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Dizem que seus poemas são lindos , e sua vida estranha , parece que ela era apaixonada pelo irmão e cometeu suicídio sera´que é verdade??

2007-02-10 03:26:27 · 6 respostas · perguntado por Maricy 6 em Sociedade e Cultura Idiomas e Línguas

6 respostas

Olá, Maricy,
Parabéns pelo seu bom gosto. Espero ter sido útil.


Vaidade - Florbela Spanca

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...

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TARDE NO MAR - Florbela Spanca

A tarde é de oiro rútilo: esbraseia.
O horizonte: um cacto purpurino.
E a vaga esbelta que palpita e ondeia,
Com uma frágil graça de menino,

Pousa o manto de arminho na areia
E lá vai, e lá segue o seu destino!
E o sol, nas casas brancas que incendeia,
Desenha mãos sangrentas de assassino!

Que linda tarde aberta sobre o mar!
Vai deitando do céu molhos de rosas
Que Apolo se entretém a desfolhar...

E, sobre mim, em gestos palpitantes,
As tuas mãos morenas, milagrosas,
São as asas do sol, agonizantes...

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AO LUAR - Florbela Spanca

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

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AMAR! - Floribela Spanca

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

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LÁGRIMAS OCULTAS - Floribela Spanca

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era q’rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

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Consulte também os links abaixo.

Seja romântica. Seja Feliz.
Jos2010
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2007-02-10 04:10:00 · answer #1 · answered by Jos2010 6 · 0 0

Um pouco da biografia dela:
Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). Nasceu filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo, criada de servir (como se dizia na época), que morreu com apenas 36 anos, «de uma doença que ninguém entendeu», mas que veio designada na certidão de óbito como nevrose. Registada como filha de pai incógnito, foi todavia educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca, em Vila Viçosa, tal como seu irmão de sangue, Apeles Espanca, nascido em 1897 e registado da mesma maneira. Note-se como curiosidade que o pai, que sempre a acompanhou, só 19 anos após a morte da poetisa, por altura da inauguração do seu busto, em Évora, e por insistência de um grupo de florbelianos, a perfilhou.
Estudou no liceu de Évora, mas só depois do seu casamento (1913) com Alberto Moutinho concluiu, em 1917, a secção de Letras do Curso dos Liceus. Em Outubro desse mesmo ano matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que passou a frequentar. Na capital, contactou com outros poetas da época e com o grupo de mulheres escritoras que então procurava impor-se. Colaborou em jornais e revistas, entre os quais o Portugal Feminino. Em 1919, quando frequentava o terceiro ano de Direito, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas. Em 1921, divorciou-se de Alberto Moutinho, de quem vivia separada havia alguns anos, e voltou a casar, no Porto, com o oficial de artilharia António Guimarães. Nesse ano também o seu pai se divorciou, para casar, no ano seguinte, com Henriqueta Almeida. Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Em 1925, Florbela casou-se, pela terceira vez, com o médico Mário Laje, em Matosinhos.
Os casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, e a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afectivos), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e obra. Em Dezembro de 1930, agravados os problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica, Florbela morreu em Matosinhos, tendo sido apresentada como causa da morte, oficialmente, um «edema pulmonar».

Para ler tudo sobre ela acesse:http://www.astormentas.com/din/biografia.asp?autor=Florbela+Espanca

2007-02-10 21:30:12 · answer #2 · answered by Anonymous · 0 0

Esta portuguesa foi mutcho locona pro seu tempo:
EU
Até agora eu não me conhecia,
Julgava que era eu e não era
Aquela que em meus versos descrevera.
Tão clara como a fonte e como o dia.

Mas que eu não era eu, não o sabia
E,mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim...E não me via!

Andava a procurar-me - pobre louca!
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!

E esta ânsia de viver, que nada acalma,
É a chama da tua alma a esbrazear
As apagadas cinzas da minha alma!
xxxxxxxxxxxxxxxx
Gatex, qd vc for ler uma poesia, o principal fato q vc tem q observar é a pontuação, senão a poesia fica sem sentido. Ás vezes, lemos o 1º verso e damos uma parada, qd não há vírgula, reticências, nada. É pra ler de um fôlego só. O contrário tb é verdadeiro.Pausar qd necessário. Eu n sei se vc já sabe isso, mas como sou louco por poesia, decidi reforçar.

UM PIRULITEX FLORBELEX PRA VOCEX.

2007-02-10 12:41:03 · answer #3 · answered by pirulito 5 · 0 0

Nesse link voce encontra alguns poemas da autoria de Florbela Espanca : http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/florbela.html

Para saber um pouco mais de sua vida visite esse site: http://www.prahoje.com.br/florbela/?page_id=59

Beijo

2007-02-10 11:35:44 · answer #4 · answered by ♥Erika♥ 6 · 0 0

Gosto muito de Florbela Espanca!

Envio-te este poema que é muito bonito e que pessoalmente adoro.

DOCE CERTEZA

Por essa vida fora hás-de adorar
Lindas mulheres, talvez; em ânsia louca,
Em infinito anseio hás de beijar
Estrelas d´ouro fulgindo em muita boca!

Hás de guardar em cofre perfumado
Cabelos d´ouro e risos de mulher,
Muito beijo d´amor apaixonado;
E não te lembrarás de mim sequer…

Hás de tecer uns sonhos delicados…
Hão de por muitos olhos magoados,
Os teus olhos de luz andar imersos!…

Mas nunca encontrarás p´la vida fora,
Amor assim como este amor que chora
Neste beijo d´amor que são meus versos!…


!BjS!

2007-02-10 11:34:21 · answer #5 · answered by Anonymous · 0 0

Olha esse poema que bunito:

Ti cutucu no cututo
Ti cutucu no cututo
Ti cutucu no dende
Porque eu quero te come

2007-02-10 18:40:28 · answer #6 · answered by Anonymous · 0 2

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