Afinal caiu em si,
se perguntou
"Eu sempre existi?
e onde estou?
Chamam-me a cada
minuto, cada momento
cada grito! Que enrascada!
Eu num eterno tormento.
Sou só, ninguém ao redor.
Nem mamãe ou papai
e de tudo, o que é pior!:
"Dizem que sou eu o pai.
Pai de quem? Que fiz eu?
Apenas observo, olho, vegeto
no crepúsculo, o lar meu
por eras neste infindo deserto.
Fazem torres, tótens, basílicas
chamam-nos de minha casa
Mas não sei de nada picas
não sei voar não tenho asas.
Porque me atormentam com preces?
Porque me perguntam, às vezes
furiosos, irados, porque não desces?
São como gado, punhado de reses.
Estou cansado, me sinto enojado,
terminal. Já não tenho nada a fazer.
Só contemplo esse homem calado
Olhando prá cima esperando-me descer.
Mas não estou no Olimpo, não estou
Não sei que lugar é este, que faço aqui.
Não sei de onde vim, o que eu sou,
Sou o poderoso, dizem, mas não tô nem
aí."
2007-02-21
10:41:08
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4 respostas
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perguntado por
Anonymous
em
Artes e Humanidades
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