O Mito da Superpopulação
Alguns economistas apontam como causa da fome, o crescimento e a densidade populacional em grandes centros urbanos. Dentre eles, há também aqueles que defendem o controle da natalidade como meio de resolver o problema da falta de alimento. Será mesmo que o crescimento populacional e a densidade demográfica são as causas da fome no mundo?
Na Europa Ocidental, a densidade populacional chega a 98 habitantes por quilômetro quadrado enquanto que, na África, a concentração não ultrapassa 18 habitantes por quilômetro quadrado. Se a densidade demográfica fosse a verdadeira causa da fome, a África estaria livre desse problema e a Europa estaria enfrentando uma grande dificuldade. Entretanto, não é isso que ocorre, mas exatamente o inverso.
Há ainda os que dizem que apenas um terço das terras do continente africano são aráveis. Será que é por causa disso que os africanos são os que mais sofrem com a fome. Vejamos o exemplo de Mônaco, que é um mini-país. Todo o seu território é ocupado com habitações ou áreas de lazer. Raríssimas hortas são plantadas. Não existe nenhuma verdadeira plantação. Porém, se formos analisar a qualidade de vida de toda a população de lá, não há ninguém que passe fome. Porquê? Por que o país tem poder de compra para importar tudo o que é necessário a população. Até os EUA por exemplo, se por um acaso houvesse uma terrível seca nas suas plantações, eles teriam dinheiro suficiente para importar alimento para abastecer sua população. Dessa forma, esse mito também é inválido.
Há também quem aponte a pouca produção de alimento no planeta como a responsável pela fome. Dizem que o "bolo" não é suficiente para abastecer toda a população mundial. Segundo os institutos de saúde, uma pessoa necessita de cerca de 2500 calorias por dia. Supondo que as crianças se alimentem das mesmas maneiras que os adultos, a produção anual de grãos em 1989 - 1,8 bilhão de toneladas - , alimentaria uma população de 7,2 bilhões de pessoas, 40% a mais do que a população de 1989 e população próxima àquela que se projeta para o ano de 2015. A população atual é de cerca de 5,5 bilhões de pessoas. Repetimos assim que o planeta produz muito mais do que consome.
Concluímos aqui que a fome não é um problema populacional. Nada indica que se a população se reduzisse garantiria a nutrição de todos.
Fonte: http://www.elogica.com.br/users/crdubeux/mito.html
Superpopulação e Desenvolvimento Sustentado
A humanidade constitui, atualmente, uma grande população de mais de 5 bilhões de indivíduos, que continua crescendo em ritmo acelerado. Segundo estimativas de alguns demógrafos, a população mundial pode atingir a cifra de 8 bilhões de pessoas no ano 2100.
É preciso considerar que a atividade humana sempre tem algum impacto negativo sobre o ambiente: matamos seres de outras espécies para obter alimento, destruímos ecossistemas naturais para construir moradias e eliminamos nossos excrementos e lixo nos mares, nos rios ou no solo.
Quanto maior for o número de pessoas, maior será a exploração da atmosfera, da água e do solo. Os efeitos globais da poluição gerada pelo desenvolvimento industrial já são evidentes: em certos locais, as chuvas são ácidas e corrosivas; há dois grandes buracos na camada de ozônio que envolve a Terra e teme-se que a temperatura esteja subindo em todo o planeta, devido ao efeito estufa, provocado pela Poluição atmosférica.
População e desenvolvimento econômico
Os países mais ricos e desenvolvidos têm, em geral, taxas de crescimento populacional menores do que as dos países subdesenvolvidos. Isso ocorre porque a maioria de seus cidadãos é educada e tem acesso aos meios de controle da natalidade e ao planejamento familiar. Entretanto o consumo de energia e a produção de resíduos são muito maiores nos países desenvolvidos. Por exemplo, um cidadão suíço consome, por ano, uma quantidade de energia equivalente à consumida por quarenta cidadãos somalis, e um cidadão norte-americano consome ainda mais.
Apenas um terço da população mundial vive em países desenvolvidos, mas essa terça parte consome cerca de 85% do total de recursos produzidos no mundo. A realidade, nua e crua, é que o ambiente terrestre não seria capaz de suportar a população que tem hoje se todas as nações fossem desenvolvidas e vivessem dentro dos padrões atuais de desenvolvimento. Cálculos indicam que a população máxima do mundo, se o nível e o modo de vida fossem equivalentes aos de um ciddão médio dos EUA, seria em torno de apenas 1 bilhão de pessoas. Além disso esse suposto bilhão de pessoas teria um impacto ambiental fortíssimo, gerando mais poluição e esgotando os recursos naturais ainda mais rapidamente do que hoje.
Superpopulação, desenvolvimento econômico e degradação ambiental são questões intimamente ligadas. Os modelos atuais de desenvolvimento econômico têm levado a uma imensa desigualdade social, além de serem perdulários e altamente poluidores.
A preocupação com essas questões, da maior relevância para o futuro da humanidade, levou as nações do mundo a se reunirem, em 1972, na primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente, onde foram debatidos os problemas causados pela poluição e maneiras de preservar o ambiente. O documento resultante dessa conferência ficou conhecido como Declaração de Estocolmo, e discute a importância da manutenção da qualidade do ambiente para garantir o bem-estar físico, mental e social do homem.
O conceito de desenvolvimento sustentado
Em 1992 o Brasil sediou a Segunda conferência da ONU sobre ambiente , a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro. O principal tema dessa conferência foi como conciliar o desenvolvimento econômico e a preservação dos ambientes naturais. Essa questão resume o que hoje se denomina desenvolvimento sustentado: o crescimento econômico deve ser regido por políticas capazes de manter os recursos naturais, sem destruir o ambiente. Faz parte, ainda, da política do desenvolvimento sustentado encontrar alternativas energéticas e novas tecnologias para a produção de recursos e para o reaproveitamento de resíduos.
Essas metas, entretanto , não serão fáceis de cumprir. A Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento ,que reúne 21 países, com sede na Noruega, prevê que o aumento da população continuará em ritmo acelerado, pelo menos até o ano 2000, principalmente nos países subdesenvolvidos, onde a pobreza, a desigualdade social e a deterioração do ambiente tendem a se acentuar.
Fonte: http://ecologia.hypermart.net/dtn-d-f.html
Demografia do Brasil
A população brasileira é de 155.822.440 habitantes, segundo estimativa do IBGE para 1995. Os números mostram que o ritmo de crescimento populacional continua diminuindo. Outra importante constatação é de que a população brasileira está envelhecendo. Ou seja, enquanto o percentual de crianças está diminuindo, o de população idosa cresce.
A grande mudança no perfil demográfico brasileiro começa na década de 50, quando há uma grande queda na taxa de mortalidade devido à melhoria das condições de vida da população. Essa melhoria dá-se graças à vacinação , ao desenvolvimento de medicamentos, como antibióticos e sulfas, ao aumento do acesso à água potável e ao saneamento básico. A partir da década de 60 começa a ocorrer também a queda nas taxas de natalidade, como reflexo da diminuição da taxa de fecundidade (número de filhos por mulher em idade reprodutiva).
Fecundidade
Em 1995, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) apurou que a taxa de fecundidade brasileira é de 2,52. Isto significa que o país caminha rapidamente para o padrão de dois filhos por casal – chamado de nível de reposição populacional –, no qual cada mulher tem em média apenas uma filha para substituí-la no ciclo reprodutivo seguinte.
As mudanças decorrentes da urbanização são determinantes para o declínio na fecundidade. Nas cidades, as mulheres passam a ter maior acesso à educação e a métodos que permitem planejar o número de filhos – os mais utilizados são os anticoncepcionais orais e a esterilização (laqueadura de trompas). Há também um aumento na idade das uniões e na idade em que se tem o primeiro filho. Os meios de comunicação de massa passam a atingir um número muito maior de pessoas e a divulgar um modelo de família menor e com maior potencial de consumo.
Outros fatores também interferem na queda da fertilidade. Entre eles estão o abuso do álcool, o stress, a poluição e a exposição a produtos químicos. O uso de medidas contra a Aids também tem funcionado com método contraceptivo, uma vez que a única forma de prevenção durante a relação sexual é o uso de camisinha. Não há ainda um método que proteja da contaminação e ao mesmo tempo permita a concepção.
A queda da fecundidade, porém, ocorre em ritmos diferentes nas diversas regiões. Enquanto na região Sul a fecundidade é estimada em 2,3 no início dos anos 90, no Norte e Nordeste essa taxa é de 4,0. Mas, mesmo nestas regiões, constata-se uma queda: em 1980, a taxa de fecundidade do Nordeste é de 5,8 e a da região Norte é de 5,5.
Estrutura Etária
O Censo de 1991 é o primeiro a indicar que o percentual de crianças está diminuindo no Brasil. Ou seja, a pirâmide etária, que mostra a composição da população por idades, está se estreitando na base. A população de zero a 14 anos passa de 38,24% do total da população em 1980 para 34,73% em 1991. Em contrapartida, a população idosa com mais de 64 anos passa de 4,01% para 4,83% do total da população, no mesmo período. Esses números marcam o início do envelhecimento da população brasileira.
Com o aumento da população idosa, haverá no futuro uma pressão ainda maior sobre a previdência social e saúde pública e também sobre a população economicamente ativa. Mas ainda não ocorre um aumento do número de pessoas dependentes em relação ao dos potencialmente produtivos (que têm entre 15 e 64 anos). Ao contrário, a razão de dependência está caindo. Esse índice mostra a porcentagem da população jovem e idosa – em tese economicamente dependente – em relação à população potencialmente ativa. Em 1980 ele é de 73,18%, ou seja, para cada grupo de cerca de 78 crianças e idosos há cem adultos. Em 1991 a razão de dependência cai para 65,43%. As diferenças também são acentuadas entre as áreas urbana e rural. Há hoje nas zonas rurais uma porcentagem muito maior de dependentes (crianças e idosos) do que nas cidades: enquanto nas cidades, em 1991, a razão de dependência era de 60,79%, no campo esse número subiu para 81,68%.
Outro índice que ajuda a compreender a estrutura etária da população é o que compara o número de idosos, com 65 anos ou mais, com o número de crianças menores de 15 anos. Em 1980 esse índice é de 10,4% – indicando que há cerca de dez idosos para cada grupo de cem crianças. Em 1991, aumenta para 13,9%. Esse número ainda está distante do padrão europeu, em que há no mínimo 60 idosos para cada grupo de cem crianças. Esses índices são especialmente preocupantes na Alemanha, onde o número de idosos supera o de crianças, ou ainda na Suécia, onde os dois grupos são praticamente iguais.
Família
Entre as mais fortes tendências observadas atualmente estão o aumento no número de mulheres como chefes de família; a queda no número de casamentos oficiais; o aumento no número de divórcios e separações (e, consequentemente, de novas uniões); e a permanência dos filhos na casa paterna por mais tempo, que também é vista como um prolongamento da adolescência. Dessas mudanças, uma das mais estudadas tem sido o aumento das famílias chefiadas por mulheres. Entre 1980 e 1991, essa taxa passa de 14,6% do total de famílias para 18,1%. Nas cidades chega a 20,2% das famílias.
Segundo o IBGE, as mulheres chefes de família dividem-se em dois grupos principais. Na maioria dos casos são moradoras pobres das periferias das cidades, abandonadas pelo marido ou companheiro. Em menor número estão as mulheres com boa colocação no mercado de trabalho e boa situação econômica vivendo sós ou com filhos. Há também grande diferença entre o grau de instrução das mulheres e dos homens chefes de família. Enquanto 31,5% das mulheres têm menos de 1 ano de estudo ou não têm nenhum, entre os homens esse número cai para 22,9%.
Há ainda a questão salarial, contribuindo para o empobrecimento das famílias chefiadas por mulheres. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1995, 52,7% das mulheres não têm rendimento ou recebem somente benefícios previdenciários, enquanto apenas 27,8% dos homens encontram-se nesta situação. Os melhores salários, acima de 20 mínimos, são recebidos por apenas 0,7% das mulheres e 2,8% dos homens.
Escolaridade De Chefes De Família
No Brasil (%)– 1991
Sem instrução ou menos de 1 ano
22,931,5
1 a 3 anos
19,218,1
4 a 7 anos
31,126,2
8 a 10 anos
10,38,0
11 a 14 anos
10,710,7
15 anos ou mais
5,85,5
Total (%)
100100
Total absoluto
28.440.4476.294.268
Fonte: Censo demográfico 1991 – IBGE
Urbanização
Em 1991 a população urbana já representava 75,6% do total. O processo de urbanização – comum nos países industrializados – começa a ocorrer de forma significativa no Brasil durante a década de 50. Na década seguinte a população urbana ultrapassa a rural. Enquanto 55,3% dos habitantes estão no campo em 1960, a relação se inverte em 1970: 55,9% estão nas cidades. O aumento das oportunidades de trabalho nas cidades, criadas pela industrialização, o maior acesso à educação e à saúde e a possibilidade de uma vida melhor contribuem para aumentar o êxodo rural.
A primeira região a passar pelo processo de urbanização é a Sudeste, que já em 1960 tinha a maioria de população urbana – e 43,7% da população total do país. Apenas em 1980 as demais regiões também passam a ter a maioria da população nas cidades.
Regiões Metropolitanas
O Censo de 1991 constata que o percentual da população das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belém diminui em relação ao total do estado, indicando um maior crescimento da população das cidades do interior desses estados. O crescimento dos municípios periféricos das regiões metropolitanas em relação às capitais é comum a todas as áreas. Isso porque o uso do solo das capitais se tornou extremamente caro, dificultando sua utilização para a construção de moradias e favorecendo a instalação de projetos comerciais e financeiros.
Regiões Metropolitanas Brasileiras – 1995
Municípios
População
Belo Horizonte
203.682.163
Belém
21.443.361
Curitiba
222.214.836
Fortaleza
92.534.370
Porto Alegre
233.246.423
Rio de Janeiro
1710.148.303
Recife1
33.087.271
São Paulo
3916.339.158
Salvador
102.727.838
Vitória *
51.178.792
* Criada em fevereiro de 1995. Fonte: Estimativa para a população em 1/7/1995 – IBGE
(...)
Fatores determinantes da distribuição populacional
Quando observamos um mapa-múndi que trata da distribuição geográfica da população encontra-se muito mal distribuída, apresentando áreas de grandes concentrações ao lado de grandes vazios populacionais. Por que?
A irregular ocupação do espaço pelo homem de corre, fundamentalmente, da conjugação de diversos fatores ( naturais, históricos e sócio-econômicos), que favorecem ou restringem a ocupação humana do espaço.
Fatores Físicos ou Naturais
As áreas mais favoráveis à ocupação humana são por exemplo, as de clima temperado, os planaltos tropicais, as planícies, os vales e deltas fluviais e as de solos férteis. Entre as desfavoráveis estão as regiões de desertos, as elevadas altitudes e as florestas equatoriais .
É claro que não podemos isolar um determinado fator físico atuam em conjunto, criando áreas mais ou menos favoráveis à concentração populacional.
Por outro lado, não deixa de ser verdade também que certos fatores naturais são predominantes, como é o caso da temperatura nas regiões polares e da aridez nos desertos.
Fatores Históricos
De modo geral as áreas de povoamento mais antigo costumam ser mais habitadas que as de povoamento recente. De fato, as maiores concentrações populacionais do mundo – Extremo Oriente ( leste da china, coréia e Japão), Ásia das monções ( sul e sudeste asiáticos), Europa centro-ocidental – confirmam essa regra.
O nordeste brasileiro pode ser considerado uma das exceções à regra, pois apesar de ser a região brasileira de mais populosa e povoada por muito tempo, perdeu essas posição para o Sudeste, em Virtude do maior desenvolvimento econômico dessa região.
Fatores Econômicos
Na realidade esses fatores deveriam estar enquadrados entre os histórico, entretanto estamos considerando-os separadamente para melhor esquematiza-los.
As atividades econômicas são bastante diversificadas quanto à formas de produção, à natureza e á finalidade dos produtos. Em função desses fatores, as atividades econômicas acarretam maior ou menor concentração populacional.
Assim, as áreas de agricultura extensiva mecanizada e de pecuária extensiva, por exemplo, apresentam pequena concentração e baixa densidade demográfica, pois requerem pequena quantidade de trabalho por área, ou seja, a relação trabalho-área é baixa (pradarias norte-americanos e canadenses, pampas argentino, Campanha Gaúcha, etc.).
As atividades industriais e de prestação de serviços, pela sua própria natureza e dinâmica, costumam acarretar grandes concentrações populacionais, como o nordeste dos EUA, a Europa ocidental e o eixo São Paulo – Rio de Janeiro.
População Mundial
A população do mundo totaliza 5,8 bilhões de habitantes em 1996, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). O continente mais povoado é a Ásia, com 3.506,2 milhões de habitantes, seguido da América (781,9 milhões), África (747,9 milhões), Europa (745,4 milhões), e Oceania (28,7 milhões).
Taxas demográficas – Os principais indicadores utilizados no estudo de população são a natalidade (número de nascimentos sobre a população total), a mortalidade (número de óbitos sobre a população total), a densidade demográfica (população total sobre a área), o crescimento vegetativo (saldo entre as taxas de natalidade e mortalidade) e o crescimento demográfico (no cálculo são considerados os fluxos de imigração e emigração, além das taxas de natalidade e mortalidade).
Distribuição Geográfica Da População
A distribuição da população por continentes e países apresenta contrastes bastantes acentuados. Por exemplo:
A Ásia possui cerca de 3 bilhões de habitantes, enquanto a Oceania possui apenas 28 milhões;
A China possui mais de 1 bilhão de habitantes e a Índia cerca de 800 milhões, ao passo que existem países ou Estados independentes com população inferior a 100 mil habitantes, como as ilhas Seychelles (70.000 habitantes) e o Vaticano (1.000 habitantes);
A densidade demográfica de Mônaco é de 15.470 hab/km², enquanto a da Austrália é de 2,2 hab/km² e a da Mongólia, de apenas 1,4 hab/km².
Entender, portanto, a distribuição geográfica da população, seja a nível mundial seja a nível regional, implica a análise e o conhecimento dos diversos fatores que interferem e que explicam tal distribuição. Assim, por exemplo, se o Deserto do Saara é, no conjunto, um enorme vazio demográfico, não podemos esquecer que dentro de seus limites, aparecem ilhas de povoamento (os oásis) cujas densidades demográficas são normalmente muito elevadas.
Crescimento demográfico
O século XX é marcado por um crescimento populacional sem precedentes na história da humanidade. Desde os primórdios da história até cerca de 1800, a população do mundo cresce vagarosamente, atingindo, nessa época, 1 bilhão de pessoas. O segundo bilhão, no entanto, é alcançado cerca de 125 anos mais tarde e o terceiro bilhão, em 33 anos, por volta de 1960. Para se chegar ao quarto bilhão, foram necessários apenas 14 anos (1974), e ao quinto, 13 anos (1987). Estimativas da ONU apontam que o próximo bilhão será completado até 1998.
A explosão demográfica do século XX concentra-se, sobretudo, nos países do Terceiro Mundo (África, Ásia e América Latina) que, nas décadas de 50, 60 e 70, apresentam taxas de crescimento demográfico ao redor de 2,5%. A partir de meados da década de 70, o crescimento populacional nas regiões subdesenvolvidas começa a diminuir. Nos últimos anos, tem havido uma redução gradativa do crescimento demográfico em escala mundial. A Ásia e a América Latina abaixam as suas taxas para 1,5% e 1,7%, respectivamente (dados de 1996). Estas regiões ocupam uma posição intermediária entre a estagnação demográfica européia (0,1%) e a norte-americana (1,1%) e a explosão demográfica africana (2,6%). A África é o único continente do mundo que continua crescendo notavelmente. Países como a Libéria (3,2%) e a Somália (3,1%), dobram sua população em uma geração, enquanto a população da Europa levaria mais de 380 anos para se duplicar.
Embora as taxas mundiais estejam diminuindo, a população continua aumentando vertiginosamente. Segundo a ONU, a cada ano somam-se 86 milhões de novos habitantes ao planeta, projeção feita para o período 1996-2015. A mesma organização estima entre 7,10 bilhões e 7,83 bilhões o número de habitantes do mundo em 2015. Se o total for 7,10 bilhões, a população do mundo terá crescido 1,3 bilhão em 20 anos, o equivalente à população atual da Europa e África juntas.
Para frear o crescimento populacional, os governos e entidades civis em todo o mundo têm adotado programas de planejamento familiar que auxiliam as mulheres a terem menos gestações, mais seguras e saudáveis. Nas últimas três décadas, o número de mulheres e homens que usam algum método anticoncepcional moderno excede 1 bilhão. Nos países em desenvolvimento, cerca da metade dos 760 milhões de casais em idade reprodutiva está usando métodos anticoncepcionais. O Programa de Ação traçado pela ONU, durante a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (1994), aponta os seguintes objetivos para o controle do crescimento populacional nos próximos 20 anos: crescimento econômico apoiado no desenvolvimento sustentável, educação, sobretudo das mulheres, igualdade entre os sexos, redução de mortalidade neonatal, infantil e materna e acesso universal a serviços de planejamento familiar, saúde reprodutiva e sexual. A urbanização dos países em desenvolvimento também é apontada como alternativa para conter o crescimento populacional. Isso porque a natalidade nas cidades é, em geral, mais baixa do que na zona rural.
(...)
Urbanização
Atualmente, 45% da população do mundo, isto é, 2,6 bilhões de pessoas, vivem na região urbana, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). A população urbana aumenta 2,5% a cada ano, ao passo que a população mundial cresce numa taxa anual de 1,5% (projeção 1995-2000).
O processo de expansão urbana acentua-se a partir do início do século XX. A proporção de pessoas vivendo em cidades cresce de 29%, em 1950, para os atuais 45%. Até o ano 2000, metade da população mundial será urbana e, em 2025, a proporção aumentará para dois terços. O tamanho das zonas urbanas também muda de maneira extraordinária. Enquanto em 1950 apenas uma cidade tem população superior a 10 milhões de habitantes, em 1994 existem 14 cidades nessas condições e, até 2015, haverá mais 13.
Os países em desenvolvimento são os principais responsáveis pelo crescimento das cidades nos últimos 45 anos. Enquanto o Primeiro Mundo cresce numa taxa de 0,8% ao ano, nas áreas menos desenvolvidas a taxa sobe para 3,5% (1996). Estima-se que em 2015 as megalópoles estarão ainda mais concentradas no Terceiro Mundo, que contará com 13, das 15 maiores cidades. O crescimento natural da população, ou seja, o excesso do número de nascimentos em relação ao de mortes, responde por 60% do incremento urbano. A segunda grande causa são as migrações provenientes do campo, estimuladas especialmente pela má distribuição das terras, pelo investimento inadequado dos governos na agricultura e pelo rápido crescimento da população rural.
Conseqüências - Em boa parte do Terceiro Mundo, a urbanização em larga escala tem levado à criação de cinturões de pobreza nas grandes cidades. Essas regiões carecem de serviços de infra-estrutura e de moradias adequadas. O acesso das classes menos favorecidas à saúde, à educação, ao transporte e ao mercado de trabalho também é deficitário. De acordo com a ONU, 250 milhões de pessoas não recebem água tratada, 400 milhões não possuem esgoto e 500 milhões estão sem moradia.
A Conferência de Assentamentos Humanos, realizada pela ONU em 1996, enfatiza a necessidade de redefinir o papel do Estado. As decisões e iniciativas devem partir cada vez mais dos municípios, substituindo programas nacionais que desconsideram as particularidades locais. Também é ressaltada a importância de haver uma maior participação da sociedade, em parceria com o Estado, na implementação de programas sociais.
Fonte: http://www.cyberpl.com.br/~minal/geotra1/hp/frame.htm
Malthus defendeu uma teoria pessimista da economia, centrada na escassez de recursos e no crescimento da população. Malthus acreditava que a população humana cresce em progressão geométrica (1,2,4,8,...) enquanto os recursos, sobretudo os agrícolas, crescem somente em progressão aritmética (1,2,3,4,...); portanto, com o passar do tempo, a escassez de alimentos levará a maioria da população à fome. Defendeu uma limitação moral, sugerindo que as pessoas se casassem tarde e formassem famílias pequenas. Malthus também reconheceu o papel das pragas, guerras e epidemias na contenção da superpopulação. Devido a essas idéias, a economia adquiriu o nome de "a ciência lúgubre".
Fonte: http://www.baseeconomia.cjb.net/
Uma Visão Reduzida?
Será que uma entidade cristã de prestação de socorro defende o controle de população?
David Morrison
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Será que a World Vision perdeu o rumo? Como uma das maiores organizações cristãs de socorro, com programas em 103 países, a World Vision atém-se ao princípio de fazer unicamente o bem. De acordo com a World Vision, os doadores dos Estados Unidos e outras nações do primeiro mundo, sustentaram mais de um milhão de crianças em todo o mundo através de seus programas de apadrinhamento de crianças, em 1996, com gêneros de primeira necessidade, agasalhos, medicamentos e educação. Isso, ao lado de suas raízes no cristianismo evangélico e sua política permanente contra o aborto, parecia fazer dela o patrocinador menos provável do controle de população. Assim, quando da luta de fevereiro para arrecadação de fundos para controle de população, A World Vision, ao que parece, debandou para o lado errado, muitos oponentes de controle de população ficaram desprevenidos.
Em pauta estavam duas ações específicas, a primeira é que a World Vision juntou-se a Care e a Save the Children na redação de uma carta ao Congresso exortando, o quanto antes, à liberação de fundos destinados ao "planejamento familiar"[1] e, em segundo lugar, a World Vision parecia permitir que os patrocinadores de recursos utilizassem seu nome no debate congressista sobre arrecadação. (apesar de uma correspondência posterior explicar a posição do grupo favoravelmente a primeira liberação de fundos somente na condição de restrições expressas de que estas não serviriam para promover ou realizar abortos, e que os adversários também citassem esta carta durante o debate).
Nancy Pelosi (D-CA) tomou a palavra para a liberação de verbas e, audaciosamente, mencionou o apoio da World Vision: "Eu me uno a muitas organizações de desenvolvimento conhecidas como a CARE, a World Vision, a Save the Children, e algumas relacionadas a grupos da Igreja... para exortar meus colegas a votar sim, no sentido de aceitar a decisão presidencial"[2].
Estes dois elementos levaram muitos cristãos e organizações de direitos humanos a especular se a World Vision de fato não se juntou aos esforços de controle de população.
Bases Fracas?
Enquanto a organização não parece estar preocupada com questões demográficas, ela parece aceitar inquestionavelmente que existe algo chamado "superpopulação". Todavia, a declaração da política da World Vision tende a converter em sua cabeça a típica fórmula demográfica "reorganização". em sua posição relativamente à "população, contracepção, controle de natalidade, planejamento familiar e aborto" na qual "a superpopulação é uma problema sério que resulta da pobreza em muitos países em desenvolvimento[3]. Isso muda o nexo comum entre população/pobreza, que tende a encarar a pobreza como resultado da "superpopulação", não o contrário. Contudo, a aceitação aparentemente incondicional do pretexto da superpopulação, interessa aos adversários do controle de população pois, em muitos outros casos, ela tem estabelecido uma fase para os tipos de abuso que se têm tornado endêmicos para programas de controle de população desde de seus começo.
A World Vision parece defender o argumento de que as mulheres nos países em desenvolvimento precisam espaçar o nascimento de seus filhos. Sem dúvida, de acordo com um memorando do presidente da World Vision, Robert Sieple, datado de 3 de março, para todos os funcionários da World Vision nos Estados Unidos, essa preocupação motivou os esforços da organização quando da luta por verbas. Há fortes indícios apoiando o impacto que o espaçamento de nascimentos produz tanto na saúde da mãe como na de seus filhos nos países em desenvolvimento. Todavia, essas nobres intenções não eximem a World Vision da responsabilidade de compreender a natureza controvertida de muitos programas que enfatizam os assim chamados métodos "modernos" de controle de natalidade.
As atividades da World Vision
Conforme o Dr. Milton Amayun, um "dirigente de equipe" com a World Vision Ajuda e Desenvolvimento, dois terços dos 4.500 a 5.000 projetos da World Vision ao redor do mundo, têm um componente da área de saúde e um componente de "planejamento familiar". Todavia, em pelo menos 90% daqueles projetos, de acordo com Amayun, restringem-se em educar as mulheres sobre os benefícios do aleitamento materno e outros meios naturais de espaçamento de nascimentos. Os casais também são aconselhados acerca dos benefícios em adiar o casamento como forma de planejar melhor suas famílias.
"Não mais de 10% de nossos programas em todo o mundo, realmente, distribuem contraceptivos", diz Amayun, apesar de ter admitido que os contraceptivos distribuídos incluíam métodos, tais como a pílula, que muitos profissionais da área médica consideram abortivos. "É difícil quantificar quantos de cada contraceptivo nós utilizamos", afirma Amayun, "uma vez que o método em si, varia de acordo com a mulher e algumas mulheres mudam seu método mês a mês".
Amayun defende firmemente a política da World Vision de confirmar que seus programas de espaçamento de nascimentos são aceitáveis tanto para a cultura quanto para o governo da região"[4]. Quando solicitado a dar maiores detalhes, Amayun citou um projeto nas Filipinas, no qual a World Vision primeiramente pesquisou e entrevistou mulheres na área de projeto e descobriu, que "muitas gostariam de ter tido mais tempo entre o nascimento de seus filhos", e depois utilizou o resultado das pesquisas para planejar um programa. Para manter a política da World Vision em envolvimentos locais e em apoio à postura pró-vida declarada na constituição das Filipinas, o programa se fixou inteiramente na educação, métodos naturais, e numa maior preparação para o casamento afim de atingir seus objetivos.
Necessidade de precisão
Então, será que a World Vision se tornou uma defensora do controle de população? Em suma - não. A tentativa de esclarecer a posição da organização sobre verbas para controle de população, apesar de ignorada pelos congressistas defensores do controle populacional, deve ser encarada conforme o declarado. E, Tim Dearborn, recentemente nomeado Diretor do Instituto para Engajamento Global da World Vision, falou, desastrosamente, que se A World Vision recebesse uma outra oportunidade de assinar a carta original com a CARE e a Save the Children, ela não o faria. No entanto, há sinais de que a organização deve fazer mais para esclarecer tanto sua posição, quanto sua linguagem, e fazer seus funcionários compreender os diversos interesses envolvidos na questão.
Um exemplo de quão importante se tem tornado a questão da comunicação, surgiu em conversações entre Ken Casey, o vice-presidente senior da World Vision e Sheila Maloney, uma pessoa da equipe do Conselho de Pesquisa da Família (CPF). Em um memorando posterior ao presidente do CPF, Gary Bauer, Maloney indicou que Casey tinha defendido as ações da Federação Internacional de Paternidade Planejada (FIPP). Dean Owen, porta-voz da World Vision, desafiou veementemente a versão de Maloney na conversação, afirmando que ela "interpretou mal" e posteriormente, "deturpou" os comentários de Casey.
"Todo mundo precisa entender que nós nunca apoiaríamos a Paternidade Planejada", afirmou Owen.
No final, a confusão acerca da posição da World Vision na batalha pelas verbas serve somente para realçar a necessidade crítica de uma linguagem precisa e verdadeira. Tanto a FIPP quanto a World Vision, falam em seus escritos sobre "planejamento familiar", assim como a Agência Americana de Desenvolvimento Internacional, o Fundo Pathfinder e outras, porém, eles não significam a mesma coisa. O que se tornou mais crítico para para todos é que enquanto as palavras são objetivas, suas definições têm se tornado subjetivas.
2007-01-20 08:27:03
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answer #4
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answered by M.M 7
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