José Plácido de Castro (São Gabriel, 9 de Setembro de 1873 — Seringal Benfica, 9 de agosto de 1908) foi um político e militar brasileiro que participou da Revolução Acreana e governou o estado do Acre.
Era filho do capitão Prudente da Fonseca Castro, veterano das campanhas do Uruguai e Paraguai, e de Dona Zeferina de Oliveira Castro.
Descendente de família cristã recebeu no seu batismo o nome do avô José Plácido de Castro, o major paulista que, após combater nas Campanhas Cisplatinas, trocou o chão paulista pelo do Rio Grande do Sul.
Um de seus bisavós, Joaquim José Domingues,foi companheiro de Borges do Canto, na conquista das Missões em 1801, quando este território foi incorporado ao território brasileiro.
Ingressou na Escola Militar da então província do Rio Grande do Sul, para dedicar-se à carreira militar. Era um dos melhores alunos da turma, quando um grupo de cadetes e oficiais pediu o fechamento da escola ao presidente Floriano Peixoto para que pudessem participar com as forças legais no combate à Revolução Federalista. Plácido de Castro discordava da maioria: acreditava que Deodoro da Fonseca, o presidente anterior, não deveria ter sido substituído por Floriano Peixoto; deveria ter havido eleições diretas e não a posse - como ocorreu - do então vice-presidente.
Isso custou-lhe, quando do fechamento da escola, o rebaixamento a praça e transferência para o Corpo de Transportes. Passou, então, para o lado rebelde e atingiu, por bravura, o posto de major. Finda a revolução, houve anistia para os rebeldes e Castro mudou-se para o Rio de Janeiro, onde tornou-se inspetor dos alunos do Colégio Militar daquela cidade. Conseguiu depois um lugar de fiscal nas docas do porto de Santos, em São Paulo. Nessa época, obteve provisão de agrimensor.
Em 1889 abandonou o cargo nas docas para tentar futuro melhor no norte do país. Existia no Acre, desde os tratados de 1750 e 1777 uma questão territorial de limites com a Bolívia. Em 1901, esta arrendou o Acre a uma companhia estrangeira. Conseqüentemente, aumentaram as animosidades entre bolivianos e brasileiros. Plácido de Castro liderou, então, um movimento armado contra a Bolívia e proclamou a independência do estado do Acre. Aos 27 anos de idade, liderou uma forte revolução com mais de 30 mil homens. Ele definiu a fronteira oeste do Brasil como uma decisão na sociedade da época a favor de seu país.
Em 1903, pelo Tratado de Petrópolis, a luta foi encerrada.
Em 1906, Plácido foi nomeado governador do Acre. Viajou para o Rio de Janeiro, onde lhe ofereceram os galões de coronel da Guarda Nacional, que rejeitou. Quando de seu retorno ao Acre, foi nomeado prefeito.
Em 9 de agosto de 1908, Plácido de Castro caiu ferido numa emboscada que lhe prepararam mais de uma dezena de jagunços, próximo à propriedade e sob a liderança de Alexandrino José da Silva, o subdelegado. No dia 11, ardendo em febre, implorou ao irmão, Genesco, de olhos fechados, na presença de vários companheiros: "Logo que puderes, retira daqui os meus ossos. Direi como aquele general africano: 'Esta terra que tão mal pagou a liberdade que lhe dei, é indigna de possuí-los.' Ah, meus amigos, estão manchadas de lodo e de sangue as páginas da história do Acre.. .tanta ocasião gloriosa para eu morrer...".
Enfim, o herói rio-grandense foi covardemente trucidado, aos 35 anos de idade, ficando esse crime para sempre impune. Próximo à propriedade do seu assassino, erguido pelos fiéis amigos de Plácido de Castro, há um pedaço de mármore assinalando o local da emboscada. Seus ossos, porém, foram sepultados logo à entrada de um cemitério em Porto Alegre. Na fronte do pedestal, a família fez questão de deixar gravados, um a um, nome e sobrenome dos seus 14 carrascos.
Por ter sido um dos grandes responsáveis pela anexação do hoje estado do Acre ao Brasil, após a ação diplomática do Barão do Rio Branco no Tratado de Petrópolis, assinado em 17 de novembro de 1903, o intrépido gaúcho, reverenciado como um de seus maiores heróis, é o patrono do 4º Batalhão de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro - "Batalhão Plácido de Castro", sediado na capital do estado e integrante do Comando de Fronteira do Acre — e também, da Polícia Militar do Acre.
Em 17 de novembro de 2004 seu nome foi incluído no Livro de Aço dos Heróis Nacionais localizado no Panteão da Pátria, em Brasília.
A minissérie Amazônia, de Gálvez a Chico Mendes aborda a vida de Plácido de Castro, interpretado pelo ator Alexandre Borges.
2007-02-01 21:34:57
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