Acredito nas historinhas como melhor maneira de ilustrar-mos certas situações e podermos fazer refleções. Abaixo tb um estudo sobre as pessoas e o convÃvio entre elas. Abraços.
A XÃcara.
Quando eu era menina, costumava visitar minha avó nas tardes de Sábado. Certo dia fui vê-la, como de costume, porém eu estava preocupada e aborrecida. Ela estava mexendo com suas plantas , no jardim, e, ao ver-me, percebeu logo que alguma coisa estava acontecendo. Interrompendo seus afazeres, convidou-me a entrar, dizendo : - Vamos até a cozinha, hoje fiz uma receita nova e quero que você a experimente. Não me entusiasmei muito com o doce e terminei contando-lhe, muito queixosa, o que vinha me acontecendo. Segundo a minha narrativa eu tivera uma grande decepção que, provavelmente, iria estragar o resto de minha vida. Vovó ouviu-me atentamente, sem fazer nenhum comentário. Quando terminei, ela ergueu-se, tomou uma xÃcara e encheu-a de água pela metade. Colocou-a à minha frente e me perguntou : - Diga-me, minha filha, esta xÃcara está meio cheia ou meio vazia ? - Está ... tanto uma coisa quanto a outra, respondi devagar sem prever aonde ela chegaria. – à isso mesmo. Tanto se pode dizer que está cheia, como vazia! Disse-me ela. E prosseguiu : Da mesma maneira, filha, nunca podemos dizer se nossa vida está meio cheia ou meio vazia. Todos nós temos o nosso quinhão de tristezas e de alegrias. Mas a nossa vida só é feliz conforme a maneira pela qual encaramos as coisas. Tudo depende de nós. Podemos estar sempre a lamentar porque a xÃcara está meio vazia, ou, pelo contrário, nos alegrarmos porque a xÃcara está meio cheia. E, até hoje, quando sofro a tentação de queixar-me da sorte, lembro-me daquela xÃcara da vovó, que me ensinou como encarar as coisas. Na vida há tristezas e alegrias, mas a xÃcara nunca está completamente cheia. Tudo depende de como a vemos. Tudo é uma questão de ponto de vista e do angulo pelo qual estamos vendo as coisas. Uma garrafa ( de refrigerante ), pela metade, sobre uma mesa em uma festa; Um indivÃduo que chegue ali naquela hora, poderá dizer : - Puxa, que tristeza , Só meia garrafa de refrigerante. Um outro indivÃduo que também chegue na mesma festa na mesma hora, na mesma mesa, poderá dizer : - Puxa, que beleza, ainda tem meia garrafa de refrigerante.
A Bolsa.
Um meu convidado disse recentemente, ao despedir-se : - Gosto de vir aqui; é um lugar onde posso dizer tudo o que quero, sabendo que não passará adiante! O elogio, na verdade, cabe muito mais a minha mãe do que a mim. Um dia – eu tinha, então, uns oito anos – estava a brincar ao lado de uma janela aberta, enquanto a Sra. Silva confiava a minha mãe qualquer coisa de sério a respeito de seu filho. Quando a visitante saiu, percebendo que eu ouvira tudo, chamou-me e disse: - Se a Sra. Silva tivesse deixado a sua bolsa aqui, hoje, irÃamos dá-la a outra pessoa ? - Claro que não ! respondi prontamente; e minha mãe prosseguiu: - Pois a Sra. Silva deixou hoje, aqui, uma coisa muito mais preciosa, visto que nos contou uma história cuja divulgação poderá prejudicar a muita gente. Essa história não é nossa, de modo que não podemos transmiti-la a quem quer que seja ; Continua a ser dela, ainda que a tenha deixado aqui. Assim, pois , nós não a daremos a ninguém, você compreende ? Compreendi muito bem. E tenho compreendido, desde então, que uma confidência, ou até mesmo uma bisbilhotice que um amigo deixa de vez em quando em minha casa, são dele, não minhas, para as dar a quem quer que seja. Quando, por qualquer motivo, percebo que não estou agindo de acordo, imediatamente vem-me à lembrança a bolsa da Sra. Silva e calo a boca em tempo. à importante estarmos , sempre, em vigÃlia com nos pensamentos, atos e vÃcios que possuÃmos. A maledicência envenena, tanto quem a ouve como também , e muito mais , a quem a conta, pois cria conceitos pré-concebidos (Preconceitos) contra pessoas, seus atos, maneiras de serem, etc... Há mais de dois mil anos, Jesus disse: Não é o que entra pela boca que faz mal, mas sim o que dela sai.
ConvÃvio dos Porcos espinhos.
Durante uma era glacial muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiam ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem à s condições do clima hostil. Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, ajuntar-se mais e mais . Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso. Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes; doÃam muito... Mas essa não foi a melhor solução : afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. E precisavam fazer uma escolha : - ou desapareciam da fase da terra; - ou aceitavam os espinhos dos semelhantes. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos, convivendo com as pequenas feridas. Os que não morreram voltaram a se aproximar , pouco a pouco, com jeito, com preocupações , de tal forma que unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mÃnimo, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recÃprocos. Assim suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Aprenderam a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar já que o mais importante era o calor do outro. E terminaram sobrevivendo. Assim somos nós; temos grandes dificuldades no convÃvio uns com outros; sofremos, sempre, feridas , mas ainda assim precisamos conviver para sobreviver. Ãs vezes precisaremos estar um pouco afastados uns dos outros, mas sempre juntos. Essa é a lei do universo, somos únicos, independentes, diferentes na conduta, no pensamento, no modo de agir, mas precisamos da fraternidade e do amor com outros, senão não crescemos, não evoluÃmos, como espÃritos eternos que somos.
2007-01-12 12:28:06
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answer #7
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answered by Ambiental 5
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