Olá Haru,
Muito interessante a sua pergunta.
Convida a uma boa reflexão...
Não existem 2 pessoas iguais no mundo.
A diferença é regra, tratando-se de pessoas, não exceção.
Neste contexto, embora o ideal fosse não analisar mas, simplesmente, aceitar as pessoas como elas verdadeiramente são, entendo que as limitações oriundas da natureza humana presentes em cada um de nós, leva-nos a expressar aos outros limites de tolerância que, infelizmente, existem.
A nossa capacidade de se relacionar e se adaptar aos valores, ao comportamento e às atitudes dos outros não é ilimitada, restringindo sobremaneira a capacidade para conviver e interagir positivamente com as pessoas sob qualquer situação ou contexto.
Entendo que Aceitar o Outro é uma capacidade, cuja evolução representa para todos nós um grande desafio, procurando expandir a capacidade de convivência e interação com as pessoas.
Vivemos num mundo acelerado que força as pessoas a tomar decisões cada vez mais rápidas, desafiando continuamente a nossa capacidade de análise das situações.
É impossível realizar uma análise justa e imparcial de algo tão complexo como o ser humano interagindo com ele apenas um instante, embora não faltem pressões para assim proceder, neste mundo globalizado.
Nem todo mundo é capaz de causar uma primeira boa impressão, conquistando e promovendo uma forte empatia num contato inicial.
Tratando-se do ser humano, corremos sempre o o risco de sermos precipitados em nossas considerações.
Tenho aprendido, através da convivência com pessoas mais maduras, a evitar tecer um juízo representativo de valor sobre uma pessoa em uma única abordagem ou situação que pude vivenciar.
Todos nós temos altos e baixos e todos nós erramos.
Analisar a natureza humana nesta óptica leva a grandes equívocos, pois não somos mecanismos programados.
Hoje podemos expressar o melhor de nós e, amanhã, o pior, como também, vice-versa.
É preciso interagir num período mais significativo para reconhecer melhor os valores, princípios e critérios, modeladores da personalidade e caráter de cada pessoa.
Raramente uma única situação vivenciada pode assegurar, com total imparcialidade, a personalidade e o caráter de alguém, embora não faltem impressões produzidas para conduzir a um julgamento precipitado.
Outro problema que restringe fortemente a capacidade de analisar as pessoas é a tendência normal do ser humano em julgar e avaliar o comportamento alheio à partir dos próprios critérios e valores, muitos deles, oriundos de aspectos culturais, das convicções íntimas e da educação recebida podendo, às vezes, caracterizar mais um preconceito do que, verdadeiramente, um critério de valor.
É preciso não só, saber se colocar no lugar do outro, como também, contextualizar a realidade que ele presencia à partir de sua experiência de vida, valores, educação e cultura.
Aquilo que julgamos bom ou ruim, adequado ou não, certo ou errado, é em muitos aspectos, fruto de nosso modo de vida, cultura e educação.
Quando julgamos os outros apenas por nossas lentes, vemos apenas aquilo que achamos conveniente, havendo parcialidade.
Há situações em que temos muito mais a aprender e compreender sobre a diversidade de comportamento e valores do que questionar, cabendo uma lição de humildade que nem sempre estamos dispostos a aceitar.
Todos nós temos algo de bom a compartilhar como também carências e necessidades a suprir, sejam elas físicas, materiais, afetivas, sociais ou espirituais.
Uma andorinha só não faz verão, como diz o ditado.
Em nossos contatos diários, tanto analisamos como somos analisados pelas pessoas, sendo a resultante destas duas impressões, desencadeadoras de reações que podem favorecer ou prejudicar as interações futuras.
Cada pessoa à partir dos seus potenciais, suas limitações, valores, princípios e atitudes, molda seu caráter e personalidade gerando uma forma de comportamento e interação que favorecem o contato, a sintonia e a empatia com algumas pessoas, de forma mais específica, do que com outras.
Este comportamento permite às pessoas interpretar indiretamente o que cada uma procura, o que oferece e como tolera a interação com os outros.
Esta interpretação pode ser acertada ou não, pois também parte dos outros em relação a cada um.
Isto permite avaliar a conveniência ou não em promover o relacionamento de alguma forma, procurando gerar uma interação bem sucedida.
Desta forma, entendo que os relacionamentos não ocorrem por acaso, sendo contudo, complexos os mecanismos que explicam porque alguns se viabilizam e outros não.
Refletindo sobre o meu círculo mais estreito de relacionamentos, percebo um composição eclética, não apresentando qualquer padrão externo característico, seja de cor, raça, idade, altura, peso, sexo, condição econômica, convicção política ou religiosa.
Acho este aspecto muito positivo pois, os motivos que levaram a viabilização destes relacionamentos são outros, relacionados ao compartilhamento de propósitos e suprimento de necessidades intrínsecas entre as pessoas.
O respeito recíproco é a base dos relacionamentos, fruto da Aceitação do Outro.
Desejo a todos, a superação contínua dos seus limites e o desenvolvimento do seu potencial para a viabilização de ótimos relacionamentos.
Um grande abraço !!!
2007-02-02 00:46:40
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answer #1
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answered by Peregrino 6
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