mão-de-obra escrava mais usada. Serviam para executar tarefas a que estavam acostumados em seu hábitat natural, como caçar, pescar, transportar madeira e guerrear contra outros Ãndios. Quando utilizados para tarefas agrÃcolas, os Ãndios não suportavam a mudança de vida e morriam. Por volta do ano 1550 começaram a chegar ao Brasil os primeiros escravos vindos da Ãfrica. Eram trazidos pelos chamados navios negreiros e vendidos pelos comerciantes de escravos. Em todo o perÃodo colonial, o tráfico negreiro foi a atividade importadora mais lucrativa do comércio exterior brasileiro. Calcula-se que cerca de 3 milhões de escravos africanos foram absorvidos pelo cultivo do açúcar, do fumo e do algodão, pela economia mineradora e pelo serviço doméstico.
Escravidão africana, as primeiras chegadas de escravos africanos no Brasil datam das capitanias hereditárias (1534-1547), intensificando-se em Pernambuco e Bahia com a consolidação da economia do açúcar nos séculos XVI e XVII. O trabalho escravo africano na América, que alimentava uma rede internacional de traficantes possuidora de vultosos capitais, teve no Brasil papel fundamental até o século XIX.
Na produção de açúcar, sua produção estimada era de 50 arrobas por ano; na do ouro, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso no século XVIII, de 200 gramas por ano e na do café, no Rio de Janeiro do século XIX, de 100 arrobas por ano.
O escravo vivia nas senzalas, quase sempre com excesso de trabalho e em condições precárias de higiene e salubridade, o que reduzia a expectativa de vida útil a cerca de 7 anos nas áreas do açúcar e do ouro. A mentalidade escravocrata era muito difundida na colônia e no império, provocando a desvalorização do trabalho manual e a presença do escravo em quase todas as atividades, como a extração de diamantes, a lavoura do tabaco, o artesanato, o trabalho doméstico.
Escravos e escravas eram também alugados por seus proprietários para a realização de atividades remuneradas, cujo produto passavam a seus senhores, constituÃam os "escravos ao ganho". Admitiam-se os casamentos de escravos e ocorriam também as alforrias, quando escravos eram libertados, através de compra da própria liberdade ou por ocasião da morte de seus proprietários, quando estes os beneficiavam desta forma; constituÃam então os "libertos". Estima-se que entre 50 e 60 mil escravos tenham sido introduzidos no século XVI no Brasil, cerca de 500 mil no século XVII, 1,6 milhão no século XVIII e 1,1 no século XIX, a maioria composta de duas grandes etnias, a dos sudaneses, com influência muçulmana e a dos bantos.
No século XIX, após fortes pressões da Inglaterra, o tráfico negreiro foi extinto na década de 1850 e a abolição da escravatura fez-se de forma gradual, com a decretação da liberdade dos nascituros, lei do Ventre Livre, 1871; da liberdade para os sexagenários (1885) e a liberdade total, lei Ãurea, 1888 (ver Abolicionistas).
A intensa miscigenação ocorrida entre negros, brancos e indÃgenas e o peso demográfico dos primeiros fez com que fosse muito grande a influência étnica das culturas de origem africana no Brasil, refletida na lÃngua, na música, na culinária e nos costumes.
Escravos ao ganho, escravo que, no perÃodo colonial e no Império, realizava tarefas remuneradas, entregando ao senhor uma quota diária do pagamento recebido. Foi relativamente comum este tipo de escravo conseguir formar um pecúlio, que empregava na compra de sua liberdade, pagando ao senhor por sua alforria. Embora conhecida desde o século XVII nas áreas urbanas, na época do Império a prática foi mais controlada pelo estado, que concedia licença aos proprietários para o seu uso. As principais atividades a que se dedicavam eram as de carregadores, doceiras e pequenos consertos, embora alguns senhores induzissem as escravas à prostituição, o que era proibido por lei.
Abolicionistas, reformistas dos séculos XVIII e XIX que lutavam pelo fim da escravidão, particularmente nos paÃses de lÃngua inglesa. Esse movimento criou as bases para a abolição da escravatura em todo o mundo, mas só conseguiu alcançar seu objetivo nos Estados Unidos depois de dividir o paÃs e levá-lo a uma sangrenta guerra civil.
No Brasil, o mais antigo abolicionista, segundo o barão do Rio Branco, foi o português Manuel Ribeiro da Rocha, residente na Bahia, que se antecipou à s idéias dos ingleses Thomas Clarkson (1786) e William Wilberforce (1788). Hipólito José da Costa, José Bonifácio e Caldeira Brant (conhecidos como a “geração da independência”) e o próprio imperador dom Pedro I combatiam a escravidão, mas temiam pelo destino do paÃs, sem a mão de obra escrava. Outros abolicionistas famosos foram: Eusébio de Queirós (autor da lei aprovada em 1850, que pôs fim ao tráfico negreiro ), conselheiro José Antônio Saraiva (lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários), Saldanha Marinho, Zacarias de Góis e Vaconcelos, LuÃs Gama, André Rebouças, José Mariano, Joaquim Nabuco e José do PatrocÃnio, entre outros.
2007-03-05 16:41:03
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answer #2
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answered by Anonymous
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