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2007-01-25 09:51:33 · 4 respostas · perguntado por Anderson V 2 em Artes e Humanidades Filosofia

4 respostas

Explicando o fenômeno - O efeito ideomotor

Quem já fez a brincadeira do copo não pode negar: o copo realmente se move e faz isso aparentemente sem ajuda de ninguém. O efeito é desconcertante e capaz de convencer mesmo os mais relutantes em abraçar a explicação sobrenatural.

Mas se é realmente um espírito que conduz o copo, então não faria mal nenhum vendar os participantes da brincadeira, não é? Pois blogs, fóruns de sites espíritas e céticos trazem dezenas de relatos de quem tentou fazer a brincadeira de olhos vendados. Há até relatos de médiuns que fizeram isso na frente das câmeras. Para todos o resultado foi o mesmo: o copo continuou se movendo mas as palavras formadas foram apenas sequências desordenadas de letras. Diante da experiência não há outra conclusão possível: espíritos, se existem, não ficam zanzando por aí movendo copos e pregando trotes em adolescentes. Deve haver outra explicação para o copo que anda.

Se isso não for suficiente para convencê-lo de que não há nenhum espírito envolvido no movimento do copo, tente uma abordagem adicional: faça ao copo uma pergunta que nenhum dos participantes da brincadeira possa conhecer a resposta - como um nome secreto escrito em um papel deixado em outra parte da sala a salvo dos olhares curiosos. Você também pode apoiar sobre o fundo do copo uma pilha daqueles apoios para copos (coasters; na falta deles use CDs) e pedir aos participantes que apoiem seus dedos sobre eles. Depois fique de olho: se o movimento partir do copo (empurrado pelo espírito) a pilha de apoios fará uma escadinha com o copo um pouco à frente dos seus dedos; se o movimento partir dos dedos dos participantes a escadinha será na direção oposta, com os dedos um pouco à frente do copo (dependendo do atrito entre os apoios e o copo é bem provável que os apoios deslizem e o copo nem saia do lugar, o que prova o ponto assim mesmo). Foi com um método parecido, mas mais elaborado, que o físico Faraday provou, no século XIX, que as "mesas girantes", aquelas que tremiam e pulavam animadas pelos espíritos, na verdade eram empurradas pelas pessoas que se sentavam ao redor delas.

Mas mesmo que não seja um espírito o responsável pelo movimento do copo, como ele se move se os participantes juram que não o estão empurrando? Há sempre um trapaceiro em cada brincadeira? Felizmente, não. A resposta é que os participantes da brincadeira empurram sim o copo, mas o fazem inconscientemente, através de pequenas e involuntárias contrações musculares. Este efeito é bem conhecido pelos médicos e chama-se efeito ideomotor.

O efeito ideomotor é mais comum do que se pensa e você provavelmente já foi vítima dele. Como quando assistia a uma partida de futebol e, sem mais nem menos, chutou a poltrona no momento em que o atacante hesitou com a bola diante do gol. Ou todas as vezes que seus pés procuraram instintivamente o pedal do freio a cada manobra arriscada do seu amigo na direção. Médicos e psicólogos vêem o efeito ideomotor como um tipo de imitação involuntária; o observador age conforme o que vê ou o que gostaria de ver.

Provavelmente o primeiro cientista a se deparar com o efeito ideomotor foi o químico francês Michel Chevreul. Nos primeiros anos do século XIX estava na moda um novo método de análise química que usava um certo "pêndulo exploratório". Como em um tabuleiro Ouija (que ainda não tinha sido inventado) mas sem o aspecto espiritual (que também não tinha sido inventado), o operador segurava um pêndulo que oscilava sobre as letras do alfabeto, em uma placa, formando os nomes dos elementos químicos. Em 1808 um químico chamado Gerbouin escreveu um livro inteiro sobre esta modalidade de análise química e arrastou vários colegas na nova onda. Chevreul foi um pouco mais cauteloso e decidiu colocar o método à prova. Em suas primeiras experiências, Chevreul constatou que o pêndulo realmente se movia quando colocado sobre uma placa contendo mercúrio e que, quando o mercúrio era coberto por uma lâmina de vidro, o pêndulo diminuía seu movimento até parar. Depois de repetir a experiência várias vezes, sempre com o mesmo resultado, Chevreul decidiu tentar algo inédito; algo tão simples que ninguém ainda tinha pensado em fazer: repetiu a experiência de olhos vendados. O resultado foi que quando um assistente colocava e retirava a lâmina sobre o mercúrio sem que ele visse, nada acontecia; o pêndulo não se movia. Assim Chevreul conclui que ele próprio era responsável pelo movimento do pêndulo, ou seja, por mais que tentasse permanecer completamente imóvel não podia evitar que seus dedos movessem o pêndulo na direção que ele sabia que ele deveria se mover.

Muitos anos depois, em 1853, Chevreul foi indicado pela Academia Francesa de Ciências para fazer parte de um comitê responsável por estudar certos fenômenos sobrenaturais, especialmente as "mesas girantes", que, como vimos, eram a grande coqueluche daquela época. As mesas girantes já vinham sendo estudadas por cientistas nos EUA e na Inglaterra e eles já tinham descoberto um bocado sobre elas. Por exemplo, eles sabiam que a mesa parava de se mover se a atenção dos participantes fosse desviada ou se o "clima" fosse quebrado durante a sessão. Sabiam que a mesa não se movia se os participantes não possuíssem alguma expectativa de como ela deveria se mover, e também não se movia se metade das pessoas ao redor da mesa acreditasse que ela deveria se mover para a direita e a outra metade acreditasse que ela deveria se mover para a esquerda. Por outro lado, a mesa começava a se mover bem rapidamente se a direção do movimento fosse definida de antemão. Por tudo isso, os cientistas desconfiavam que os participantes, por mais honestos e inteligentes que fossem, estavam movendo involuntariamente a mesa em resposta às suas próprias expectativas. O psicólogo Willian Carpenter deu a esse efeito muscular involuntário o nome de efeito ideomotor. Coube ao físico Michael Faraday demonstrá-lo de forma espetacular, usando um aparato com folhas de papelão presos com elásticos à superfície da mesa. Pelo deslocamento relativo das folhas de papelão, Faraday mostrou como o movimento partia das mãos dos participantes, e não da própria mesa. Assim ele colocou um ponto final na discussão sobre a natureza espiritual do fenômeno.

O efeito ideomotor é tão convicente para aqueles que o experimentam que a grande maioria das pessoas que se inscreve para o Desafio de Um Milhão de Dólares de James Randi é de radiestesistas (profissionais que usam pêndulos como os de Chevreul ou forquilhas para detectar água, petróleo, campos de energia, qualquer coisa). Segundo Randi, essas pessoas acreditam honestamente em seus "poderes" e ficam genuínamente desconcertadas quando falham num exame às cegas (e eles têm falhado). Entretanto, nenhuma dessas pessoas admite a explicação natural do efeito ideomotor, preferindo atribuir o fracasso a algum fator desconhecido.

Espero ter ajudado :)

2007-01-25 10:08:01 · answer #1 · answered by Vinicius Feio 7 · 0 0

O efeito ideomotor é mais comum do que se pensa e você provavelmente já foi vítima dele. Como quando assistia a uma partida de futebol e, sem mais nem menos, chutou a poltrona no momento em que o atacante hesitou com a bola diante do gol. Ou todas as vezes que seus pés procuraram instintivamente o pedal do freio a cada manobra arriscada do seu amigo na direção. Médicos e psicólogos vêem o efeito ideomotor como um tipo de imitação involuntária; o observador age conforme o que vê ou o que gostaria de ver.

2007-01-25 10:01:51 · answer #2 · answered by Anonymous · 1 0

Não faço a mínima idéia !!!!

2007-01-29 06:57:14 · answer #3 · answered by yva col 1 · 0 0

é a sensação de ter feito o que viu.

2007-01-28 07:01:32 · answer #4 · answered by Lau 4 · 0 0

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