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Ou no XVIII

2007-02-05 22:45:19 · 3 respostas · perguntado por Felipe M 1 em Artes e Humanidades História

3 respostas

A primeira vez que um partido social-democrata participou oficialmente de um governo nacional, foi na Dinamarca, em 1916, como sócio “minoritário” de um governo de coalizão.

Depois disto, durante todo o Século XX, os social-democratas lideraram ou participaram de um numero crescente de governos, em toda a Europa. Mas sua experiência de governo não foi homogênea nem contínua, através do tempo, e pode ser recortada em três períodos bem diferenciados:

1º) entre 1917 e 1945, durante a “era da catástrofe” (Eric Hobsbawm), entre as duas Guerras Mundiais, quando os social-democratas participaram - em situações de emergência - de vários governos de “união nacional” criados para enfrentar os problemas da guerra e da crise econômica da década de 30.

As prioridades dos governos eram o colapso do crescimento e do comércio internacional, o desemprego e a inflação, uma agenda que não estava prevista pelas discussões doutrinárias dos social-democratas do início do século XX.

isso, na prática, em geral, eles apoiaram as políticas dos seus aliados conservadores, com a exceção da social-democracia sueca que formou um governo no auge da crise, sob sua liderança e com um programa inédito e bem sucedido de promoção do crescimento e do pleno emprego, na contramão da ortodoxia econômica da época.

2º) entre 1946 e 1973, durante a “era de ouro” do capitalismo, e no auge da Guerra Fria, quando os social-democratas conseguem, finalmente, formar governos com maioria parlamentar, como na Inglaterra, Áustria, Bélgica, Holanda, e nos países nórdicos que seguiram sendo governados pelos social-democratas, depois da guerra.

Neste início, os governos social-democratas reproduziram, com maior ou menor sucesso, as experiências de “pacto social” e de “planejamento” que haviam acumulado durante a guerra.

Mas a grande marca deste período foi a combinação virtuosa de políticas macro-ecnômicas keynesianas com a criação do “estado de bem estar social”, que se transformou na conquista mais importante da social-democracia européia.

3º) entre 1992 e 2000, durante apoteose liberal depois do fim da URSS e da Guerra Fria, quando os novos governos social-democratas europeus abandonaram o keynesianismo, e em alguns casos, a própria defesa do estado de bem estar social, adotando sem reservas, as novas teses, reformas e políticas neoliberais, lideradas pelos governos conservadores anglo-americanos da década de 80.

Nesta virada neoliberal da social-democracia, o “caso” espanhol foi o que teve maior repercussão e influência mundial. Felipe González foi eleito com um programa de governo de tipo keynesiano, junto com um plano negociado de estabilização e crescimento econômico.

Mas logo no início do seu governo, trocou Keynes e a “concertacion social”, pelo rigor fiscal e o desemprego, como instrumentos de controle dos preços e salários, mantendo esta política ortodoxa durante seus 14 anos de governo.

É interessante observar que a cada um destes períodos de governo correspondeu uma grande “revisão doutrinária”, por parte dos social-democratas europeus. A primeira, já começou no final do século XIX, quando alguns partidos social-democratas aceitam e optam pela “via eleitoral”, para realizar seus objetivos programáticos.

E com isto também aceitam várias conseqüências implícitas na competição e na participação parlamentar, do ponto de vista da organização partidária e das alianças parlamentares e de governo.

Bem mais a frente, a segunda e grande “revisão” doutrinária dos social-democratas europeus ocorreu na década de 1950. Num primeiro momento se apresentou como uma mudança programática de cunho eleitoral, mas depois foi ficando claro que se tratava de uma verdadeira ruptura revolucionária, dentro do pensamento socialista.

Resumindo uma questão muito complexa, se poderia dizer que na origem e na base do pensamento socialista moderno, sempre existiu uma tese ou uma espécie de equação fundamental: “liberdade política = igualdade econômica = fim da propriedade privada”.

Na década de 50, entretanto, esta tese foi abandonada e a equação fundamental passou a ser outra: “liberdade política = igualdade social = crescimento econômico”.

Foi o momento em que os social-democratas deixaram de apostar numa “crise final” do capitalismo, e passaram a lutar por um desenvolvimento acelerado do próprio capitalismo, como forma de obter mais emprego e mais recursos para financiar políticas distributivas.

Talvez, esta tenha sido a mudança doutrinária mais radical, em toda a história do pensamento socialista. De tal forma que se pode dizer que a terceira revisão doutrinária “neoliberal” dos social-democratas dos anos 80/90, não caiu do céu e foi uma prolongação lógica da “nova equação” estabelecida pela reforma dos anos 50..

De “revisão” em “revisão”, os social-democratas europeus abriram mão, primeiro, da idéia da revolução socialista e depois do próprio socialismo. Mais a frente abdicaram do projeto de socialização da propriedade privada, e no final do século XX, abriram mão, inclusive, das políticas de pleno emprego e proteção social universal que foi a sua principal contribuição ao século XX.

Além disto, a “desconstrução” social-democrata da teoria marxista do Capital e da História não deu lugar a nenhuma outra teoria alternativa com a mesma capacidade lógica de definir atores, interesses e estratégias, a partir das tendências críticas e globais, do capitalismo.

Como resultado, aumenta cada vez mais a confusão teórica e a divisão interna dos socialistas envolvidos em discussões intermináveis a respeito de sua própria identidade, e sobre o que seja a especificidade de suas próprias propostas e políticas concretas. Um debate circular e sem fim, porque não existe mais uma teoria referencial comum.

Assim mesmo, existe um grande enigma em toda esta história, porque apesar de todas as revisões, as divisões e as divergências entre intelectuais, movimentos sociais, partidos e tecnocratas, no balanço final, os governos social-democratas do século XX, deram uma contribuição decisiva para o avanço da democracia e da igualdade nas sociedades européias.

♫ Um abraço! ♫

2007-02-08 07:49:21 · answer #1 · answered by ★HELDA★C★ ★ ★ ★ ★ 7 · 0 0

Foram os liberais ingleses

2007-02-09 03:15:52 · answer #2 · answered by Anonymous · 0 0

EEUU.

2007-02-06 01:20:36 · answer #3 · answered by Daniel . 6 · 0 0

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