Serigrafia ou silk-screen é um processo de impressão no qual a tinta é vazada – pela pressão de um rodo ou puxador – através de uma tela preparada. A tela, normalmente de seda, náilon ou poliéster, é esticada em um bastidor de madeira, alumÃnio ou aço. A "gravação" da tela se dá pelo processo de fotosensibilidade, onde a matriz preparada com uma emulsão fotosensÃvel é colocada sobre um fotolito, sendo este conjunto matriz+fotolito colocados por sua vez sobre uma mesa de luz. Os pontos escuros do fotolito correspondem aos locais que ficarão vazados na tela, permitindo a passagem da tinta pela trama do tecido, e os pontos claros (onde a luz passará pelo fotolito atingindo a emulsão) são impermeabilizados pelo endurecimento da emulsão fotosensÃvel que foi exposta a luz.
à utilizada na impressão em variados tipos de materiais (papel, plástico, borracha, madeira, vidro, tecido, etc.), superfÃcies (cilÃndrica, esférica, irregular, clara, escura, opaca, brilhante, etc.), espessuras ou tamanhos, com diversos tipos de tintas ou cores. Também pode ser feita de forma mecânica (por pessoas) ou automática (por máquinas).
A serigrafia caracteriza-se como um dos processos da gravura, determinado de gravura permeográfica.
A palavra permeográfica, pretende enfatizar que não há realização de sulcos e cortes com retirada de matéria da matriz. O processo se dá no plano, ou seja na superfÃcie da tela serigráfica, que é sensibilizada por processos foto-sensibilizantes e quÃmicos. O princÃpio básico da serigrafia é relacionado freqüentemente ao mesmo princÃpio do estêncil, uma espécie de máscara que veda áreas onde a tinta não deve atingir o substrato (suporte).
O termo serigrafia (serigraph, em inglês) é creditado a Anthony Velonis, que influenciado por Carl Zigrosser, crÃtico, editor e nos anos 40, curador de gravuras do Philadelphia Museum of Art, propôs a palavra serigraph (em inglês), do grego sericos (seda), e graphos (escrever), para modificar os aspectos comerciais associados ao processo, distinguindo o trabalho de criação realizado por um artista dos trabalhos destinadas ao uso comercial, industrial ou puramente reprodutivo.
Velonis também escreveu um livro em 1939, intitulado Silk Screen Technique (New York: Creative Crafts Press, 1939) que foi usado como "how-to" manual de outras divisões de posters. Ele viajou extensivamente orientando os artistas da FAP sobre a técnica da serigrafia.
História
Desde os tempos mais remotos, existe, no Oriente, o estêncil (pl. estênceis, em inglês stencil) para a aplicação de padrões (modelos, espaços seqüenciais) em tecidos, móveis e paredes.
Na China os recortes em papel (cut-papers) não eram só usados como uma forma independente de artefato, mas também como máscaras para estampa, principalmente em tecidos.
No Japão o processo com estêncil alcançou grande notabilidade no perÃodo Kamamura quando as armaduras dos samurais, as cobertas de cavalos e os estandartes tinham emblemas aplicados por esse processo. Durante os séculos XVII e XVIII ainda se usava esse tipo de impressão na estamparia de tecidos. Aos japoneses é atribuÃda a solução das “pontes” das máscaras: diz-se que usavam fios de cabelo para segurar uma parte na outra.
No Ocidente registra-se no século passado, em Lion, França, o processo (de máscaras, recortes) sendo usado em indústrias têxteis (impressão a la lyonnaise ou pochoir) onde a imagem era impressa através dos vazados, a pincel. No inÃcio do século registravam-se as primeiras patentes: 1907 na Inglaterra e 1915 nos Estados Unidos, e o números de impressos comerciais cresceu muito. Na América, os móveis, paredes e outras superfÃcies eram decorados dessa maneira.
Foram raros os artistas que utilizaram o processo como ferramenta para a execução de gravuras, ou de trabalhos gráficos. Theóphile Steinlein, um artista suÃço que vivia em Paris no inÃcio do século (morreu em 1923) é um dos poucos exemplos do uso da técnica. Neste perÃodo da grande depressão de 30, nos EUA os esforços do WPA - Federal Art Projects, estimularam um grupo de artistas encabeçados por Anthony Velonis a experimentar a técnica com propósitos artÃsticos. Os materiais e equipamentos baratos, facilmente encontrados sem grandes investimentos foram algumas das razões que estimularam os artistas a experimentar o processo. Entre eles, citamos Bem Shahn, Robert Gwathmey, Harry Stenberg. Tais artistas iniciaram um importante trabalho de transformar um meio mecânico, cujas qualidades gráficas se limitavam à s impressões comerciais, numa importante ferramenta para desenvolver seus estilos pessoais. O sentido desse esforço inicial estendeu-se aos artistas dos anos 50, incluindo os expressionistas abstratos e os action painters, como Jackson Pollock.
Até Marcel Duchamp, que não era exatamente um artista-gravador, nos deixou um auto-retrato de 1959, uma serigrafia colorida que está no MoMa (Museum of Modern Art, Nova York).
No fim da segunda guerra mundial, quando os aviões americanos aterrizaram em Colónia (Alemanha) (Alemanha), com suas fuselagens decoradas com emblemas e comics em serigrafia, surgiu o interesse europeu pela técnica.
As barreiras e definições estabelecidas que tratavam a serigrafia como “manifestação gráfica menor” só foram eliminadas no fim dos anos 50, inÃcio dos 60. O grande responsável por isso foi o processo fotográfico utilizado através da serigrafia e novos conceitos e movimentos artÃsticos, além do avanço tecnológico (ver Pop art, Op art, Hard-edge, Stripe, Color-field, Minimal Art). Os primeiros artistas que se utilizaram do processo procuravam tornar mais naturais e menos frias as impressões. Foram ressaltados, entre outros, dois pontos básicos da técnica: (1) sua extrema adaptabilidade que permite a aplicação sobre qualquer superfÃcie inclusive tridimensional, muito conveniente para certas tendências artÃsticas (2) e suas especificidades gráficas próprias, ou seja caracterÃsticas gráficas que apenas a serigrafia pode proporcionar.
Da necessidade de artistas como Rauschemberg, Rosenquist, Warhol, Lichtenstein, Vasarely, Amrskiemicz, Albers, Indiana e Stella, houve o desenvolvimento contemporâneo do processo em aplicações artÃsticas. Novos conceitos foram associados à s idéias tradicionais e o estigma “comercial” da serigrafia tornou-se uma questão ultrapassada.
2007-02-11 10:32:26
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answer #4
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answered by Anonymous
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