MEMÓRIA DE NOSSO POVO: AS ORIGENS DO CARNAVAL
HISTÓRIA
(Do IV milênio a.C. ao século VII a.C.) O Carnaval Originário tem como marco inicial a criação dos cultos agrários e, como ponto final a oficialização das festas a Dioniso, durante o reinado de Pisistrato na Grécia, de 605 a 527 a.C.
O PRIMEIRO CENTRO DE EXCELÊNCIA DO CARNAVAL
O Primeiro Centro de Excelência do Carnaval se localiza no Egito. É o modelo mais simples que consta de danças e cânticos em torno de fogueiras, incorporando-se aos festejos, máscaras e adereços e, à medida que as sociedades evoluem para a divisão de classes, orgias e libertinagens (na acepção de liberdade, culto ao corpo, ao belo humano). Os festejos logo se ligam a totens e deuses ( é importante e relevante lembrar que o fogo, água, terra e o ar entram em conjunção com as forças vitais sobre as quais repousam o universo).
ORIGENS
Esclarecemos, ainda, que há dúvida quanto a data da descoberta da agricultura. Sabemos, no entanto, que o surgimento da agricultura só ocorreu após o final da última glaciação da Terra, há, aproximadamente, 10.000 anos a.C., quando melhores condições climáticas fizeram surgir nos lugares das imensas e inóspitas geleiras, bosques e pradarias, ricas em recursos animais e vegetais. O novo ambiente da Terra fez com os humanos saíssem das cavernas para os campos. Livres da predação dos grandes animais, desaparecidos, os homens evoluíram para domesticação e criação dos animais e cultivo dos vegetais (sedentarização). Favorecidos pelos humos (ou limo) que deixavam extremamente fértil as terras irrigadas pelo rio Nilo, teriam sido os povos que, primitivamente, habitavam suas margens e que a partir de 4000 anos a.C. evoluíram para as unidades políticas chamadas "Nomos", os verdadeiros criadores da agricultura e dos cultos agrários. O homem começou a entrar no reino da utopia através da comemoração. No momento da festa se desligava das coisas ruins, que concretamente tinham ido embora (o inverno que o prendiam aos abrigos) e saudava o que lhe parecia um bem ( a entrada da primavera, o término das enchentes do rio Nilo, o nascer e o pôr do sol), com danças e cânticos para espantar as forças negativas que prejudicavam o plantio.
CULTOS AGRÁRIOS
No Egito, festa da Deusa Ísis e do Boi Apís.
Na Pérsia, festas da deusa da Fecundidade Naita e de Mitra, deus dos Pastores; na Fenícia, Festa da deusa da Fecundidade Astarteia. Em Creta, festa da Grande Mãe, deusa protetora da terra e da fertilidade, representada por uma pomba. Na Babilônia, as Sáceas, festas que duravam cinco dias e eram marcadas pela licença sexual e pela inversão dos papéis entre servos e senhores, e pela eleição de um escravo rei que era sacrificado no final da celebração.
CARNAVAL PAGÃO
(Do século VII a.C. ao século VI d.C.).
O Carnaval Pagão começa quando Pisistráto oficializa o culto a Dioniso na Grécia, no século VII
a.C. e, termina, quando a Igreja adota, oficialmente, o carnaval, em 590 d.C.
O SEGUNDO CENTRO DE EXCELÊNCIA DO CARNAVAL
O Segundo Centro de Excelência do Carnaval localiza-se na Grécia e em Roma, entre o século VII a.C. e VI d.C.. Com as sociedades já organizadas em castas e rígidas hierarquias, com a nobreza, o campesinato e os escravos, nitidamente separados por classes acentuam-se as libertinagens e licenciosidades, provocadas, ao que se supõem, pela necessidade de válvulas de escape ( era o culto ao corpo sem culpa da filosofia escoástica). Sexo, bebidas e orgias incorporam-se, definitivamente, às festas que, juntamente com o elemento processional e a inversão de classes, compõem o modelo que alguns autores consideram o fulcro estético e etimológico do carnaval.
AS DIONÍSIAS GREGAS
Dioniso: de Dio (s), céu, em Trácio e Nysa, filho do céu, também chamado Baco - ambos nomes de origem grega, sendo que Baco aparece pouco mais tarde na literatura grega (em Édipo Rei, de
Sófocles - século V a.C.)- tem outros epítetos, como IACO, BRÔMIO e ZAQUEU.
Esses nomes, com o mesmo significado ,surgem em cultos no mundo do Mediterrâneo.
IACO: Grande grito, era o deus que conduzia a procissão nos mistérios de Eleuses (Grécia) com exclamações coletivas de entusiasmo dos peregrinos.
BRÔMIO: Significa "estremecimento, ruído surdo e prolongado". Era uma espécie de transe que se apossava dos adoradores do deus durante o seu culto.
ZAQUEU: Nome com que Dioniso era conhecido, sobretudo, na Ásia Menor e em Creta. Zaqueu é o grande caçador que aparece em algumas peças de Esquilo, no século VI a.C..
DIONISO, como era mais conhecido, permaneceu por longo tempo confinado nos campos, somente aparecendo, tardiamente, na Pólis de Atenas.
A explicação é dada por Junito de Souza Brandão em sua Mitologia Grega, (pág. 117 e 133):
"Viu-se que o deus do êxtase e do entusiasmo, até mais ou menos a década dos anos 50, era considerado como uma divindade que chegara tardiamente à Hélade. Pois bem, a partir de 1952, as coisas se modificam: é a decifração de uma parte dos hieróglifos cretomicênicos por Michael Ventris, segundo se mostram no Volume I, pág. 53 ou mais precisamente, a decifração da linear B, consoante a classificação de Arthur Evans, demonstrou que o deus já estava presente na Hélade, pelo menos desde o século XIV a.C., conforme atesta a tabela X de Pilos. Há de se perguntar por que um deus tão importante, já documentado no século XIV, só se manifesta de forma aparentemente grotesca, no século IX e só a partir dos fins do século VII a.C. tem sua entrada solene na mitologia e na literatura? É quase certo que o adiado aparecimento de DIONISO e sua tardia explosão no mito e na literatura se deveram sobretudo a causas políticas. Com seu êxtase e entusiasmo o filho de Semethe era uma séria ameaça à Pólis aristocrática, à Pólis dos Eupátridas, ao status quão vigente cujo suporte religioso eram os aristocratas deuses olímpicos. Com as características, ora de deus da cultura do vinho e da figueira, ora simbolizado pela Hera e pelos Pinheiros, ora representados pelo bode, Dioniso, o deus da transformação e da metamorfose, que havia sido expulso de Olimpo, todos os anos, chegava à Grécia, aos primeiros raios de sol da primavera, acompanhado de um séquito de sátiros e ninfas sendo saudado pelos fiéis com música, danças, algazarras, vinhos, sexo e também violência que por vezes terminava em tragédia".
Teria sido PISISTRATO, governante de Atenas (605 - 527 a.C.) o responsável pela oficialização do culto a Dioniso na Grécia.
PISISTRATO além de incentivar o culto a Dioniso entre os camponeses e lavradores organizou oficialmente as procissões dionisíadas onde a imagem do deus Dioniso era transportada em embarcações com rodas (carrum navalis) simbolizando que o deus havia chegado a Atenas pelo mar, puxadas por sátiros (semi deuses que segundo os pagãos tinham pés e pernas de bode e habitavam as florestas) com homens e mulheres nús, em seu interior. Seguindo o cortejo, uma multidão de mascarados, meio a um touro, que depois seria sacrificado, percorria as ruas de Atenas em frenéticas passeatas de júbilo e alegria. A procissão terminava no templo sagrado, o Lenaion, onde se consumava a hierogamia (o casamento do deus com a Polis inteira em procura da fecundação). A festa em louvor a Dioniso se desdobrava em quatro celebrações, em Atenas: as Dionísias Rurais, as Leneias, as Dionísias Urbanas ou Grandes Dionisias e as Antestérias, se estendendo de dezembro à março. Estas festas que tiveram grande desenvolvimento no século VI a.C. acabaram por gerar o que se pode chamar "bagunça Dionisíaca", por isso foram fortemente reprimidas no século V a.C., no auge do desenvolvimento artístico cultural da Grécia (governo de Péricles - 443 - 429 a.C.) quando a cidade foi embelezada por monumentos como Partenon espalhando seu brilho por todo Mediterrâneo. Nesse tempo mudou, inclusive, a excelência grega e a concepção do teatro. O século V a.C. foi o grande período da Grécia Clássica. Entretanto a influência política e cultural somente atingiu seu esplendor no século IV quando Alexandre, o Grande, expandiu as conquistas gregas formando colônia em lugares afastados como o leste do Afeganistão e as fronteiras da Índia. É a chamada época Helenista. Nessa ocasião foi introduzida na Grécia o culto a Isis (vide deusa Isis no (Egito).
Em 370 a.C., quando Atenas perde a hegemonia da arte já se pode sentir a penetração do culto a Dioniso em Roma. As BACCHANTES, sacerdotisas que celebravam os mistérios do culto a Dioniso, nesse tempo mais conhecido como BACO (é com o nome de BACO que Dioniso entrou em Roma, daí alguns estudiosos afirmarem a origem italiana da palavra), ao invadirem as ruas de Roma, dançando, soltando gritos estridentes e atraindo adeptos em número crescente, causaram tais desordens e escândalos que o Senado Romano proibiu as BACANAIS, em 186 a.C..
SATURNÁLIAS ROMANAS
Saturno, deus da agricultura dos antigos romanos, identificado como CRONOS pelos gregos, pregava a igualdade entre os homens e foi quem ensinou a arte da agricultura aos italianos. Também expulso do Olimpo, Saturno chegava com os primeiros sopros do calor da primavera e era saudado com festas e um período de liberação das convenções sociais. Durante as Saturnálias os escravos tomavam os lugares dos senhores. Não funcionavam os tribunais e as escolas. Os escravos saiam às ruas para comemorar a liberdade e a igualdade entre os homens, cantando e se divertindo em grande desordem. As casas eram lavadas, após os excessos libertários que aconteciam de 17 a 19 de dezembro (no hemisfério norte correspondia à entrada da primavera. Com a reforma do calendário e a inclusão de mais dois meses, julho e agosto, em homenagem aos imperadores romanos Júlio Cesar e Augusto formam empurrados para diante) seguiam-se a sua Purificação com as LUPERCAIS, festas celebradas em 15 de fevereiro, em homenagem ao deus Pã que matou a loba que aleitara os irmão Rômulo e Remo, fundadores de Roma. Os Lupercos, sacerdotes de Pã, saiam nús dos templos, banhados em sangue de cabra e depois lavados com leite e cobertos por uma capa de bode perseguiam as pessoas pelas ruas, batendo-lhes com uma correia. As virgens quando atingidas acreditavam se tornarem férteis e as grávidas, se tocadas, conseguiam livrar-se das dores do parto.
Suetônio conta que no tempo das Saturnais todos os participantes e os escravos podiam dizer verdades a seus senhores indo até ao extremo de ridicularizá-los do jeito que bem entendessem. O filósofo alemão (FRIEDRICH) NIETZSCHE - 1844-1900 - em sua obra, O NASCIMENTO DA TRAGÉDIA, a respeito de DIONISO e APOLO, deuses opostos, entre o cáos e a ordem, faz um belo estudo sobre estes "mitos" e suas influências na vida humana, que regulam o equilíbrio entre as forças antagônicas e permitem um viver mais adequado. Para NIETZSCHE a arte é a única justificativa possível para o sofrimento humano, por isso combate a moral cristã que lhe parece fruto do ressentimento de frustados. Anticristão e ateu o escritor exalta a vontade de poder do grande indivíduo (super homem).
Justificando o posicionamento de NIETZSCHE, José Guilherme Merquior, em "Saudades do Carnaval" diz: "é fácil calcular a intensidade dos inconvenientes dessa atitude anti-natural quando a civilização racionalizada da Idade Moderna suprimiu justamente os pulmões carnavalescos da cultura. O Cristianismo da sociedade industrial, a religiosidade do tempo de NIETZSCHE não só havia negado e sufocado toda válvula orgiástica - toda composição sistemática com erros e carisma - como virara franca ideologia da sublimação ressurgida das massas aburguesadas , era nesse contexto, que a moral da renúncia significa repressividade absoluta, e repressividade doentia, "indecorosa" para usar a expressão do anti-cristo. O ascetismo vitoriano, a serviço da massificação repressiva, da "redução à mediocridade", de todas as dimensões morais do homem eis o que levou NIETZSCHE a um desmascaramento indignado do cristianismo". A visão de NIETZSCHE sobre o carnaval, em confronto com a do historiador e filósofo russo MIKHAIL BAKHTIN se aproximam, quando consideram a festa um rito coletivo onde foliões fantasiados e mascarados se transformam num "outro", numa espécie de efeito catártico regulador do equilíbrio social. O Carnaval é uma trégua, um alívio da hipocrisia social e do medo do corpo.
O CARNAVAL CRISTÃO ( Do século VI d.C. ao século XVIII d.C.)
O Carnaval Cristão inicia o seu desenvolvimento quando a Igreja Católica oficializa o carnaval, em 590 d.C., e adquire suas características básicas, na Renascença. Termina no século XVIII, quando um novo modelo de carnaval (pós-moderno) começa a se delinear. O terceiro Centro de Excelência do Carnaval fixou-se nas cidades de Nice, Roma e Veneza e passou a irradiar para o mundo inteiro o modelo de carnaval que ainda hoje identifica a festa, com mascarados, fantasiados e desfiles de carros alegóricos e que muitos autores consideram o verdadeiro carnaval.
CARACTERÍSTICAS
Quando o cristianismo chegou já encontrou as festas, ditas orgiásticas, no uso dos povos. Por seus caracteres libertinos e pecaminosos foram a princípio condenados pela Igreja Católica. Teólogos, doutores e Papas da Igreja, como São Clemente de Alexandria (escritor e doutor da Igreja - 150 - 213 d.C.) TERTULIANO (teólogo romano - Cartago - 155 - 266 d.C., grande pensador polemista dos primeiros séculos da Igreja, combateu tenazmente o relaxamento dos costumes); SÃO CIPRIANO (Bispo e mártir. Padre da Igreja Latina, Cartago, iniciado no século III. Foi decapitado por ocasião das perseguições de Valério); Inocêncio II (Papa-Roma: 1130-1140), entre outros, foram contra o Carnaval.
A Igreja Católica e o Estado Feudal impuseram às cerimônias oficiais um tom sério e sisudo, como uma forma de combater o riso, ritual dos festejos, que em geral descambavam para as permissividades. Entretanto, o povo parecia não observar este tipo de conduta. Indiferente ao oficialismo imposto respondia com atos e ritos cômicos. Para se entender o fenômeno vamos transcrever um trecho do livro de MIKHAIL BAKHTIN - a Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento - O contexto de François Rabelais: "Os festejos de carnaval com todos os atos e ritos cômicos que a ele se ligaram, ocupavam um lugar muito importante na vida do homem medieval. Além dos carnavais propriamente ditos que eram acompanhados de atos e procissões complicadas que incluíam as praças e as ruas durante dias inteiros, celebrava-se também a "Festa dos Tolos" (festa Stultorum) e a "Festa do Asno"; existia também um "Riso Pascal" (Risus Paschalis) muito especial e livre, consagrado pela tradição. Além disso, quase todas as festas religiosas possuíam um aspecto cômico popular e público, consagrado também pela tradição. Era o caso por exemplo das "Festas do Templo" habitualmente acompanhadas de feiras com seu rico cortejo e festejos públicos (durante os quais se exibiam gigantes, anões, monstros e animais sábios). A representação dos mistérios e soties dava-se num ambiente de carnaval, o mesmo ocorria com as festas agrícolas, como a vindita que se celebravam igualmente nas cidades. O riso acompanhava também as cerimônias e os ritos da vida cotidiana: assim, os "bufões" e os "bobos" assistiam sempre às funções do cerimonial sério, parodiando o seus atos (proclamação dos nomes dos vencedores dos torneios, cerimônia de entrega do direito de vassalagem, iniciação dos novos cavaleiros, etc. Nenhuma festa se realizava sem a intervenção dos elementos de uma organização cômica, como por exemplo, a eleição de rainhas e reis "para rir" para o período da festividade. Todos esses ritos e espetáculos apresentavam uma diferença notável, uma diferença de princípio, poderíamos dizer, em relação às formas do culto e às cerimônias oficiais sérias da Igreja ou do Estado Feudal. Ofereciam uma visão do mundo, do homem e das relações humanas totalmente diferentes, deliberadamente não oficial, exterior à Igreja e ao Estado; pareciam ter construído, ao lado do mundo oficial, um segundo mundo e uma segunda vida aos quais homens da Idade Média pertenciam em maior ou menor proporção, e nos quais eles viviam em ocasiões determinadas. Isso criava uma espécie de dualidade do mundo e cremos que, sem levá-las em consideração, não se poderia compreender nem a consciência cultural da Idade Média, nem a civilização renascentista. Ignorar ou subestimar o riso popular na Idade Média deforma também o quadro evolutivo histórico da cultura européia nos séculos seguintes.
A dualidade na percepção do mundo e da vida humana já existia no estágio anterior da civilização primitiva. No folclore dos povos primitivos encontrava-se paralelamente aos cultos sérios (por sua organização e seu tom) a existência de cultos cômicos, que convergiam as divindades em objetos de burla e blasfêmia (Riso Ritual); paralelamente aos mitos sérios, mitos cômicos e injuriosos, paralelamente aos heróis, seus sósias paródicos. Há pouco tempo os especialistas do folclores começaram a se interessar pelos ritos e mitos cômicos. Entretanto, nas etapas primitivas, dentro de um regime social que não conhecia ainda nem classes, nem Estados, os aspectos sérios e cômicos da divindade, do mundo e do homem eram, segundo todos os indícios, igualmente sagrados e igualmente poderiam dizer "oficiais". Essa característica persiste, às vezes, em alguns ritos de épocas posteriores. Assim, por exemplo, no primitivo Estado Romano, durante as cerimônias do triunfo, celebrava-se e encanecia-se o vencedor em igual proporção; ao mesmo modo, durante os funerais chorava-se (ou celebrava-se) e ridicularizava-se o defunto. Mas quando se estabelece o regime de classe e de Estado, torna-se impossível se outorgar direitos iguais a ambos os aspectos, de modo que as formas cômicas - algumas mais cedo, outras mais tarde - adquirem um caracter não oficial sem sentido modifica-se, elas complicam-se e aprofundam-se, para transformarem-se, finalmente, nas formas fundamentais da expressão da sensação popular do mundo, a cultura popular. É o caso dos festejos carnavalescos do mundo antigo, sobretudo as Saturnais Romanas, assim como os carnavais da Idade Média que estão evidentemente muito distante do riso ritual que a comunidade primitiva conhecia. O Carnaval é a segunda vida do povo, baseada no princípio do riso. É a vida festiva. A festa é a propriedade fundamental de todas as formas de ritos e espetáculos cômicos da Idade Média".
Peter Burke, em Cultura Popular na Idade Moderna escreve: "Claude Levi - Strauss nos ensinou a procurar pares de opostos ao interpretarmos os mitos, rituais e outras formas culturais. No caso do carnaval havia duas oposições básicas que fornecem o contexto para interpretar muitos aspectos nos comportamentos, oposições essas de que os conterrâneos tinham clara consciência A primeira delas é entre o Carnaval e a quaresma entre o que os franceses chamavam de "jours gras" e "jours maigres", geralmente personificados com um gordo e uma magra. Segundo a Igreja era uma época de jejum e abstinência não só de carne mas de ovos, sexo, ir ao teatro e outros entretenimentos. Portanto era natural apresentar a quaresma como uma figura emaciada (a própria palavra Quaresma - Lent - significa "tempo de privação" - leam time), desmancha prazeres associada aos baixas da dieta de Quaresma. O que faltava na Quaresma era naturalmente o que abundava no carnaval, de modo que a figura do "Carnaval" era representada como um comilão e beberrão jovem, alegre, gordo sensual amo um Gargântua ou Falstaff Shakespeareano."
A outra oposição, segundo Burke é que o carnaval "era uma representação do mundo virada de cabeça para baixo". E conclui: "O que é claro é que o carnaval era poliscênico, significando coisas diferentes para diferentes pessoas. Os sentidos cristãos foram sobrepostos ao pagãos, sem obliterá-los e a resultante precisa ser lida como um palimpsexto. Os rituais transmitem simultaneamente mensagens sobre comida e sexo, religião e política. A bexiga de um bobo, por exemplo tem significados diversos, por ser uma bexiga associada aos órgãos sexuais, por vir de um porco, o animal do carnaval por excelência e por ter sido trazida por um bobo, cuja "fertilidade" é simbolizado por ser vazia."
Em Nuremberg havia um único carro alegórico, Hölle, trazido num trenó pelas ruas até a praça principal. Muitas vezes ele adotava a forma de um navio, que lembrava as procissões com carros-navios ocasionalmente mencionadas em épocas antigas e medievais. Os carros alegóricos eram particularmente freqüentes e famosos em Florença.
O segundo elemento recorrente no ritual carnavalesco era alguns tipos de competição; as disputas no ringue, as corridas de cavalo e as corridas a pé eram muito populares. O terceiro elemento recorrente ao carnaval era a apresentação de algum tipo de peça, geralmente uma farsa. No entanto é difícil traçar uma linha entre uma peça formal e "brincadeiras" informais.
O carnaval era uma época de comédias, que muitas vezes apresentavam situações invertidas, em que o juiz era posto no tronco ou a mulher triunfava sobre o marido. As fantasias de carnaval permitiram que os homens e as mulheres trocassem os seus papéis. O carnaval, em suma era uma época de desordem institucionalizada, em conjunto de rituais de inversão. Não admira que os contemporâneos o chamassem de época de loucura em que reinava a folia"
Em 325 d.C. a Igreja cria a primeira Assembléia de Bispos, assessorada por teólogos para decidir sobre questões de doutrina e disciplina eclesiástica, o Concílio de Niceia (Cidade de Bitima, no Lago Ascânio, Ásia Menor), onde se colocam em discussão, entre outras questões, as festas populares.
Em 590 d.C., o Papa Gregório I, o Grande, marca, em definitivo, a data do Carnaval no Calendário Eclesiástico.
mediterrânea da Europa - na Itália (Roma e Veneza), França (Paris e Nice) e Alemanha (Nuremberg e Colônia).
A Igreja tolerou melhor a festa e até passou a estimulá-la, com o Papa Paulo II (1461 - 1471) que, de sua morada, ao observar a Vila Lacta, que permanecia deserta e silenciosa o ano inteiro resolveu organizar as festa do Carnaval, com a promoção de corridas de cavalos, anões e corcundas, lançamento de ovos, etc., sob a luz de luminárias de tocos de velas (MOCOLETTI). Em 1545, no Concílio de Trento, entre outros assuntos importantes entra em pauta de discussão o carnaval que é reconhecido como uma manifestação popular de rua importante, não devendo ser hostilizado pelo Clero. Hélio Damante em "Secularização do Carnaval", cultura nº 172, 1980, página 6 e 7, a respeito do assunto diz: "ainda após Trento a igreja considerava o carnaval pecaminoso somente em círculos restritos, como a Corte francesa de antes da revolução, onde os bailes de máscaras se transformavam em bacanais, exatamente como na antiga Roma decadente. Não entre o comum do povo entregue a ingênuos folguedos, bailados, banhos de cheiros, revelando o vigoroso e sadio espirito de festa, aculminar nos cortejos (desfiles) expressando não só o pitoresco, mas freqüentemente a crítica aos costumes e aos poderosos".
Em 1582, o Papa Gregório XIII (1572 - 1585) ao promover a reforma do Calendário Juliano, transformando-o no Calendário Juliano - Gregoriano, em uso até hoje, pelos povos Católicos, estabeleceu, em definitivo, as datas do Carnaval.
AS FESTAS
A Igreja, mesmo em pleno período de repressão ao Carnaval, os noviços jamais deixaram de organizar a FESTA DOS BOBOS, no dia 28 de dezembro, contrapondo-se à cultura medieval oficial eclesiástica e feudal. Durante o evento elegia-se um Bispo ou Abade dos Bobos. Organizavam-se danças na Igreja e na rua, procissão e missa simulada. Nesse momento, os Cléricos usavam máscaras e roupas de mulheres, ou vestiam os hábitos de trás para frente, seguravam o missal (livro que contém as orações da missa) invertido, jogavam cartas, cantavam cânticos imorais e xingavam a congregação. Também, a FESTA DOS INOCENTES se desenvolvia durante 12 dias após o Natal. Nestes 12 dias acontecia uma espécie de carnaval, com muita bebida e comida e encenações de peças e inversões de diversos tipos. Ou na "Coena Cyprian" (ceia dos ciprianos) as escrituras eram totalmente travestidas, na paródia sacra, as liturgias católicas eram parodiadas. No "Risus Paschalis" (riso da Páscoa) ou na "Festa do Asno" (comemoração cômica da fuga de Maria para o Egito) enfim, em todos esses rituais organizados na própria Igreja a Instituição era ridicularizada e questionada, em eventos de cunhos carnavalescos.
No meio leigo, as festas de carnaval durante a Idade Média e Renascença acontecia em vários segmentos da sociedade. Na Inglaterra, ocorriam as "Festas do Arado", com casamentos simulados no dia da Epifania. Nas "Festas do Ano Novo", homens se vestiam de mulher e mulheres de homem. Todos os festejos tinham sentido paródicos de acordo com a região.
Em diversos países da Europa, os festejos entre o Natal e o Carnaval tinham ritos de cunho carnavalesco. O 1o de Maio, na Inglaterra e na Itália, tinha colorido carnavalesco. No verão europeu, também se repetiam os ritos carnavalescos, nos dias de "Corpus Christi" e de "São João Batista", com procissões, carros alegóricos, fogueiras, fogos de artifícios e comidas. Quando chegava a época da colheita, no outono, a comida e bebida que não eram ênfases das festas da primavera e verão, rolavam fartas. Eram chamadas FESTAS DA COLHEITA com muito vinho, cerveja e carne. Nas festas de SÃO BARTOLOMEU (25 de agosto) e SÃO MARTINHO (11 de novembro) também ocorriam rituais de comida e bebida.
Outro costume muito difundido por toda a Europa, sobre tudo de Portugal a Hungria era o famoso CHARIVARI, uma espécie de caçoada pública na qual uma vitima era gozada com baladas ofensivas, ao som das batidas estridentes de panelas e caçarolas. Era um difamação pública, em geral, dirigida a uma moça casada com um velho, ou que havia contraído matrimônio pela segunda vez, ou mesmo, que tivesse se casado fora da aldeia. Ainda podiam ser escolhido, maridos traídos ou que apanhavam das mulheres. Essa serenata difamatória podia ser realizada durante ou fora do período de carnaval. Também se promoviam CHARIVARIS contra figuras impopulares que simbolicamente eram enforcadas ou queimadas ou contra pregadores e senhores rurais. Estas festas populares, ditas carnavalescas, se espalharam pela Europa, no período de 1500 a 1800, mas depois foram perdendo força a ponto de somente perdurarem partiches das formas de outrora.
Peter Burke, em Cultura Popular na Idade Média, a respeito do assunto diz: "Em 1500 (o que sugere o capitulo 2) a Cultura Popular era uma cultura de todos: uma segunda cultura para o instruído e a única para todos. Em 1800, porém, na maior parte da Europa, o Clero, a nobreza, os comerciantes, os profissionais liberais - e suas mulheres - haviam abandonado a Cultura Popular às classes baixas, das quais agora estavam mais do que nunca separados por profundas diferenças de concepção do mundo. Um sintoma dessa retirada é a modificação do sentido "povo" usada com menor freqüência do que antes para designar "a gente simples".
O Clero, a nobreza e a burguesia tinham suas razões pessoais para abandonar a Cultura Popular. No caso do Clero, a retirada fazia parte das reformas católica e protestante. Em 1500, a maioria dos párocos eram homens com nível social e cultural semelhantes aos de seus paroquianos. Os reformadores não estavam satisfeitos com a situação e exigiram um Clero culto. Em áreas protestantes os Cléricos tendiam a ser indivíduos com grau universitário e nas áreas católicas, depois do Concílio de Trento, os padres começaram a ser formados nos Seminários. Além disso, os reformadores católicos ressaltavam a dignidade do Sacerdócio. São Carlos Bartolomeu dizia ao seu Clero que preservasse a dignidade. O pároco do velho estilo que punha uma máscara, dançava na Igreja durante a festa e fazia piada no púlpito foi substituído por um novo estilo de padre, mais educado, de status superior e consideravelmente mais distante do seu rebanho". Os nobres também, diz Peter Burke, mudaram o comportamento, aprendendo a exercer o auto controle, a se comportar com uma diferença estudada, a cultivar um senso de estilo e a andar com um modo altivo como se estivesse numa dança formal. A divisão crescente entre a Cultura Erudita e Cultura Popular é ainda mais evidente no caso das bruxas. A crença no poder a malignidade das bruxas ter sido quase universal na primeira metade de nosso período. Assim como um fosso entre as duas culturas ampliou-se gradativamente, da mesma forma, algumas pessoas cultas começaram a encarar as canções, crenças e festas populares como exóticas, curiosas, fascinantes, dignas de coleta e registro. Por isso o carnaval quase desapareceu na Europa no século XIX".
AS DATAS DO CARNAVAL
A Igreja, ao constatar a ineficiência das proibições dos festejos, ditos pagãos, arraigados no inconsciente coletivo dos povos, tratou de adaptar ao calendário Eclesiástico as festas consideradas profanas, mas não totalmente desligadas da religião. Esse foi um dos assuntos exaustivamente debatidos no I Concílio de Nicéia, em 325 d.C.. Foram então, permitidas comemorações libertas de orgias e permissividades, na data do nascimento de Cristo, dia 25 de dezembro, época aproximada das festa greco-romanas. Permitiam-se celebrações que passando pela entrada do Ano Novo terminava na Epifania, dia 06 de Janeiro (Dia de Reis).A intenção da igreja era "cristianizar" as festas pagãs realizadas em dezembro (solistício do inverno, entre elas, a festa mitraica que celebrava o Natalis Invictis Solis da religião Persa, que rivalizava com o cristianismo nos primeiros séculos da Era Cristã, bem como as Saturnálias de Roma e os cultos solares entre os Celtas e os Germânicos).
Alguns estudiosos defendem a tese de que a "Era Cristã", cuja a origem é o nascimento de Cristo só foi definida a partir da primeira metade do século VI pelo Monge Dionísio, O Pequeno (Vide melhores referências no capítulo das Eras). E que foi Gregório I, o Grande (ex-prefeito da cidade de Roma - 572 - que entrou para o Mosteiro Beneditino de Santo André, em 574 e foi eleito Papa pelo povo de Roma em 590 d.C.), que no século VI d.C. incorporou o carnaval no Calendário Eclesiástico.
A marcação das datas do carnaval obedecem as regras que determinam a Páscoa dos católicos, por isso, são também móveis variando de 05 de fevereiro ao 03 de março (a Páscoa dos católicos não pode ter data fixa, para não coincidir com a Páscoa dos judeus que é fixa, a 15 de Nissam). Para se marcar os dias do carnaval, segue-se a seguinte regra: Primeiramente, determina-se o equinócio da PRIMAVERA, (ponto ou momento em que o sol corta o equador, tornando os dias iguais as noites. Ocorre em dois dias no ano: 21 e 22 de março "hemisfério norte" ou 22 ou 23 de setembro "hemisfério sul"). Vamos, portanto, considerar os dias 21 - 22 de março, já que as regras foram estabelecidas no hemisfério norte. Observa-se na folhinha a lua nova que antecede ao equinócio da primavera e procede-se à "lunação do cômputo" (espaço compreendido entre duas luas novas consecutivas e que consta de 29 dias, 12 horas, 40 minutos e 02 segundos). O primeiro domingo após o 14o dia de lua nova é o domingo de Páscoa. Ou, numa regra mais prática, o primeiro domingo após a lua cheia, posterior ao equinócio da primavera é o domingo de Páscoa. Se o 14o dia da lua nova ou da lua cheia posterior ao equinócio da primavera cair no dia 21 de março e for sábado, o domingo de Páscoa será no dia 22 de março. Entretanto, se a primeira lua cheia, isto é, o 14o dia após o equinócio da primavera for 29 dias, depois do 21 de março, o domingo de Páscoa só poderá ser 25 de abril, isto é, o mais tarde possível. Como o primeiro dia da lua nova, antes de 21 de março se situa necessariamente, entre 08 de março e 05 de abril, a Páscoa só pode cair entre 22 de março e 25 de abril. O domingo de carnaval cairá sempre no 7o domingo que antecede ao domingo de Páscoa.
O CALENDÁRIO
CALENDÁRIO, segundo o dicionário, é o sistema elaborado pelos homens para determinar, de modo racional, os dias, as semanas, os meses e os anos, de acordo com os principais fenômenos astronômicos, em especial, os relacionados com a posição do sol, e eventualmente, a lua. Nosso calendário, puramente solar, visa realizar uma média do ano civil, tão próxima quanto possível do ano trópico (365, 2422 dias solares médios) e nelas estão marcadas as estações que assim retornam em datas fixas. A concordância é obtida por uma combinação de anos ordinários (365 dias) e anos bissextos. Os calendários lunares são fundamentados no ciclo da lua. O ano (doze lunações) apresenta em relação ao ano trópico, um desvio, que acarreta distorções nas datas de início e término das estações. Esse inconveniente é, em parte corrigido nos calendários lumissolares, pela adjunção de um 13o mês a certos anos. O mais antigo calendário que se conhece é o dos Egípcios, criado há cerca de 4.000 anos a.C.. O ano era dividido em três estações de quatro meses cada uma: Enchente, Semeadura e Colheita. Segundo a observação das cheias que tornavam fértil o rio Nilo. O ano se contava com o apareci mento da estrela SIRIÚS (365, 25 dias), que sempre coincidia com a fase da enchente. O calendário era falho e se perdia um dia em cada ano, por isso as estações do ano não coincidiam de data. Problemas idênticos tiveram os Babilônios quando mais tarde criaram seu calendário lunar. O calendário judeu, lunissolar, teve início em 07 de outubro de 3761 a.C.. Os meses são lunares e ano pode compreender doze ou treze meses. No primeiro caso, ele se chama COMUM e no segundo EMBOLÍSTICO. Os anos comuns podem ter 353, 354 ou 355 dias e os anos Embolísticos 383, 384 ou 385 dias. A Páscoa é fixa e se celebra a 15 do mês nissam.
Os gregos, também usavam o calendário lunissolar em três períodos de dez dias (5 - 15 - 25). Por haver erros acrescentavam noventa dias a cada período de oito anos. Também causavam distorções o dia e a noite, devido a duração variável da estação do ano.
Em Roma, o problema era mais grave. Os Romanos dividiam o mês em três partes: CALENDAS, os IDOS e as NONAS.
As CALENDAS, caiam no primeiro dia da lua nova;
Os IDOS, na lua cheia (13 ou 15 nos meses de março, maio, julho e outubro);
As NONAS, do nono dia antes dos Idos.
Em 45 a.C., o Imperador Júlio Cesar que havia assumido o Poder, em 48 a.C., encarregou o astrônomo Sosígene a reformar o Calendário (palavra que deriva de calenda). Os períodos da lua foram esquecidos e o ano se dividiu em 12 meses, de 30 e 31 dias, com exceção de fevereiro que teria 29 dias, passando a 30 dias, de quatro em quatro anos. Foram acrescentados os meses de julho e agosto, em homenagem a Júlio Cesar e Augustos. O calendário tomou o nome de JULIANO.
O novo calendário continuou dando erros para frente. Em 8 a.C., o Imperador Augustos ordenou que se omitisse o bissexto por 16 anos, até que as datas se regularizassem. Além disso, tirou um dia de fevereiro e acrescentou-o a agosto, para que o mês de seu nome (o nome Augusto foi adotado por Otávio depois que assumiu o poder, após o assassinato de seu tio avô Júlio Cesar, em 44 a.C.) fosse equiparado ao de Júlio Cesar. Pouco adiantou a reforma: Em 1580, o excedente já era de 10 dias no novo calendário.
Em vista da ocorrência o Papa Gregório XIII, fez outra reforma fazendo com que o dia imediata a 04 de outubro fosse considerado 15, em vez de 05. Também estabeleceu que três vezes em quatrocentos anos fosse omitido o ano bissexto. Os anos seculares divisíveis por 400 seriam bissextos (1600, 2000, etc. ...) e os demais (1700, 1800, 1900) comuns.
Atualmente, a diferença entre o calendário e o ano solar é de apenas 25:95'' segundos, o que acrescenta um dia em 3.300 anos.
Os povos católicos aceitaram de imediato o calendário Juliano-Gregoriano, entretanto, entre os povos protestantes, a Alemanha e a Inglaterra somente o oficializaram em 1700 e 1752, respectivamente.
1929 - 10 de fevereiro 1970 - 08 de fevereiro
1930 - 02 de março 1971 - 21 de fevereiro
1931 - 15 de fevereiro 1972 - 13 de fevereiro *
1932 - 07 de fevereiro 1973 - 04 de março
1933 - 26 de fevereiro 1974 - 24 de fevereiro
1934 - 11 de fevereiro 1975 - 09 de fevereiro
1935 - 03 de março 1976 - 29 de fevereiro *
1936 - 23 de fevereiro *1977 - 20 de fevereiro
1937 - 07 de fevereiro 1978 - 05 de fevereiro
1938 - 27 de fevereiro 1979 - 25 de fevereiro
1939 - 19 de fevereiro 1980 - 17 de fevereiro *
1940 - 04 de fevereiro *1981 - 01 de março
1941 - 23 de fevereiro 1982 - 21 de fevereiro
1942 - 15 de fevereiro 1983 - 13 de fevereiro
1943 - 07 de março 1984 - 04 de março *
1944 - 20 de fevereiro *1985 - 17 de fevereiro
1945 - 11 de fevereiro 1986 - 09 de fevereiro
1946 - 03 de março 1987 - 01 de março
1947 - 09 de fevereiro 1988 - 14 de fevereiro *
1948 - 08 de fevereiro *1989 - 05 de fevereiro
1949 - 27 de fevereiro 1990 - 25 de fevereiro
1950 - 19 de fevereiro 1991 - 10 de fevereiro
1951 - 04 de fevereiro 1992 - 01 de março *
1952 - 24 de fevereiro *1993 - 21 de fevereiro
1953 - 15 de fevereiro 1994 - 13 de fevereiro
1954 - 28 de fevereiro 1995 - 26 de fevereiro
1955 - 20 de fevereiro 1996 - 18 de fevereiro *
1956 - 12 de fevereiro 1997 - 09 de fevereiro
1957 - 03 de março 1998 - 22 de fevereiro
1958 - 16 de fevereiro 1999 - 14 de fevereiro
1959 - 08 de fevereiro 2000 - 05 de março *
1960 - 28 de fevereiro *2001 - 25 de fevereiro
1961 - 12 de fevereiro 2002 - 10 de fevereiro
1962 - 04 de março 2003 - 02 de fevereiro
1963 - 24 de fevereiro 2004 - 22 de fevereiro *
1964 - 09 de fevereiro *2005 - 06 de fevereiro
1965 - 28 de fevereiro 2006 - 27 de fevereiro
1966 - 20 de fevereiro 2007 - 18 de fevereiro
1967 - 05 de fevereiro 2008 - 03 de fevereiro
1968 - 25 de fevereiro *2009 - 22 de fevereiro
1969 - 16 de fevereiro 2010 - 14 de fevereiro
* Ano Bissexto
A PALAVRA CARNAVAL
Estudiosos divergem quanto a origem da palavra CARNAVAL.
Para uns, a palavra CARNAVAL vem de CARRUM NAVALIS, os carros navais que faziam a abertura das Dionisías Gregas nos séculos VII e VI a.C., para outros, a palavra CARNAVAL surgiu quando Gregório I, o Grande, em 590 d.C. transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de "qüinquagésima" deu o título de "dominica ad carne levandas", expressão que teria sucessivamente se abreviado para "carne levandas", "carne levale", "carne levamen", "carneval" e "carnaval", todas variantes de dialetos italianos (milanês, siciliano, calabres, etc..) e que significam ação de tirar , quer dizer: "tirar a carne" A terça-feira. (mardi-grass), seria legitimamente a noite do carnaval. Seria, em última análise, a permissão de se comer carne antes dos 40 dias de jejum (Quaresma). Afirmam alguns pesquisadores que a palavra CARNAVAL teria surgido em Milão, em 1130, outros dizem que a festa só teria o nome CARNAVAL na França, em 1268 ou, ainda na Alemanha, anos 1800. Uma outra corrente, essa menos conhecida, citada no livro - A Cultura Popular na Idade Média - contexto de François Rabelais, de Mikhail Bakhtin, diz que: "na segunda metade do século XIX, numerosos autores alemães defenderam a tese que a palavra carnaval viria de KANE ou KARTH ou "lugar santo "(isto é comunidade pagã, os deuses e seus seguidores) e de VAL ou WAL ou morto, assassinado, que dizer procissão dos deuses mortos, uma espécie de procissão de almas errantes do purgatório identificada desde o século XI pelo normando Orderico Vital, como se fosse um exército de Arlequins desfilando nas estradas desertas buscando a purificação de suas almas. Essa procissão saía no dia do Ano Novo,durante a Idade Média".
Texto original em http://www.carnavaltotal.hpg.ig.com.br/Historia.html
(fora do ar atualmente)
2007-02-17 22:42:17
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answer #6
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answered by ÍNDIO 7
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