A independência de Angola não foi o início da paz, mas o início de uma nova guerra aberta. Muito antes do Dia da Independência, a 11 de Novembro de 1975, já os três três grupos nacionalistas que tinham combatido o colonialismo português lutavam entre si pelo controle do país, e em particular da capital, Luanda. Cada um deles era na altura apoiado por potências estrangeiras, dando ao conflito uma dimensão internacional.
Por esse trecho, pode perceber que como sempre, tudo é questão de quem quer poder mais!
2007-02-04 20:43:17
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answer #1
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answered by *Camilla* 7
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vanderson,
“A Guerra Civil em Angola 1975-2001”
O atual processo de globalização e o desenvolvimento de tecnologias de comunicação têm ampliado o contato e a interação entre os povos do mundo todo.
A análise dos atuais fluxos migratórios revela questões de ordem
sociocultural, econômica e polÃtica que ocupam destaque na mÃdia, alardeiam movimentos sociais de defesa dos direitos humanos e torna-se objeto de pesquisa cientÃfica de diversas áreas.
Muito se tem discutido a respeito do impacto da chamada globalização na vida dos paÃses e indivÃduos. Há uma polêmica que está acesa principalmente nos últimos anos que diz respeito ao aumento da pobreza, da desigualdade e da exclusão
social que a economia global tem provocado no mundo, além das contradições polÃticas do neoliberalismo, regime predominante nos paÃses do Ocidente e que tem sido associado à própria globalização.
O continente africano é conhecido por suas guerras e conflitos internos.
Além de todas as outras mazelas que enfermam a Ãfrica, um dos resultados da guerra é o crescimento assustador de refugiados, que em busca de segurança e de melhores condições de vida, refugiam-se para a América e
para a Europa.
A guerra em Angola iniciada em 1975, ano que este paÃs
torna-se independente de Portugal, permaneceu não só na memória, mas consumindo vidas e inviabilizando o desenvolvimento daquele paÃs.
Vinte e sete anos passados sobre a data da independência nacional, os angolanos não conheceram, senão fugazmente, a paz e a estabilidade.
A crueldade da História mostrou ao povo angolano, por mais de uma vez, uma imagem de paz.
Idéia que se esfumaria no meio de uma violência cada vez maior que a anterior, deixando atrás de si a descrença, a desconfiança e até, por vezes, o desânimo.
O conflito originou-se das divisões étnicas, sociais, raciais, ideológicas e regionais provocados, não só, mas também pelo regime colonial português.
A formação dos movimentos nacionalistas em Angola refletia essas divisões.
A resistência angolana, que não ficou incólume à agressiva reação portuguesa e às tentativas de asseveração da condição de Angola como colônia, teria proporcionado enfim o estabelecimento do Acordo de Alvor, o qual estabelecia um governo de transição até a independência.
As lutas de libertação acentuaram, por seu lado, a coesão dos diferentes grupos etnolinguÃsticos angolanos contra o ocupante estrangeiro, assim contribuindo para o embrião de um sentimento nacional.
Em 1976, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) surgiu comogoverno de uma Angola independente apoiada pela URSS e Cuba. Nos anos que se seguiram, enquanto que a FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), perdia importância, Jonas Savimbi, da UNITA (União Nacional para
a Independência Total de Angola), conseguiu apoio para sua organização por parte da Ãfrica do Sul, Estados Unidos e outros paÃses.
As hostilidades entre os movimentos acentuaram-se com a inserção do conflito no contexto da guerra fria, isso não apenas prolongou a guerra até o final da década de 80 como também afetou o equilÃbrio de poder em Angola e estabeleceu as
condições para as futuras negociações de paz.
A intervenção em Angola de potências estrangeiras, com meios
incomparavelmente mais destruidores que os usados pela potência colonial durante a guerra de libertação nacional, deu origem a uma espiral de violência e destruição que o paÃs nunca havia conhecido.
A vida tem sido tão dramática que os valores, por vezes, se pervertem, confundindo-se estabilidade com dependência e caos com independência.
A libertação nacional não representou o fim dos conflitos bélicos em Angola. A disputa pelo poder na nação ainda em construção teria engendrado uma guerra catastrófica para a população. Todavia, no caso de Angola, não ficou transmitida claramente uma imagem internacional do impacto da guerra em termos humanos, nem das responsabilidades.
Sempre foram escassos os relatórios em primeira mão provenientes do interior de Angola que chegaram
à imprensa. Poucos são os jornalistas e outros ocidentais que ao visitar Angola seguem para o interior. As imagens da guerra angolana na década de 80, no Ocidente, eram caricaturas que referiam um governo marxista apoiado por tropas cubanas e atacado por combatentes guerrilheiros anticomunistas.
Mas, mesmo os aliados do MPLA recebiam pouca informação direta que permitissem dar uma face humana ao conflito.
Esta guerra terrÃvel contabilizou até o ano de 2000, a morte de mais de 500.000 pessoas, a mutilação de mais de 800.000, e ainda registra o maior número de minas explosivas ativas por quantidade de habitantes em todo o planeta.
Neste fogo cruzado, muito sem ter para onde ir e à procura de paz fugiram para vários lugares em todo mundo. A guerra civil tem promovido a dispersão da população angolana, segundo dados fornecidos pela ONU, existiam 1.550.000 deslocados internos em Angola e 280.000 refugiados nos paÃses vizinhos.
A fuga seria, no entanto, a última esperança para viver.
Sendo marcante na experiência do angolano a questão da guerra civil que permeou toda vida de seu paÃs, constituindo, à s vezes, um motivo direto ou indireto de sua vinda para o Brasil.
Importante destacar que esta comunidade não apresenta um discurso homogêneo quanto à memória de guerra e às condições de vida no Rio de Janeiro.
Suas opiniões variam conforme a posição sócio-polÃtica que estes possuÃam em seu paÃs de origem.
Observa-se a reconstrução da experiência angolana em território brasileiro feita nos campos das associações polÃticas, da religião, dos lazeres e na base de histórias de vida partindo do foco contido na memória do refugiado angolano, como importante, para a adequada compreensão da construção da
identidade deste.
Socialmente, nos fornecendo também visões originais
sobre a realidade carioca e de Angola através dos olhos destes refugiados, tentando sempre ampliar este jogo de representação mútua existente.
Mais uma vez, em um momento histórico distinto, são marcadas as relações entre o Brasil e Angola e almejamos identificar o nexo de tais relações.
Partiremos de indagações tais como o porquê de o Brasil ser o paÃs escolhido e o que viabilizou a chegada até aqui. Quem são estes refugiados africanos que podem realizar seus estudos ampliando sua capacitação profissional, visto que nem todos os angolanos tiveram a oportunidade de sair do seu paÃs, tornando-se vulneráveis as conseqüências da guerra, sob ameaça inclusive da perda da vida.
O grande fluxo migratório trouxe angolanos de várias partes daquele paÃs, luandeses, bakongos enfim, um grande número de pessoas que fugiam das áreas de intenso conflito. Com
essas pessoas desembarcaram também suas histórias de vida, suas trajetórias, costumes e valores.
Três gerações angolanas conheceram a guerra como pano de fundo do seu cotidiano. Foram, todavia, os mais novos, que a sentiram de forma mais amarga. à uma geração que nunca conheceu a paz. Muitos passaram a sua infância em fuga, evitando emboscadas e minas. Viram morrer pais, irmãos e
amigos. A violência, para esta geração, não é o pano de fundo, é o seu cotidiano. Para o povo, a paz só será aferida quando puder circular livre e seguramente por todo o território.
â« Um abraço! â«
2007-02-08 16:20:40
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answer #2
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answered by ★HELDA★C★ ★ ★ ★ ★ 7
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