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controle da biodiversidade=O interesse pelos programas de controle biológico de pragas tem crescido consideravelmente no mundo em função do novo direcionamento internacional da produção agrícola de favorecer a conservação e o uso sustentável dos recursos biológicos, requisitos básicos da Convenção da Biodiversidade.
Políticas internacionais demandam fortemente alternativas para os agrotóxicos, e a utilização de inimigos naturais de pragas é uma alternativa promissora.
O Brasil é um dos poucos países do mundo detentores da chamada megadiversidade biológica, ou seja, de ecossistemas importantes ainda íntegros.
Essa biodiversidade pode oferecer uma oportunidade ímpar para o controle biológico de pragas no país, como também, em outros países do mundo, com a identificação de novos organismos vivos com potencial de serem utilizados no controle biológico.
Os inimigos naturais são de grande importância para agricultura sustentável, e podem, freqüentemente, substituir ou reduzir a necessidade de utilização dos agrotóxicos, sendo um importante
componente no manejo ecológico de pragas. A tendência do uso do controle biológico de pragas é aumentar consideravelmente no âmbito global, atendendo às demandas internacionais na utilização de práticas agrícolas menos agressivas ao meio ambiente.
No Brasil o controle biológico é utilizado desde a década de 20, sempre com a atuação pioneira do Instituto Biológico.
O primeiro relato de controle natural foi feito em 1924, quando apareceu a chamada broca do café nas lavouras paulistas. O Instituto Biológico identificou a praga e trouxe o primeiro método de controle ecológico para o Brasil.
A vespinha de Uganda foi usada com sucesso no combate à broca do café.
Esse foi apenas o primeiro passo para a evolução do controle biológico no País.
Surgiram várias pesquisas e novos agentes de combate a pragas foram estudados. Hoje o Brasil tem importantes programas de controle biológico. Um dos projetos em destaque é o controle microbiano que representa uma área do controle biológico que trata da utilização de bactérias, vírus, fungos e nematóides no combate a pragas e doenças que atacam culturas de importância econômica, como a cana-de-açúcar.
Entre os agentes de controle microbiano de insetos que estão sendo utilizados no País destacam-se os fungos Metarhizium anisopliae, Beauveria bassiana e Sporothrix insectorum, os agentes de natureza viral Baculovirus anticarsia, Baculovirus erinnys e Baculovirus spodoptera e os produtos à base das bactérioas Bacillus thurigiensis e Bacillus sphaericus.
Bons resultados têm sido obtidos com o controle de cigarrinha da cana-de-açúcar com o fungo Metharizium anisopliae, em especial no nordeste do Brasil, onde o inseto ataca as folhas.
Em São Paulo, de acordo com o pesquisador do Instituto de Economia Agrícola Dr. Alceu Veiga Filho, a plena mecanização do processo produtivo da cana-de-açúcar, representa um avanço tecnológico essencial para a redução de custos. Porém, no processo de difusão existem algumas dificuldades, decorrentes da complexidade dos fatores envolvidos, que vão da necessidade de adoção de nova sistemática de planejamento da lavoura, adequando-a ao corte mecanizado, à restrição de solos aptos e à estratégia determinada pelas empresas produtoras das máquinas. Além disso, com a mudança radical na cultura por meio da eliminação de queimada da cana e da adoção do corte mecanizado, ocorre o aumento significativo da matéria orgânica depositada no solo, influenciando diretamente a ocorrência de pragas e doenças, tais como: Migdolus spp., cupins, formigas cortadeiras, cigarrinhas, fungos, bactérias, nematóides e plantas daninhas infestantes. O que reafirma a necessidade de pesquisas que possam aprimorar o controle biológico de pragas e doenças.
Segundo o Dr. José Eduardo Marcondes de Almeida, Pesquisador Científico, que atua no Laboratório de Controle Biológico em Campinas-SP, o ataque das ninfas e adultos da cigarrinha provoca danos visíveis à lavoura, com colmos de cana mais finos e até mortos, causando redução de até 60% de peso e, principalmente, do teor de sacarose, devido à contaminação por toxinas e microrganismos, provocando perdas na produção de açúcar e de álcool.
O Instituto Biológico aprimorou, também, a técnica para controle da cigarrinha das raízes de cana-de-açúcar em São Paulo.
O trabalho desenvolvido pelo Instituto permitiu a utilização de novas cepas do fungo, mais efetivas no controle do inseto e hoje é difundida para produtores, empresas interessadas na produção de formulações comerciais.
Segundo o Dr. Antonio Batista Filho, Diretor Geral do Instituto Biológico, o controle biológico com microrganismos é um dos principais componentes do manejo integrado de cigarrinhas. Por isso, o Instituto Biológico tem transferido, com apoio da FundAg, a tecnologia de multiplicação do fungo Metarhizum, utilizado no controle da cigarrinha em cana-de-açúcar, para o setor privado, viabilizando o estabelecimento de novos laboratórios de produção do fungo, além de acompanhar e monitorar a qualidade do produto final. Em, pelo menos, 160 mil hectares de cana-de-açúcar do Estado de São Paulo, já está sendo utilizado o controle de cigarrinhas, representando economia e redução de aplicação de defensivos químicos. A implantação do projeto reduziu em 3.238 toneladas o uso de produtos químicos no período de 2002/2003.
O custo médio de tratamento utilizando defensivos químicos é de R$160,00/ha.
O gasto com controle biológico cai para, apenas, R$40,00/ha, em média. Redução de R$ 120,00/ha.
A FundAg disponibilizará em maio vídeo técnico sobre o controle biológico de pragas e que detalha o controle da cigarrinha das raízes em cana-de-açúcar segundo a tecnologia estabelecida pelo Instituto Biológico.
2007-02-09 08:48:05
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answer #1
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answered by Anonymous
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O termo biodiversidade - ou diversidade biológica - descreve a riqueza e a variedade do mundo natural. As plantas, os animais e os microrganismos fornecem alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano.
Para entender o que é a biodiversidade, devemos considerar o termo em dois níveis diferentes: todas as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-relações, ou ecossistemas, na qual a existência de uma espécie afeta diretamente muitas outras.
A diversidade biológica está presente em todo lugar: no meio dos desertos, nas tundras congeladas ou nas fontes de água sulfurosas. A diversidade genética possibilitou a adaptação da vida nos mais diversos pontos do planeta. As plantas, por exemplo, estão na base dos ecossistemas. Como elas florescem com mais intensidade nas áreas úmidas e quentes, a maior diversidade é detectada nos trópicos, como é o caso da Amazônia e sua excepcional vegetação.
A conservação da diversidade biológica é a conservação in situ dos ecossistemas e dos hábitats naturais e a manutenção
e recuperação de populações viáveis de espécies no seu meio natural.
Alguns motivos para se controlar a biodiversidade:
A sociedade moderna - particularmente os países ricos - desperdiça grande quantidade de recursos naturais. A elevada produção e uso de papel, por exemplo, é uma ameaça constante às florestas. A exploração excessiva de algumas espécies também pode causar a sua completa extinção. Por causa do uso medicinal de chifres de rinocerontes em Sumatra e em Java, por exemplo, o animal foi caçado até o limiar da extinção. A poluição é outra grave ameaça à biodiversidade do planeta. Na Suécia, a poluição e a acidez das águas impede a sobrevivência de peixes e plantas em quatro mil lagos do país.
Existe hoje uma Convenção da Biodiversidade.
Os objetivos desta Convenção, a serem cumpridos de acordo com as disposições pertinentes, são a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus
componentes e a repartição justa e eqùitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, mediante, inclusive, o acesso adequado aos recursos genéticos e a
transferência adequada de tecnologias pertinentes, levando em conta todos os direitos sobre tais recursos e tecnologias, e mediante financiamento adequado.
2007-02-09 16:47:04
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answer #3
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answered by RUKIRUKI 1
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