O Estado de S.Paulo
MEC abrirá 50 mil bolsas para universitários
Idéia é aumentar os atuais 110 mil créditos educativos já oferecidos a estudantes
RENATA CAFARDO
O governo anuncia hoje que abrirá em 2001 mais 50 mil vagas para o Financiamento
Estudantil (Fies), programa de crédito educativo para estudantes do ensino superior. Em
janeiro, as universidades devem se inscrever no Ministério da Educação (MEC) dizendo a
quantidade de vagas que oferecem para financiamento. A diferença no ano que vem é que
os alunos farão seus próprios cadastros pela Internet (www.mec.gov.br). O período será de
15 de fevereiro a 15 de março.
Atualmente, o Fies financia 110 mil universitários, segundo o diretor do programa,
Antonio Floriano Pesaro. Para as novas vagas, o Fies dispõe de R$ 570 milhões, que virão
da receita da loterial federal e da União. "Não basta aumentar a quantidade de créditos, é
preciso melhor a situação do programa", critica o presidente da União Nacional dos
Estudantes (UNE), Wadson Ribeiro.
Segundo ele, há 400 mil interessados, mas os juros de 9% ao ano e o fim do prazo
de carência afastam muitos deles.
Apesar das novas vagas oferecidas, muitos alunos podem ficar sem financiamento
também porque as universidades divergem da política do Fies.
Recentemente, o governo anunciou que as instituições poderiam trocar seus títulos
públicos por dinheiro. Essa era uma reivindicação da Associação Brasileira das
Universidades Comunitárias (Abruc) que agrega 33 instituições. "O problema é que só
poderão fazer isso as universidades que não tiverem processos contra o INSS", diz o
presidente da Abruc, Antônio Carlos Ronca. "Caso contrário, as universidades não vão abrir
vagas este ano."
O Fies substituiu em 1999 o Programa de Crédito Educativo (Creduc) que fracassou
por ter inadimplência de 55%. O sistema de quitação foi mudado e agora o aluno paga
taxas trimestrais de R$ 50 durante o curso. O financiamento corresponde a, no máximo,
70% da mensalidade. Depois de formado, o aluno continua pagando por um período de até
uma vez e meia o tempo de curso. "Quanto maior for a procura em um curso, maior será o
número de créditos", diz Pesaro.
Exigências - Os interessados, que devem estar estudando em curso que não tenha
conceito inferior a C no Provão, precisam de um fiador que ganhe duas vezes o valor da
mensalidade. Leva vantagem quem tiver parente com doença crônica ou estiver no seu
primeiro curso superior. O estudante de psicologia da Pontifícia Universidade Católica
Francisco Beltrão tem metade do valor do seu curso bancado pelo Fies. Ele está no último
ano, não tem emprego e não sabe como vai pagar o que deve. "Gostaria de negociar por
mais uns 5 anos", diz.
2007-01-31 22:14:36
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answer #1
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answered by Deuteronômio 5
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