Do norte e nordeste do país vêm os primeiros exemplos de organização de mulheres. Aconteceram no século XIX e eram voltados para a causa abolicionista. Nasceu no Ceará, em 1882, a Sociedade das Senhoras Libertadoras ou Cearenses Libertadoras, sob a presidência de Maria Tomásia Figueira, que, em parceria com Maria Correia do Amaral e Elvira Pinho, fundou associações em Fortaleza e no interior, atuando em defesa da liberdade. Em 1884, a Assembléia Legislativa provincial, finalmente, decretou o fim da escravidão no Ceará. Nesse mesmo ano, foi criada, na cidade de Manaus, a associação Amazonenses Libertadoras, fundada por Elisa de Faria Souto, Olimpia Fonseca, Filomena Amorim, entre outras – todas brancas e representantes da elite local. Contudo, elas defendiam a emancipação de todos os escravos do solo amazonense, o que aconteceu, em 30 de março de 1887, um ano antes da Lei Áurea.
Também digna de nota e cheia de surpresa, a Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita, criada em 1906, no Rio de Janeiro, reuniu prostitutas de origem judaica, que administraram a Associação por mais de 80 anos, prestando assistência social a essas mulheres esquecidas pelo Estado e discriminadas pela comunidade judaica. Chegaram a fundar uma sinagoga. Entre suas diretoras, destacaram-se Matilde Hüberger, Emmy Zusman e Amália Schkolnik.
Em 1910, portanto, 21 anos depois da proclamação da República. Leolinda Daltro e outras feministas, entre elas, a escritora Gilka Machado, fundaram, na então capital federal, o Partido Republicano Feminino, cujo objetivo era “promover a cooperação entre as mulheres na defesa de causas que fomentassem o progresso do país”. O grande mote do Partido, como não poderia deixar de ser, era a luta pelo sufrágio feminino – traço de ironia e uma boa dose de afronta à ordem constituída –, uma vez que as mulheres não podiam votar e nem ser votadas.
Esse grupo de feministas adotou uma linguagem política de exposição pessoal diante de críticas da sociedade, realizando manifestações públicas que não foram tratadas com indiferença pela imprensa e os leitores. O Partido Republicano Feminista teve o mérito inegável de lançar, no debate público, o pleito das mulheres pela ampla cidadania.
Em 1917, a agitação social que veio com as greves operárias, o movimento anarquista e o fim da primeira guerra mundial aliou-se à melhor escolariedade de mulheres da elite e trouxe à tona uma outra geração de feministas.
No ano de 1920, surgiram vários grupos intitulados Ligas para o Progresso Feminino, embrião da poderosa Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Fundada em 1922 e dirigida por Bertha Lutz, a Federação teve papel fundamental na conquista do sufrágio feminino e, por extensão, na luta pelos direitos políticos da mulher. Destacou-se também como organização feminista com maior inserção nas esferas de poder da época. Durante sua existência, suas militantes escreveram na imprensa, organizaram congressos, articularam com políticos, lançaram candidaturas, panfletaram em aviões, representaram o Brasil no exterior.
Ao mesmo tempo, fora dos círculos do poder, havia um número importante de mulheres ativistas ligadas a outras ideologias e tradições. Maria Lacerda de Moura, por exemplo, tornou-se uma escritora polêmica, que questionava os padrões comportamentais impostos às mulheres. Ela defendia o amor livre e negava a maternidade como um destino inevitável.
Do lado dos comunistas, Laura Brandão e Maria Lopes integravam o Comitê das Mulheres Trabalhadoras, faziam propaganda em porta de fábrica e tentavam aproximar o operariado feminino e o Partido Comunista Brasileiro.
A sufragista gaúcha Natércia da Silveira, uma dissidente da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, fundou, em 1931, a Aliança Nacional de Mulheres, que prestava assistência jurídica à mulher. A Aliança chegou a ter 3 mil filiadas, mas foi fechada pelo golpe de 1937, que aboliu as liberdades democráticas e abortou as organizações políticas e sociais do país.
Esas organizações são apenas alguns exemplos. Por esse país imenso, muitas mulheres, infelizmente anônimas para a história oficial, pintaram, bordaram e ousaram formas de se organizar. De um jeito ou de outro, elas deram o seu recado.
2007-02-20 09:13:08
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answer #1
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answered by Anonymous
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A partir da década de 60, uma década após Simone de Beauvoir ter escrito o livro O segundo sexo, aonde denúncia as raízes culturais e sociais da desigualdade sexual, as teorias feministas já passam a uma necessidade de compreensão do universo no qual a mulher está inserida a partir da construção social de sua condição. Incorporam, portanto outras frentes de luta, e começam a forjar o conceito de gênero e da hierarquia mascarada pela diferenciação de papéis.
2007-02-20 09:14:23
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answer #2
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answered by MariaCrissssss 7
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na época de adão e eva já existia o feminismo
2007-02-20 09:35:31
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answer #3
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answered by pqd 3
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Nos anos 60, com o aparecimento da pílula, a mulher ficou mais independente, começou a trabalhar, e a ficar dependendo menos do homem.
Antes elas tinhas mais filhos e não podiam ser independentes, com o aparecimento da pílula ela pode controlar quando e quantos filhos queria ter.
2007-02-20 09:16:40
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answer #4
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answered by Veterana. 7
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Ao longo da História, as mulheres têm sido discriminadas, e o "Feminismo" nasceu da necessidade do desenvolvimento espiritual. Só que isso pode custar não só uma vida inteira como muitas vidas, ainda assim sem nenhuma certeza que um dia será alcançado! (Até porque hoje, o incremento espiritual normal, gerado com naturalidade no seio familiar, está sem rumo). Na sociedade moderna as crianças são criadas sem assimilar o real conceito de Família, desmontado a partir da suposta liberação feminina. Com tal afirmação não me coloco contra o movimento original e legítimo, começado timidamente na luta iniciada num domingo, 8 de março de 1857, nos Estados Unidos, quando 126 mulheres foram covardemente queimadas vivas dentro de uma fábrica, só por estarem reivindicando melhores condições de trabalho, mas até pouco tempo, no modelo da sociedade patriarcal, os homens conheciam seu espaço e, acertadamente ou não, atuavam e se guiavam nele, no que eram seguidos ou não pelos filhos (hoje, a cada 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, mas na prática, começa em 1° de janeiro e acaba em 31 de dezembro de cada ano, para então recomeçar). Ninguém nega que a luta pela liberação feminina se constituiu em inegável avanço social para elas, principalmente pela desigual disputa no mercado de trabalho que, infelizmente, muito falta a ser conquistado (atualmente, de toda população brasileira, quase 50% depende do trabalho feminino e no estado de São Paulo, 56% das mulheres concluíram o ensino médio, contra 34% dos homens e, apesar de melhor nível, continuam remuneradas bem abaixo dos “picões” e, se forem negras, as dificuldades triplicam). Na luta feminina por liberdade sexual um grande conflito nasceu, pois muitas afogaram a própria ternura, priorizando atributos físicos e unindo-se à mesma bandeira de feministas mal-amadas, associaram-se ao advento de métodos anticoncepcionais artificiosos sem se preocuparem em criar uma nova fórmula de relações para vigorar com relação à família, e menos ainda, na educação e formação dos filhos, e nessa quebra (talvez irreparável) do anterior sistema familiar, a referência ficou perdida. Na sociedade anterior (que nem se pode afirmar patriarcal), um homem de caráter se orgulhava em ser exemplo para os filhos e, sob o mote de “é de pequenino que se torce o pepino”, guiava-os como lhe parecia reto aos olhos da sociedade. Toda criança normal anseia por ídolos e heróis nos quais se espelham, mas hoje só dispõem de falsos ídolos (artistas, desportistas, fictícios “reis” e “rainhas” de mmerda) que vêem na TV. Enquanto desenvolve a personalidade, a criança requer cuidados, sendo normal chamar atenção sobre si para testar a capacidade de domínio paterno até durante os folguedos, mas se sentir uma possível inversão, como num “jogo”, tenta manipular os pais, ao descobrir que “quem dá as cartas tem mais poder”. Hoje, como é que o pequeno “guerreiro” se deixará guiar por um “pai-herói” que, sob a armadura do avental e armado de um espanador, venha lhe dar ordens, realizando trabalhos domésticos, enquanto a mãe “machona” finge desconhecer que a função feminina é de “ser preenchida” e não de “preencher”? Não se trata de poder político já que as mulheres, por mais sensíveis, podem se sair melhores que os homens, independente da índole (exemplos vem desde a rainha Vitória, que dos dezoito ao sessenta e quatro anos com toda decência, conduziu e desenvolveu os destinos da Inglaterra, aliás, contrastando com o comportamento devasso de Catarina II, da Rússia, que desde os trinta e três até sessenta e seis anos também soube elevar seu país à grande potência), mas na “antiga” estrutura familiar, sob a proteção da imaculada Estrela que as guiavam, materializada em Lourdes (França), em Fátima (Portugal) e outras partes do mundo, as mulheres eram mais inspiradas (hoje, as idolatradas pelas mulheres, são tipo “pop” e “star”, conhecidas “pop-stars” espelhadas em outros tipos de “madonnas”) e lhe cabia o papel de guardiã moral e decência, para criar os filhos. Atualmente, para acompanhar a cerimônia do casamento as noivas escolhem a música pela eloqüência do título, mas quantas sabem que o termo Magnificat, nome das mais escolhidas, é simples oração de humildade e devoção, usada quando da submissão de Maria ao poder divino de Deus? Nas últimas quatro décadas, dentre os fatores que concorreram para provocar tantas alterações sociais, a omissão culposa dos pais, premidos pela repentina liberação de costumes (louvável apenas no seio de sociedades civilizadas e educadas para entendimento prévio dos próprios costumes) contribuiu para aumentar a criminalidade e conseqüente população carcerária, já que até os pais de famílias humildes renunciaram ao direito de continuar provendo os filhos com parâmetros de comparação entre o que achavam certo ou errado, forçados pela mídia aberta do Ocidente a “enterrar” princípios eternos e que ficaram ocultos à maioria dos jovens atuais. Mesmo cegos desses valores – o que não significa sua rejeição ou oposição - muitos jovens “pressentem”, até por instinto, ou em trechos de Elis Regina “...ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, que muitas lições lhes foram negadas, não as tendo aprendido dentro do lar. Por que continuar mantendo-os desinformados? Na “guerra dos sexos” (perdida pelos homens), se ainda não houve a inevitável separação, ao paizão é difícil explicar ao filho que “rachadura” serve para designar simples lasca na parede e não o que ele imagina quando olha para a mãe, e o resultado natural é assistir com desconforto o crescimento do número de crianças sem referencial paterno, buscando fuga em drogas, e realizando inóspitas incursões: “transformistas”, “gays”, “drag-queens” e outras modalidades de “boiolismo crônico”, gerados em permissivismo sexual jamais registrado em toda a história humana: sadismo, masoquismo, homossexualismo, lesbianismo, bissexualismo e outras perversões sexuais e desvios de personalidade (descaradamente incentivados em programas de Rádio e TV, por pessoas seduzidas por tais vícios que se dizem “simpatizantes”, e até defendem legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e à formalização de núcleos familiares advindos das mais abjetas “uniões”). Assim, não vejo importância na data que começou, mas na data em que vai acabar esse movimento.
2007-02-20 10:26:27
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answer #5
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answered by Origem9Ω 6
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