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2007-02-27 05:49:10 · 5 respostas · perguntado por fabinha 2 em Ciências e Matemática Zoologia

5 respostas

O rotífero, (Brachionus plicatilis O.F. Müller,1786), não sendo um componente habitual do zooplâncton marinho, é uma espécie eurihalina, comunmente utilizada devido à sua pequena dimensão (120-300µm), reduzida mobilidade, possibilidade de cultura em elevadas concentrações, manutenção permanente de "stocks" monoespecíficos em laboratório e permitindo a manipulação o seu valor nutricional através da administração de diversos tipos de alimento.

Tem-se mostrado como o organismo mais adequado, pelas suas características dimensionais e de capturabilidade para a alimentação das larvas, como primeira alimentação exógena após a reabsorção das reservas vitelinas, até ao momento em que atingem a dimensão mínima a partir da qual se podem alimentar de presas de maiores dimensões, como os náuplios de Artemia sp. (cerca de 450µm ). O seu polimorfismo, apresentando diferentes dimensões, é importante porque permite utilizar as diferentes estirpes de acordo com a dimensão da boca das larvas.

Posição sistemática segundo Barnes (1987).

FILO -------------------- Rotifera

CLASSE -------------- Monogononta

ORDEM --------------- Ploima

FAMÍLIA --------------- Brachionidae

GÉNERO ------------- Brachionus

ESPÉCIE ------------- Brachionus plicatilis (O. F. MULLER, 1786)

Os Rotíferos pertencem ao filo de pequenos Metazoários, compostos por um número fixo de células (cerca de um milhar) que são encontrados quer em água doce quer em salobra ou salgada. É considerado um organismo eurihalino devido à sua abundância tanto em águas com salinidade entre 2 e 36o/oo como em meios hipersalinos (até 100o/oo). No entanto, as taxas óptimas de reprodução situam-se abaixo dos 36o/oo de salinidade.

O seu corpo é constituído por três partes distintas, a cabeça, o tronco e o pé e encontra-se normalmente coberto por uma cutícula, a lórica. São filtradores e a sua parte anterior está modificada num aparelho rotativo com cílios cujo movimento origina as correntes de água que arrastam os microorganismos de que se alimentam ,como alimentam-se de bactérias por isto desempenham um importante papel em ecossistemas aquáticos.

Embora possa ser considerado, grosso modo, um filtrador não-selectivo, na medida em que é uma espécie eurífaga, B. plicatills realiza uma escolha qualitativa e dimensional das partículas alimentares ingerindo qualquer objecto até 15µm.

Os rotíferos ( Brachionus plicatilis) apresentam várias vantagens como alimento para larvas devido a:

serem fáceis de cultivar e reproduzirem-se rapidamente. Estima-se que em condições favoráveis a população pode duplicar cada um a cinco dias. Cada fêmea que atinge a maturidade em 0,5 a 1,5 dias, pode produzir ovos em cada 4 horas e 10 gerações.

serem de pequenas dimensões, com natação lenta, podendo ser aceites como primeiro alimento, por larvas de pequenas dimensões.

terem valor nutritivo que pode ser alterado por forma a adequá-lo às larvas que se estão a cultivar. Não sendo filtradores selectivos ingerem todas as partículas de dimensão adequada, o que permite a sua bioencapsulação (enriquecimento) com microalgas ou com produtos comerciais ou emulsões laboratoriais com características nutritivas particulares. Isto permite o seu cultivo em elevadas densidades com produtos de baixo custo como a levedura de padeiro Saccaromyces cerevisae, sendo bioencapsulados antes do seu fornecimento às larvas, com produtos com as características nutritivas essenciais para estas.

serem resistentes a variações de salinidade e temperatura e poderem ser cultivados atingindo densidades entre 500 a 2000 rotíferos/ml.
Tem-se considerado a existência de duas estipes devido há sua dimensão mas alguns autores consideram tratar-se de espécies distintas:

- Estirpe S. de menores dimensões (120µm a 160 µm), e onde 80% da população tem menos de 150µm de tamanho. Nesta estirpe a lórica é redonda com espinhos anteriores pontiagudos, e a taxa de crescimento óptimo situa-se bastante acima dos 20°C (28º a 35ºC). Esta estirpe aparece actualmente classificada como Brachionus rotundifornis.

- Estirpe L. (250µm a 300µm) apenas 1 a 2% dos animais são menores que 150µm. Aqui a lórica é mais alongada e com os ângulos entre as espinhas mais agudos, mostrando melhor tolerância a temperaturas inferiores a 20°C, com a taxa de crescimento óptimo entre 18º e 25ºC.

A estirpe S. (Brachionus rotundifornis) dadas as suas dimensões, é utilizada nos primeiros estados larvares. No caso da dourada, devido à pequena dimensão da larva, é utilizada até cerca do oitavo dia de idade (5º de alimentação a ±20ºC) sendo gradualmente substituídos pela estirpe L. (de acordo com a dimensão da larva).

Quando as duas estirpes aparecem misturadas numa cultura é possível separa-las utilizando diferentes temperaturas. Subindo ou descendo a temperatura poderemos conseguir isolar a estirpe S ou a L.

A sua alimentação é geralmente constituída por microalgas de generos como Chlorella sp.,Tetraselmis sp., Dunaliella sp., Monochrysis sp., Nannochloris sp., Nannochloropsis sp., Isochrysis sp. e Phaeodactylum sp. Além das microalgas, os alimentos mais comuns utilizados na produção em grande escala nas maternidades são leveduras (Saccaromyces cerevisae e Candida sp.), algas secas em pó e alguns produtos comerciais como o "Culture Selco®". Contudo o sucesso da sua produção está também dependente dos parâmetros zootécnicos ligados à tecnologia do cultivo tais como: quantidade e qualidade de alimento, a temperatura e o período de intervalo de fornecimento de alimento pode afectar o crescimento da população cultivada, assim como a produção de ovos.

O ciclo de vida dos rotíferos é totalmente controlado em laboratório e a produção inicia-se a partir de uma cultura inóculo ("stock") que se faz crescer em volumes sucessivamente maiores.

A cultura inóculo ("stock") é conservadas em tubo de ensaio de 40ml, numa microalga em crescimento exponencial e sem arejamento. Sempre que necessário, quando se encontram sem microalgas (quase transparentes) são parcialmente repicados, retirando-se com uma pipeta esterilizada, o sobrenadante onde se encontra grande parte dos rotíferos, para outro tubo de ensaio.Os remanescentes são transferidos para um "erlenmeyer" de 250 ml, sem arejamento, constituindo este o ponto de partida para iniciar maiores volumes. Permanece assim até a cultura ter atingido o seu crescimento máximo, normalmente quando já foi consumido todo o alimento, repetindo-se as tarefas anteriores transferindo para outros recipientes.

Os volumes intermédios (2-10 l) são inoculados com concentrações iniciais entre 20 e 50 rot/ml e são produzidos de duas formas: método descontínuo ou método semi-contínuo.

Método descontínuo:

a) inicia-se a cultura com um pequeno volume que vai sendo incrementando, de dois em dois dias, com a introdução de microalgas. Se a concentração de rotíferos for elevada, o consumo de microalgas é mais acentuado pelo que se incrementa o volume diariamente, até se atingir o volume final. Quando a concentração pretendida é atingida procede-se a uma repicagem para volumes de cultivo iguais (manutenção) ou superiores (para entrada em escala de produção).

b) os rotíferos são introduzidos num recipiente já com o volume total em microalga em fase de crescimento exponencial, sendo repicados quando atingem a concentração desejada ou quando o alimento se esgota.

Assim ou a concentração dos rotíferos vai-se mantendo constante com o acréscimo do volume do meio ou o volume do meio é o final e mantem-se constante e espera-se pelo aumento da concentração da população.

Método semi-contínuo:

Neste caso utiliza-se a técnica que se descreveu para o método anterior mas, quando atingem a concentração desejada ou quando o alimento se esgota, vai-se retirando a produção, normalmente 1/4 do volume, acrescentando-se igual volume de alimento (microalga). Este método é interrompido quando as condições do meio se degradam, iniciando-se de novo o cultivo. Deste modo, é possível manter uma cultura durante bastante tempo, utilizando as produções sucessivas para iniciar novas culturas.

Culturas de pré-produção

São realizadas em tubos de PVC, fibra de vidro ou sacos de polietileno, transparentes, de 20 a 80 litros, onde previamente se iniciou uma cultura de microalgas. A inoculação faz-se normalmente quando a microalga está na fase final de crescimento, perto de atingir o estado estacionário, com concentrações iniciais entre 20 a 100 rot/ml, de acordo com o tempo que desejamos para atingir a concentração máxima de rotíferos.

Cultivo intensivo em grandes volumes

O objectivo final das culturas de rotíferos é o de providenciar diária e continuamente a produção de quantidades apreciáveis de alimento para as larvas.

A sua produção faz-se a partir de uma manga com uma concentração elevada, normalmente acima dos 300 rot/ml, que serve para inocular um tanque. Este inicia-se com 1/5 do volume final, composto por:

volume, total ou parcial, da manga com rotíferos;

microalga (e.g., 20-30 litros);

água salgada que deve ser esterilizada por lâmpadas de ultra-violeta e filtrada através de filtros de malhagem decrescente até 1µm por forma a evitar contaminações por ciliados. Estes vão competir com os rotíferos pelo alimento;

água doce para reduzir a salinidade para 20o/oo;

no início junta-se vitamina B12 (1ml/l de uma diluição de 150mg/l água destilada), com o objectivo de estimular a taxa de crescimento da população.

A concentração inicial de rotíferos deve ser entre 50 a 100 rot/ml. De acordo com a evolução do crescimento da população o volume do tanques vai-se aumentando (mantendo a salinidade em 20o/oo) de modo a se atingir o seu volume total em 4/6 dias, altura em que deverá atingir uma concentração elevada e ser utilizado, iniciando-se novo cultura (tanque). Em alternativa poderá inciar-se a cultura com o tanques cheio e aguardar pelo crescimento da população para ser utilizada.

A temperatura deve situar-se entre os 25ºC e 28ºC, de modo a obter-se um crescimento rápido da população.

Esta cultura vai ser alimentada com levedura de padeiro (Saccaromyces cerevisae) e microalga (nos dois primeiros dias). Utiliza-se levedura de padeiro devido à sua reduzida dimensão (5-7µm), por ser de menor custo, de mais fácil manuseamento e armazenamento (no frigorífico).

A quantidade de levedura fornecida por dia é calculada em função da concentração de rotíferos, temperatura da água e relacionada com o estado da cultura mas segue de modo geral o seguinte esquema, desde o início da cultura:

50-100 rot/ml - 4g/106 rot

100-150 rot/ml - 1-2g/106 rot

150-250 rot/ml - 0,5-1g/106 rot

< 250 rot/ml - variável

Em alternativa poderá ser alimentada com um produto comercial de alto valor nutritivo, estando as quantidades a fornecer indicadas no produto.

Os tanques utilizados para a produção são de forma cilindrico-cónica com um volume entre 1-2 m³ .

Bioencapsulação

Como foi referido a cultura dos rotíferos faz-se utilizando como alimento a levedura de padeiro, e esta é pobre do ponto de vista nutritivo, particularmente em ácidos gordos poli-insaturados da cadeia n-3, indispensáveis ao desenvolvimento das primeiras fases larvares de muitos peixes marinhos. Torna-se, portanto, necessário o aperfeiçoamento das técnicas de cultivo secundário (bioencapsulação) que permitem ultrapassar estas deficiências, através da enriquecimento dos rotíferos com produtos de elevado teor em compostos considerados essenciais, durante um período geralmente inferior a 24h e imediatamente antes de serem fornecidos como alimento para as larvas.

Após a bioencapsulação são retirados - por sifonagem - através de um filtro de 55µm ou 80µm, de acordo com a estirpe que estamos a utilizar. Dentro do filtro são abundantemente lavados com água salgada para retirar os restos doalimento, bactérias e produtos do metabolismo. Após a lavagem são concentrados, contados e fornecidos aos tanques larvares.
Fonte:IPIMAR

2007-02-27 12:34:23 · answer #1 · answered by jorge oberdan 3 · 1 0

CITO O GOOGLE O MELHOR INSTRUMENTO DE PESQUISA QUE CONHEÇO

2007-03-03 03:42:28 · answer #2 · answered by ÍNDIO 7 · 0 0

Rotíferos
1:imagem
Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Animal
Sub-reino: Metazoa
Filo: Rotifera

Classes
Classe Monogononta
Classe Bdelloidea
Classe Seisonidea


Rotíferos são animais aquáticos microscópicos que constituem o filo Rotifera. O seu nome deriva do latim para “roda”, com referência à coroa de cílios que rodeiam a boca destes animais e que se movem rapidamente, para captar as partículas de alimento, parecendo uma roda a girar.

Conhecem-se cerca de 1700 espécies de rotíferos de vida livre, que vivem na maior parte das massas de água doce, incluindo pequenas poças de chuva, no solo húmido e também se encontram em musgos e líquenes que crescem em troncos de árvores e pedras, ou mesmo sobre fungos, crustáceos ou larvas aquáticas de insectos. Algumas espécies nadam livremente na águas, mas outras são sésseis, agarrando-se a qualquer substrato, seja ele fixo ou flutuante.

Os membros da classe Bdelloidea encontram-se ocasionalmente em água salobra ou marinha. Estes rotíferos são capazes de sobreviver à dessicação, um processo chamado criptobiose (ou anidrobiose), assim como os seus ovos – de facto, os embriões mais velhos têm mais possibilidade de vingar.


Por causa do seu pequeno tamanho e falta de peças duras, os rotíferos não fossilizam facilmente e o mais antigo que se conhece foi encontrado em âmbar da República Dominicana e data do período Eoceno, mas são comuns fósseis da espécie Habrotrocha angusticollis em turfa com 6000 anos (período Pleistoceno) no Ontário, Canadá.
Biologia dos rotíferos
Apesar do seu pequeno tamanho – a maioria dos rotíferos mede entre 200 e 500 micra – estes organismos têm sistemas de órgãos especializados e um tubo digestivo completo que inclui a boca, a faringe, o estômago e o ânus. O corpo dos rotíferos é segmentado externamente, mas não internamente, é dividido em quatro regiões – cabeça, pescoço, tronco e pé e é muito flexível. Os rotíferos têm o corpo coberto por uma cutícula transparente, que sugere que estes animais sejam aparentados com os anelídeos e com os artrópodes.
Na maior parte das espécies, a cabeça tem uma coroa de cílios que se movem rápida e sincronicamente, produzindo um vórtex de água com partículas de alimentos na direcção da boca. As partículas são depois mastigadas por um aparelho maxilar específico deste grupo de animais, chamado trophi (ou mastax), localizado na faringe. As cavidades do corpo estão parcialmente forradas pela mesoderme e nelas se encontram os órgãos reprodutivos. O pé termina num "dedo" com uma glândula adesiva com que o animal se prende ao substrato.

Os rotíferos são omnívoros e algumas espécies são canibais. No entanto, a sua dieta consiste principalmente em matéria em decomposição, assim como de algas unicelulares e outros fitoplanctontes - que são os produtores primários nos ecossistemas aquáticos – e, por essa razão, estes animais são considerados consumidores primários. Por sua vez, os rotíferos são presas de consumidores secondários carnívoros, como os camarões e muitas espécies de peixes.

Foram observados vários tipos de reprodução nos rotíferos. Em algumas espécies conhecem-se apenas fêmeas que produzem filhas a partir de óvulos não fertilizados, um processo chamado partenogénese. Outras especies produzem dois tipos de “ovos” que também se desenvolvem por partenogénese: um tipo desenvolve-se em fêmeas e o outro forma machos degenerados que não conseguem sequer alimentar-se mas que, se conseguem atingir a maturidade sexual, podem fertilizar ovos que podem desenvolver-se dentro da mãe, agarrados ao seu pé, ou serem libertados para eclodirem na água.

Classificação e filogenia dos rotíferos
Com base em certas similaridades morfológicas, os rotíferos e os acantocéfalos (os vermes parasitas que constituem o filo Acanthocephala) foram durante muito tempo considerados como parentes e estudos recentes das sequências do gene rRNA 18S corroboraram este parentesco. Estes dois grupos foram durante algum tempo classificados como pseudocelomados, juntamente com uma série de outros vermes, mas as últimas análises filogenéticas puseram em causa esta hipótese dos Pseudocoelomata serem um grupo natural. De facto, muitos animais pseudocelomados, como os priapulídeos e os nemátodes, parecem ter relações muito mais próximas dos artrópodes num grupo chamado Ecdysozoa, enquanto que outros animais com um pseudoceloma, como os rotíferos e os acantocéfalos, parecem estar mais próximos dos moluscos, anelídeos e braquiópodes, num grupo denominado Lophotrochozoa.
O filo Rotifera é dividido em três classes: Monogononta, Bdelloidea e Seisonidea, entre os quais o maior é o primeiro, com cerca de 1500 espécies, seguido pelos Bdelloidea, com cerca de 350 espécies. Conhecem-se apenas duas espécies de Seisonidea, que são normalmente consideradas como mais "primitivas".

2007-03-01 08:39:57 · answer #3 · answered by lindacir 2 · 0 0

Rotíferos são animais aquáticos microscópicos que constituem o filo Rotifera. O seu nome deriva do latim para “roda”, com referência à coroa de cílios que rodeiam a boca destes animais e que se movem rapidamente, para captar as partículas de alimento, parecendo uma roda a girar.

Conhecem-se cerca de 1700 espécies de rotíferos de vida livre, que vivem na maior parte das massas de água doce, incluindo pequenas poças de chuva, no solo húmido e também se encontram em musgos e líquenes que crescem em troncos de árvores e pedras, ou mesmo sobre fungos, crustáceos ou larvas aquáticas de insectos. Algumas espécies nadam livremente na água, mas outras são sésseis, agarrando-se a qualquer substrato, seja ele fixo ou flutuante.

Os membros da classe Bdelloidea encontram-se ocasionalmente em água salobra ou marinha. Estes rotíferos são capazes de sobreviver à dessicação, um processo chamado criptobiose (ou anidrobiose), assim como os seus ovos – de facto, os embriões mais velhos têm mais possibilidade de vingar.

Por causa do seu pequeno tamanho e falta de peças duras, os rotíferos não fossilizam facilmente e o mais antigo que se conhece foi encontrado em âmbar da República Dominicana e data do período Eoceno, mas são comuns fósseis da espécie Habrotrocha angusticollis em turfa com 6000 anos (período Pleistoceno) no Ontário, Canadá. Aspectos gerais do grupo

Os rotíferos são encontrados em todos os biomas terrestres desde poças de água de chuva até grandes lagos de água fresca, também no meio de grãos de areia e poucos em água salgada. Eles são animais protostômios que são incluídos na meiofauna por serem multicelulares. A maioria das espécies é planctônica e podem contribuir com até 30% da biomassa total do plâncton. Em conseqüência disso, o conhecimento sobre a biologia dos rotíferos é baseado nas espécies planctônicas (RICCI; BALSAMO, 2000). Os rotíferos são facilmente reconhecidos por suas características morfológicas. Seu corpo é segmentado em três partes: cabeça, tronco e pé. A extremidade anterior ou “cabeça” possui um órgão ciliado chamado coroa que pode circundar a boca do animal ou estar em outras posições. Este órgão é característico de todos os membros do filo e pode estar modificado na forma de cerdas ou cirros, além de poder possuir faixas com maior densidade de cílios que são chamadas troco. O batimento dessas faixas assemelha-se a uma roda em movimento, que gerou o nome do grupo. As funções da coroa são locomoção e obtenção de alimento. A boca pode ser central, ventral ou sub-terminal à coroa e pode ser modificada na forma de um funil. O ânus se localiza dorsalmente na base dos pés. Esses últimos contêm glândulas chamadas podais que secretam uma substância adesiva que serve para ligações temporárias com o substrato. O corpo pode ser dotado de espinhos, cerdas e esporões que servem para proteção contra predadores. Estas peças externas podem ser modificadas durante a vida do animal e geralmente a presença de predadores faz com que os espinhos cresçam em algumas espécies. Este fenômeno é chamado ciclomorfose e é desencadeado também por fatores genéticos (RUPERT; BARNES, 1996). Uma estrutura que também é característica do grupo é o mástax que constitui a faringe muscular do animal e é composto por sete peças duras chamadas trofos. Estas peças são modificadas de acordo com o tipo de nutrição do animal. A função do mástax é a de triturar os alimentos para posterior digestão (RUPERT; BARNES, 1996, WELCH, 2000). A fisiologia destes animais é simples; respiram por difusão, têm aparelho excretor amniotélico, digestão química simples que termina em uma cloaca multifuncional. Eles são em sua maioria dióicos, reproduzem-se tanto sexuadamente quanto assexuadamente (por partenogênese) (PENNAK, 1953). O estudo da reprodução da classe Bdelloidea mostrou que seu genoma é bem diferente de genomas de classes do mesmo grupo, pelo fato dos mesmos só se reproduzirem por partenogênese. Esta capacidade de se reproduzir apenas assexuadamente é um paradigma para a teoria da evolução moderna, pois não ocorre o intercâmbio de genes ou mesmo o “linkage” (MESELSON; WELCH, 2000). Os rotíferos são considerados uma fonte altamente rica em energia na cadeia alimentar, pois mesmo sendo pequenos sua carga calórica é alta, por apresentarem taxa reprodutiva muito rápida, eles disponibilizam permanentemente grande quantidade de alimento renovável, através da eficiente conversão da produção primária em tecido animal assimilável para os consumidores. Além disso, a função detritívora de muitas de suas espécies tem papel depurador fundamental em ambientes submetidos à poluição orgânica (Projeto Biota Fapesp www.biota.org.br/iRead). Seus principais alimentos são bactérias, ciliados e algas, também existem espécies parasitas e comensais. Sua principal função na cadeia alimentar de lagos é a de ser alimento de larvas de peixes, pois são o grupo dominante da população zooplanctônica (SAMPAIO et al., 2002). O principal uso desses animais na economia atual é o de alimento para larvas de peixes, pois os rotíferos têm ciclo de vida rápido e tem um alto teor energético, sendo mais eficientes na alimentação de larvas de peixes do que dietas artificiais (LUBZENS, ZMORA; BARR, 2000). Outro importante campo de pesquisa que envolve o grupo é o da ecotoxicologia em que são usados dados da dinâmica de população para avaliar a influência de determinados fatores abióticos sobre a população de rotíferos. As populações focais deste tipo de estudo são espécies de rotíferos e o gênero mais usado nesses ensaios é o Brachionus (Yúfera, 2001). Esse tipo de estudo que analisa as alterações na sua composição populacional natural decorrentes de variações ambientais, demonstram a possibilidade de uso de rotíferos como bioindicadores (Projeto Biota Fapesp www.biota.org.br/iRead).

Taxonomia dos rotíferos

A taxonomia dos rotíferos no sentido clássico foi caracterizada como incompleta e confusa quando os conceitos e as técnicas modernas de sistemática molecular apenas começaram a ser aplicados ao filo. Além disso, as abordagens morfológica e molecular necessitam ser integradas para que a taxonomia do grupo seja trazida para a era moderna. Foi notado que o estado atual da sistemática dos rotíferos está comprometendo a eficácia dos estudos empreendidos nos campos da ecologia aquática, das cadeias alimentares, da ecotoxicologia, e de disciplinas relacionadas (http://www.utep.edu/~rotifers/bio/home.html). A posição taxonômica mais aceita atualmente posiciona o filo Rotifera como grupo irmão do filo Acanthocephala (Garey et al., 1998). Uma sistemática do grupo, baseada em 60 caracteres morfológicos, foi proposta por Melone et al., (1998) e gerou a seguinte classificação: Superclasse Seisona

Classe Seisonidea
Superclasse Eurotatoria

Classe Bdelloidea
Ordens Adinetida
Philodinida
Philodinavida
Classe Monogononta
Ordens Collothecacea
Flosculariacea
Ploimida
O estado de São Paulo possui 236 espécies de rotíferos das 457 encontradas no Brasil (aproximadamente metade). O conhecimento atual dos rotíferos necessita, porém, de intensa revisão na identificação de algumas espécies descritas, assim como expansão das áreas de coletas. A maioria dos trabalhos considera, em geral, pontos de amostragem na região limnética dos lagos e reservatórios (de onde estão descritas a maior parte das espécies ou os gêneros de rotíferos), negligenciando importantes microhábitats presentes em regiões litorâneas, em meio às macrófitas, locais rasos e outros (além dos rios que foram insatisfatoriamente amostrados)(Projeto Biota Fapesp www.biota.org.br/iRead). Antes da introdução das técnicas moleculares, a classificação das espécies dos organismos zooplanctônicos era inteiramente baseada em caracteres morfológicos, de acordo com os conceitos clássicos de espécie. No entanto devido a confusões nas análises desses caracteres, muitas espécies podem ter sido erroneamente descritas. Essas confusões devem-se a variações intraespecíficas, como a plasticidade fenotípica, que às vezes envolve o fenômeno da ciclomorfose e ainda similaridades interespecíficas, pois existem espécies que mantêm sua estrutura morfológica sem alterações por longos intervalos de tempo mas que podem ter sofrido mudanças em caracteres genéticos ou ecológicos gerando espécies crípticas que não podem ser identificadas apenas pela análise morfológica. Além disso, a presença desse tipo de espécie gera novos desafios para os ecologistas, pois ocorrem novas interações como um potencial de competição baseada na coexistência desse complexo de espécies (ORTELLS; GÓMEZ; SERRA, 2003). A identificação desse tipo de espécie pode ser realizada através da taxonomia molecular. Os dados básicos para esses estudos são chamados marcadores moleculares, que são locos gênicos que apresentam alguma variabilidade no escopo do problema a ser estudado (SOLÉ-CAVA, 2001). Para se determinar esses marcadores moleculares pode se utilizar a técnica de PCR (reação em cadeia da polimerase), que consiste na polimerização de seqüências específicas de DNA a partir de “primers” específicos (Matioli, 2001). Dentre essas seqüências podemos destacar a região do DNA ribossômico (rDNA), que tem a função de codificar o RNA ribossômico (rRNA), que participa no processo de tradução de proteínas (MATIENZO, 2002). A organização do gene de rRNA inclui as regiões 28S, 18S e 5.8S do rDNA, cujos rRNAs irão fazer parte do ribossomo e, portanto, apresentam suas seqüências de DNA mais conservadas em relação as regiões espaçadoras internas transcritas (ITS1 e ITS2), regiões essa que não tem função codificante (Figura 1). Dessa forma, as regiões ITS podem acumular mutações e possibilitam a distinção entre táxons mais próximos filogeneticamante, como espécies do mesmo gênero (Lee; Taylor, 1992).










Figura 1. Organização dos genes de rRNA.

Uma outra ferramenta utilizada para análise dos marcadores moleculares é a técnica de RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism) que é baseada no padrão de fragmentos produzidos pela digestão de determinado DNA com enzimas de restrição (Malachias; Arias, 2001). Padrões diferentes de tamanho de fragmentos podem ser encontrados em diferentes indivíduos, caracterizando o mesmo em termos moleculares. Essas técnicas já foram utilizadas para o estudo de marcadores moleculares em diversos organismos como fungos (Lee; Taylor, 1992, Matienzo, 2002) em Triatoma rubrovaria (Pacheco et al., 2003), em Pythium periplocum (Paul; Masih, 2000), em espécies de Eimeria (HNIDA; DUSZYNSKI, 1999), entre outros.

Aspectos moleculares dos rotíferos

Os primeiros estudos sobre o genoma do filo Rotifera datam de 1989 com a discrição do mapa de restrição do DNA mitocondrial da espécie Brachionus plicatilis (King, 1989). Já em 1993 com a disseminação da técnica de PCR foram feitos estudos para se determinar polimorfismos de sítios de restrição da subunidade menor do gene de RNA ribossômico (18S rRNA) de várias espécies de rotíferos (Walsh; Starkweather, 1993), além de uma revisão sobre as novas tecnologias que possibilitam a análise filogenética baseada em caracteres moleculares (Starkweather, 1993). Os resultados desses estudos geraram as primeiras metodologias em biologia molecular para o filo Rotifera. Com o conhecimento dessas metodologias, estudos mais específicos começaram a ser desenvolvidos. Primeiramente foi descoberto o número de cromossomos de espécies de três famílias de rotíferos (Welch; Meselson, 1998a). Outro estudo do mesmo grupo de pesquisadores mensurou o tamanho do genoma de três espécies de rotíferos (Welch; Meselson, 1998b). Já em 2000 foram caracterizadas seqüências de DNA satélite de duas espécies do gênero Brachionus (Boehm; Gibson; Lubzens, 2000). Nesse mesmo ano foi descrita uma técnica de extração de DNA a partir de um único rotífero, o que possibilita análise rápida do seu genoma pela técnica de RAPD-PCR (Amplificação aleatória de DNA polimórfico baseado em PCR) (Leutbecher, 2000). Também estão relatadas a presença de íntrons no gene que codifica a triosephosphate isomerase (Welch; Meselson, 2001) e da proporção G/C em ovos de rotíferos da classe Bdelloidea (WELCH; MESELSON, 2003). Com a publicação desses dados uma frente de pesquisa importante começou a se destacar no estudo do genoma dos rotíferos. Essa linha tenta mostrar como a classe Bdelloidea conseguiu sobreviver 100 milhões de anos apenas se reproduzindo por partenogênese. Nessa linha de pesquisa um grupo de pesquisadores está atacando o problema com um estudo profundo do material genético dos animais dessa classe. Já foi demonstrada a presença de elementos transponíveis do tipo mariner e a ausência de uma transcriptase reversa funcional na classe Bdelloidea (Arkhipova; Meselson, 2000). Recentemente foram publicados dois trabalhos importantes nessa discussão sobre a evolução da classe Bdelloidea: o primeiro com estudos citológicos que utilizaram hidbridação in situ para localizar as cópias do gene que codifica a proteína hsp82, a fim de determinar o número de cópias do mesmo gene (Welch; Welch; Meselson, 2004) e o outro com estudos genéticos em que foram analisadas as seqüências da mesma proteína hsp82 em diferentes organismos de diferentes famílias da classe Bdelloidea (Welch et al., 2004), que acrescentaram mais evidências para a hipótese que a classe Bdelloidea evoluiu sem se reproduzir sexuadamente.


[editar] Biologia dos rotíferos
Apesar do seu pequeno tamanho – a maioria dos rotíferos mede entre 200 e 500 micra – estes organismos têm sistemas de órgãos especializados e um tubo digestivo completo que inclui a boca, a faringe, o estômago e o ânus. O corpo dos rotíferos é segmentado externamente, mas não internamente, é dividido em quatro regiões – cabeça, pescoço, tronco e pé e é muito flexível. Os rotíferos têm o corpo coberto por uma cutícula transparente, que sugere que estes animais sejam aparentados com os anelídeos e com os artrópodes.

Na maior parte das espécies, a cabeça tem uma coroa de cílios que se movem rápida e sincronicamente, produzindo um vórtex de água com partículas de alimentos na direcção da boca. As partículas são depois mastigadas por um aparelho maxilar específico deste grupo de animais, chamado trophi (ou mastax), localizado na faringe. As cavidades do corpo estão parcialmente forradas pela mesoderme e nelas se encontram os órgãos reprodutivos. O pé termina num "dedo" com uma glândula adesiva com que o animal se prende ao substrato.

Os rotíferos são omnívoros e algumas espécies são canibais. No entanto, a sua dieta consiste principalmente em matéria em decomposição, assim como de algas unicelulares e outros fitoplanctontes - que são os produtores primários nos ecossistemas aquáticos – e, por essa razão, estes animais são considerados consumidores primários. Por sua vez, os rotíferos são presas de consumidores secondários carnívoros, como os camarões e muitas espécies de peixes.

Foram observados vários tipos de reprodução nos rotíferos. Em algumas espécies conhecem-se apenas fêmeas que produzem filhas a partir de óvulos não fertilizados, um processo chamado partenogénese. Outras especies produzem dois tipos de “ovos” que também se desenvolvem por partenogénese: um tipo desenvolve-se em fêmeas e o outro forma machos degenerados que não conseguem sequer alimentar-se mas que, se conseguem atingir a maturidade sexual, podem fertilizar ovos que podem desenvolver-se dentro da mãe, agarrados ao seu pé, ou serem libertados para eclodirem na água.


[editar] Classificação e filogenia dos rotíferos
Com base em certas similaridades morfológicas, os rotíferos e os acantocéfalos (os vermes parasitas que constituem o filo Acanthocephala) foram durante muito tempo considerados como parentes e estudos recentes das sequências do gene rRNA 18S corroboraram este parentesco. Estes dois grupos foram durante algum tempo classificados como pseudocelomados, juntamente com uma série de outros vermes, mas as últimas análises filogenéticas puseram em causa esta hipótese dos Pseudocoelomata serem um grupo natural. De facto, muitos animais pseudocelomados, como os priapulídeos e os nemátodes, parecem ter relações muito mais próximas dos artrópodes num grupo chamado Ecdysozoa, enquanto que outros animais com um pseudoceloma, como os rotíferos e os acantocéfalos, parecem estar mais próximos dos moluscos, anelídeos e braquiópodes, num grupo denominado Lophotrochozoa.

O filo Rotifera é dividido em três classes: Monogononta, Bdelloidea e Seisonidea, entre os quais o maior é o primeiro, com cerca de 1500 espécies, seguido pelos Bdelloidea, com cerca de 350 espécies. Conhecem-se apenas duas espécies de Seisonidea, que são normalmente consideradas como mais "primitivas".


BOM É SO PROCURAR NA INTERNET, NÃO QUER TB QUE EU LEIA PRA VC NEH QUERIDINHA.

2007-02-28 15:02:10 · answer #4 · answered by Dedéia 2 · 0 0

tá querendo que facam seu trabalho do colegio, é?

2007-02-27 13:58:14 · answer #5 · answered by pdrtlls 2 · 0 0

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