Cara Larissa, foi EDUARDO ESPINA (Uruguai, 1954), O criador do termo "barrococó", um termo além do moderno e popular "rococó", seu trabalho está entre um dos mais difíceis de ler.
Espina trabalha por utilizar o contingente e banal de forma a tentar e alcançar o transcendental; ele vandaliza a realidade para mostrar a banalidade; ação e unidade são desmembrados; o esnobismo é colocado em evidência, de forma a corroê-lo. A feiúra é vingada. As palavras estão reunidas num cerco sufocante, a página quadrada claustrofóbica de Espina. A ruptura é a sua estratégia básica, ele altera e alterna, de modo que quando ele escreve uma série de "homenajes" (elogios) eles são dedicados a Emily Dickinson, Walt Whitman e Colombo, mas também ao super-homem.
Um poeta altamente sintético, em Espina, o título e o subtítulo de um poema jogam um papel antagonista, às vezes não relacionado, contendo tanto beleza mágica, poética, riso e embaraço quanto o poema inteiro. Seu trabalho testa o limite da gramática lógica e seqüenciada, mutila-a em um processo escorregadio sem fim que dificilmente alcança um alvo, já que não há nenhum alvo de que se possa falar.
Este termo "Barrococó Figurativo" foi trazido mais à tona com uma música cantada pelos fantásticos Zeca Baleiro e Zé Ramalho, chamada de BIENAL:
Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Teu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
Ao cabo da revalorização da natureza morta
Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o ** da gia
E muito mais feio que um hipopótamo insone"
Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno
Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana
Com a graça de Deus e Basquiá
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana
Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina
Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria
Com o clarão do raio da siribrina
Desintegro o poder da bactéria
Espero ter ajudado :)
"barrococó figurativo neo-expressionistaCom pitadas de arte nouveau pós-surrealista. Ao cabo da revalorização da natureza morta" Z Baleiro
2007-02-14 10:16:49
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answer #1
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answered by Vinicius Feio 7
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Creio que seja uma mescla dos estilos barroco e rococó...ambos possuem riquezas de detalhes, aí o barrococó, deriva desses estilos. Veja os sites: http://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco e http://pt.wikipedia.org/wiki/Rococ%C3%B3
2007-02-14 14:04:59
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answer #2
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answered by Anonymous
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