A Panela.
A velha empregada de minha família era uma senhora negra. Chico, o neto dela - como é costume acontecer quando não temos irmãos - , era o meu companheiro constante de brincadeiras e diversão. Em tudo quanto fazíamos, a parte de Chico era sempre a mais pesada, secundária e passiva. Ele tinha que , sempre, doar-dar, e, nunca, receber . Um dia corri para casa, à saída da escola porque Chico e eu tínhamos projetado construir uma vala que fosse do poço à lavanderia . Sem darmos por isso, cada um de nós assumiu logo o seu papel – como de costume. Chico era o “ Condenado “ a trabalhos forçados, suando e repetindo esforços. E eu o implacável guarda, com uma vara na mão ! A maneira como eu estava maltratando aquele menino negro era quase digna de um adulto imbuído de preconceitos de cor. Foi quando a nossa preta velha chamou-nos : - Crianças, venham pôr a minha panela no fogão! Corremos para a cozinha. A panela estava no chão e nós a agarramos com ambas as mãos . Mas um grito e a largamos, perplexos de que ela nos tivesse mandado pegar em uma coisa que – era evidente que sabia – estava extremamente quente e iria nos queimar. Em seguida, em graves e brandas palavras, tão nítidas e simples que até hoje as posso escutar, partindo do fundo do tempo, ela disse-nos assim : - Ora! Ora! Vocês dois se queimaram. Que coisa mais engraçada ! A cor da pele de vocês é tão diferente , mas a dor que estão sentindo é igualzinha para ambos, não é verdade ? Concordamos que sim. E nunca mais pude me esquecer desse episódio (fato) que sem dúvida alguma fez de mim uma pessoa diferente e melhor, é claro.
2-Além das aparências
Certa tarde, o ponto de ônibus encontrava-se cheio de pessoas esperando impacientemente o retorno para seus lares. Nesse momento perceberam a aproximação de um jovem carregando nos braços um homem velho e deficiente físico. O jovem que o carregava trajava roupas estranhas, estava mesmo mal vestido; todos o olhavam, enquanto ele colocava o velho no chão sobre o passeio. O Rapaz aproximou-se das pessoas e pediu que tomassem conta daquele velho pois tendo compromisso, não podia mais ficar ali; pediu que embarcassem o velho no ônibus que o levaria para casa e daí dizendo isso agradeceu e foi embora do local. As pessoas que ali estavam ficaram assustadas e indignadas com a atitude do rapaz e diziam entre si , uma para as outras, “ como pode esse rapaz deixar esse senhor idoso na companhia de estranhos sem se preocupar se o velho estará bem ou não. “ Outros completavam: “ deve ser o Pai dele, e, que filho mais perverso, como pode deixar o pai nessa situação, ainda mais no chão ! Eu que não queria Ter um filho desses. “ Umas das pessoas, aproximando-se do velho, perguntou como ele estava e se aquele rapaz que o trouxera era seu filho. O Velho, com lágrimas nos olhos disse que não , que nunca tinha visto antes aquele rapaz. E falou : “ Eu o vi pela primeira vez esta tarde. Estava na rua pedindo ajuda , ele se aproximou de mim, perguntou o que eu tinha , e eu lhe contei a minha história de sofrimento e dor. Comovido, ele se ofereceu a ajudar-me. Pegou a receita médica do meu bolso foi a farmácia carregando-me; Chegando lá, comprou todos os remédios que eu precisava, no valor total de R$ 130.00 e ainda me deu mais R$10.00 para eu pegar o ônibus para minha casa. Pegou-me nos braços, de novo, e deixou-me aqui para que eu embarcasse no ônibus uma vez que , se atrasasse mais , poderia perder o emprego, e assim , ele pediu aos senhores para olhar o ônibus para mim , pois sou analfabeto.
3-A LIÇÃO
> >
> > Éramos a única família no restaurante com uma criança. Eu coloquei Daniel
> > numa cadeira para crianças e notei que todos estavam tranqüilos, comendo e
> > conversando.
> >
> > De repente, Daniel gritou animado, dizendo: "Olá, amigo!", batendo na mesa
> > com suas mãozinhas gordas. Seus olhos estavam bem abertos pela admiração e
> > sua boca mostrava a falta de dentes. Com muita satisfação, ele ria, se
> > retorcendo. Eu olhei em volta e vi a razão de seu contentamento.
> >
> >
> > Era um homem andrajoso, com um casaco jogado nos ombros: sujo, engordurado
> > e rasgado. Suas calças eram trapos com as costuras abertas até a metade, e
> > seus dedos apareciam através do que foram, um dia, os sapatos. Sua camisa
> > estava suja e seu cabelo não havia sido penteado por muito tempo. Seu
> > nariz tinha tantas veias que parecia um mapa.
> >
> > Estávamos um pouco longe dele para sentir seu cheiro, mas asseguro que
> > cheirava mal. Suas mãos começaram a se mexer para saudar. "Olá, neném.
> > Como está você?", disse o homem a Daniel. Minha esposa e eu nos olhamos:
> > "Que faremos?". Daniel continuou rindo e respondeu, "Olá, olá, amigo".
> >
> > Todos no restaurante nos olharam e logo se viraram para o mendigo.
> > O velho sujo estava incomodando nosso lindo filho. Trouxeram a comida e o
> > homem começou a falar com o nosso filho como um bebê. Ninguém acreditava
> > que o que o homem estava fazendo era simpático. Obviamente, ele estava
> > bêbado.
> > Minha esposa e eu estávamos envergonhados. Comemos em silêncio; menos
> > Daniel que estava superinquieto e mostrando todo o seu repertório ao
> > desconhecido, a quem conquistava com suas criancices. Finalmente,
> > terminamos de comer e nos dirigimos à porta. Minha esposa foi pagar a
> > conta e eu lhe disse que nos encontraríamos no estacionamento. O velho se
> > encontrava muito perto da porta de saída. "Deus meu, ajuda-me a sair daqui
> > antes que este louco fale com Daniel", disse orando, enquanto caminhava
> > perto do homem.
> > Estufei um pouco peito, tratando de sair sem respirar nem um pouco do ar
> > que ele pudesse estar exalando. Enquanto eu fazia isto, Daniel se voltou
> > rapidamente na direção onde estava o velho e estendeu seus braços na
> > posição de "carrega-me". Antes que eu pudesse impedir, Daniel se jogou dos
> > meus braços para os braços do homem. Rapidamente, o velho fedorento e o
> > menino consumaram sua relação de amor. Daniel, num ato de total confiança,
> > amor e submissão, recostou sua cabeça no ombro do desconhecido. O homem
> > fechou os olhos e pude ver lágrimas correndo por sua face. Suas velhas e
> > maltratadas mãos ? cheias de cicatrizes, dor e trabalho duro ? suave,
> > muito suavemente, acariciavam as costas de Daniel. Nunca dois seres haviam
> > se amado tão profundamente em tão pouco tempo. Eu me detive, aterrado. O
> > velho homem, com Daniel em seus braços, por um momento abriu seus olhos e
> > olhando diretamente nos meus, me disse com voz forte e segura: "Cuide
> > deste menino". De alguma maneira, com um imenso nó na garganta, eu
> > respondi: "Assim o farei".
> > Ele afastou Daniel de seu peito, lentamente, como se sentisse uma dor.
> > Peguei meu filho e o velho homem me disse: "Deus o abençoe, senhor. Você
> > me deu um presente maravilhoso". Não pude dizer mais que um entrecortado
> > "obrigado".
> > Com Daniel nos meus braços, caminhei rapidamente até o carro. Minha esposa
> > perguntava por que eu estava chorando e segurando Daniel tão fortemente, e
> > por que estava dizendo: "Deus meu, Deus meu, me perdoe".
> > Eu acabava de presenciar o amor de Cristo através da inocência de um
> > pequeno menino que não viu pecado, que não fez nenhum juízo; um menino que
> > viu uma alma e uns adultos que viram um montão de roupa suja. Eu fui um
> > cristão cego carregando um menino que não era.
> >
> > Eu senti que Deus estava me perguntando: "Estás disposto a dividir seu
> > filho por um momento?", quando Ele compartilhou Seu Filho por toda a
> > eternidade.
> >
> > O velho andrajoso, inconscientemente, me recordou: "Eu asseguro que aquele
> > que não aceite o reino de Deus como um menino, não entrará nele."
> > (Lucas 18 - 17).
4-A Raposa e o Lenhador
Existiu um Lenhador viúvo que acordava às 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite.
Ele tinha um filho lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.
Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho.
Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada.
Os vizinhos do Lenhador alertavam que a Raposa era um bicho, um animal selvagem, e portando, não era confiável.
Quando ela sentisse fome comeria a criança.
O Lenhador sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma grande bobagem.
A raposa era sua amiga e jamais faria isso.
Os vizinhos insistiam:
-"Lenhador abra os olhos ! A Raposa vai comer seu filho."
-"Quando sentir fome, comerá seu filho !
Um dia o Lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários ao chegar em casa viu a Raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensangüentada...
O Lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa...
Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranqüilamente e ao lado do berço uma cobra morta...
O Lenhador enterrou o Machado e a Raposa juntos.
Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito, siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar...
E principalmente não tome decisões precipitadas...
C:Eurico/Mensagens/A Raposa e o Lenhador – 14.09.2003)ecs
2007-01-17 09:04:14
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answer #1
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answered by Ambiental 5
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