PEDRA HUME.
HISTORICO
Segundo Hume, todas as nossas percepções se dividem em duas classes ou espécies, as quais, por sua vez, somente se distinguem entre si pelos seus diferentes graus de força e vivacidade. Ãs mais fortes e vivas, Hume chama de impressões; à s mais fracas, Hume chama de idéias: ou estamos tendo a sensação viva e forte de algo, ou dele estamos nos lembrando. Fora das impressões e das idéias não há pensamento, não há mente: a mente é somente uma coleção de impressões e idéias. Por exemplo, uma maçã é um corpo que possui uma determinada cor, um determinado gosto e uma determinada forma; quando a vemos estamos tendo uma impressão complexa, pois estamos juntando num mesmo corpo, cor, forma e gosto, quando dela nos lembramos estamos tendo uma idéia complexa. Embora nada possa parecer mais livre e ilimitado do que o pensamento humano, nada mais podemos fazer além de juntar ou separar idéias, que nos chegam por meio de impressões – as idéias simples, aquelas que não podem mais ser decomposta em outras, sempre derivam de impressões. A partir disso, Hume estabelece sua primeira regra sobre o conhecimento humano: todas as nossas idéias simples sempre derivam de impressões simples: não terÃamos a idéia do vermelho se antes não tivéssemos tido a impressão do vermelho.
A partir disso, qual a natureza da idéia de causa? De onde vem a impressão dessa idéia? Quando observamos duas bolas de bilhar se chocando, dizemos que uma foi a causa do movimento da outra, mas onde está a impressão da causa? Tudo o que nossos sentidos pode nos fornecer é o fato de que após duas bolas se chocarem, uma, que antes estava parada, passa a se movimentar, mas de onde retiramos a idéia de causa? Apenas pela observação do objeto não podemos dizer do que ele é ou será causa. Assim, um acontecimento sucede a outro, mas não conseguimos observar aquela conexão necessária que nos diz que x é causa de y. Parece que essa conexão necessária da causa ao efeito somente nos pode vir pela repetição constate do evento em consideração: mas, qual a diferença em observarmos uma pedra caindo ao chão, e repetirmos essa observação milhares de vezes? Todas as repetições não serão iguais às primeiras? Sim, serão; mas a repetição, apesar de nada mudar no fato, muda a nossa percepção sobre o fato. Após observarmos o mesmo exemplo várias vezes, surge em nós uma nova impressão, uma impressão de reflexão, e é essa impressão, essa sensação interna, que será a conexão necessária entre dois eventos. A causalidade, portanto, assim como a necessidade, não é algo que encontramos nos próprios objetos, mas na mente.
Desta forma, o que nos leva a inferir que se soltarmos uma pedra, ela cairá ao chão? Hume diria: o hábito. Adão, assim que criado, ainda que já tivesse suas qualidades perfeitamente desenvolvidas, não poderia ter inferido da fluidez e transparência da água que ela o afogaria, nem da luz e do calor do fogo que ele o queimaria. A audição de uma voz no escuro nos garante a presença de uma pessoa. Por quê? Porque sempre que escutamos uma voz, ela estava acompanhada do corpo de uma pessoa. Se encontrarmos um relógio em uma praia, poderemos ter certeza de que uma pessoa esteve lá. Por quê? Porque sabemos, pela experiência passada, que somente pessoas utilizam relógios. Mas do fato de uma pedra sempre cair quando a soltamos não podemos inferir que ela sempre cairá: não há como demonstrar sua necessidade, porque sempre podemos imaginar que a pedra permaneça no ar (possibilidade lógica); não podemos demonstrar indutivamente, pois estarÃamos utilizando a indução para validar a própria indução. Se acreditamos que teremos nossa sede e nossa fome saciadas pela água e pela comida, é apenas porque nos habituamos a ver uma coisa (ter a sede a fome saciadas) seguir-se a outra (beber água e comer).
A partir disso, conhecer o mundo não significa nada mais do que conhecer a natureza humana. Jamais teremos acesso a como o mundo realmente é ou mesmo se existe um mundo: só temos acesso à s nossas impressões e idéias. A realidade é apenas a relação de nossas impressões com nossos hábitos. Conhecer a realidade, então, significa conhecer como nossas impressões se relacionam com nossos hábitos. Neste aspecto, Hume não construiu as bases do positivismo como erroneamente muitos pensam, mas as bases do contextualismo contemporâneo de Wittgenstein, Quine, Kuhn e Rorty, no qual todo o conhecimento, inclusive o cientÃfico é contingente, fruto dos acordos, das crenças e dos interesses dos cientistas.
GILBERTO CABRAL DA SILVA
Formado em filosofia e Mestre em Ciências da Religião pela PontifÃcia Universidade Católica de São Paulo escrevendo sobre David Hume, ceticismo e Religião Natural. Autor de vários artigos em revistas acadêmicas, e membro do Conselho Editorial da arScientia.
gilbertvscabral@hotmail.com
São Paulo - SP
(Está autorizada a reprodução deste texto. Solicita-se que a fonte seja mencionada e linkada
INFORMAÃÃES UTEIS
PEDRA HUME CAÃ - Myrcia uniflora
Introdução - Myrcia uniflora DC da famÃlia da Myrtaceae com mais de 150 espécies de Myrcia indÃgenas na América do Sul tropical e na Ãndia Ocidental. Pedra Hume Caá, usada nas tribos indÃgenas na floresta tropical no tratamento de diabete, diarréia, e disenteria. A tribo de Taiwanos da Amazônia Noroeste considera as folhas como um adstringente e usa isto para diarréia persistente. Dr. Cruz, um médico brasileiro apelidou a planta de "insulina vegetal" em 1965.
Descrição Botânica - Pedra Hume Caá é um arbusto de tamanho médio que cresce em regiões mais secas do Amazonas e em outras partes de Brasil. Tem folhas verdes pequenas e flores grandes laranja-avermelhadas
Nomes Populares - Pedra hume caá, Pedra-ume-caá, Insulina Vegetal
Composição QuÃmica - Terpenos, sesquiterpenos, beta-amirina, eucaliptina
Propriedades Terapêuticas - Diabetes, problemas renais, hemorróidas, inflamação de útero e ovário, diurético.
Bibliográficas: - Banco de dados da Fundação Brasileira de Plantas Medicinais-Estudo realizado na UNESP (Jaboticabal - SP), Plantas Medicinales Amazônicas: Realidad e Perpectivas- Equador, 1994.
www.biosapiens.com.br
DICA
www.hemafarma.com.br
ABRAÃOS.
MARCIO LANDIN
2007-02-27 05:45:54
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answer #2
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answered by ÍNDIO 7
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