Concordo, generalizando. Ares (Mars em latim, ou Marte, nome do quarto planeta do Sistema Solar), seria o deus das guerras sangrentas, devastadoras e longas, odiado pelos outros deuses, que davam prioridade aos valores do espírito e à sabedoria e apenas Afrodite (ou Vênus, a deusa do amor) o suportava. Uma das 12 grandes divindades do panteão helênico, filho de Zeus e de Hera, sua figura representava o espírito violento e combativo, que só encontra prazer nas batalhas. Embora dotado de força extraordinária, era continuamente enganado pelos outros deuses, como Atena que – personificando a sabedoria – tirava proveito de sua pouca inteligência (característica dos que escolhem recursos violentos, na falta de recursos intelectuais). Representado com couraça, capacete, lança e escudo, no combate sua presença era anunciada com ferozes gritos de guerra que provocavam o pânico. Lutava a pé ou num carro puxado por cavalos, às vezes em companhia dos filhos tidos com Afrodite: Deimos (em grego, o Medo) e Fobos (idem, o Terror), e outras vezes com sua irmã Éris (a Discórdia). Interessante notar que o Planeta que recebeu o seu nome é cincundado por duas luas: Deimos e Fobos e o termo atual "erístico" é relacionado àquele que ama a controvérsia, a disputa e a discussão. Segundo a mitologia, Ares foi vencido várias vezes e numa feita os Aloídas o derrotaram e encerraram numa urna de bronze durante 13 meses. Segundo narração no canto V da Ilíada, o herói Diomedes, ajudado por Atena, conseguiu ferir Ares, que se refugiou no Olimpo. Ares manteve constantes aventuras amorosas com mulheres mortais, de que resultaram seus filhos Alcipe, Ascálafo e Flégias, entre outros. Seus amores com Afrodite foram descobertos pelo marido dela, Hefesto, que envolveu astutamente os dois amantes numa rede para levá-los ante o soberano juízo dos deuses e assim demonstrar a traição. Em Roma, com o nome de Marte, recebeu mais veneração do que entre os gregos, sobretudo por parte das legiões romanas que, além de considerá-lo deus da guerra, era o deus das bênçãos; Do seu nome, além do terceiro mês do calendário, derivam os relacionados a meios militares e guerreiros (luta marcial, corte marcial, banda marcial...), e até marchar (do francês marché, segundo meu saudoso pai: “um termo constante no hino que os franceses chamam de Polonaise, baseados numa dança polonesa cujo ritmo era executado em compasso ternário, isto é, em três tempos, com acento no primeiro tempo e com andamento de marcha”); Por suas vez, Afrodite (Vênus em latim, atual nome do segundo planeta em ordem de distância solar) teria nascido diretamente da espuma dos mares, fecundada pelo sangue de Urano (atual nome do sétimo planeta em ordem de distância solar, também conhecido como Céu, pai de Saturno, dos Cíclopes, do Oceano, dos Titãs, etc.), daí a raiz afrodo (espuma) ter gerado termos atuais, como: Afrodita (o que se reproduz, sem ato externo de geração, o que teria ocorrido com Jesus, segundo as Escrituras), afrodito-(prefixo que serve para se referir ao próprio planeta Vênus), e também afrodisíaco (aquilo que conserva e restaura as forças geradoras ou excita os desejos sexuais, a partir da designação dada por naturalistas às espécies de plantas criptogâmicas, que dispõem dessas propriedades) e até hermafrodita (quiçá, a fusão de Hermes+Afrodite, para designar o ser que dispõe dos dois sexos, hoje atribuído a algumas espécies animais e certos tipos de plantas). Como deusa do amor e da beleza, talvez por ser a mais atraente de todas as mulheres era infiel ao esposo Hefesto - o mais feio dos deuses - e até hoje ninguém sabe se Eros, a quem deu a luz, tinha por pai Zeus, Hermes ou Ares, variando as versões (tanto que Eros - deus do tesão, confundido com amor - hoje é prefixo para designar coisas sensuais e voluptuosas, origem de termos como erotismo, erótico, etc., cujo correspondente latino era chamado Cupido, com iguais atributos, mas por inflamar paixões humanas com suas setas do amor, sua figura era representada como um anjo, da classe dos querubins). A célebre escultura “Vênus de Milo”, encontrada em 1820 na ilha de Melos (ou Milo), no Mar Egeu, de autor anônimo do século II, sem qualquer ambigüidade, representa Afrodite. Atualmente encontra-se no museu do Louvre, em Paris, constituindo um dos arquétipos da beleza feminina. Além de representar beleza na mitologia grega, Afrodite também representava a paixão sexual (sentimento de alto grau de intensidade, que se sobrepõe à lucidez e à razão). Seu culto, originário da ilha de Chipre, estendeu-se a Esparta, Corinto e Atenas tendo como símbolos principais a pomba (a popular vulva), a romã (em latim significa mala com conotação uterina), o cisne (em grego, kýknos, que também faz conotação ao membro masculino, pela forma de seu pescoço) e a murta (em grego, mýrtos, arbustos tropicais e subtropicais, de folhas sempre-verdes, ovadas ou lanceoadas, com flores de numerosos óvulos). Já no panteão romano, é identificada como Vênus, havendo duas versões para seu nascimento: segundo Hesíodo, na sua Teogonia, Cronos, filho de Urano, mutilou o pai e atirou ao mar seus órgãos genitais, e Afrodite teria nascido da espuma (em grego, aphrós) assim formada; Mas para o historiador grego Homero, ela seria filha de Zeus e Dione (sua esposa em Dodona, cidade do Epiro). Por ordem de Zeus, Afrodite casou-se com Hefesto, o coxo deus do fogo e mais feio dos imortais. Foi-lhe muitas vezes infiel, sobretudo com Ares, divindade da guerra, possivelmente, o pai de Eros e Harmonia. Outros filhos, Hermafrodito, possivelmente foi concebido com Hermes, e o outro, Príapo, com Dionisio. Dentre seus amantes mortais, destacaram-se o pastor troiano Anquises, com quem teve Enéias, e o jovem Adônis, célebre por sua beleza. Por serem filhos de imortais com mortais, são chamados semideuses. Afrodite possuía um cinturão mágico de grande poder sedutor e os efeitos de sua paixão eram irresistíveis. As lendas freqüentemente a mostram ajudando seus amantes a superar obstáculos. À medida que seu culto se estendia pelas cidades gregas, também aumentava o número de seus atributos, quase sempre relacionados com o erotismo e a fertilidade. Considerada deusa da primavera, das flores, dos jardins e da navegação, sempre se fazia acompanhar das cariátides, conhecidas como deusas da graça. Espero ter esclarecido a pergunta, aliás, muito inteligente.
2007-01-16 06:54:52
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answer #2
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answered by Origem9Ω 6
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