VC não vai dar nota.
lá vai.
A disponibilidade de valores mensais dessas duas variáveis torna atraente seu uso para tentar estabelecer projeções econômicas de médio prazo. No número anterior e no atual procuramos aplicar Ãndices mensais para “atualizar” as cotações do dólar comercial e do paralelo. Para fazê-lo utilizamos os Ãndices IGP-DI da FGV e o IPC dos EUA.
O IPEA já acompanha a cotação da taxa de paridade - R$ / US$ - preços ao consumidor - Ãndice (dez. 1998 = 100), “calculada pelo expurgo do Ãndice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e do Ãndice de Preços ao Consumidor (IPC) americano da série nominal de taxa de câmbio: real (R$) / dólar americano (US$)”.
Ao usarmos aqui a cotação referida a uma data recente e por um maior intervalo de tempo, procuramos oferecer uma perspectiva histórica da variação da cotação passada dentro de parâmetros que possamos apreciar atualmente. Além disso, ao tentarmos identificar uma cotação “de equilÃbrio”, estamos sinalizando em que medida a cotação atual está acima ou abaixo dessa cotação de referência. Na verdade, ficou também claro que essa cotação depende do resultado das contas externas que se quer (ou se precisa) gerar.
No que se segue, trataremos de extrair uma correlação das cotações mensais com os resultados da balança comercial relativa ao PIB. Nessa abordagem, o PIB é expresso por seu valor real, medido pelo IBGE, relativo a alguma data arbitrária. Para converter em dólar usamos a cotação R$/US$ nominal média de 1969 que corresponde a um valor “de equilÃbrio” da balança de bens e serviços não fatores. O valor dessa cotação, em moedas de janeiro de 2003 é de 2,71 R$/US$. Ela também está próxima da média de janeiro de 1959 a janeiro de 2003 que é de 2,74 R$/US.
Os valores das exportações, importações e saldo de balança comercial serão expressos em dólares correntes e convertidos para a data de referência (nesse artigo janeiro de 2003) usando-se o IPC mensal dos EUA. Trabalhamos assim com valores do PIB, expressos em dólares, mas que guardam relação com sua variação real não sendo “distorcidos” pela taxa de câmbio vigente. Não se deve admirar que os valores exportação/PIB, importação/PIB e saldo balança comercial/PIB sejam bastante diferentes daqueles obtidos quando se usa dólares correntes ou, nas estatÃsticas das Contas Nacionais do IBGE, moeda interna.
Comércio Exterior e PIB
Os valores obtidos para o PIB procuram expressar o valor da produção nacional em uma moeda corrigida por um câmbio “de equilÃbrio” (muito próximo do médio). Em todos os casos, a desvalorização do dólar é corrigida pelo mesmo Ãndice, o IPC dos EUA.
Os valores obtidos para exportação, importação e saldo da balança comercial são mostrados na Figura 1.
Figura 1: Exportações, Importações e Balança Comercial (bens) do Brasil, expressos em US$, corrigidos mensalmente pelo IPC EUA para janeiro de 2003.
Pode-se observar que os valores das exportações vêm crescendo regularmente. As variações da balança comercial são fundamentalmente devidas a variações nas importações.
Uma análise dos dados mensais mostra uma nÃtida sazonalidade das exportações e uma menos nÃtida nas importações. Pelas variações relativas importantes entre exportação e importação, a sazonalidade da balança comercial não é facilmente identificável. Os valores mensais do PIB são fornecidos pelo IPEADATA(ii) a partir de 1979. Para os anos anteriores repetiu-se a sazonalidade média dos anos posteriores, considerando-se a produção anual. O mesmo procedimento foi adotado para 2003 onde se conhece a estimativa anual. Para os primeiros meses de 2003 está sendo considerado um crescimento do PIB anual de 1,6%.
Os valores aqui considerados abrangem os dados disponÃveis a partir de janeiro de 1959. Na Figura 2, mostramos os valores do PIB passando pelo câmbio corrente e os valores do PIB em termos de valor real relativo e convertido para dólar no câmbio “de equilÃbrio” de 1969. Os dois tipos de valores foram convertidos, pelo IPC EUA, para dólares de janeiro de 2003. O PIB expresso em dólares correntes sofre uma grande influência da variação do câmbio, enquanto os valores proporcionais ao valor real do PIB apresentam um crescimento progressivo sem as variações do primeiro. Usando este último conjunto de valores para apurar o comportamento das variáveis de comércio exterior é natural que se encontre valores livres das alterações bruscas do câmbio, como será visto a seguir.
Figura 2: PIB em valores reais, expresso em dólares de janeiro de 2003, passando pelo dólar comercial de cada mês ou pelo câmbio de 1969 corrigido do IPC dos EUA. 1969 é ano de câmbio que possibilitava equilÃbrio na balança de bens e sérvios. A curva em azul é proporcional ao PIB real, a curva em vermelho sofre grande influência da taxa de câmbio
A Figura 3 mostra os valores de exportações, importações e balança comercial em relação ao PIB.
Figura 3: Balança Comercial, Exportação e Importação relativos ao PIB. Os valores são proporcionais a sua variação real quando se adota um “câmbio de equilÃbrio” que é muito próximo ao médio.
A primeira constatação interessante é que os valores das exportações são extraordinariamente estáveis a partir de 1973. Na década de sessenta as exportações estiveram na faixa de 6% do PIB. A partir de 1973, elas atingiram cerca de 9,5% do PIB e foram caindo lentamente, atingindo cerca 8,5% do PIB nos últimos anos. Também não parece visÃvel a influência das grandes variações ocorridas na economia mundial nesses trinta anos.
Nenhuma das espetaculares mudanças de câmbio ocorridas nesse perÃodo alterou significativamente os valores de nossas exportações em relação ao PIB mostrados na Figura 3. Quando se expressa a participação das exportações no PIB em moeda interna ela acompanha o câmbio (variação no numerador). Também varia, em virtude da alteração do denominador, a relação exportações/PIB expressa em dólares correntes. Quando os valores das exportações (Figura 1) e do PIB (Figura 2) são expressos em dólar, passando o do PIB pelo câmbio de equilÃbrio (ou médio), estamos dividindo duas funções “bem comportadas” e o quociente mostra a regularidade observada na Figura 3.
Variações na moeda interna significam que a parte da economia que se dedica a exportação é melhor remunerada. Pode ainda haver variação na quantidade que seria compensada por variação (no sentido contrário) dos preços. O paÃs exportaria mais mas não receberia os benefÃcios correspondentes. Certamente esse é um fenômeno que deve ser analisado.
Na Figura 3, pode-se ver que as alterações na balança comercial são principalmente devidas a variações nas importações. A única exceção importante é a verificada nos anos 1986 e 1987 (anos do Cruzado e da “moratória técnica”, respectivamente). O montante das exportações também não foi significativamente alterado com o Mercosul ou com as várias alterações da conjuntura internacional nesses trinta anos.
Influência do Câmbio no Comércio Exterior
Existem importantes alterações na importação e na balança comercial brasileira correlacionadas com as variações no câmbio. Em artigo anterior (i), (Feu em e&e 36) foi estudada a correlação da taxa de câmbio comercial e a balança de bens e serviços (não fatores). Estamos supondo nesta abordagem que o comércio exterior sofre a influência da taxa de câmbio comercial e da taxa de câmbio paralelo. Esta última pode sinalizar, com alguma antecedência, as mudanças da taxa de câmbio comercial. Além disso pode-se supor que parte das transações oficiais é feita - quando existe diferença significativa entre elas - usando-se o dólar paralelo[1]. Nesse caso, embora o montante não fosse registrado, a cotação do paralelo influencia o volume do comércio exterior. A abordagem aqui é meramente estatÃstica. Foi criado um “câmbio composto” contendo uma fração fixa de paralelo e comparando o ajuste com o obtido com a taxa de câmbio comercial. Uma melhora substancial do ajuste - superior à esperada pela simples introdução de mais uma constante no processo - justificaria considerar a influência do câmbio paralelo.
Existem deflatores disponÃveis mensalmente, como o IDP-DI e o IPC EUA que possibilitam uma correção mensal de valores expressos em real ou dólar. O valor da balança comercial também é disponÃvel, como estimativa, no mês seguinte ao perÃodo apurado. Isto abre a perspectiva de projeções de mais curto prazo.
Os valores do câmbio comercial (venda final do mês) e paralelo (venda final do mês), corrigidos da inflação americana (IPC - EUA) e brasileira (IGP-DI da FGV), são mostrados na Figura 4. Na média do perÃodo, os valores do paralelo foram superiores ao do comercial em 24%. A composição do câmbio indicada (45% paralelo e 55% comercial) corresponde ao melhor ajuste linear do câmbio composto X balança comercial. Também foram testados atrasos temporais do câmbio em relação à balança comercial obtendo-se o melhor ajuste para 14 meses. Para evitar correções de sazonalidade e por se tratar de uma abordagem preliminar, optamos por um atraso de 12 meses.
Figura 4: Taxas de câmbio, corrigidas da inflação nos EUA e no Brasil nos câmbios paralelo e comercial e “composto”, obtido pela média ponderada dos dois primeiros (peso 0,45 para o paralelo e 0,55 para o comercial)
Na Figura 5, mostramos os valores da média anual da taxa de câmbio “composto” do ano anterior e os resultados da balança comercial anual. O ajuste permite projetar a balança comercial para o corrente ano.
Figura 5: Ajuste para dados anuais no perÃodo.
Com ajuste semelhante, é possÃvel também projetar a importação e a exportação sendo esta última praticamente independente do câmbio. Foi imposto no ajuste que os coeficientes fossem coerentes com a relação: Balança Comercial = Exportação - Importação[2]. No novo ajuste foi excluÃdo o perÃodo 1974/1976 fortemente influenciado pelo primeiro choque de petróleo e mudanças no modelo econômico. Na Figura 6 é mostrado o novo ajuste sendo destacados os pontos excluÃdos.
O valor projetado para a balança comercial no ano atual (2003) seria de (1,4 ± 0,8) % do PIB ou 10 ± 6 bilhões de dólares. Na forma que foi feito o ajuste (retardo um ano) o valor deste ano seria determinado pelo câmbio médio do ano passado[3]. Os valores projetados para exportação e importação seriam, respectivamente, 57 e 47 bilhões de dólares.
Figura 6: Ajuste para os dados anuais suprimindo os valores dos anos de 1974 a 1976 (indicados com cor diferente).
Dados Mensais
O mesmo tipo de ajuste pode ser feito para os dados mensais. Naturalmente estaremos trabalhando com uma dispersão maior dos dados e, conseqüentemente, menor correlação no ajuste.
Na Figura 7 é mostrado o ajuste correspondente aos valores mensais. Foram considerados dois tipos de ajustes. O primeiro tenta correlacionar o câmbio do mês do ano anterior com a balança comercial mensal relativa ao PIB. O segundo, correspondendo ao melhor ajuste, tenta correlacionar a média do câmbio em meses seguidos com o valor da balança comercial relativo ao PIB. Foram escolhidos - nessa rodada preliminar - a média entre o 5º e o 23º mês anteriores ao mês cuja balança comercial se quer estimar. Como no ajuste anterior não foram considerados os anos de 1975 a 1976.
Figura 7: Ajustes para balança comercial e taxa de câmbio para o perÃodo 1959 a 2003 com supressão dos anos de 1974 a 1976.
As projeções correspondentes são mostradas no gráfico da Figura 8. Considerando que a projeção, ao longo do tempo, não foi objeto do ajuste e que estamos tentando descrever um fenômeno complexo como a balança comercial em função de um ajuste linear com uma única variável (ou uma composição fixa de duas), o resultado é até surpreendente.
Figura 8: Valores verificados e projetados da balança comercial em função da taxa de câmbio mensal. Os valores finais correspondem à projeção com base em ajuste linear da taxa de câmbio em relação à balança comercial/ PIB.
Algumas oscilações verificadas na balança comercial nos últimos meses foram antecipadas na projeção a partir do ajuste com o câmbio de um mês. Uma queda na balança comercial no fim do ano atual, fruto da atual queda da cotação do dólar, resulta dessas projeções.
Uma indicação interessante, para aperfeiçoamento futuro do ajuste, pode surgir da localização e análise dos perÃodos em que o ajuste não fornece uma descrição adequada. Além do perÃodo correspondente aos efeitos do choque de preço do petróleo de 1973, destacam-se os perÃodos vizinhos ao segundo choque de preços de petróleo de 1979 e o perÃodo em que houve retenção de ativos no Plano Collor I em 1990. Nos casos dos choques de preços de petróleo houve dificuldades na economia em responder rapidamente ao aumento considerável no valor das importações. No caso do primeiro choque pode-se observar, na Figura 3, que houve um aumento expressivo na fração do PIB exportada. Ao segundo choque a resposta se deu pela substituição das importações seja pela produção local de petróleo seja pelo uso de sucedâneos (álcool, lenha, energia hidráulica e carvão vapor nacional).[4]
Projeções de curto prazo são sempre as mais interessantes e também as mais perigosas (profetas de curto prazo têm vida útil curta). Em todo caso, mostramos o resultados das projeções na Figura 9.
Uma análise preliminar aponta para valores muito altos da exportação em relação aos esperados pelo comportamento histórico. Aplicando a sazonalidade observada em anos anteriores e mantido o comportamento atual das exportações, haveria um incremento de 26% no valor exportado em relação ao ano passado totalizando 75 US$ bi e uma importação igual a do ano passado (47 US$bi). A importação coincide com nossa projeção baseada no ajuste anual para a importação mas a exportação está muito além da expectativa. Também o saldo da balança comercial baseado no primeiro trimestre (28 US$ bi) está muito acima do que projetamos de 10±6 US$bi (projeção anual) ou de 13 US$ bi para as projeções mensais (os dois ajustes resultam no mesmo valor anual). Não fizemos ajustes mensais para exportações e importações.
Ou seja, os valores dos últimos meses, embora acompanhem qualitativamente o ajuste mensal projetado, estiveram muito acima do valor absoluto esperado. Isto indica que pode-se prever um pior desempenho da balança comercial para o restante do ano. A forma da curva sugere uma queda nos próximos meses e alguma recuperação para o final do ano.
Figura 9: Projeções baseadas na taxa de juros mensal (também indicada a média móvel 3 meses) e na taxa de juros no intervalo de 5 a 23 meses anteriores.
Sobre os valores do gráfico da Figura 9, deve ser observado que a resposta do valor das exportações em 2002 pode ser fruto da superposição de dois efeitos. Se examinarmos a Figura 4, podemos ver que o dólar apresentou picos de cotação em outubro de 2001 e outubro de 2002. à natural que frente aos altos valores da taxa de câmbio verificados em outubro de 2003, tenha havido alguma antecipação de receita por parte dos exportadores. Isso coincidiu com um pico de exportações cuja origem teria sido o pico de cotação do ano anterior (outubro de 2002).
Em princÃpio pode-se sonhar com um incremento real nas exportações como o que ocorreu em 1973. Afinal isto é, em princÃpio, o que deveria ser esperado de uma mudança duradoura no câmbio. O comportamento dos últimos trinta anos, no entanto, recomenda prudência.
à possÃvel projetar o câmbio?
No ajuste (preliminar) aqui realizado encontramos indicações de que as mudanças de câmbio precedem as da balança comercial. Evidentemente, razões macroeconômicas podem fazer com que o paÃs passe a ser um exportador ou importador lÃquido de bens e serviços[5] e de capitais[6]. Nesse caso, o câmbio passaria a ser função das necessidades ou possibilidades do comércio exterior ou da determinação polÃtica.
Foi visto anteriormente (i) que, para manter estável o passivo externo / PIB, seria necessário um superávit de 14,2 US$ bilhões de dólares em 2003. Em nossa estimativa, para alcançar igual superávit em 2004 seria necessário em 2003 um câmbio “composto” médio de 3,8 R$/US$ ou 3,7 (±0,6) R$/US$ do comercial[7]. Uma taxa de 3,5 R$/US$ (moedas de janeiro de 2003) parece ser uma boa indicação para uma polÃtica de câmbio que não incremente a já elevada dependência externa. Atualmente, nosso passivo externo (dÃvida externa + investimentos estrangeiros no paÃs) já é cerca de 2/3 do PIB. Esse passivo gera obrigações de pagamentos de juros e dividendos.
Resta a questão lógica de como uma variável (o câmbio) que antecipa (outra) a balança comercial pode guardar dependência da segunda. A resposta pode estar na curva tipo “dente de serra” das exportações. A brusca mudança de câmbio é geralmente forçada por pressões da dÃvida externa lÃquida em relação ao PIB. Isto inclui a perda de reservas e a alteração na taxa de juros externa. Também pode responder a pressões polÃticas ou ser retardada (mediante concessão de créditos) em virtude de apoio externo ao governo.
Normalmente, o governo tenta conter o câmbio por diversos mecanismos como restrições a importações, subsÃdio a exportações, controle do câmbio venda de reservas, empréstimos externos e, ultimamente, juros altos para atrair especuladores. Quando a tensão é insuportável uma mudança de governo, uma mudança de Ministro da Fazenda e, ultimamente, do Presidente do Banco Central viabiliza politicamente o aumento brusco da taxa de câmbio. Sempre existe, é claro, a possibilidade extrema da moratória se não for feita a tempo a correção de rumo necessária.
Conclusão
A correlação histórica projeta uma balança comercial de cerca de 10±6 US$ bilhões (ajuste anual) ou de 13 US$ bi (ajuste mensal) para este ano (2003). O excepcional desempenho das exportações do 1º trimestre, no entanto, apontam para mais do dobro deste valor. O ajuste mensal indica uma redução do ritmo das exportações no final do ano.
A taxa de câmbio do paralelo serviu no passado para aliviar pressões sobre o comercial. Ela foi, em muitas ocasiões, uma antecipadora das movimentações do câmbio comercial. Um câmbio “composto” (média ponderada do comercial com o paralelo) melhora a correlação usada para projetar a balança comercial a partir do câmbio de perÃodo anterior.
Existe uma boa correlação entre o saldo da balança comercial e o da taxa de câmbio. Essa correlação também existe para as importações. O valor das exportações brasileiras tem sido, nos últimos trinta anos, surpreendentemente estável face às alterações da taxa de câmbio e às variações da economia mundial.
Um câmbio, a valores de janeiro de 2003, de 3,5±0,6 R$/US$ é a indicação para manter estável o passivo externo brasileiro. O valor médio histórico da taxa de câmbio é de 2,7 R$/US e coincide aproximadamente com o valor verificado em 1969 que manteria em zero(i) o fluxo de bens e serviços e, no longo prazo, o fluxo de capital.
2007-01-20 16:58:20
·
answer #4
·
answered by M.M 7
·
0⤊
2⤋