bryan T,
Kant, Emanuel Kant, nasceu em 1724 e morreu em 1804. Nasceu, viveu e morreu em Königsberg, não saiu de sua cidade natal. Era um homem metódico, as pessoas acertavam seus relógios quando o senhor Kant passava, porque sabiam a que hora passava.
Seu pensamento filosófico começou cedo, sem muita precocidade, mas há uma longa época em sua vida - que é o que depois se denominou "o período pré-crítico" - na qual - mais ou menos - segue os caminhos do pensamento dominante das primeiras e médias décadas do século XVIII.
Depois há uma época bastante longa em que não escreve, medita, pensa... e então começa o período crítico: em 1781 publica seu livro principal, Crítica da razão pura, Kritik der reinen Vernunft, que depois voltou a publicar - uma edição bastante modificada - em 1787.
Justamente a palavra "crítica" é essencial nesse período; ele publica outros livros importantes: Crítica da razão prática, Crítica do juízo, Fundamentação da metafísica dos costumes...
Tradicionalmente, os realistas sobre o tempo defendem a existência do tempo separadamente da mente humana. Os anti-realistas sobre o tempo, principalmente os idealistas negam, duvidam ou problematizam tal existência separada.
Kant, um filósofo idealista, nega a realidade do tempo. Para ele, o tempo é uma noção a priori que não designa nada além de determinada característica do nosso modo humano de receber informações através dos sentidos.
Um abraço!
2007-02-14 09:33:44
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answer #1
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answered by ★HELDA★C★ ★ ★ ★ ★ 7
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Para Kant o tempo é a forma do sentido interno, isto é, a forma de nossa capacidade de vivenciar pensamentos. Na medida em que esse sentido interno se organiza no tempo, todas essas vivências no sentido interno ocorrem na sucessão temporal - isto é, pensamos no tempo.
Por outro lado, as informações provenientes do mundo exterior pertencem ao sentido externo, que se organiza no espaço, de modo que todas as informações que recebemos dos objetos do mundo são espaciais. Como todo objeto espacial (do sentido externo) é vivenciado em nossa mente (como pensamento) no sentido interno, os objetos espaciais sempre são também objetos temporais.
Na teoria do conhecimento de Kant o tempo, juntamente com o espaço, constitui a forma dos objetos sensÃveis dados a nossa capacidade de receber as informações provenientes dos 5 sentidos. Kant chama essa capacidade de intuição.
Essa capacidade de intuição, juntamente com a capacidade de pensar, que Kant chama de entendimento (com suas formas de organização do conhecimento que Kant chama de categorias), organiza as informações dos sentidos de uma forma que é igualmente válida para todos os seres capazes de consciência reflexiva - isto é, os seres humanos. Essa atividade de organizar as informações dos sentidos por meio das capacidades de intuição e entendimento é o que produz o conhecimento humano
Esse modo de explicar a validade das formas cognitivas (tempo, espaço e categorias como as formas organizadoras das capacidades cognitivas) Kant chama de “filosofia transcendental”, que é a designação com que ele costuma caracterizar sua filosofia.
2007-02-14 18:37:31
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answer #2
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answered by CiberNauta 5
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Ele(Kant) disse: tente imaginar alguma coisa que existe fora do tempo e que não tem extensão no espaço.A mente humana não pode produzir tal ideia. Tempo e espaço são formas fundamentais de percepção que existem como estruturas inatas da mente. Nada pode ser apercebido excepto através destas formas, e os limites da física são os limites da estrutura fundamental da mente. Na perspectiva de Kant, há, por isso, o conhecimento "a priori" de algumas coisas (espaço e tempo), uma vez que a mente tem de possuir estas categorias por forma a poder compreender a massa sussurrante de experiência crua, não-interpretada que se apresenta às nossas consciências.
2007-02-14 17:39:31
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answer #3
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answered by Curioso 1
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Realismo e anti-realismo
Tradicionalmente, os realistas sobre o tempo defendem a existência do tempo separadamente da mente humana. Os anti-realistas sobre o tempo, principalmente os idealistas negam, duvidam ou problematizam tal existência separada.
Kant, um filósofo idealista, nega a realidade do tempo. Para ele, o tempo é uma noção a priori que não designa nada além de determinada característica do nosso modo humano de receber informações através dos sentidos.
Talvez o mais famoso argumento contra a realidade do tempo seja o de McTaggart. McTaggart diz que podemos distinguir duas "séries" ou características do tempo, a série-A e a série-B, que chamaremos de características-A e características-B. As noções de passado, presente e futuro são as características-A, e as noções de antes e depois, ou anterior e posterior, são as características-B.
Segundo McTaggart, as características-B são redutíveis às características-A, e as características-A nos levam ao regresso ao infinito. Tome como exemplo um evento presente, a leitura deste artigo da Wikipédia. Esse evento é presente, foi futuro e será passado. Ser presente é ser presente no presente, ter sido futuro no passado e vir a ser passado no futuro. Ser presente no presente é ser presente no presente no presente, ter sido futuro no passado no presente, vir a ser passado no futuro no presente etc. Resumindo, por levarem ao regresso ao infinito as características-A não podem ser atribuídas ao tempo. Como, após a redução das características-B às características-A, não há outras características do tempo, McTaggart conclui que o tempo não tem característica alguma por ser irreal. Em suma, ele diz que o tempo não existe, embora tenhamos a ilusão do tempo.
A direção do tempo
A física contemporânea traz alguns problemas de interesse à filosofia do tempo, e o problema da direção do tempo é um deles.
O problema da direção do tempo origina-se diretamente da incompatibilidade entre as leis da natureza, reversíveis no tempo, e nossa experiência do tempo como algo irreversível.
Segundo a física, tudo o que ocorre movendo-se adiante na direção do tempo, isto é, tudo o que deixa de ser futuro, vem a ser presente, e depois passado, pode ocorrer movendo-se para trás na direção do tempo, isto é, deixando de ser passado, vindo a ser presente, e depois futuro. Para a física, uma e outra coisa são igualmente possíveis.
Todavia, não experimentamos o tempo como algo reversível. Experimentamos, por exemplo, que um copo primeiro está inteiro, depois quebrado, e não o contrário. Temos lembranças do passado, não do futuro. Geralmente admitimos que o passado é imutável, enquanto o futuro está aberto, e não o contrário.
Há três soluções principais para o problema da direção do tempo: a solução via causação, a solução pela termodinâmica, e a solução pelas características das leis da física.
Solução via causação
Uma das duas principais famílias de soluções para esse problema tem caráter epistemológico e metafísico. Nessa visão, traçamos a visão de uma direção no tempo por causa da assimetria da causação. Sabemos mais sobre o passado porque os elementos do passado são causas do efeito que é nossa percepção. Sentimos que não podemos afetar o passado, e podemos afetar o futuro, porque de fato não podemos afetar o passado, e podemos afetar o futuro.
Tradicionalmente tem se visto duas dificuldades principais com essa solução. A mais importante é a dificuldade é definir a causação de tal modo que a prioridade temporal da causa sobre o efeito não seja meramente estipulativa. Se tal é o caso, nosso uso da noção de causação para construir uma ordenação temporal é circular. A segunda dificuldade não ameaça a consistência da visão, mas ataca seu poder explicativo, pois a solução via causação, embora dê conta de assimetrias temporais ligada a fenômenos como a percepção e a ação, não resolve problemas ligados a vários outros fenômenos assimétricos, como, por exemplo, o copo que se quebra (ver acima).
Notas
↑ Apesar de dizer "claro que o tempo é algo real [...]", Kant nega a realidade do tempo no sentido relevante para a discussão entre realismo e anti-realismo acerca do tempo. A frase completa deixa o caráter mental do tempo para Kant mais evidente: "Claro que o tempo é algo real, a saber, a forma real da intuição interna" (Immanuel Kant, Crítica da Razão Pura, em Victor Civita (ed.), Os Pensadores: Kant, São Paulo: Abril Cultural, 1983, trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburger, B53). Não é dessa maneira que os realistas falam da realidade do tempo. Eles rejeitam o que Kant diz logo adiante da passagem acima citada, que "o tempo nada mais é que a forma da nossa intuição interna" (B54). Para os realistas o tempo é mais do que isso, e algo que é o que é independentemente de nós humanos (ou nós seres dotados de mente) e da nossa "intuição interna".
↑ Ver McTaggart, "The Unreality of Time".
↑ Seguimos Peter Geach na visão das séries do tempo de McTaggart como características do tempo. Ver Geach, Truth, Love and Immortality: An Introduction to McTaggart's Philosophy (Berkeley e Los Angeles: University o California Press, 1979), p. 90.
2007-02-14 17:39:04
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answer #4
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answered by Miguel P 6
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