A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, melhor conhecida como Ordem dos Templários é uma Ordem de Cavalaria criada em 1118, na cidade de Jerusalém, por nove cavaleiros de origem francesa, entre os quais Hugo de Payens e Geoffroy de Saint-Omer, visando a defesa dos interesses e proteção dos peregrinos cristãos na Terra Santa.
Sob a divisa Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam (Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai a glória), tornou-se, nos séculos seguintes, numa instituição de enorme poder político, militar e económico.
Inicialmente, as suas funções limitavam-se à proteção dos peregrinos que se deslocavam aos locais sagrados, nos territórios cristãos conquistados na Terra Santa, durante o movimento das Cruzadas. Nas décadas seguintes, a Ordem beneficiou-se de inúmeras doações de terra na Europa que lhe permitiram estabelecer uma rede de influências em todo o continente.
Com a tomada de Jerusalém pela primeira cruzada e o surgimento de um reino cristão, nove cavaleiros que dela participaram pediram autorização para permanecer na cidade e proteger os peregrinos que para lá se dirigiam. O rei de Jerusalém, Balduíno II, permitiu que os estábulos sobre as ruínas do Segundo Templo de Salomão, naquela cidade, lhes servissem de sede.
Estes cavaleiros fizeram voto de pobreza e seu símbolo passou a ser o de um cavalo montado por dois cavaleiros. Em decorrência do local de sua sede, do voto de pobreza e da fé em Cristo surgiu o nome da ordem, Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente Cavaleiros Templários.
Segundo uma versão da lenda, nos primeiros nove anos de existência esses cavaleiros dedicaram-se a escavações feitas nos alicerces de sua sede, até terem encontrado documentos e riquezas que os tornaram poderosos. Supostamente, sob o Segundo Templo, local mais sagrado dos antigos Judeus, jaziam riquezas ocultas pelos sacerdotes antes da conquista e destruição de Jerusalém pelos romanos no ano de 70.
Segundo outras versões da lenda, os cavaleiros teriam encontrado o Santo Graal, cálice utilizado por Jesus Cristo na Última Ceia, e que teria sido utilizado para coletar o seu sangue quando de sua crucificação.
As versões são acordes em que o que foi encontrado foi levado pelos cavaleiros templários, sigilosamente para a Europa, onde a Ordem teria alcançado do Papa Inocêncio II uma bula pela qual obtinham poderes ilimitados, sendo declarados "isentos de jurisdição episcopal", constituindo-se, desse modo, em um poder autônomo, independente de qualquer interferência, política e religiosa, quer de reis quanto de prelados.
A partir de então, a Ordem teria se expandido rápidamente, quer em número quer em poder político, acumulando vastos domínios em mais de dez países, vindo a enriquecer ainda mais através da concessão de créditos a reis, nobres e prelados, cobrando juros sobre esses recursos, instituindo o embrião do moderno sistema bancário.
No século XIV, a Ordem teria alcançado tamanho poder que Filipe IV de França e o Papa Clemente V, colocaram em prática uma estratégia para esmagá-la e apoderar-se de seus recursos.
O Papa enviou instruções secretas, lacradas, a serem abertas simultaneamente por suas forças, por toda a Europa, no dia 13 de outubro de 1307. Nesse dia, ao serem abertas, os destinatários tomaram conhecimento da afirmação do Pontífice de que Deus viera a ele em uma visão, alertando-o de que os Templários eram hereges, culpados de adoração ao demônio, homossexualismo, desrespeito à Santa Cruz, sodomia e outros comportamentos blasfemos. Como Papa, recebera de Deus a ordem de purificar a Terra, reunindo todos os Templários e torturando-os até que confessassem as supostas heresias cometidas.
A operação foi um sucesso e inúmeros Templários foram presos, torturados e queimados em fogueiras como hereges, mantendo a soberania da Igreja Católica no cenário político da época.
O rei Filipe tentou tomar posse dos tesouros dos templários, no entanto quando seus homens chegaram ao porto, a frota templária já havia partido misteriosamente com todos os tesouros, e jamais foi encontrada. Os possíveis destinos dessa frota seriam Portugal, onde os templários seriam protegidos; a Inglaterra, onde se poderiam refugiar por algum tempo, e a Escócia onde também se poderiam refugiar com bastante segurança.
O último grão mestre templário, Jacques de Molay, após dez anos na prisão, prestes a ser executado na fogueira em 1314, amaldiçoou aqueles que causaram tão injusta perseguição, convocando-os a prestar contas a Deus no prazo de um ano. A maldição dirigia-se específicamente ao rei Filipe IV, ao Papa Clemente V e a Guilherme de Nogaret, guarda do Selo Real. Coincidentemente os três personagens vieram a falecer naquele prazo. Complementarmente, nenhum dos filhos de Filipe IV conseguiu se manter no trono ou deixar descendentes, encerrando-se a Dinastia Capetiana e abrindo uma crise sucessória que mergulhou a França na Guerra dos Cem Anos.
A mistura da hierarquia monástica e militar atraiu muitos filhos de nobres, em geral aqueles que não receberiam qualquer herança em razão da regra da primogenia, para suas fileiras.
A valentia e destreza demonstrada em várias batalhas, tornava a participação na ordem uma forma atrativa de servir a Deus e ganhar respeitabilidade na sociedade, sendo certo que a ordem era vista como uma nova cavalaria, cujos membros mesclavam atuação guerreira com a salvação espiritual.
Uma das principais características da ordem era sua autonomia em relação à hierarquia da igreja, sendo certo que seus membros só se sujeitavam ao próprio Papa. Tal autonomia os isentava do pagamento de dízimos, e permitia que mantivessem seus próprios cultos, padres, capelões, cemitérios etc.
O reconhecimento da ordem, ocorrido no Concílio de Troyes, e seu posterior crescimento está intimamente ligada à atuação de São Bernardo de Claraval que advogou em seu favor perante o Papa e a nobreza européia da época, ressaltando seus ideais. A regra que estabelecia o modo de viver dos cavaleiros templários também foi escrita por São Bernardo, que era sobrinho de um dos nove cavaleiros que a fundaram. Tal regra previa o voto de pobreza e de celibato.
Após a consolidação de sua força na Europa, quando passaram a ser proprietário de vastas áreas e de diversas fortalezas, os Templários foram os precursores do cheque e do sistema financeiro internacional. Evidentemente, transportar riquezas na Idade Média representava um enorme risco. Assim, qualquer viajante poderia depositar determinada quantia em uma fortaleza templária e receberia um documento cifrado que poderia ser descontado em qualquer outra fortaleza, pagando-se um percentual por tais serviços. Além disso, os templários fizeram empréstimos a diversos reinos, o que demonstrava o seu poder econômico.
Como a função inicial da ordem era proteger os peregrinos que se dirigiam a Terra Santa, a ordem passou a manter relações diplomáticas com vários infiéis. Para evitar conflitos, tolerava os ritos e as crenças dos muçulmanos e judeus e muitos de seus membros aprenderam o idioma dos inimigos da cruz para evitar a negociação por meio de intérpretes. Tais fatos foram amplamente usados nas acusações feitas mais tarde contra a ordem.
De certa forma, a ascensão meteórica dos Templários levou à sua própria queda. Segundo alguns, um pouco das razões de sua queda foram causadas pelo fato de Filipe IV, o belo, ter tentado entrar para a ordem templária, mas ter sido recusado. Além disso, num levante de seus súditos, o rei francês foi obrigado a se refugiar dentro de uma fortaleza templária até que a situação fosse controlada. O sentimento de impotência diante da ordem templária, aliado à dificuldade financeira pela qual os cofres do reino se encontravam, além da ambição por documentos contendo informações sobre tecnologia naval (que seria posteriormente usada por Colombo, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama) motivou a idéia de destruição dos templários e apoderamento de seus vastos recursos. Assim, com medo do estado dentro do seu próprio estado, o rei Filipe IV, com apoio do Papa Clemente V, que devia favores ao rei e foi eleito papa em razão da pressão das tropas francesas, planejou a destruição da Ordem do Templo.
Em todo o território francês, os cavaleiros do Templo foram presos simultaneamente a 13 de Outubro de 1307, uma sexta-feira. (Inclusive, alguns dizem, que vem deste evento a a lenda de as Sextas-Feiras 13 serem dias de azar). Por terem sido submetidos a tortura, a maioria admitiu práticas consideradas hereges, como adorar um ídolo chamado Baphomet, homossexualidade ou cuspir na cruz. O papa aprovou a sua extinção no Concílio de Viena de 1311-1312, tendo a maioria dos cavaleiros da ordem sido executada na fogueira, incluindo o seu grão-mestre Jacques de Molay em 1314.
O julgamento dos templários se arrastou por anos e embora muitos de seus membros tenham sido condenados e queimados, a ordem em si não foi considerada culpada. Todavia, as máculas decorrentes das diversas acusações impediram sua continuidade.
Quando os Templários passaram a ser perseguidos na França, Portugal recusou-se a obedecer à ordem de prisão de seus membros. Na verdade os portugueses tinham os Templários em alta conta, já que ajudaram nas guerras de Reconquista que expulsaram os mouros da península Ibérica, e possuiam grande tecnologia de locomoção terrestre e marítima, útil a D. Dinis (1279-1325).
Assim, após a aniquilação dos Templários na maior parte da Europa, a Ordem continuou em Portugal, como Ordem de Cristo (da qual o Infante D. Henrique foi grão-mestre). Toda a hirerarquia foi mantida e na cruz vermelha sobre o pano branco, símbolo templário, foi acrescida uma nova cruz branca em seu centro, simbolizando a pureza da ordem.
A Ordem de Cristo herdou todos os bens dos Templários portugueses e desempenhou um papel fulcral nos descobrimentos portugueses. Por um lado, emprestaram recursos para a coroa portuguesa financiar o avanço marítimo, por outro, transmitiu à chamada Escola de Sagres todo o vasto conhecimento que já dispunham sobre navegação após anos singrando o mar Mediterrâneo. Essa ligação íntima explica porque as caravelas portuguesas tinham suas velas pintadas com a cruz templária.
Alguns templários também se dirigiram para a Escócia, onde foram recebidos de bom grado e se incorporaram ao exército escocês. A experiência e destreza dos cavaleiros templários foi importante nas batalhas que culminaram com a libertação do país da dominação inglesa. Apesar disso, nunca mais alcançaram a importância anterior.
Segundo alguns, na Escócia ela gozou de liberdade suficiente para continuar suas atividades sem ser incomodada pela inquisição da Igreja Católica, tendo se misturado a fraternidades maçônicas, donde se originou, segunda a lenda, a Franco-Maçonaria, rito escocês.
-------------------------------------- Resumo -------------------------------------------
os templários foram guerreiros da igreja, que servia a ela sem pestanejar e depois foram mortos por ela, pois como sempre a igreja precisa de alguem pra colocar a culpa, e assim sacrificou os nobres cavaleiros que serviram a ela com tanta lealdade.
2007-01-27 17:47:31
·
answer #2
·
answered by Adonis 2
·
0⤊
0⤋
A ordem de monges militares, conhecida popularmente por cavaleiros templários, era oficialmente denominada "Pauperes commilitones Christi Templique Solomonici" (do latim= Irmãos Militares Pobres de Cristo e do Templo de Salomão). Eles foram criados logo depois da primeira cruzada, em que Godfroy de Bouillon (Godofredo de Bulhões) conquistou Jerusalém.
Os templários eram monges e soldados. Participaram de várias batalhas importantes nas cruzadas e foram os criadores do moderno sistema bancário. Como monges, eles se organizavam de acordo com as regras criadas pelo patrono deles, que foi Sâo Bernardo de Clairvaux. Em cada país, os templários tinham um mestre regional, que estavam submetidos a um Grão Mestre vitalício. Os cavaleiros eram divididos em quatro classes:
(1) Cavaleiros, eram equipados de armadura, combatiam a cavalo e usam roupa branca com uma cruz vermelha. Pertenciam à nobreza.
(2) Sargentos, equipados com proteção leve de cavalaria ligeira e vestiam roupa marrom. Pertenciam a classes sociais baixas.
(3) Irmãos servidores, cuidavam da agricultura e produção de alimentos (frères casaliers), além de realizar negócios e trabalhos manuais (frères de métiers).
(4) Capelões, bem, eram capelões.
Além dos citados, haviam também cavaleiros que serviam por tempo determinado, assim como alguns que eram casados (Frates conjugati). Para cada cavaleiro, havia dez pessoas de apoio (produção de alimento, serviçais, armeiros, etc.). Alguns irmãos se dedicavam exclusivamente aos bancos da ordem. Mas a principal missão dos templários era a guerra.
A iniciação na ordem dos templários era realizada em cerimônia secreta. Os iniciados deviam pertencer a nobreza, ser herdeiros legítimos e deveriam passar todos os seus bens para a ordem. Faziam votos de pobreza, castidade, obediência e piedade. Nas guerras, havia para eles a regra de nunca se render. Devido a seu pesado armamento, tornaram-se uma tropa de elite temida. Alguns grandes mestres famosos foram: Hughes de Payens (fundador da ordem), Gerard de Ridefot (decapitado por Saladin), Jacques de Molay (último grande mestre).
Por volta de 1300, o rei francês Philippe IV acusou o grão mestre Jacques de Molay de malversação de fundos. O grão mestre refutou as acusações. O rei, então, mandou prender todos os templários franceses, acusando-os de heresia. Desta forma o rei foi liberado de suas dívidas com os templários. Em 1312, o Papa Clemente oficialmente dissolveu a ordem dos templários no Concílio de Viena. O grão mestre Jacques de Molay foi queimado vivo, junto com Hugho de Perraut e Godefroy de Goneville. Os bens da ordem foram, ilegalmente, desapropriados pelos diversos monarcas europeus. O que restou foi entregue à ordem dos monges hospitaleiros, uma ordem militar que cuidava e protegia os peregrinos que iam a Jerusalém.
Algumas curiosidades:
1) A igreja católica reconheceu, em tempos modernos, que a perseguição aos templários foi injusta.
2) Os inimigos de Alexander Nevsky, no filme de Sergei Eisenstein, eram cavaleiros templários. Não deixe de assistir ao filme, um dos melhores de todos os tempos, com música de Prokofiev. O filme é antigo, mas você pode conseguir nas locadoras. O nome do filme é o nome do herói: Alexander Nevsky. Esta Alexander Nevsky derrotou os templários, quando eles invadiram a Rússia.
2007-01-27 12:05:08
·
answer #4
·
answered by Eduardo C 3
·
0⤊
0⤋