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2007-01-15 12:10:51 · 5 respostas · perguntado por vida 3 em Artes e Humanidades Filosofia

5 respostas

Espero que goste. Abraços.

A gamela e o vovô.

Era uma vez um velho, muito velho, quase cego e surdo, com os joelhos tremendo.
Quando se sentava à mesa para comer, mal conseguia segurar a colher, derramava a sopa na toalha e quando , afinal, acertava a boca, deixava sempre cair um bocado pelos cantos.
O filho e a nora dele achavam que era uma porcaria e ficavam com nojo. Finalmente, acabaram fazendo o velho se sentar num canto atrás do fogão. Levaram comida para ele numa tigela de barro e, o que é pior, nem lhe davam o bastante para comer. O velho olhava para a mesa com os olhos compridos, muitas vezes cheios de lágrimas. Um dia, suas mãos tremeram tanto que ele deixou a tigela cair no chão e ela se quebrou. A mulher ralhou com ele, que não disse nada, só suspirou.
Depois ela comprou uma gamela de madeira bem baratinha e era ali que ele tinha de comer.
Certa vez, quando estavam todos sentados na cozinha, o neto do velho, que era um menino de quatro anos, estava brincando com uns pedaços de pau. – O que é que você está fazendo ? perguntou o pai. Estou fazendo um cocho, para papai e para mamãe poderem comer quando eu crescer – respondeu o menino.
O marido e a mulher se olharam durante algun tempo e caíram no choro. Depois disso , trouxeram o avô de volta para a mesa. Desde então passaram a comer todos juntos e, mesmo quando o velho derramava alguma coisa , ninguém dizia mais nada e , sempre, lembravam

2-A MENINA E O PÁSSARO
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Se a porta da gaiola estiver aberta, os pássaros comuns vão embora, para nunca mais voltar...
Mas o pássaro da menina, voava livre e vinha quando sentia saudades...
Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.
Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.
"Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que
cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que eu vi, como
presente para você..."
E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez ele voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.
"Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga.
Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes."
A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre.
Mas chegava sempre a hora da partida. Chorava a menina e chorava o pássaro.
E a menina pediu ao pássaro que não mais partisse.
Eu vou lhe contar um segredo, disse-lhe o pássaro: as plantas precisam da terra, os peixes precisam dos rios, nós precisamos do ar...
E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza,na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas.
Se eu não for, não haverá saudades. Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar.
Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada.
Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre.
Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz".
Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola e ficou à espera. Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar.
Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro.
Ah! Menina... o que você fez? Quebrou-se o encanto.
Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias...
Sem a saudade, o amor irá embora...
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente.
Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas se transformaram num cinza triste. E veio o silêncio.
Também a menina entristeceu.
Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo... Até que não mais agüentou e abriu a porta da gaiola.
Pode ir, pássaro, volte quando quiser...".
"Obrigado, menina. Eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente."
E o pássaro partiu. Voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia...
Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo.... E colocava flores nos vasos à espera do seu amigo...
Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro. Porque, em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar, ele haveria de voltar. À noite, a menina ia para a cama com saudades, mas também com a esperança do reencontro renovada. Ah! Mundo maravilhoso que guarda, em algum lugar secreto do Universo, em plena liberdade, o pássaro encantado que se ama... E
que um dia, com certeza, vai voltar...
3-A Panela.
A velha empregada de minha família era uma senhora negra. Chico, o neto dela - como é costume acontecer quando não temos irmãos - , era o meu companheiro constante de brincadeiras e diversão. Em tudo quanto fazíamos, a parte de Chico era sempre a mais pesada, secundária e passiva. Ele tinha que , sempre, doar-dar, e, nunca, receber . Um dia corri para casa, à saída da escola porque Chico e eu tínhamos projetado construir uma vala que fosse do poço à lavanderia . Sem darmos por isso, cada um de nós assumiu logo o seu papel – como de costume. Chico era o “ Condenado “ a trabalhos forçados, suando e repetindo esforços. E eu o implacável guarda, com uma vara na mão ! A maneira como eu estava maltratando aquele menino negro era quase digna de um adulto imbuído de preconceitos de cor. Foi quando a nossa preta velha chamou-nos : - Crianças, venham pôr a minha panela no fogão! Corremos para a cozinha. A panela estava no chão e nós a agarramos com ambas as mãos . Mas um grito e a largamos, perplexos de que ela nos tivesse mandado pegar em uma coisa que – era evidente que sabia – estava extremamente quente e iria nos queimar. Em seguida, em graves e brandas palavras, tão nítidas e simples que até hoje as posso escutar, partindo do fundo do tempo, ela disse-nos assim : - Ora! Ora! Vocês dois se queimaram. Que coisa mais engraçada ! A cor da pele de vocês é tão diferente , mas a dor que estão sentindo é igualzinha para ambos, não é verdade ? Concordamos que sim. E nunca mais pude me esquecer desse episódio (fato) que sem dúvida alguma fez de mim uma pessoa diferente e melhor, é claro.

2007-01-15 13:33:45 · answer #1 · answered by Ambiental 5 · 0 0

O cara tinha muito dinheiro pois o pai dele era milionário, perdeu a virgindade logo cedo com suas criadas, porém não conseguiu evitar sofrimentos, na busca de uma verdade profunda fugiu de casa e parou de comer, só meditava então. quase a beira da morte uma pessoa o salvou dando alimento, vendo então que dessa forma não ia conseguir o que queria- acabar com todos tipos de sofrimentos- voltou a comer, depois de um tempo, decidiu sentar em baixo de uma árvore e só sair quando atingisse a paz que queria ou morresse tentando. Conseguiu! Isso foi por volta de 500 a.C., seu nome era Sidarta, mais conhecido hoje em dia por Buda.

2007-01-15 21:28:50 · answer #2 · answered by Psycoativo 3 · 0 0

Acho que você precisa especificar mais a sua pergunta, pois não ficou muito clara.
Você está pedindo pra que as pessoas lhe contem histórias? De que tipo?
Ou, você está perguntando se eu gostaria que as pessoas mandassem histórias pra mim?
Leia a sua pergunta e v. entenderá o que estou dizendo.

2007-01-15 20:22:30 · answer #3 · answered by Beijaflor 4 · 0 0

http://www.odialetico.hpg.ig.com.br/literatura/alice.htm

2007-01-15 20:19:11 · answer #4 · answered by Anonymous · 0 0

Que tipo de histórias? Relacionadas a o quê? Adoro escrever e tenho duas que fiz recentemente...

2007-01-15 20:18:17 · answer #5 · answered by natEpatEe 1 · 0 0

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