Concluída a concretagem da ponte que vai ligar o Brasil ao Peru
Obras agora são de acabamento, e a inauguração deverá ocorrer ainda este ano com a presença de Lula e Toledo, diz Jorge Viana
Governador visitou a ponte
acompanhado do prefeito de Assis Brasil, de deputados e de técnicos da obra
Tião Maia e Rafael Cadaxo
Um ano e dois meses depois de trabalho, o Governo do Estado comemorou ontem, em Assis Brasil, a conclusão da última etapa da concretagem da ponte binacional sobre o rio Acre. Isso significa que as obras entraram na reta final e a inauguração deverá ocorrer no máximo até o início do ano que vem, segundo anunciou o governador Jorge Viana ao fazer uma nova visita às obras. "Fiz questão de vir aqui no momento em que se conclui a etapa mais difícil dessa obra, que é a concretagem. De agora em diante, é só obra de acabamento", comemorou o governador. Ele visitou as obras acompanhado dos deputados estaduais Delorgem Campos (PSB), Juarez Leitão (PT) e Edvaldo Magalhães (PC do B), líder do Governo na Assembléia Legislativa.
De acordo com o governador, a inauguração da ponte é uma demonstração de boa vontade do Governo e de todos os que lutam pelo desenvolvimento do Acre. "É uma demonstração de muito trabalho e de muito sacrifício de muita gente para poder fazer algo que, em cem anos de existência, o Acre não conhecia, que é a ligação do Brasil com o Peru. Essa ligação, que era um sonho, está feita e vamos entrar no acabamento, mas, principalmente, numa fase nova da história do Acre. Uma história que a gente está ajudando a escrever", disse Jorge Viana.
Além do trabalho na ponte, o governo também vem trabalhando nas instalações físicas da alfândega, um conjunto de armazéns e prédios onde ficarão lotados fiscais da Receita Federal, a própria Polícia Federal e outros órgãos envolvidos com a fiscalização e as políticas de fronteira. "A gente continua trabalhando mas eu diria que o pior já passou e graças a Deus temos uma ponte ligando o Brasil ao Peru aqui pelo Acre e o trabalho agora é marcar a data de inauguração. O que posso garantir é que agora tudo está mais perto e mais fácil de acontecer", afirmou.
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Peru, Alejandro Toledo, deverão estar presentes na inauguração da obra, a exemplo do que fizeram, ao lado do então presidente da Bolívia, Carlos Mesa, quando lançaram, também em Assis Brasil, a pedra fundamental que deu origem à obra, em agosto de 2004. "Foi uma obra feita em tempo recorde principalmente porque era o desejo do presidente Lula de que o trabalho fosse concluído quando o governo do Peru iniciasse os trabalhos de construção da Estrada do Pacífico dentro do território deles. Graças a Deus, as coisas estão acontecendo conforme programado", disse Jorge Viana.
A ponte vai ligar o território brasileiro à cidade de Iñapari, no Peru, do outro lado do rio. Muito mais que uma ponte de serviço, a obra é recebida pelos brasileiros e peruanos que vivem na fronteira como um dos grandes monumentos da integração latino americana. A construção da ponte dá continuidade à Estrada do Pacífico, como é chamada a rodovia de 111 quilômetros que ligam Brasiléia, na fronteira com a Bolívia, a Assis Brasil, que ali também faz fronteira com a Bolívia e o Peru. "Não haveria sentido nos esforçarmos tanto para fazer uma estrada até aqui se não houvesse a ponte para nos ligar definitivamente com o Peru. O governo peruano também compreendeu a importância disso e se esforçou ao máximo para obter recursos, inclusive junto ao governo brasileiro, para levar a obra adiante. Assim, o Acre passará a ter uma ligação direta com o Oceano Pacífico", disse o governador. A obra está sendo executada pelo Governo do Estado com financiamentos do governo federal através do Ministério dos Transportes a um custo superior a R$ 25 milhões e, quando inaugurada, será a continuidade das obras do governo brasileiro, notadamente do presidente Lula, no esforço de inserir o Brasil no projeto de integração com os países andinos, como a Bolívia e o Peru, cuja população, num raio de 1,5 mil quilômetros de distância de Rio Branco, a capital do Estado, é de pelo menos 30 milhões de pessoas e potenciais consumidores dos produtos brasileiros.
A ponte terá 240 metros comprimento e um vão central de 110 metros, segura por cabos ligados a uma torre de 24 metros de altura, no mesmo estilo daquela construída, também sobre o rio Acre, entre Brasiléia e a cidade boliviana de Cobija. Só que enquanto a ponte de Brasiléia/Cobija é uma obra de caráter turístico, a de Assis Brasil/Iñapari, que terá também essas características, será sobretudo uma obra de serviços. A obra consumiu muito tempo de pesquisas e observações, disse o diretor-geral do Deracre, Sérgio Nakamura, sobretudo por estar localizada numa região onde o rio Acre está nascendo. "Aqui há trombas d'agua gigantescas. Em março de 2004, na última grande enchente, o rio subiu mais de oito metros em menos de 12 horas", disse o engenheiro, referindo-se a maior enchente na região nos últimos 30 anos.
Obras refletem o clima de harmonia vivenciado no Acre, destacam deputados
Obras como a ponte de Assis Brasil que está prestes a ser inaugurada e outras que também estão em fase de acabamento em todo o Estado são frutos do bom momento político que vive o Acre, disse, no Vale do Acre, o deputado Edvaldo Magalhães. "O que está acontecendo no Acre era um sonho de todas as pessoas que sonharam com o engrandecimento do Estado. O que era sonho está acontecendo", comemorou o deputado.
O Líder do PSB na Assembléia, deputado Delorgem Campos, cuja base eleitoral é o Vale do Acre, disse que a concretização de obras como essas representam a libertação do povo da região. "Quem nasceu aqui, quem conheceu as dificuldades da população local por causa do isolamento, receberá uma obra como essa como um símbolo de liberdade", disse Campos. "É isso que nos faz lutar para que a Frente Popular continue cada vez mais unidade porque é assim que vamos conseguir realizar as obras que nosso povo precisa e merece", disse.
O deputado Juarez Leitão disse que muitas vezes o eleitor pergunta o que faz de fato um parlamentar. "Perguntas assim eu respondo facilmente: os parlamentares do nosso campo, que atuam em defesa do Governo na Assembléia Legislativa, fazem isso: ajudam o Governo a executar obras como essas", disse o parlamentar.
2007-01-17 02:29:18
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answer #3
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answered by Ricardão 7
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