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2007-01-26 22:15:04 · 6 respostas · perguntado por Anonymous em Artes e Humanidades Genealogia

6 respostas

Terras do Sem Fim
Jorge Amado

Jorge Amado é, sem dúvida alguma, um dos maiores representantes de um dos mais férteis movimentos da literatura brasileira, o Romance de 30. Essa segunda fase da prosa moderna surgiu na década de trinta e tinha por objetivo uma análise crítica daquele contexto, interessada muito mais na questão social do que no dado estético, marca dos modernistas de 22. É neste período fértil de nossa literatura que surgem alguns dos mais cultuados autores de nossa língua: Érico Veríssimo, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Dyonélio Machado, além, é claro, do baiano Jorge Amado.

Tendo escrito dezenas de livros, que foram editados em mais de trinta línguas, a obra de Jorge Amado pode ser dividida em duas fases:
- na primeira fase, há uma predominância de fatos políticos-sociais, denunciando num tom panfletário a opressão imposta às classes populares. São obras representativas deste período os romances Cacau, Jubiabá, Capitães de areia e Terras do sem fim.
- na segunda fase, há uma presença da análise de costumes sociais, sem o panfletarismo de suas primeiras obras. Estas obras exploram ainda mais os elementos da cultura popular, inclusive a linguagem. São obras representativas deste período os romances Gabriela, cravo e canela, Dona Flor e seus dois maridos, Teresa Batista, cansada de guerra e Tieta do agreste.
Considerada por críticos como uma melhores obras de Jorge Amado, Terras do sem fim foi editado em 1942, enquanto o escritor estava em Buenos Aires, mas mesmo a distância de sua terra natal não foi o suficiente para impedir a criação de um dos mais fiéis retratos da região de Ilhéus, Sul da Bahia, tendo como cenário os grandes latifúndios e os anos dourados do cacau e dos coronéis.

A história tem como ponto central a luta por terras ainda inóspitas na região Sul da Bahia, quando as plantações de cacau estavam no auge da expansão. Esta intensa produção cacaueira acabou por propiciar o surgimento de uma classe social que se tornou sinônimo de poder político e financeiro: os coronéis do cacau. E Terras do sem fim sintetiza este momento da história baiana, pois trata do conflito entre o coronel Horácio da Silveira e a família Badaró, plantadores de cacau de grande influência política, que lutam pela posse de uma mata virgem – as matas de Sequeiro Grande – num crescente desenrolar de crimes e negócios imorais.
As matas de Sequeiro Grande eram consideradas terras perfeitas para a plantação de cacau, e, sendo uma área considerável, aquele que as possuísse se tornaria o mais rico proprietário da região. Este fator foi determinante para impulsionar a ambição dos irmãos Juca e Sinhô Badaró, além, é claro, de coronel Horácio da Silveira, que, para alcançarem a posse das terras, utilizam todos os meios que estavam ao seu alcance: lícitos e, na maior parte das vezes, ilícitos.

Visto ser uma terra sem dono, coronel Horácio, com o argumento de possuir uma antiga medição das terras de Sequeiro Grande, registras as terras em seu nome e de mais alguns pequenos agricultores das região. Embora o documento apresentado estivesse com rasuras na identificação do proprietário, o cartório acolheu a petição sem contestar a validade devido ao poder político de coronel Horácio na região.
Entretanto, a manobra não ficou sem a devida resposta da família Badaró, que, sob o comando de Don’Ana Badaró, incendeia o cartório onde o registro havia sido feito. Este foi o estopim para que a luta pela posse das terras se intensificasse, pois cada família começou a derrubada das matas em um dos lados, e encontro dos capangas inimigos era sinônimo de morte naquele momento.

A família Badaró, que tinha naquele momento o governo estadual ao seu lado e sabendo que somente com documentos de posse da terra teria chance de oficializar a propriedade, decide, então, fazer uma medição das terras em seu nome. Para tanto, os Badarós contratam João Magalhães, jogador de cartas e falso engenheiro militar, que viera para a Bahia atrás do dinheiro fácil e abundante surgido no rastro das plantações de café, e embora João não fosse engenheiro, a nova medição é feita (muito mais pelo trabalho dos ajudantes que do “engenheiro”). Novo registro feito, novos conflitos entre as famílias rivais.
Juca Badaró, por exemplo, foi morto numa tocaia preparada por homens do coronel Horácio, que já tentara assassinar o patriarca Sinhô Badaró sem sucesso. Embora naquele ambiente a vingança mais provável fosse a do sangue pelo sangue, Sinhô Badaró decide processar judicialmente seu opositor. Neste momento ocorre uma reviravolta na política local, com o governo federal intervindo no Estado da Bahia, mudando os rumos da política da região. Por exemplo, a família Badaró, que tinha o apoio das autoridades locais, da noite para o dia, torna-se oposição ao governo e, consequentemente, passa a sofrer perseguições.

Vendo que perdia o controle da situação, Sinhô Badaró ordena a Teodoro, um de seus apoiadores a incendiar algumas das plantações de Horácio e de seus correligionários e, visto que os Badarós eram neste momento da oposição, Teodoro é descoberto e perseguido. Na iminência de sua captura, ele procura abrigo na casa-grande de Sinhô Badaró. Aquele que era o símbolo máximo do poder da família, a casa-grande, é cercada e incendiada, após intenso confronto que causou sérios ferimentos em Sinhô Badaró.
Neste momento inicia-se a derrocada dos Badarós, pois a família perde a casa-grande, perde o cacau, que havia sido vendido para financiar os conflitos, e ainda vê o julgamento de Horácio dar em nada.
A obra acaba com a descrição dos primeiros frutos dos cacaueiros nascendo nas plantações de Sequeiro Grande, terra adubada com sangue.

Muito além de reproduzir a sociedade do início do século, Jorge Amado apresenta em Terras do sem fim uma gama de personagens complexos e representativos daquele contexto, que vivem histórias paralelas ao principal ponto da obra, que é a disputa pelas terras de Sequeiro Grande. São estes os personagens: Don’Ana Badaró, Antônio Vítor, Virgílio, Ester e Damião.
>> Don’Ana Badaró: filha de Sinhô Badaró, personagem de importância na história por seguir à risca o modelo de seu pai e seu tio Juca: severa, séria, não fugia às responsabilidades impostas pela importância da família. Acaba se casando com João Magalhães e, na invasão e incêndio da fazenda, é a última a abandonar a casa, oferecendo resistência aos capangas de Horácio que a invadiam.
>> Antônio Vítor: embora sua participação não tenha muito destaque, o personagem é importante por apresentar a trajetória do homem que parte em busca de oportunidades e perde seu rumo original. Antônio Vítor saíra de sua terra natal com a promessa de voltar para buscar sua mulher Ivone grávida, mas, uma vez nas plantações, torna-se capanga de Juca Badaró e, além de não mais mencionar mais a esposa, acaba se casando com Raimunda, mucama da família Badaró.

>> Virgílio: advogado de coronel Horácio, responsável pelas manobras para a obtenção das matas de Sequeiro Grande. O personagem se mudara para a região de Ilhéus com a intenção de ganhar dinheiro. Tanto era essa sua vontade que levara sua amante, a prostituta Margot, para que ele ainda tivesse algum vínculo com a capital onde estudara Direito, inclusive com o apoio financeiro da amante. Entretanto, Virgílio conhece a esposa de Horácio, Ester, e os dois acabam se envolvendo num romance proibido. Se no início era uma aventura, Horácio acaba se apaixonando pela mulher de seu chefe, inclusive a ponto de terminar com Margot. O personagem acaba morto a mando de Horácio após o último descobrir cartas da mulher em que o advogado revelava o romance adúltero que tivera com Ester.
>> Ester: esposa de Horácio, mulher criada num mundo completamente diferente àquele

2007-01-26 22:24:27 · answer #1 · answered by Anonymous · 1 2

Segundo a mestra Leonarda Giuzzi , existia na esquadra de Cabral um Capitão Mor de nome Antonio Luiz de Badaro , algum parentesco?

2007-01-30 08:27:14 · answer #2 · answered by Mestre Podolatra 2 · 1 0

Chegaram os primeiros em Campinas - SP.

2007-01-28 07:19:36 · answer #3 · answered by Juma 6 · 1 0

Italianos

2007-01-26 22:56:22 · answer #4 · answered by Michelle 1 · 0 0

aqui em minas gerais tem uma cidadezinha chamada francisco badaró. . .conheço um cara de lá chamado geraldo badaró

2007-01-26 22:21:37 · answer #5 · answered by anderson menudo 2 · 0 0

só maluco mesmo. que história que nada .. Essa obra, terras do sem fim, é puro romance.

é que um japones so ser questionado sobre uma turma que bajulava o coronel, respondeu:

é tudo badaro, né !?

e de badálo(puxa 'saco), os caras passaram a ser chamados badaró, garantido né?...

2007-01-27 11:00:43 · answer #6 · answered by jM 5 · 0 3

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