E Lutero também tinha sua inquisição: “Em fins de 1529, em Reinhardsbrunn, seis “hereges” por acusação luterana foram entregues a esse M. Hans a quem o reformador formulava tão rude apelo. Suas cabeças tombaram em 18 de janeiro de 1530.” (Brentano: 164)
É claro que as queixas começaram a surgir. Os anabatistas exclamavam: “há dois falsos profetas, o Papa e Lutero, mas dos dois Lutero é o pior” (Grisar: 417)
E mesmo Melanchthon – o fiel secretário! – fazia coro às queixas contra Lutero, em carta a Camerário: “Vivo na escravidão, como no antro de Ciclope.” (Bossuet: T. 1, L. V, 254)
Lutero se voltou contra seus próprios aliados. E sua doutrina diabólica se voltou mesmo contra ele próprio.
Essa situação é já antecipada pelo salmista: "Eis que o mau está em dores de parto, concebe a malícia e dá à luz a mentira. Abre um fosso profundo, mas cai no abismo por ele mesmo cavado. Sua malícia recairá em sua própria cabeça, e sua violência se voltará contra a sua fronte." (Salmo VII, 15-17)
Lutero odiava a razão, porque ele era um gnóstico. Em seu último sermão em Wittemberg, não cessa de maldizê-la: “A razão é a prostituta, sustentáculo do diabo, uma prostituta perversa, má, roída de sarna e de lepra, feia de rosto (sic), joguemos-lhe imundícies na face para torná-la mais feia ainda.” (Brentano: 217)
Como Melanchthon insistia em querer sistematizar a doutrina luterana e colocá-la em bases aristotélicas, Lutero mostra também todo seu ódio e desprezo pela filosofia: “Eu devo cortar a cabeça da filosofia, e que Deus me ajude a fazê-lo; pois assim deve ser.” (Grisar: 462)
Lutero também se mostrou contra a ciência: “Lutero manifestou-se, várias vezes, sobre a concepção que formulara do mundo. Ela é justa e concreta. A terra é seu centro (...) Acima da Terra, uma abóboda imensa (...) a abóboda azul (...) é firme, sólida; e por cima, se estende o céu. O inferno fica no centro da terra, sob nossos pés (sic.). O abade Copérnico surgiu, pretendendo que a terra girasse em torno do Sol. Lutero deu de ombros. Lê-se na Bíblia que Josué deteve o Sol; não foi a Terra que ele deteve. Copérnico é um tolo.” (Brentano: 145)
2007-02-10
19:50:01
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haroldo jose h
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Artes e Humanidades
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