Os 15 países da União Européia iniciaram uma corrida contra o relógio para ajustarem suas economias de forma a atingirem as metas que se auto-impuseram para participar da união econômica e monetária.
Apesar de alguns analistas acreditarem que um adiamento da União Monetária Européia (UME) seria desejável, na medida em que daria à França e à Alemanha mais alguns anos para reestruturarem suas economias, promoverem um crescimento mais sustentado e resolverem, pelo menos parcialmente, a questão das elevadas taxas de desemprego, existem argumentos contrários ainda mais fortes que enfatizam os elevados riscos para a UME de um adiamento dos prazos acertados para a adoção da moeda única no tratado de Maastricht.
Por um lado, o adiamento da UME provavelmente implicaria, como resultado de pressões políticas, um relaxamento da austeridade fiscal na maioria dos países que não alcançaram a meta do déficit fiscal de 3% do PIB, tornando, possivelmente, ainda mais difícil o atendimento dessa meta daqui a dois anos. Os eleitores franceses deram, nesse sentido, um claro sinal de que não estão dispostos a aceitar um ajuste fiscal mais forte com a economia desaquecida e operando com taxas de desemprego em níveis recordes.
Mais importante ainda, o impacto imediato de um adiamento da UME seria uma valorização do marco alemão - dado o receio por parte do mercado de o marco ser absorvido por um euro fraco -, afetando negativamente a competitividade das exportações alemãs - atualmente a fonte mais importante de crescimento da economia - e provocando um impacto negativo sobre o crescimento do país e sobre o nível de emprego. Ao mesmo tempo, as taxas de juros na França, na Itália e na Espanha teriam, possivelmente, que sofrer uma elevação para evitar uma desvalorização de suas taxas de câmbio, o que também afetaria negativamente a recuperação dessas economias e, conseqüentemente, os níveis de emprego. Com suas economias mais desaquecidas e com níveis mais elevados de desemprego, a tendência nesses países seria de elevação do déficit público. Nesse contexto, seria difícil garantir que um adiamento, mesmo que de curta duração, na implementação da moeda única não se transforme em um adiamento por tempo indefinido.
Assim, razões tanto políticas como econômicas sugerem que a UME será implementada na data acertada no tratado de Maastricht, a partir de uma leitura mais flexível dos critérios estabelecidos pelo tratado. O critério de convergência com relação ao déficit público estabelece que países com déficits superiores a 3% do PIB não são elegíveis para participar da UME, "a menos que o seu déficit esteja próximo da meta estabelecida ou se movendo na direção correta". Apesar da insistência da Alemanha na aplicação estrita desse critério, o fato é que as projeções mais recentes indicam que dificilmente o déficit público na própria Alemanha em 1997 será inferior a 3,4% do PIB, sendo as projeções para a França de que este se situe entre 3,5 e 3,7%. Assim, o relatório a ser publicado pelo Instituto Monetário Europeu com relação a seus próprios critérios de convergência em março de 1998, e que deverá ter um peso importante no processo de decisão dos líderes da UE sobre quais os países que integrarão o SME desde o seu início, deverá adotar regras mais flexíveis com relação aos critérios do tratado de Maastricht, mesmo porque apenas o Luxemburgo atenderá a todos os critérios estabelecidos (ver quadro a seguir).
Não surpreendentemente, a vitória dos socialistas na França reacendeu as especulações sobre um possível adiamento da adoção da moeda única, o euro.
Apesar das tensões políticas derivadas das diferentes posições do governo alemão e do novo governo socialista francês sobre os termos da UME - tanto no que se refere aos países que deverão participar da união monetária desde o seu início como com relação ao pacto de estabilidade defendido pela Alemanha -, os dois governos conseguiram chegar a uma solução de compromisso, no encontro de cúpula de Amsterdã, ocorrido em 15 e 16 de junho último, com relação às suas principais divergências. O acordo de Amsterdã mantém a data para a implementação da moeda única em 1o de janeiro de 1999, ainda que sem resolver diferenças fundamentais sobre a forma de operacionalizar a planejada união - inclusive a fórmula como as moedas nacionais serão convertidas ao euro - e os países que dela deverão participar.
O compromisso de Amsterdã significa que o pacto da estabilidade de inspiração alemã, que impõe uma rígida disciplina fiscal aos países membros, continua a vigorar. De acordo com a fórmula alemã, que contava com a oposição de alguns países membros, especialmente da França, economias que apresentassem um déficit fiscal superior a 3% do PIB estariam automaticamente sujeitos a multas proporcionais ao estouro de meta. Para contornar as objeções francesas, o pacto da estabilidade, na sua versão final, não pressupõe mais multas automáticas, devendo as suas aplicações estarem sujeitas à aprovação dos governos da UE. Paralelamente, no entanto, os líderes da UE acertaram duas novas resoluções políticas que oferecem, pelo menos, um suporte retórico às demandas francesas: a formação de um conselho econômico que deverá servir de contrapeso ao poder do futuro Banco Central Europeu e uma lista de novos compromissos com relação a políticas de geração de emprego e crescimento econômico.
A relação dos países que poderão aderir à UME já em 1999 ainda é uma das maiores incertezas do projeto. Admitindo que a UME seja concretizada na data prevista pelo tratado de Maastricht, existem poucas dúvidas de que a França e a Alemanha façam parte desse grupo de países, nem que seja apenas por razões políticas. Irlanda, Finlândia e Áustria são tidos como parceiros certos, com déficits fiscais previstos para 1997 inferiores ou iguais a 3% estabelecidos como meta. Também os três países que formam a Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) são tidos como candidatos quase certos, ainda que na Bélgica o estoque da dívida como proporção do PIB seja de 120%, valor igual a duas vezes a meta estabelecida de 60%. Caso prevaleça uma interpretação mais flexível do critério do déficit público, Portugal, Espanha e Itália também dificilmente deverão ser considerados não elegíveis para participar da UME já em 1999, em que pesem as objeções da Alemanha com relação à participação da Itália desde o período inicial. Para a Alemanha, a participação da Itália na UME desde o início, uma das reivindicações francesas, implicaria um excessivo relaxamento dos critérios acertados.
Deverão permanecer fora da UME a Grécia, que se encontra ainda muito distante de alcançar os critérios de convergência, e o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia, que deverão permanecer fora da união monetária no seu período inicial por opção política, embora o novo governo trabalhista inglês tenha-se manifestado, relativamente ao anterior, bem mais favorável aos ideais de unificação da Europa, principalmente no que se refere às cláusulas sociais e trabalhistas da UE. No caso do Reino Unido, existem ainda razões econômicas para que este não ingresse na UME em 1999: a economia britânica está em uma fase mais avançada do ciclo econômico que seus principais parceiros e o comportamento da libra com relação ao marco tem apresentado uma alta volatilidade ao longo do último ano, acreditando-se não ser esse o momento oportuno, dada a atual valorização da libra em relação ao marco.
O início da UME com um grupo ampliado de países - isto é, com a participação da Itália, Espanha e Portugal -, como resultado de uma interpretação mais flexível dos critérios de Maastricht, tem gerado no mercado o receio de que o euro nasça como uma moeda frágil e instável. O resultado final da UME e a capacidade de o euro se impor como uma moeda forte e estável dependerá crucialmente da atuação do Banco Central Europeu. Se este for incapaz de resistir às pressões políticas e adotar uma política monetária frouxa, de fato o euro poderá nascer como uma moeda frágil. O mais provável, no entanto, é que, diante do receio do mercado de que isto venha a acontecer, o Banco Central Europeu adote, para garantir a credibilidade do euro, uma política monetária ainda mais restritiva do que seria necessário, o que, reforçado pela adoção de políticas fiscais também restritivas, poderá ter conseqüências negativas para o crescimento e o emprego a curto prazo, o que tornaria o processo de integração extremamente penoso nos anos iniciais para os países com economias mais fracas.
Os efeitos macroeconômicos previsíveis a médio e longo prazos da criação da UME deverão ser inúmeros e extremamente importantes. Em primeiro lugar, a introdução da moeda única deverá provocar uma significativa redistribuição de riqueza dentro da UE, não necessariamente entre pobres e ricos, mas principalmente entre regiões - muitas empresas já anunciaram a intenção de consolidar as suas plantas atualmente dispersas em diversos países da UE - e companhias, esperando-se que as grandes multinacionais sejam as grandes beneficiárias do euro, enquanto para as pequenas empresas locais sobrariam apenas os custos da mudança. Também ao tornar mais transparente o sistema de preços, o euro deverá colocar pressão nas margens de lucro e nos preços, o que deverá ter um impacto antiinflacionário, permitindo a adoção de uma política monetária mais branda. A longo prazo, pode-se também esperar que a unificação monetária tenha um efeito positivo sobre o crescimento econômico, como resultado dos ganhos de eficiência decorrentes não apenas do processo de consolidação fiscal nos países da região, como também pelo aumento da competição permitida pela maior transparência dos preços, da redução dos custos das operações entre países, da maior mobilidade dos fluxos de capitais e da eliminação dos custos de operações de hedge.
Por fim, se bem-sucedido, o euro poderá se tornar o primeiro concorrente efetivo do dólar desde que este substituiu a libra como principal moeda mundial.
No entanto, o obstáculo mais concreto para um suave nascimento do euro é mais de ordem política do que propriamente econômica. Uma pesquisa de opinião pública realizada pelo Eurobarometer entre outubro e novembro de 1996 e publicada recentemente estima que, para o total dos países da UE, a terça parte da população seja contrária à criação da moeda única. Em seis países, inclusive na Alemanha, o balanço das opiniões é contra a moeda única - que temem que o euro seja menos estável que o marco - e mesmo na França, onde a maioria ainda é favorável à união monetária, o percentual de votos favoráveis declinou significativamente. À medida que a data da implementação da UME se aproxima, o hiato entre as posições dos líderes e dos eleitores parece estar se aprofundando, podendo inclusive inviabilizá-la politicamente, dependendo do resultado das eleições alemãs no ano que vem. Caso a UME seja realmente implementada em 1999, seu sucesso a longo prazo dependerá em grande parte da sabedoria do Banco Central Europeu na administração da política monetária nos anos iniciais da união monetária.
Sumário e Projeções
O crescimento médio do PIB real mundial, entre 1970 e 1996, situou-se em 4% aproximadamente. A partir de 1994, a economia mundial entrou em fase de crescimento acelerado, muito próximo ou acima de 4%, apesar da desaceleração generalizada observada em 1995 (3,7%). As projeções de médio prazo do Fundo Monetário Internacional (maio último) apontam para taxas de 4,4% em 1997 e 1998, devendo o grupo dos países industrializados apresentar uma expansão de 2,9% nesses anos, segundo a instituição (TABELA 1).
No primeiro trimestre de 1997, o PIB dos Estados Unidos - sazonalmente ajustado - novamente se acelerou em quase dois pontos de percentagem, crescendo a uma taxa anualizada de 5,9% (3,8% no quarto e 2% no terceiro períodos do ano anterior). Assim, a economia americana, desde meados do ano passado, estaria em ritmo de expansão acima de sua taxa de longo prazo, estimada em 2,5% aproximadamente. As evidências desse ímpeto centram-se em parte na atual fase de expansão dos gastos reais de consumo pessoal (4% no primeiro trimestre). As projeções do Consensus Forecasts apontam para um crescimento de 3,5% em 1997, bastante superior aos 2,4% observados no ano passado (TABELA 2).
No Japão, o PIB - sazonalmente ajustado e medido pela variação trimestral anualizada - voltou a ter um bom desempenho no primeiro trimestre de 1997 quando cresceu 6,6%, em linha com os 3,9% ao final do ano passado. A explicação básica para esses bons resultados é a antecipação dos gastos de consumo devido ao aumento anunciado do imposto sobre valor adicionado (IVA). As projeções do Consensus Forecasts, entretanto, apontam apenas para um crescimento médio de 1,7% em 1997, revelando, assim, uma tímida perspectiva de melhora do ambiente econômico (TABELA 3).
Na Alemanha, o PIB - sazonalmente ajustado e medido pela variação trimestral anualizada - cresceu 1,8% nos três primeiros meses de 1997, após o fraco resultado de apenas 0,3% no trimestre anterior, marcando, assim, uma reversão na trajetória de desaceleração observada desde o terceiro trimestre do ano passado.As projeções do Consensus Forecasts indicam uma taxa média de crescimento do PIB de 2,3% em 1997 e 2,7% em 1998 (TABELA 4).
As perspectivas com relação à inflação continuam extremamente favoráveis nos países industrializados. Por um lado, o robusto crescimento observado nos Estados Unidos e no Reino Unido não provocou, até o momento, qualquer aceleração nos preços, observando-se, inclusive, nos meses recentes, uma queda na taxa de inflação. Por outro lado, a ainda tênue recuperação do Japão e dos países da Europa continental, estes últimos com taxas recordes de desemprego, deverá permitir uma retomada mais vigorosa do crescimento sem pressões inflacionárias. A variação do índice de preços ao consumidor dos países industrializados deverá se manter praticamente estável em um patamar pouco acima de 2% neste e no próximo ano.
A redução das taxas de inflação nos Estados Unidos nos últimos meses e o fato de alguns indicadores recentes apontarem no sentido de uma desaceleração do crescimento no segundo trimestre do ano levaram o FED a manter inalterada a taxa dos Federal Funds em 5,5% em sua última reunião em 2 de julho. De forma análoga, a fraca recuperação tanto da economia alemã como da economia japonesa levou os Bancos Centrais desses países a manterem inalteradas as taxas de redesconto em 2,5% na Alemanha e em 0,5% no Japão.
O dólar continuou a apresentar no primeiro semestre de 1997 uma firme trajetória de valorização - iniciada em maio de 1995 - diante do marco: apenas no primeiro semestre do ano a valorização do dólar ante o marco foi de 10,3%, enquanto com relação a abril de 1995 a valorização foi de 20,2%. Já com relação ao iene, o movimento de valorização do dólar foi revertido em março último. Depois de acumular uma valorização de 32% desde abril de 1995, o dólar sofreu uma desvalorização de 7,6% entre março e junho de 1997, reduzindo a valorização do dólar observada ao longo de todo período para 26,8%.
As sete maiores economias industrializadas acumularam em 1996 um superávit comercial de US$ 28 bilhões, bastante inferior ao saldo de US$ 53 bilhões verificado no ano anterior. Os principais determinantes dessa redução foram, por um lado, o aumento dos déficits dos Estados Unidos e do Reino Unido - cujas importações vêm sendo estimuladas pelo relativamente melhor desempenho econômico desses países - e, por outro, a forte contração do superávit japonês, a despeito da significativa desvalorização do iene observada desde meados de 1995 e da ainda tímida performance econômica do país.
O comércio mundial de mercadorias deverá experimentar uma aceleração em 1997 e 1998, expandindo-se, em quantum, 7,3 e 7,2%, respectivamente, ante a taxa de 5,4% verificada no ano passado, segundo o relatório semestral do Fundo Monetário Internacional. Os preços internacionais, quando medidos em dólares, depois de acumularem uma forte elevação em 1995 (8,9%), e terem-se mantido relativamente estáveis no ano passado (-0,7%), deverão declinar 3,2% em 1997, mas se apresentarão, segundo o FMI, inalterados (0,1%) no ano que vem.
O índice dos preços em dólar das commodities da revista The Economist vem apresentando desde meados do segundo trimestre de 1997 um ligeiro movimento de queda, revertendo parcialmente a relativamente intensa recuperação que vinha sendo observada a partir de outubro do ano passado. A evolução do índice médio dos preços dessas mercadorias nos últimos meses tem sido fundamentalmente determinada pelas fortes oscilações verificadas nas cotações do café desde fins do ano passado. De fato, entre dezembro de 1996 e maio deste ano, o preço internacional do café acumulou uma alta de mais de 100%, antes de se reduzir cerca de 25% nos dois meses seguintes. Esses movimentos têm sido creditados às incertezas acerca do tamanho da próxima safra brasileira, à expectativa (não-efetivada) de geadas sobre as lavouras do país, às estimativas de quebra das produções colombianas e centro-americanas e, por fim, às indicações de recuperação dos reduzidos níveis de estoque junto aos países consumidores. Os preços da soja nos últimos meses também delinearam uma trajetória bastante semelhante à observada para o café e para o índice médio dos preços das commodities: acumularam uma vigorosa elevação entre o último trimestre de 1996 e maio de 1997, e apresentaram forte queda a partir de então. Os determinantes desse movimento têm sido, por um lado, os reduzidos estoques do produto nos Estados Unidos e, por outro, as estimativas de aumento da área plantada para a próxima safra no país.
O preço internacional do petróleo (tipo Brent) experimentou uma forte queda em janeiro e fevereiro desde ano e tem-se situado, desde março, ao redor de US$ 18,5 o barril. A significativa redução das cotações tem sido explicada pela ocorrência de um inverno considerado brando no Hemisfério Norte no início do ano, uma relativa recuperação dos estoques retidos pelas refinarias - que, em 1996, haviam atingido os mais reduzidos patamares em muitos anos - e pelo aumento acima das expectativas da oferta mundial, em função do retorno do Iraque ao mercado, de violação das quotas individuais de produção firmadas pelos países da Opep e do bom desempenho que vem sendo observado nas produções de petróleo no Mar do Norte e na América Latina.
Por fim, com relação aos países do Mercosul, observa-se um movimento de recuperação nas três economias, ainda que muito mais intenso na Argentina. Após a recessão verificada entre o segundo trimestre de 1994 e o terceiro trimestre de 1995 provocada pela crise mexicana de dezembro de 1994, a economia argentina apresentou um desempenho macroeconômico excepcional no primeiro semestre do corrente ano: taxa de crescimento do PIB, dessazonalizada e anualizada, de 11,9%, inflação acumulada de 0,2%, cumprimento, pela primeira vez e com pequena folga, das metas de déficit fiscal acertadas com o FMI e nível de reservas internacionais ao redor de US$ 20 bilhões, superior ao verificado no período 1991/94, fase áurea do Plano de Conversibilidade.
Para 1997, as projeções dos principais indicadores econômicos são bastante otimistas: para o PIB, um crescimento acima de 6%; uma queda na taxa de desemprego de cerca de dois pontos de percentagem; uma taxa de inflação, medida pelo IPC, de cerca de 1,5%; um déficit público em torno de 1,4% do PIB - dentro dos limites do compromisso firmado com o FMI -; e um déficit comercial de US$ 3 bilhões (exportações de US$ 28 bilhões e importações de US$ 31 bilhões) e em conta corrente pouco superior a US$ 6 bilhões (TABELA 5).
As projeções de crescimento econômico feitas por fontes do Banco Central do Paraguai para 1997 entre 4,5 e 5% foram reduzidas a um máximo de 3%, em virtude dos efeitos sobre a economia do país da intervenção governamental no segundo maior banco privado e do fechamento de mais duas instituições financeiras, em junho deste ano. A crise de liquidez gerada por essas ações deverá reverter parcialmente os bons resultados obtidos na produção de alguns dos mais importantes itens agrícolas, como a soja e o algodão. A variação do Índice de Preços ao Consumidor no primeiro semestre ficou em 6%, um pouco inferior aos 6,4% observados nos seis primeiros meses de 1996. Com isso, é provável que seja atingida a meta estabelecida pelo governo para 1997, de 8%.
Com relação ao Uruguai, a previsão é de uma taxa de crescimento da ordem de 3%, tanto em 1997 como em 1998. Os elementos mais dinâmicos da demanda agregada deverão ser os investimentos públicos e privados e as exportações. Quanto à inflação, as metas do governo recentemente acertadas com o FMI parecem ambiciosas, em vista das taxas registradas até o momento.
Tabela 1 - Sumário de Previsões - Países Industrializados
Variação Percentual
Ano
Produto
Inflação (IPC)
Balanço Corrente
Comércio Maundial
FMI
LINK
G.S.
FMI
LINK
(A)
G.S.
G.S.
OCDE
LINK
1996
2,5
2,5
2,3
2,4
1,8
2,2
-0,3
5,4
4,5
1997
2,9
2,4
2,8
2,5
2,2
2,0
-0,2
7,3
7,2
1998
2,9
2,6
2,7
2,5
2,2
2,4
-0,2
7,2
6,1
Fontes: OECD Economic Outlook, maio de 1997; Goldman Sachs, The International Economic Analyst junho/julho de 1997; Project Link pre-meeting forecasts, maio de 1997; (a) Deflator do consumo privado.
Tabela 2 - Sumário de Previsões - Estados Unidos
Variação Percentual
Ano
Produto
Inflação (IPC)
Orçamento
Fiscal
(% PIB)
Balanço
Corrente
(% PIB)
FMI
CONS.
G.S.
FMI
CONS.
G.S.
FMI
G.S.
FMI
G.S.
1996
2,4
2,4
2,4
2,9
2,9
2,9
-3,0
-1,8
-2,2
-2,2
1997
3,0
3,5
3,8
2,9
2,7
2,5
-2,3
-1,2
-2,3
-2,0
1998
2,2
2,1
2,8
3,0
3,7
3,1
-2,1
-0,8
-2,4
-1,6
Fontes: FMI World Economic Outlook, maio de 1997; Goldman Sachs, The International Economic Analyst junho/julho de 1997; Consensus Forecasts, junho de 1997;
Tabela 3 - Sumário de Previsões - Japão
Variação Percentual
Ano
Produto
Inflação (IPC)
Orçamento
Fiscal
(% PIB)
Balanço
Corrente
(% PIB)
FMI
CONS.
G.S.
FMI
CONS.
G.S.
FMI
G.S.
FMI
G.S.
1996
3,6
3,6
3,6
0,1
0,1
0,1
-4,6
-5,8
1,4
1,4
1997
2,2
1,7
1,7
1,3
1,4
1,8
-2,9
-4,1
1,8
1,9
1998
2,9
2,9
1,9
1,2
1,0
1,1
-2,7
-3,7
2,0
1,8
Fontes: FMI World Economic Outlook, maio de 1997; Goldman Sachs, The International Economic Analyst junho/julho de 1997; Consensus Forecasts, junho de 1997;
Tabela 4 - Sumário de Previsões - Alemanha
Variação Percentual
Ano
Produto
Inflação (IPC)
Orçamento
Fiscal
(% PIB)
Balanço
Corrente
(% PIB)
FMI
CONS.
G.S.
FMI
CONS.
G.S.
FMI
G.S.
FMI
G.S.
1996
1,4
1,4
1,4
1,5
1,5
1,5
-3,8
-3,8
-0,7
-0,6
1997
2,3
2,3
2,2
1,8
1,6
1,6
-3,3
-3,4
-0,2
-0,8
1998
3,0
2,7
2,8
2,0
1,9
2,2
-2,9
-3,0
-0,4
-0,8
Fontes: FMI World Economic Outlook, maio de 1997; Goldman Sachs, The International Economic Analyst junho/julho de 1997; Consensus Forecasts, junho de 1997;
Tabela 5 - Sumário de Previsões - Mercosul
Variação Percentual
Argentina Paraguai Uruguai Brasil
Ano PIB Infl. Bal.
Corr.
(%PIB) PIB Infl. Bal.
Corr.
(%PIB) PIB Infl. Bal.
Corr.
(%PIB) PIB Infl. Bal.
Corr.
(%PIB)
1996 4,3 0,1 -4,0 1,3 8,1 -0,9 4,9 24,3 -0,4 2,9 10,0 -24,3
1997 6,2 1,3 -6,4 3,5 10,4 -1,0 4,3 20,6 -0,4 3,5 6,9 -32,4
1998 5,3 2,0 -8,2 4,5 13,6 -1,1 3,9 17,4 -0,6 4,3 6,3 -36,1
Fontes: Latin American Consensus Forecats, junho 1997.
ok
2007-01-30 05:44:48
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answer #2
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answered by M.M 7
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