Muito resumidamente podemos juntar as seguintes anotações:
René Descartes, nascido em 1596 em La Haye - não a cidade dos Países-Baixos, mas um povoado da Touraine
De 1604 a 1614, estuda no colégio jesuíta de La Flèche.. Apesar de apreciado por seus professores, ele se declara, no "Discurso sobre o Método", decepcionado com o ensino que lhe foi ministrado: a filosofia escolástica não conduz a nenhuma verdade indiscutível, "Não encontramos aí nenhuma coisa sobre a qual não se dispute". Só as matemáticas demonstram o que afirmam: "As matemáticas agradavam-me sobretudo por causa da certeza e da evidência de seus raciocínios". Mas as matemáticas são uma excepção, uma vez que ainda não se tentou aplicar seu rigoroso método a outros domínios. Eis por que o jovem Descartes, decepcionado com a escola, parte à procura de novas fontes de conhecimento: "Assim que a idade me permitiu sair da sujeição a meus preceptores, abandonei inteiramente o estudo das letras; e resolvendo não procurar outra ciência que aquela que poderia ser encontrada em mim mesmo ou no grande livro do mundo, empreguei o resto de minha juventude em viajar, em ver cortes e exércitos, conviver com pessoas de diversos temperamentos e condições".
Descartes quer estabelecer um método universal, inspirado no rigor matemático e em suas "longas cadeias de razão". Para isso estabelece um conjunto de regras. A primeira regra é a evidência: não admitir "nenhuma coisa como verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal". A segunda, é a regra da análise: "dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas quantas forem possíveis". A terceira, é a regra da síntese: "concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, como que por meio de degraus, aos mais complexos". A última é a dos "desmembramentos tão complexos... a ponto de estar certo de nada ter omitido".
No Discurso sobre o Método, Descartes pensa sobretudo na ciência. Para bem compreender sua metafísica, é necessário ler as Meditações.
Nelas afirma o filósofo, “existe, porém, uma coisa de que não posso duvidar, mesmo que o demônio queira sempre me enganar. Mesmo que tudo o que penso seja falso, resta a certeza de que eu penso. Nenhum objeto de pensamento resiste à dúvida, mas o próprio ato de duvidar é indubitável. "Penso, cogito, logo existo, ergo sum". Não é um raciocínio mas uma intuição, e mais sólida que a do matemático, pois é uma intuição metafísica, metamatemática.
Nesse momento de seu itinerário espiritual, Descartes é solipsista. Ele só tem certeza de seu ser, isto é, de seu ser pensante (pois, sempre duvido desse objeto que é meu corpo; a alma, diz Descartes nesse sentido, "é mais fácil de ser conhecida que o corpo".
Enfim, muitas coisas, como é óbvio, haveria a dizer deste filósofo, mas você não quer ler um compêndio, pois não?
2007-02-07 10:13:58
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answer #1
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answered by R Campos 5
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"Penso, logo existo". Assim Descarte inicia sua celebre obra "Discurso do Método". É um livro extremamente complexo, onde são colocados inúmeras idéias que delinearam os estudos da metodologia cientifica e da metafisica dos costumes. Nesta obra, relata que passou por uma noite compulsiva, com um furor muito grande de idéias, e todo este processo tenso desta noite resultou nesta obra.
2007-02-06 11:36:42
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answer #2
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answered by Eu, o Homem 1
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Meu.....
Reneé Descartes era um maluco.......
Falou tanta coisa que pode ser resumida a uma unica coisa:
METODOLOGIA CIENTIFICA.....
Afe...to quase me formando e ainda não descobri para que serve.....
Se o cara que "criou isso" foi ele, então não vou descobrir nunca para que ele serviu..........rsrs
Abraços
2007-02-05 06:30:27
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answer #5
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answered by Alex Fabris 3
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