Uma história do(s) terrorismo(s)
por Renato Pompeu
O terror começou como terror de Estado; o de anti-Estado só surgiu depois. E o de Estado ainda predomina.
Provocar o terror nas populações para alcançar fins políticos, militares, religiosos ou econômicos é tão antigo quanto as primeiras sociedades humanas. Haja vista que os dois satélites do planeta Marte, nome do antigo deus da guerra, são Fobos e Deimos, o Medo e o Terror, em grego, duas táticas de guerra bastante conhecidas e utilizadas ao longo de toda a história. Na Grécia antiga, o historiador militar Xenofonte já aconselhava a prática de assassínios em países potencialmente adversários, para criar pânico entre a população potencialmente inimiga. Os imperadores romanos e os padres da Inquisição da Igreja Católica Romana são bem conhecidos pelas suas atrocidades contra recalcitrantes. Nunca é demais ressaltar, além disso, que a escravidão só pôde sobreviver na Antiguidade e nas Américas coloniais por causa do regime de terror, estatal e privado, a que os escravos eram submetidos.
Mas a primeira vez em que surgiu o termo “terrorismo” foi com referência ao chamado período do Terror na Revolução Francesa de 1789. O Dicionário da Academia Francesa, na edição de 1798, assinala o termo como significando “sistema ou governo baseado no terror”. O período do Terror foi a época da Revolução Francesa em que governos ditatoriais guilhotinaram 12.000 pessoas, primeiro da direita e depois da esquerda. O terrorismo entra na linguagem, portanto, como terrorismo de Estado, que já era sua forma quase exclusiva antes de ele ser “batizado”.
2007-02-20
01:19:36
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perguntado por
Anonymous
em
Artes e Humanidades
➔ História