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Homenagear a África está na moda. Louvar reis africanos, como provou a Beija-Flor neste Carnaval, rende graves notas 10 na Quarta-Feira de Cinzas. Mesmo que, para isso, seja preciso mudar a história, calar os historiadores e contar velhas mentiras politicamente corretas sobre a escravidão. A África foi tema de três escolas do Grupo Especial do Rio neste ano. Todas -Porto da Pedra, Beija-Flor e Salgueiro- ocultaram verdades que doem.
Nos enredos, os africanos são sempre os heróis libertadores que contrariam uma ordem opressora. Os brancos fazem o papel de Odete Roitman do caso - os vilões que pela força oprimiram o continente.
Uma escola menor, a Unidos de Cosmos, chegou ao preconceito às avessas com o samba-enredo "Sou Cosmos 100% Negro, da Abolição aos Dias Atuais". E o samba-enredo campeão, "África: do Berço Real à Corte Brasiliana", canta assim: "Oh! Majestade negra, Oh! Mãe da liberdade, África: o baobá da vida Ilê Ifé, Áfricas: realidade e realeza, axé".

2007-03-01 03:24:57 · 4 respostas · perguntado por Caledonian 6 em Sociedade e Cultura Grupos e Culturas Outras - Grupos e Culturas

Será que entendi direito? Estariam os autores do samba chamando a África de "mãe da liberdade"? Será que eles não sabem que o tráfico de escravos começou muito antes de os europeus chegarem lá, que a escravidão foi extremamente lucrativa para reis africanos e que foram eles os que mais se debateram contra a abolição?
Eram negros africanos os homens que atacavam povos no interior da África, capturavam escravos, matavam fugitivos, construíam forquilhas para prender vários negros pelo pescoço, organizavam caravanas em fila indiana que duravam meses, marcavam a ferro incandescente as iniciais do comprador ("acima do umbigo ou sob o seio esquerdo", como descreveu Pierre Verger) e negociavam preços para os escravos.
Também eram africanos vários colegas de europeus nos navios tumbeiros, traficantes riquíssimos e até compradores, já que escravos eram essenciais nas fazendas africanas. Fazendas q pertenciam ao rei e aos grandes do Daomé e se baseavam num tipo de trabalho escravo duro e cruel.

2007-03-01 03:28:36 · update #1

Seria essa a "luz que vem do Daomé" que o samba da Beija-Flor homenageia? Não se trata de preconceito com africanos.
Ao contrário. Preconceito é crer que nações africanas eram tribos coitadinhas e que não estavam sujeitas, como europeus, aos costumes do seu tempo.
É bom saber que a Beija-Flor não caiu na vitimologia barata, comum em letras de rap, e preferiu enaltecer a riqueza da África. Só faltou dizer a origem dessa riqueza: a escravidão. Por que as escolas de samba contam apenas metade da história da África? Por que nenhuma delas homenageia a luz que veio da Inglaterra, sem a qual até hoje os africanos achariam OK comprar gente?
Em vez disso, a Beija-Flor preferiu louvar reis que traficavam escravos e que, quando depostos, foram escravizados e mandados ao Brasil. Aqui, esses reis geraram descendentes. É provável que amanhã, no desfile da campeã Beija-Flor, eles estejam na Sapucaí louvando antigos traficantes de escravos e reclamando das maldades cometidas só pelos... europeus.

2007-03-01 03:29:59 · update #2

LEANDRO NARLOCH
ESPECIAL PARA A FOLHA DE SÃO PAULO - Sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

EQUÍVOCOS
Os sambas não contam:
O tráfico de escravos começou muito antes de os portugueses chegarem à África. Por rotas saarianas e orientais, os africanos venderam até 25 milhões de pessoas, mais que o dobro das que vieram para a América (estimadas em 11 milhões).

A riqueza dos reis africanos, tema da Beija-Flor, tinha uma origem clara: a escravidão. Em 1471, quando os portugueses chegaram a Kano, na Costa do Ouro (atual Gana), encontraram um reino enriquecido pela venda de escravos. Tinha palácios, uma mesquita central e 21 cidades erguidas a mando do grão-vizir. Em cada uma delas, havia centenas de escravos

Para comprar ouro por ali, os portugueses tiveram que obter a moeda local -escravos. Entre 1500 e 1535, compraram cerca de 10 mil escravos no Golfo do Benin para usá-los como moeda na própria África.

2007-03-01 03:32:42 · update #3

O Daomé, também citado no enredo da Beija-Flor, foi uma das nações que mais lucraram com a escravidão. Tinha uma burocracia militar, estradas, pontes vigiadas por guardas, cidades com 28 mil pessoas. O rei africano controlava o comércio, mandava embaixadores ao Brasil para negociar a venda de escravos e podia, se quisesse, mandar todos os estrangeiros embora, fechando o país. Geralmente, não era o que fazia.

2007-03-01 03:33:31 · update #4

E quanto a Pequena F, nota-se que faz jus mesmo ao seu nick, até porque não falei nada, só transcrevi um texto muito pertinente de um jornalista que tem cultura, e pela rapidez que respondeu também nota-se que não leu nem a quarta parte, preferiu demonstrar toda a sua falta de conhecimento e cultura em poucas palavras. Patético. :-(

2007-03-01 03:37:31 · update #5

4 respostas

Caro Caledonia! Estou estarrecida, pois eu não conhecia este lado da "História". Vou começar a pesquisar, hoje mesmo.

2007-03-01 04:02:48 · answer #1 · answered by m_m_s 6 · 0 1

HISTORIA REAL

Escravidão, regime social definido pela lei e os costumes como a forma mais absolutamente involuntária de servidão humana. O trabalho ou os serviços de um escravo são obtidos pela força e a pessoa física é considerada propriedade de seu dono, o qual dispõe de sua vida.

As rotas da escravidão Depois de dizimar a população indígena nos primeiros 50 anos de ocupação, os conquistadores europeus das Américas recorreram à captura e comércio de escravos africanos para manter a economia de monoculturas (cana-de-açúcar, tabaco, algodão).© Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados.

Desde os tempos mais remotos, o escravo é legalmente definido como uma mercadoria cujo dono ou comerciante pode comprar, vender, dar ou trocar por uma dívida, sem que o escravo possa exercer qualquer direito e objeção pessoal ou legal. A escravidão está baseada num forte preconceito racial, segundo o qual o grupo étnico ao qual pertence o comerciante é considerado superior.


A escravidão é a primeira forma de sociedade dividida entre dominados e dominadores. Sua origem perde-se no tempo e coincide com o início da civilização. A morte dos prisioneiros feitos durante as guerras permaneceu, até a descoberta de que poderiam ser úteis através do trabalho escravo.
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A prática da escravidão data de épocas pré-históricas, embora sua institucionalização provavelmente tenha começado com o desenvolvimento da lavoura, que possibilitou às sociedades mais organizadas usar escravos para desempenhar determinadas funções.

Escravos na África Central, século XIX Depois de quase três séculos de tráfico ativo de escravos, diversos poderes coloniais proibiram esta prática no início do século XIX. Entretanto, a propriedade de escravos só foi abolida muitos anos depois. A Dinamarca declarou ilegal a importação de escravos em 1792. A Grã-Bretanha seguiu o exemplo em 1807 e os Estados Unidos um ano depois.Hulton Deutsch

A escravidão era uma situação aceita e logo tornou-se essencial para a economia e para a sociedade de todas as civilizações antigas. A Mesopotâmia, a Índia, a China e os antigos egípcios e hebreus utilizaram escravos. Nas civilizações pré-colombianas (asteca, inca e maia) os escravos eram empregados na agricultura e no exército.

A exploração da costa da África, o descobrimento da América pelos espanhóis, no século XV, e sua colonização nos três séculos seguintes incrementaram consideravelmente o comércio moderno de escravos.

2 ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NA AMÉRICA

No continente americano as novas repúblicas aprovaram a libertação dos escravos em suas leis de abolição. Só no Brasil a escravidão perdurou até 1888.

Durante as guerras de emancipação, a população negra foi aliada simultaneamente aos patriotas nativos, mas também formou alguns contingentes em favor dos realistas. No México, Miguel Hidalgo y Costilla e José María Morelos, proclamaram a abolição da escravatura e trataram de incorporar a população de origem africana a suas fileiras. De uma forma geral, o processo da abolição chocou-se com os interesses e as exigências da burguesia conservadora, contrária à sua aceitação.

3 A ESCRAVIDÃO NO SÉCULO XX

Em 1926, a Convenção Internacional sobre a Escravidão realizada pela Sociedade das Nações aprovou a supressão e a proibição do comércio de escravos e a abolição de qualquer forma de escravidão. As propostas originárias desta convenção foram confirmadas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pelas Nações Unidas em 1948.

4 A ESCRAVIDÃO NO BRASIL

A chegada da primeira expedição colonizadora, em 1532, deu início à escravatura no Brasil. Passaram-se quase quatro séculos até a abolição, em 13 de maio de 1888. A escravidão desenvolveu-se em solo brasileiro em função da estrutura econômica e social do regime colonialista. A princípio, os índios foram a mão-de-obra escrava mais usada. Serviam para executar tarefas a que estavam acostumados em seu hábitat natural, como caçar, pescar, transportar madeira e guerrear contra outros índios. Quando utilizados para tarefas agrícolas, os índios não suportavam a mudança de vida e morriam. Por volta do ano 1550 começaram a chegar ao Brasil os primeiros escravos vindos da África. Eram trazidos pelos chamados navios negreiros e vendidos pelos comerciantes de escravos. Em todo o período colonial, o tráfico negreiro foi a atividade importadora mais lucrativa do comércio exterior brasileiro. Calcula-se que cerca de 3 milhões de escravos africanos foram absorvidos pelo cultivo do açúcar, do fumo e do algodão, pela economia mineradora e pelo serviço doméstico.




Escravidão africana, as primeiras chegadas de escravos africanos no Brasil datam das capitanias hereditárias (1534-1547), intensificando-se em Pernambuco e Bahia com a consolidação da economia do açúcar nos séculos XVI e XVII. O trabalho escravo africano na América, que alimentava uma rede internacional de traficantes possuidora de vultosos capitais, teve no Brasil papel fundamental até o século XIX.

Na produção de açúcar, sua produção estimada era de 50 arrobas por ano; na do ouro, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso no século XVIII, de 200 gramas por ano e na do café, no Rio de Janeiro do século XIX, de 100 arrobas por ano.

O escravo vivia nas senzalas, quase sempre com excesso de trabalho e em condições precárias de higiene e salubridade, o que reduzia a expectativa de vida útil a cerca de 7 anos nas áreas do açúcar e do ouro. A mentalidade escravocrata era muito difundida na colônia e no império, provocando a desvalorização do trabalho manual e a presença do escravo em quase todas as atividades, como a extração de diamantes, a lavoura do tabaco, o artesanato, o trabalho doméstico.

Escravos e escravas eram também alugados por seus proprietários para a realização de atividades remuneradas, cujo produto passavam a seus senhores, constituíam os "escravos ao ganho". Admitiam-se os casamentos de escravos e ocorriam também as alforrias, quando escravos eram libertados, através de compra da própria liberdade ou por ocasião da morte de seus proprietários, quando estes os beneficiavam desta forma; constituíam então os "libertos". Estima-se que entre 50 e 60 mil escravos tenham sido introduzidos no século XVI no Brasil, cerca de 500 mil no século XVII, 1,6 milhão no século XVIII e 1,1 no século XIX, a maioria composta de duas grandes etnias, a dos sudaneses, com influência muçulmana e a dos bantos.

No século XIX, após fortes pressões da Inglaterra, o tráfico negreiro foi extinto na década de 1850 e a abolição da escravatura fez-se de forma gradual, com a decretação da liberdade dos nascituros, lei do Ventre Livre, 1871; da liberdade para os sexagenários (1885) e a liberdade total, lei Áurea, 1888 (ver Abolicionistas).

A intensa miscigenação ocorrida entre negros, brancos e indígenas e o peso demográfico dos primeiros fez com que fosse muito grande a influência étnica das culturas de origem africana no Brasil, refletida na língua, na música, na culinária e nos costumes.


Escravos ao ganho, escravo que, no período colonial e no Império, realizava tarefas remuneradas, entregando ao senhor uma quota diária do pagamento recebido. Foi relativamente comum este tipo de escravo conseguir formar um pecúlio, que empregava na compra de sua liberdade, pagando ao senhor por sua alforria. Embora conhecida desde o século XVII nas áreas urbanas, na época do Império a prática foi mais controlada pelo estado, que concedia licença aos proprietários para o seu uso. As principais atividades a que se dedicavam eram as de carregadores, doceiras e pequenos consertos, embora alguns senhores induzissem as escravas à prostituição, o que era proibido por lei.

Abolicionistas, reformistas dos séculos XVIII e XIX que lutavam pelo fim da escravidão, particularmente nos países de língua inglesa. Esse movimento criou as bases para a abolição da escravatura em todo o mundo, mas só conseguiu alcançar seu objetivo nos Estados Unidos depois de dividir o país e levá-lo a uma sangrenta guerra civil.

No Brasil, o mais antigo abolicionista, segundo o barão do Rio Branco, foi o português Manuel Ribeiro da Rocha, residente na Bahia, que se antecipou às idéias dos ingleses Thomas Clarkson (1786) e William Wilberforce (1788). Hipólito José da Costa, José Bonifácio e Caldeira Brant (conhecidos como a “geração da independência”) e o próprio imperador dom Pedro I combatiam a escravidão, mas temiam pelo destino do país, sem a mão de obra escrava. Outros abolicionistas famosos foram: Eusébio de Queirós (autor da lei aprovada em 1850, que pôs fim ao tráfico negreiro ), conselheiro José Antônio Saraiva (lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários), Saldanha Marinho, Zacarias de Góis e Vaconcelos, Luís Gama, André Rebouças, José Mariano, Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, entre outros.

2007-03-05 16:41:03 · answer #2 · answered by Anonymous · 0 0

Os africanos continuam se exterminando.

2007-03-01 11:33:41 · answer #3 · answered by . 5 · 0 1

senhor perdoe os que nao sabem o que falam!!!!!!!!!!!!!!!!111


muito inocente vc colega

2007-03-01 11:28:58 · answer #4 · answered by Pequena F 1 · 1 2

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