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Cite um verso ou poesia dele.

2007-01-17 05:40:40 · 4 respostas · perguntado por ? 5 em Artes e Humanidades Livros e Autores

4 respostas

Patativa do Assaré, ou Antônio Gonçalves da Silva pode ser considerado um dos maiores poetas popular nordestino. Sua poesia, do ponto de vista do conteúdo social, reflete todo o mundo visionário e fantasmagórico do cabloco. Dentre suas maiores obras, pode-se destacar o poema "A triste partida", cujos versos iniciais são:

" Setembro passou, com oitubro e novembro
Já tamo em dezembro.
Meu Deus, que é de nós?
Assim fala o pobre do seco nordeste
Com medo da peste,
Da fome feroz."
... ...........................................................................

Só quem conhece a luta dos caboclos nordestinos, tão assolados pela seca e pela fome, consegue perceber a sentimentalidade e a visão de mundo de Patativa ao relatar em seus versos a triste história de uma família que, fugindo das aflições, migram para o sul em busca de uma vida digna. A migração é o tema do poema, e muitas pessoas desconhecem o quão doloroso é para essa gente abandonar sua terra natal em busca de dignidade em terras alheias. Com simples e verdadeiras palavras, Patativa nos leva a refletir sobre as vicissitudes enfrentadas por nosso irmãos nordestinos.

2007-01-17 11:56:41 · answer #1 · answered by Arya 3 · 2 0

Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, (Assaré, 5 de março de 1909 — 8 de julho de 2002) foi um compositor, cantor e improvisador brasileiro.
Livros de Poesia:
1978 - Cante Lá que Eu Canto Cá
1990 - Ispinho e Fulô
1994 - Aqui Tem Coisa
1999 - Cordéis-Patativa do Assaré

Poemas:
A Triste Partida
Cante Lá que Eu Canto Cá
Coisas do Rio de Janeiro
Meu Protesto
Mote/Glosas
O Peixe
O Poeta da Roça
Se Existe Inferno
Vaca Estrela e Boi Fubá
Você se Lembra?
Vou Vortá

2007-01-17 18:28:12 · answer #2 · answered by vinicius fernando 2 · 1 0

um ícone da literatura nordestina...
usa as palavras para descrever os problemas sociais da vida no Nordeste....

Caboclo roceiro


Caboclo Roceiro, das plaga do Norte
Que vive sem sorte, sem terra e sem lar,
A tua desdita é tristonho que canto,
Se escuto o meu pranto me ponho a chorar


Ninguém te oferece um feliz lenitivo
És rude e cativo, não tens liberdade.
A roça é teu mundo e também tua escola.
Teu braço é a mola que move a cidade


De noite tu vives na tua palhoça
De dia na roça de enxada na mão
Julgando que Deus é um pai vingativo,
Não vês o motivo da tua opressão


Tu pensas, amigo, que a vida que levas
De dores e trevas debaixo da cruz
as crides constantes, quais sinas e espadas
São penas mandadas por nosso Jesus


Tu és nesta vida o fiel penitente
Um pobre inocente no banco do réu.
Caboclo não guarda contigo esta crença
A tua sentença não parte do céu.


O mestre divino que é sábio profundo
Não faz neste mundo teu fardo infeliz
As tuas desgraças com tua desordem
Não nascem das ordens do eterno juiz


A lua se apaga sem ter empecilho,
O sol do seu brilho jamais te negou
Porém os ingratos, com ódio e com guerra,
Tomaram-te a terra que Deus te entregou


De noite tu vives na tua palhoça
De dia na roça , de enxada na mão
Caboclo roceiro, sem lar , sem abrigo,
Tu és meu amigo, tu és meu irmão.

2007-01-17 18:09:40 · answer #3 · answered by Mila 4 · 1 0

.Antônio Gonçalves da Silva.











Patativa do Assaré


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O Sabiá e o Gavião





Eu nunca falei à toa.
Sou um cabôco rocêro,
Que sempre das coisa boa
Eu tive um certo tempero.
Não falo mal de ninguém,
Mas vejo que o mundo tem
Gente que não sabe amá,
Não sabe fazê carinho,
Não qué bem a passarinho,
Não gosta dos animá.

Já eu sou bem deferente.
A coisa mió que eu acho
É num dia munto quente
Eu i me sentá debaxo
De um copado juazêro,
Prá escutá prazentêro
Os passarinho cantá,
Pois aquela poesia
Tem a mesma melodia
Dos anjo celestiá.

Não há frauta nem piston
Das banda rica e granfina
Pra sê sonoroso e bom
Como o galo de campina,
Quando começa a cantá
Com sua voz naturá,
Onde a inocença se incerra,
Cantando na mesma hora
Que aparece a linda orora
Bejando o rosto da terra.

O sofreu e a patativa
Com o canaro e o campina
Tem canto que me cativa,
Tem musga que me domina,
E inda mais o sabiá,
Que tem premêro lugá,
É o chefe dos serestêro,
Passo nenhum lhe condena,
Ele é dos musgo da pena
O maiô do mundo intêro.

Eu escuto aquilo tudo,
Com grande amô, com carinho,
Mas, às vez, fico sisudo,
Pruquê cronta os passarinho
Tern o gavião maldito,
Que, além de munto esquisito,
Como iguá eu nunca vi,
Esse monstro miserave
É o assarsino das ave
Que canta pra gente uví.

Muntas vez, jogando o bote,
Mais pió de que a serpente,
Leva dos ninho os fiote
Tão lindo e tão inocente.
Eu comparo o gavião
Com esses farão cristão
Do instinto crué e feio,
Que sem ligá gente pobre
Quê fazê papé de nobre
Chupando o suó alêio.

As Escritura não diz,
Mas diz o coração meu:
Deus, o maió dos juiz,
No dia que resorveu
A fazê o sabiá
Do mió materiá
Que havia inriba do chão,
O Diabo, munto inxerido,
Lá num cantinho, escondido,
Também fez o gavião.

De todos que se conhece
Aquele é o passo mais ruim
É tanto que, se eu pudesse,
Já tinha lhe dado fim.
Aquele bicho devia
Vivê preso, noite e dia,
No mais escuro xadrez.
Já que tô de mão na massa,
Vou contá a grande arruaça
A ARRUAÇA EU CONTO NO GOOGLE,POIS E MUITO GRANDE

2007-01-17 13:44:48 · answer #4 · answered by Anonymous · 1 0

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