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ou teve outras causas, entre elas políticas e econômicas. Será que Martin era revoltado apenas com os desmandos da Igreja Católica da época, ou também era revoltado com as condições econônicas de uma aristocracia decadente que se fazia sua seguidora.

2007-01-12 06:24:10 · 10 respostas · perguntado por maclecy 4 em Educação e Referência Conhecimentos Gerais

10 respostas

É lógico que não foi somente religiosa..

Ao destruir-se o equilíbrio entre autoridades institucionais espiritual e temporal, todos os homens pertencem quer ao Reich Gottes (os fiéis) quer ao Reich der Welt cuja espada pune os actos malvados. Os cristãos não carecem da espada porque vivem em paz; mas devem respeitar o poder da espada porque é útil ao seu próximo. E assim é possível satisfazer dois senhorios, o reino de Deus e o reino do Mundo. Infelizmente não é fácil satisfazer a dois senhores. A civitas Dei e a civitas terrena de Agostinho não são reinos no tempo. Na história concreta existe Igreja e império. A Igreja representa a Civitas Dei mas boa parte dos seus membros pertencem à civitas terrena. A salvação é um dom divino imperscrutável. Lutero regressa ao significado de Tyconius. A ideia de Igreja é destruída pela doutrina que só a fé salva. Ser cristão é comprar a Bíblia de Lutero e seguir a consciência. A civitas dei torna-se demasiado fácil e visível. Ora a consciência de ser bom Cristão é muito fácil de surgir. Se aparece alguém que se considera bom cristão e que só pratica iniquidades que se lhe pode responder ? E se for um movimento de massas que pedem a abolição da autoridade temporal porque o reino de deus já chegou ? Poderiam sobrevir abusos da liberdade evangélica. A solução era remeter os abusadores para o redil do governo temporal. Mas se o governo temporal age mal ? Se interfere com os cristãos e os proíbe de ler as Bíblias que Lutero traduzira ? Deverá o cristão então resistir ? Em resumo, não há solução.
Quando a ordem institucional destruída fica à mercê do decisisonismo da consciência individual é a guerra de todos contra todos. A nova ordem terá que ser imposta às consciências rebeldes. Esta é origem da razão de estado, aceite pelas Igrejas. Mas de momento é só o princípio. A liberdade evangélica significava, por exemplo, o que vinha no III dos Doze Artigos dos servos camponeses revoltados (1525) um documento de inegável grandeza humana: «Tem sido costume até agora que os homens nos possuam como sua propriedade; e isto é lamentável vendo que Cristo nos redimiu a todos com o precioso derramamento do seu sangue, aos humildes bem como aos grandes, sem excepção de ninguém. Portanto é conforme às Escrituras que sejamos livres e assim o queremos ser». Que respondeu Lutero ? «Isto é tornar a liberdade cristã uma realidade totalmente carnal. Não tiveram também escravos Abraão e outros patriarcas ?.Este artigo tornaria todos os homens iguais e converteria o reino espiritual de Cristo num reino mundano e externo; e isso é impossível porque um reino mundano não pode ficar em pé a menos que nele exista a desigualdade, de modo a que uns sejam livres, outros presos, uns senhores e outros súbditos». Os camponeses não o escutaram, seguiram outra interpretação das Escrituras e o seu coração tomou a decisão da revolução social violenta. Em 1523 aconselhara no escrito Von weltlicher Oberkeit: «A heresia é um assunto espiritual que não pode ser cortado com o ferro, queimado com o fogo ou afogado em água». Em 1525 pediu aos nobres e aos cavaleiros para massacrar os heréticos. Os cavaleiros não se fizeram rogados. Foi o fim do sonho da Reforma através da palavra. Lutero viveu ainda 20 anos. Mas nada mais tinha para dizer. Em cerca de oito anos criara ideias decisivas para o decurso da história da consciência moderna e perante as quais o cisma Protestante é quase secundário.
Destruíra o núcleo da cultura espiritual cristã ao atacar a doutrina da fides caritate formata. Reduzira a fé a um acto de confiança ao retirar-lhe a intimidade da graça, sempre exposta às tentações do orgulho e da soberba. A consciência empírica da justificação pela fé cria uma ruptura na natureza humana.
Destruíra a cultura intelectual ocidental ao atacar a Escolástica aristotélica. Se o esplendor medieval foi escurecido pelas lentes torpes dos modernos, parte da responsabilidade deve-se a Lutero. A sua atitude anti-filosófica criou o padrão depois agravado por sucessivas gerações de intelectuais Iluministas, positivistas, marxistas e liberais.

2007-01-12 06:32:13 · answer #1 · answered by Vanyle 6 · 2 0

Acredito que a princípio foi somente a revolta contra os absurdos cometidos pela Igreja Católica, porém mais tarde os interesses individuais, ou da cúpula que dirigia a Igreja Luterana, também passaram a fazer parte e acabaram por deixá-la semelhante ou pior, pois após a revolta e fundação de outra religião é que começaram surgir outras e mais outras, e o pior é que cada uma afirma ser a melhor, a mais correta, seus seguidores serão os únicos a irem para o reino de Deus, aí começou a bagunça.

2007-01-12 21:07:07 · answer #2 · answered by Quando eu for... 5 · 1 0

foi muito mais uma revoluçao politica e economica do que religiosa

2007-01-12 15:13:15 · answer #3 · answered by Briiih 3 · 0 0

Não, de forma alguma, a guerra dos camponeses (1524-1525) foi de muitas maneiras uma resposta aos discursos de Lutero e de outros reformadores. Revoltas de camponeses já tinham existido em pequena escala Flandres (1321-1323), França (1358), Inglaterra (1381-1388), durante as guerras hussitas do século XV, e muitas outras até o século XVIII, mas muitos camponeses julgaram que os ataques verbais de Lutero à Igreja e sua hierarquia significavam que os reformadores iriam igualmente apoiar um ataque armado à hierarquia social. Por causa dos fortes laços entre a nobreza hereditária e os líderes da Igreja que Lutero condenava, isto não seria surpreendente.

Já em 1522, enquanto Lutero estava em Wartburg, colaboradores seus perverteram seus ensinamentos e passaram a pregar mensagens revolucionárias por toda a Alemanha. Enfatizava-se a formação de um grupo de "santos"(espalharam boatos de que estes santos, seriam a causa da derrota da Igreja Católica), com a tarefa de lutar contra a autoridade constituída e promover a aniquilação dos "ímpios"(i. católica). Um desses pregadores foi Tomas Müntzer.

A mensagem escatológica de Müntzer, na verdade, tinha pouco a ver com a proposta dos camponeses, tanto que ele procurou a nobreza da Saxônia para obter apoio. Com a negativa destes e a eclosão dos conflitos camponeses no sudoeste alemão, ele logo viu o instrumento para a concretização de seus planos.

Lutero desde cedo prevenira a nobreza e os próprios camponeses sobre a revolta e particularmente sobre Müntzer, um dos "profetas do assassínio", colocando-o como um dos mentores do movimento camponês. Lutero escreveu a Terrível História e Juízo de Deus sobre Tomas Müntzer, inaugurando essa linha de pensamento.

Na iminência da revolta (1524), Lutero escreveu a Carta aos Príncipes da Saxônia sobre o Espírito Revoltoso, mostrando a tirania dos nobres que oprimiam o povo e a loucura dos camponeses em reagir através da força e a confiar em Müntzer como pregador. Houve pouca repercussão deste escrito.

Ainda em 1524, Müntzer mudou-se para a cidade imperial de Mühlhausen, oferecendo-se como pregador. Lutero escreveu a Carta Aberta aos Burgomestres, Conselho e toda a Comunidade da Cidade de Mühlhausen com o propósito de alertar sobre as intenções de Müntzer. Também este escrito não teve repercussão, pois o conselho da cidade limitou-se a pedir informações sobre Müntzer na cidade imperial de Weimar.

O principal escrito dos camponeses eram os Doze Artigos, onde as reinvidicações foram expostas. Neles haviam artigos de fundo teológico (direito de ouvir o Evangelho através de pregadores chamados por eles próprios) e artigos que tratavam dos maus tratos (exploração nos impostos, etc.). Os artigos eram fundamentados com passagens bíblicas e pedia-se que se alguém pudesse provar pelas Escrituras que aquelas reinvidicações eram injustas, eles as abandonariam, e entre aqueles que se consideravam dignos de fazer tal coisa estava o nome de Lutero.

De fato Lutero escreveu sobre os Doze artigos em seu livro Exortação à Paz: Resposta aos Doze artigos do Campesinato da Suábia, de 1525. Nele Lutero ataca os príncipes e senhores por cometerem injustiças contra os camponeses e ataca os camponeses pela rebelião e desrespeito à autoridade.

Infelizmente também esse escrito não teve repercussão e durante uma viagem de Lutero pela região da Turíngia ele pôde testemunhar as atrocidades cometidas pelos camponeses, motivando-o a escrever o Adendo: Contra as Hordas Salteadoras e Assassinas dos Camponeses. Tratava-se de um apêndice de Exortação à Paz..., mas cedo tornou-se um livro separado. O Adendo foi publicado quando a revolta camponesa já estava no final e os príncipes cometiam atrocidades contra os camponeses derrotados, de modo que o escrito causou grande revolta na opinião pública contra Lutero. Nele, Lutero encorajava os príncipes a castigar os camponeses, até com a morte.

Tal repercussão negativa obrigou Lutero a pregar um sermão no dia de pentecostes de 1525 que tornou-se o livro Posicionamento do Dr. Martinho Lutero Sobre o Livrinho Contra os Camponeses Assaltantes e Assassinos, onde o reformador contesta os críticos e reafirma sua posição anterior.

Como ainda havia repercussão negativa, Lutero novamente se posiciona sobre a questão no seu Carta Aberta a Respeito do Rigoroso Livrinho Contra os Camponeses, onde lamenta e exorta contra a crueldade que estava sendo praticada pelos príncipes mas reafirma sua posição anterior.

Por fim, a pedido de um amigo, o cavaleiro Assa von Kram, Lutero redigiu Acerca da Questão, Se Também Militares Ocupam uma Função Bem-Aventurada, em 1526, com o propósito de esclarecer questões sobre consciência do cristão em caso de guerra e sua função como militar.

2007-01-12 15:08:54 · answer #4 · answered by Miguel P 6 · 1 1

Onde iria Lutero sem o apoio da burguesia, em plena inquisição? Seria uma voz solitária, facilmente abafada pela prisão, ou pelo assassinato, na condição de herege.
Como a Igreja condenava o lucro e a aristocracia impedia a mobilidade social e o acesso ao poder, Lutero era a voz que faltava para uma elite ávida por ascender. Além disso, Lutero pregava uma doutrina de conformismo diante de Deus. Se sou rico é graças às bençãos de Deus. Se sou um pobre servo, essa é a vontade de Deus, à qual devo resignar-me. Tudo o que a burguesia precisava: o "homem-gado", forte e manso.
A revolução protestante foi um movimento político-econômico-religioso.

Felicidades.

2007-01-12 14:45:06 · answer #5 · answered by Chester 6 · 1 1

Sim.

2007-01-13 22:13:26 · answer #6 · answered by Daniel . 6 · 0 1

E se não houvesse a Reforma, como estaria o mundo hoje dominado pelo paganismo católico matando e queimando os que não concordassem com eles? A Reforma de Lutero revolucionou o mundo cristão e cientifico.

2007-01-12 20:32:09 · answer #7 · answered by klenial 7 · 0 1

Não existiu nenhuma revolução protestante, Lutero nunca quis se desligar da Igreja romana, o q ocorreu na realidade é q Lutero apresentou 95 teses para a Igreja e estas teses eram contrárias aos dogmas da Igreja e todas baseadas na bíblia, a intenção de Lutero era q a Igreja se arrepende-se de seus erros e pedisse perdão aos fiéis, mas a Igreja não aceitou e acabou excluindo Lutero, com isso as teses se tornaram de conhecimento público e muitas pessoas entenderam q eram enganadas pelos dogmas das Igreja e acabaram apoiando a Lutero, depois muitos reinos e principados também aderiram à reforma.

2007-01-12 14:33:27 · answer #8 · answered by baretta 6 · 0 1

Claro que não...foi espiritual...e com certeza foi um plano de Deus...pois a igreja estava em uma epóca negra de toda história, e o amigo abaixo falou que Lutero se arrependeu, o que não é verdade, ele sustentou suas teorias até o fim, quando foi morto na fogueira da inquisição.

2007-01-12 14:43:35 · answer #9 · answered by Anonymous · 0 2

Na minha singela opinião foi apenas religiosa.

2007-01-12 14:28:15 · answer #10 · answered by Anonymous · 0 3

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