O uso normal e correto da Língua Portuguesa admite um sentido muito amplo para a palavra "filosofia". Fala-se, por exemplo, que fulano tem uma excelente "filosofia" de trabalho; a vovó tem uma "filosofia" de vida formidável; e até mesmo que determinado técnico de futebol vai imprimir uma nova "filosofia" ao time. Em todos esses casos, parece que "filosofia" tem a ver com uma concepção, e, pois com um "saber da direção" envolvido nessas filosofias. Mas fala-se também de filosofia hindu, de filosofia chinesa... E aqui parece que filosofia já tem um sentido mais técnico, de sistematização de pensamentos especulativos ou de reflexões morais produzidos pelo povo hindu ou pelo chinês. Como se não bastasse, as livrarias oferecem, sob a rubrica "filosofia", uma variedade bastante exótica, onde aparecem, entre outras produções, tratados de ioga, e disciplinas espirituais e ascéticas de monges tibetanos.
Em todos esses casos, e é o que deve unificar tantos usos diferentes da palavra, filosofia tem a ver com uma forma de saber - e que não é um saber qualquer: não é, por exemplo, um "saber fazer vestidos" por mais úteis e até mesmo indispensáveis que sejam todos esses tipos de saber. "Filosofia" tem o mesmo no seu sentido lato, uma ligação com um saber que se percebe como sendo mais revelante, relativo a coisas mais fundamentais, embora menos diretamente úteis, que um simples saber empírico, ou que um saber ligado a produções de coisas indispensáveis para a sobrevivência. Não é, pois, meramente arbitrário o uso da palavra "filosofia" em todos os casos citados acima.
Mas é preciso estar ciente de que a disciplina acadêmica que se intitula "filosofia" usa essa palavra num sentido estrito, que exclui de seu âmbito não só a concepção de vida da vovó e as disciplinas ascéticas dos monges tibetanos, mas também - e esta afirmação talvez seja um tanto polêmica - textos às vezes altamente especulativos das milenares civilizações chinesa e hindu. Mas não há nenhum julgamento depreciativo por parte de quem nega ao pensamento hindu ou chinês o nome de filosofia. Quer-se simplesmente dizer que eles são diferentes, têm outros pressupostos, metas outras que a filosofia propriamente dita.
2. Filosofia (Índice)
Filosofia é uma palavra de origem grega (philos = amigo; Sophia = sabedoria) e em seu sentido estrito designa um tipo de especulação que se originou e atingiu o apogeu entre os antigos gregos, e que teve continuidade com os povos culturalmente dominados por eles: grosso modo, os povos ocidentais. É claro que, atualmente, nada impede que em a qualquer parte do mundo se possa fazer especulação "à moda grega", isto é, filosofia.
Mas, se afirmamos que esse tipo de especulação é diferente, que tem características próprias, quais são estas, afinal? Que é afinal, filosofia? Bem... Se perguntarmos a dez físicos "o que é filosofia", eles responderão, provavelmente, de maneira parecida. O mesmo se passará, provavelmente, se perguntássemos a dez químicos "o que é química". Mas se perguntarmos a dez filósofos "o que é filosofia", ouso dizer que três ficarão em silêncio, três darão respostas pela tangente, e as respostas dos outros quatro vão ser tão desencontradas que só mesmo outro filósofo para entender que o silêncio de uns e as respostas dos outros são todas abordagens possíveis à questão proposta.
Para quem ainda está fora da filosofia, a coisa pode estar parecendo confusa. Mas a razão da dificuldade é fácil de se explicar: talvez seja possível dizer e entender o que é a física, de fora da física; e dizer o que é a química, de fora da química. Mas, para dizer e entender o que é a filosofia, é preciso estar dentro dela. "O que é a física" não é uma questão física, "o que é a química" não é uma questão química, mas "o que é filosofia" já é uma questão filosófica - e talvez uma das características da questão filosóficas que seja o fato de suas respostas, ou tentativas de resposta, jamais esgotarem a questão, que permanece assim com sua força de questão, a convidar outras pessoas e outras abordagens possíveis.
2007-01-14 20:24:09
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answer #1
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answered by Ricardão 7
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O que importa não é a definição da filosofia, se é que alguém consegue definí-la, mas sim vivenciá-la. Podemos afirmar que é a eterna busca dos porquês de tudo, com rigor a partir do seu princípio e com a sua contextualização. É compreender-se sem buscar ser compreendido, é localizar-se sem estar localizado ou rotulado. Filosofia é o tudo e o nada. É vivê-la ou não. É estar sem ter tido. É ser ou não-ser.
2007-01-15 06:54:37
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answer #3
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answered by kikinha 2
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Bah cara muitos conceitos, pensamento, verdade, etica, cientifico, to aki filosofando e nada me vem a cabeca, mas
Cogito ergo sum...
Abraço
2007-01-15 05:22:43
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answer #6
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answered by Eu vou ser... 4
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Filosofia é uma palavra derivada do grego - φιλοσοφία - que significa "amor pela sabedoria" (filos / sophos). Pode-se então traduzir o termo "filósofo" como "amigo da sabedoria" (ver amizade no conceito aristotélico). O filósofo é, portanto, concebido como aquele que busca o conhecimento puro e não se deixa corromper por sistemas pré-estabelecidos.
2007-01-15 03:39:01
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answer #10
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answered by Perfil Desativado 7
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