É um poema de Minhau....
Amiga...
Tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o Luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do rio solitário
onde te miras
como se fosse a tua morada.
Abandona o jardim sem flores
desse mundo inventado
onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus dará,
e esse ar de renúncia
ás coisas do mundo.
Acorda amiga,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha,
abre os braços e luta!
Amiga
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.
Minhau..
2007-02-28 20:49:12
·
answer #1
·
answered by Gregorio 7
·
0⤊
0⤋
Infelizmente não sei, faço votos que você consiga a resposta correta para sua pergunta.
Boa sorte!
2007-03-08 20:32:13
·
answer #2
·
answered by Á amizade é como uma flor 7
·
0⤊
0⤋
ENCONTREI ESTE:
14.6.06
Escrever
"Antes que seja tarde, devo dizer que considero o acto de escrever pouco saudável.
E gostaria que o tom fosse considerado como um desabafo, e não confessional.
Decorrido meio século de existência, aprendi a coabitar comigo mesmo.
Quer essa relação se assuma como um comovido flash back, ou um severo ajuste de contas.
Felizmente, sobra-me mais tempo para esquecer do que para emendar.
Decorrido meio século de existência, li e escrevi o suficiente para considerar a escrita – como qualquer outro acto criador – antropófaga até à vileza.
Ninguém se surpreenderá se afirmar que a minha geração superou esse objectivo.
Excedendo-se no show off, ou no striptease onanista, onde um predisposto auditório se reconhece e excita.
A leitura das gerações que me precedem, em nada tem contribuÃdo para perturbar, ou abalar, este assumido preconceito.
Os Pessoa, Kerouac, Ginsberg, Hemingway, Michaux, Aquilino, Cardoso Pires, o exaltante Saint-John Perse, ou o inevitável Herberto, todos me recusaram uma escrita lÃmpida e saudável.
Até mesmo em O Sorriso aos Pés da Escada, o único Miller que conservo, a beleza é perversa e sublinhada por um fio de pus.
Todos eles me envenenaram uma predisposição que começou por ser saudada na escola, e onde a famÃlia se conformou em depositar esperança de que continuasse a ser bonita.
E, sobretudo, que tivesse futuro.
Antes que seja tarde, devo esclarecer que ainda hoje tenho relutância em considerar o futuro, e que me reservo o maior desprezo pelo presente.
Sem pretender a honestidade que, dificilmente, reconheço nos outros, arrisco que a escrita – como qualquer outro acto criador – precisa de vÃtimas.
E alimenta vÃtimas.
Jorge Fallorca nasceu no dia 15 de Junho de 1949. Poeta, tradutor e jornalista, frequentou o CÃrculo de Artes Plásticas de Coimbra. Representado em várias antologias, tem grande parte da sua obra reunida no livro Fruta da Ãpoca (frenesi, Maio de 2001). Ter-se-á estreado em livro em 1976, com Imitação da Morte dos Outros (& etc). Poemas seus podem ser encontrados em revistas e antologias tais como Grade, Poesia 70 e Poesia 71, Continente/1, Aresta, & etc, Sema 1, frenesi 1980-1982 e Sião. Em 1999 venceu o IV Concurso Internacional Literário de Primavera/Poesia (Brasil). Foi-lhe ainda atribuÃdo o Prémio Literário Cidade do Funchal, Edmundo Bettencourt/Poesia, 2000. O poema que aqui transcrevemos, foi citado do livro Longe do Mundo (frenesi, Maio de 2004).
antologiadoesquecimento.blogspot.com
ABRAÃOS
MARCIO LANDIN
2007-03-07 19:15:06
·
answer #3
·
answered by ÍNDIO 7
·
0⤊
0⤋