Pare para prestar atenção nos dois poemas. O que cada um deles quer dizer? Leia um e depois o outro.
Li os dois e percebi que o eu-lírico do primeiro é mais seguro de si. Ele se sente completo pleno, não precisa de mais nada além de si mesmo para estar bem. Além disso não se abala com as coisas, como diz a segunda e terceira estrofes.
Já o eu-lírico do segundo, é sutil, tênue. Parece bem frágil e bem fragilizado pelo sofrimento. Passa despercebido, ninguém o vê. Parece que não vive e que por pouco não existe já que etá mergulhado em tristeza e melancolia.
O primeiro parece pronto ou, pelo menos, parece aceitar que um dia chegará o fim de seu cantar. O segundo parece nem ser real, já que nem sabe quem realmente é (última estrofe).
Além disso o primeiro é um eu masculino. O segundo é um eu feminino.
As semelhanças são que ambos estão em primeira pessoa, e as estrofes iniciais têm 4 versos. O segundo tem duas estrofes de 3 versos no final. Porém as rimas são diferentes. O primeiro é:
1
2
1
2
Nas 2 primeiras estrofes, o segundo tem rima:
1
2
2
1
e nas duas últimas rima assim:
1
2
1
Espero ter ajudado!
2007-01-19 08:19:51
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answer #1
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answered by Paulinha Fashion 2
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Por que motivo você quer saber?
Eu tenho motivo para perguntar.
As minhas intenções são as mais puras possíveis.
Só sei que as duas são belíssimas!!!!
Motivo, de Cecília Meireles
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
EU (de Florbela Espanca)
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê ...
Sou a que chamam de triste sem o ser ...
Sou a que chora sem saber porquê ...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
e que nunca na vida me encontrou!
2007-01-19 09:50:58
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answer #2
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answered by Vovó (Grandma) 7
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Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
CecÃlia Meireles, em «Flor de Poemas», Editora Nova Fronteira.
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Eu...
Florbela Espanca
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
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Florbela Espanca, Livraria Martins Fontes Editora, 1996 - S.Paulo, Brasil
2007-01-19 10:00:00
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answer #3
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answered by keke 1
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As duas autoras estudaram bastante, e nunca precisaram apelar para amigos. Acho que este é o melhor paralelo a traçar..
2007-01-19 17:30:41
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answer #4
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answered by Anonymous
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