À época da publicação da Encíclica "Rerum Novarum", o liberalismo vinha passando por sua pior crise desde a Revolução Francesa. Teorias como a do "contratualismo", da "autonomia das vontades", do absoluto "pacta sunt servanda",
entre outras, nascidas no seio do iluminismo, já não supriam as necessidades da sociedade ocidental. Já havia surgido no mundo o chamado "materialismo histórico", ou seja, uma teoria sócio-econômica que enaltecia a luta de classes, isto é, a luta entre dois extremos inconciliáveis: o capital e o trabalho.
O iluminismo do século XVIII, reservou um plano todo especial à razão humana, colocando-a no mesmo nível antes pertencente à Providência Divina. Sob este aspecto, o liberalismo afrontou o cerne da Igreja Católica, construído por via de dogmas axiomáticos, inimigos da razão. O homem tratou de buscar explicações racionais para acontecimentos da natureza antes não explicáveis. Esse desenvolvimento humano na esfera filosófica refletiu-se em todos os níveis, abalando consideravelmente as estruturas cristãs.
A Encíclica "Rerum Novarum" nasceu com uma missão principal: conciliar o que parecia inconciliável, forçando o Estado a intervir no liberalismo, tentando impedir, desta forma, a proliferação das idéias marxistas, preservando, assim, o poder
religioso, ante a radicalização enfrentada à época. Leão XIII, na realidade, como muitos outros, estava apavorado tanto com o conflito quanto com os socialistas e os liberais. Por isso, podemos afirmar que a Rerum Novarum impressionou pelo dualismo inconciliável, pelo relativismo e pela ausência de definição, já que era contra as idéias liberais e socialistas e defendia a propriedade particular, condenando a coletivização desta, sob a égide de que ela (propriedade) seria uma espécie de "direito natural" do homem, sendo, como tal, "divino".
Pode-se afirmar, ainda, seguindo o pensamento de grandes historiadores, que a contribuição maior da Encíclica foi o reforço à idéia de uma maior participação do Estado na economia, todavia isso não foi pregado com o intuito de salvar do flagelo os
esfarrapados e famintos operários. O objetivo maior, imediato, era, logicamente, a manutenção da posição conquistada pela Igreja Católica, através de intermináveis séculos, onde espadas e orações confundiram-se em cruzadas e conquistas sangrentas. Não há como esconder o fato da Igreja Católica estar, acima de tudo, defendendo seus próprios interesses, basta observar a repressão a que foram submetidos os integrantes da chamada "teologia da libertação", chegando a serem apenados com o "silêncio". A Igreja, em todos os movimentos ditos religiosos, desde as cruzadas, passando pela "catequização dos selvagens", até as encíclicas, sempre atuou como Estado Católico, defendendo seus interesses de império, já que, como um grande historiador já dizia, "a espada e a cruz sempre atuaram com extrema cumplicidade".
2007-01-22 11:06:27
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answer #1
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answered by eclaudiae 2
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IOANNES PAULUS PP. II - CENTESIMUS ANNUS
aos veneráveis Irmãos no Episcopado
ao Clero
às Familías religiosas
aos Fiéis da Igreja Católica
e a todos os Homens de Boa Vontade
no centenário da
Rerum Novarum
(Siga o atalho abaixo até o sítio oficial do Vaticano e leia o texto enunciado acima, do Papa João Paulo II, com respeito ao centenário da encíclica RERUM NOVARUM, promulgada pelo papa Leão XIII em 1891).
2007-01-19 15:52:05
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answer #3
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answered by carvalhoclinico 5
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Rerum Novarum é uma encÃclica escrita pelo Papa Leão XIII a 15 de Maio de 1891. Era uma carta aberta a todos os bispos, debatendo-se com as condições das classes trabalhadoras. Leão XIII apoiava o direito dos trabalhadores formarem sindicatos, mas rejeitava o socialismo e defendia os direitos à propriedade privada. Discutia as relações entre o governo, os negócios, o trabalho e a Igreja, propondo uma estrutura social e econômica que mais tarde se chamaria corporativismo.
Esta encÃclica também influenciou fortemente a criação de uma nova ideologia polÃtica, a "Democracia cristã". Esta ideologia defende a implantação de uma democracia baseada nos princÃpios cristãos.
Este texto debate alguns assuntos levantados pela revolução industrial, que critica, e as sociedades democráticas modernas. Leão XIII começou por descrever muitos dos sofrimentos da classe trabalhadora. Mas ele refutou como falsas as teorias socialistas marxistas e defendia a propriedade privada, acreditando que as soluções iriam surgir das acções combinadas da Igreja, do Estado, dos empregadores e dos empregados. A encÃclica refere princÃpios que deveriam ser usados na procura de justiça na vida industrial, social e económica.
Juntamente com outros trabalhos de Leão XIII e a sua ação no longo cargo como Papa (1878–1903), um profundo efeito do seu trabalho foi trazer a Igreja Católica e a sua hierarquia para o mundo moderno. Na altura, o seu apoio a sindicatos e a um salário decente era visto como radicalmente liberal. No entanto, outras afirmações da encÃclica opõem-se ao capitalismo. Muitas das posições da Rerum Novarum foram suplementadas por encÃclicas posteriores, em especial a Quadragesimo Anno de Pio XI em 1931, e a Mater et Magistra de João XXIII em 1961, e por Papa João Paulo II em 1991 com Centesimus annus.
As ideias de Leão XIII são, embora distorcidas, uma influência para o desenvolvimento posterior do Fascismo Italiano de Benito Mussolini.
[editar] Citações
"A usura voraz veio condenar ainda mais o mal. Condenada muitas vêzes pelo julgamento da Igreja, não tem deixado de ser praticada sob outra forma por homens, ávidos de ganância, e de insaciável ambição. A tudo isso deve acrescentar-se o monopólio do trabalho e dos papéis de crédito, que se tornaram um quinhão de um pequeno número de ricos e de opulentos, que impõe assim um julgo quase servil à imensa multidão dos operariados".
"Todavia a Igreja, instruÃda e dirigida por Jesus Cristo, eleva as suas vistas ainda mais alto; propões um corpo de preceitos mais completos, porque ambiciona estreitar a união das duas classes até as unir uma à outra por laços de verdadeira amizade".
ok
2007-01-20 10:07:02
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answer #4
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answered by M.M 7
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