50 poemas
Paulo Leminski
01
lembrem de mim
como de um
que ouvia a chuva
como quem assiste missa
como quem hesita, mestiça,
entre a pressa e a preguiça
02
já me matei faz muito tempo
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre
nunca mesmo o sempre passo
morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma
03
um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegando atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra
04 e 05
LÁPIDE 1
epitáfio para o corpo
Aqui jaz um grande poeta.
Nada deixou escrito.
Este silêncio, acredito
são suas obras completas.
LÁPIDE 2
epitáfio para a alma
aqui jaz um artista
mestre em disfarces
viver
com a intensidade da arte
levou-o ao infarte
deus tenha pena
dos seus disfarces
06
AÇO E FLOR
Quem nunca viu
que a flor, a faca e a fera
tanto fez como tanto faz,
e a forte flor que a faca faz
na fraca carne,
um pouco menos, um pouco mais,
quem nunca viu
a ternura que vai
no fio da lâmina samurai,
esse, nunca vai ser capaz.
07
a estrela cadente
me caiu ainda quente
na palma da mão
08
parem
eu confesso
sou poeta
cada manhã que nasce
me nasce
uma rosa na face
parem
eu confesso
sou poeta
só meu amor é meu deus
eu sou o seu profeta
09
desta vez não vai ter neve como em petrogrado aquele dia
o céu vai estar limpo e o sol brilhando
você dormindo e eu sonhando
nem casacos nem cossacos como em petrogrado aquele dia
apenas você nua e eu como nasci
eu dormindo e você sonhando
não vai mais ter multidões gritando como em petrogrado
aquele dia
silêncio nós dois murmúrios azuis
eu e você dormindo e sonhando
nunca mais vai ter um dia como em petrogrado aquele dia
nada como um dia indo atrás do outro vindo
você e eu sonhando e dormindo
10
para a liberdade e luta
me enterrem com os trotskistas
na cova comum dos idealistas
onde jazem aqueles
que o poder não corrompeu
me enterrem com meu coração
na beira do rio
onde o joelho ferido tocou a pedra da paixão
11
en la lucha de clases
todas las armas son buenas
piedras
moches
poemas
12
WITH THE MAN
aqui
no oeste
todo homem tem um preço
uma cabeça a prêmio
índio bom é índio morto
sem emprego
referência
ou endereço
tenho toda a liberdade
pra traçar meu enredo
nasci numa cidade pequena
cheia de buracos de balas
porres de uísque
grandes como o grand canyon
tiroteios noturnos
entre pistoleiros brilhantes
como o ouro da califórnia
me segue uma estrela
no peito do xerife de denver
13
manchete
CHUTES DE POETA
NÃO LEVAM PERIGO À META
14
POESIA:
"words set to music"(Dante
via Pound), "uma viagem ao
desconhecido" (Maiakóvski), "cernes
e medulas" (Ezra Pound), "a fala do
infalável" (Goethe), "linguagem
voltada para a sua própria
materialidade" (Jakobson),
"permanente hesitação entre som e
sentido" (Paul Valery), "fundação do
ser mediante a palavra" (Heidegger),
"a religião original da humanidade"
(Novalis), "as melhores palavras na
melhor ordem" (Coleridge), "emoção
relembrada na tranqüilidade"
(Wordsworth), "ciência e paixão"
(Alfred de Vigny), "se faz com
palavras, não com idéias" (Mallarmé),
"música que se faz com
idéias" (Ricardo Reis/Fernando Pessoa),
"um fingimento deveras" (Fernando
Pessoa), "criticismo of life" (Mathew
Arnold), "palavra-coisa" (Sartre),
"linguagem em estado de pureza
selvagem" (Octavio Paz), "poetry is to
inspire" (Bob Dylan), "design de
linguagem" (Décio Pignatari), "lo
impossible hecho possible" (Garcia
Lorca), "aquilo que se perde na
tradução (Robert Frost), "a liberdade
da minha linguagem" (Paulo Leminski)...
15
quero a vitória
do time de várzea
valente
covarde
a derrota
do campeão
5 X 0
em seu próprio chão
circo
dentro
do pão
16
eu queria tanto
ser um poeta maldito
a massa sofrendo
enquanto eu profundo medito
eu queria tanto
ser um poeta social
rosto queimado
pelo hálito das multidões
em vez
olha eu aqui
pondo sal
nesta sopa rala
que mal vai dar para dois
17
podem ficar com a realidade
esse baixo astral
em que tudo entra pelo cano
eu quero viver de verdade
eu fico com o cinema americano
18
quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta minha adolescência
vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência
vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito
vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito
então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência
19
de ouvido
di vi
di do
entre
o
ver
&
o
vidro
du vi do
20
sim
eu quis a prosa
essa deusa
só diz besteiras
fala das coisas
como se novas
não quis a prosa
apenas a idéia
uma idéia de prosa
em esperma de trova
um gozo uma gosma
uma poesia porosa
21
coração
PRA CIMA
escrito em baixo
FRÁGIL
22
nada que o sol
não explique
tudo que a lua
mais chique
não tem chuva
que desbote essa flor
23
o novo
não me choca mais
nada de novo
sob o sol
apenas o mesmo
ovo de sempre
choca o mesmo novo
24
quatro dias sem te ver
e não mudaste nada
falta açúcar na limonada
me perdi da minha namorada
nadei nadei e não dei em nada
sempre o mesmo poeta de *****
perdendo tempo com a humanidade
25
um dia
a gente ia ser homero
a obra nada menos que uma ilíada
depois
a barra pesando
dava pra ser aí um rimbaud
um ungaretti um fernando pessoa qualquer
um lorca um eluárd um ginsberg
por fim
acabamos o pequeno poeta de província
que sempre fomos
por trás de tantas máscaras
que o tempo tratou como a flores
26
moinho de versos
movido a vento
em noites de boemia
vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia
27
ver
é dor
ouvir
é dor
ter é dor
perder
é dor
só doer
não é dor
delícia de
experimentador
28
o pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique
29
CÍRCULO
cansei da frase polida
por anjos da cara pálida
palmeiras batendo palmas
ao passarem paradas
agora eu quero a pedrada
chuva de pedras palavras
distribuindo pauladas
30
apagar-me
diluir-me
desmanchar-me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme
31
ascensão apogeu e queda da vida paixão
e morte
do poeta enquanto
ser que chora enquanto chove lá fora e alguém canta
a última esperança da luz e pegar o primeiro trem
para muito além das serras que azulam no
horizonte
e o separam da aurora da sua vida
32
Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.
33
HAI
Eis que nasce completo
e, ao morrer, morre germe,
o desejo, analfabeto,
de saber como reger-me,
ah, saber como me ajeito
para que eu seja quem fui,
eis o que nasce perfeito
e, ao crescer, diminui.
34
KAI
Mínimo templo
para um deus pequeno,
aqui vos guarda,
em vez da dor que peno,
meu extremo anjo de vanguarda.
De que máscara
se gaba sua lástima,
de que vaga
se vangloria sua história,
saiba quem saiba.
A mim me basta
a sombra que se deixa,
o corpo que se afasta.
35
as coisas estão pretas
uma chuva de estrelas
deixa no papel
esta poça de letras
36
duas folhas na sandália
o outono
também quer andar
37
nem toda hora
é obra
nem toda obra
é prima
algumas são mães
outras irmãs
algumas
clima
38
BEM NO FUNDO
No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
39
EU
eu
quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora
quem está por fora
não segura um olhar
que demora
de dentro de meu centro
este poema me olha
40
INCENSO FOSSE MÚSICA
isso de querer ser
exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além
41
uma carta uma brasa através
por dentro do texto
nuvem cheia da minha chuva
cruza o deserto por mim
a montanha caminha
o mar entre os dois
uma sílaba um soluço
um sim um não um ai
sinais dizendo nós
quando não estamos mais
42
pariso
novayorquizo
moscoviteio
sem sair do bar
só não levanto e vou embora
porque tem países
que eu nem chego a madagascar
43
HAICAI
a estrela cadente
me caiu ainda quente
na palma da mão
cortinas de seda
o vento entra
sem pedir licença
44
NADA ME DEMOVE
nada me demove
ainda vou ser
o pai dos irmãos Karamazov
45
SE
se
nem
for
terra
se
trans
for
mar
46
NÃO DISCUTO
não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino
47
ROSA RILKE RAIMUNDO CORREIA
Uma pálpebra,
Mais uma, mais outras,
Enfim, dezenas
De pálpebras sobre pálpebras
Tentando fazer
Das minhas trevas
Alguma coisa a mais
Que lágrimas
48
ACORDEI BEMOL
acordei bemol
tudo estava sustenido
sol fazia
só não fazia sentido
49
AMOR BASTANTE
quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
50
um bom poema
leva anos cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto
2007-01-11 05:47:33
·
answer #1
·
answered by ♫ Sonia Cal ♫ 6
·
1⤊
0⤋
"Saber é pouco, como é que a água do mar entra dentro do côco?" (Paulo Leminski) Essa devia ser colocada no YR ... kkkkkk ....
Sorria!!!
2007-01-11 13:58:28
·
answer #2
·
answered by Anonymous
·
1⤊
0⤋
Eu
eu
quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora
quem está por fora
não segura
um olhar que demora
de dentro de meu centro
este poema me olha
2007-01-11 11:13:18
·
answer #3
·
answered by Anonymous
·
1⤊
0⤋
LÁPIDE 1
epitáfio para o corpo
Aqui jaz um grande poeta.
Nada deixou escrito.
Este silêncio, acredito
são suas obras completas.
LÁPIDE 2
epitáfio para a alma
aqui jaz um artista
mestre em disfarces
viver
com a intensidade da arte
levou-o ao infarte
deus tenha pena
dos seus disfarces
2007-01-11 10:58:32
·
answer #4
·
answered by AUREA P 6
·
1⤊
0⤋
Conheço e esse é um dos meus preferidos:
Amor Bastante
quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto
2007-01-11 10:55:41
·
answer #5
·
answered by Rocha 5
·
1⤊
0⤋
DONNA MI PRIEGA
se amor é troca
ou entrega louca
discutem os sábios
entre os pequenos
e os grandes lábios
no primeiro caso
onde começa o acaso
e onde acaba o propósito
se tudo o que fazemos
é menos que amor
mas ainda não é ódio?
a tese segunda
evapora em pergunta
que entrega é tão louca
que toda espera é pouca?
qual dos cindo mil sentidos
está livre de mal-entendidos?
2007-01-11 10:53:40
·
answer #6
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answered by rocknaldo 2
·
1⤊
0⤋
O hippie erudito *
João Bernardo Caldeira
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Quinze anos após sua morte, o cultuado poeta Paulo Leminski começa a ser aceito no meio acadêmico e ganha edição de inéditos
No dia 7 de junho de 1989, morria o poeta curitibano Paulo Leminski, aos 44 anos, vítima de cirrose hepática. De personalidade polêmica e arrebatadora, foi alçado à condição de mito da cultura brasileira graças à vida curta, porém intensa, e aos versos breves, mas profundos. Passados 15 anos da data, seu legado começa a ser melhor avaliado, já que a obra resiste ao personagem. Sua produção literária, popular porém ainda silenciada nas universidades, aos poucos atravessa os muros da academia - um reconhecimento que chega a tempo de celebrar o próximo dia 24, quando o poeta completaria 60 anos.
Recentemente, foram lançados diversos livros e teses que dissecam a obra do poeta, que também escreveu em prosa, fez traduções e biografias e compôs canções gravadas por Caetano Veloso, Moraes Moreira e Arnaldo Antunes. Em setembro, chega às livrarias A linha que nunca termina - Pensando Paulo Leminski (editora Lamparina), organizado por André Dick e Fabiano Calixto, com textos, ensaios e poemas de 42 autores, em sua maioria inéditos, sobre o autor de Caprichos e relaxos (1983).
- A idéia era ressaltar a obra e não a pessoa. A maior parte dos textos foi feita por pessoas que não tiveram contato com ele - diz Fabiano, de 31 anos, pernambucano radicado em São Paulo e poeta da nova geração.
Até o fim do ano, seus admiradores conhecerão também o livro inédito de contos Gozo fabuloso (DBA editora), trabalhado por Leminski pouco antes de morrer. Quem administra o baú do escritor é Alice Ruiz, sua ex-mulher, com quem teve três filhos. Também poeta e curitibana, Alice, de 58 anos, acha que o momento é propício para se redescobrir a obra do ex-marido.
- Depois de 15 anos dá para se ter uma idéia das coisas. Desde menino ele amava o saber, mas foi tocado pelas coisas da nossa geração, a contracultura, o rock, e fez a fusão. Era da característica dele ser uma pessoa profundamente moderna no sentido de ver tudo o que acontecia em nosso tempo. Era um hippie erudito - avalia ela, que ainda hoje se emociona ao falar do companheiro.
Para a crítica literária e professora de literatura da Universidade de São Paulo Leyla Perrone-Moisés, já está na hora de a academia incluir Lemisnki em seu currículo. Ela lamenta que o nome do poeta não circule na USP e aponta os motivos:
- Ele era ligado à poesia concreta, que tem seus inimigos. Além disso, sua obra ainda não entrou para o cânone porque é um risco formar alunos com coisas que ainda estão acontecendo, por isso o programa é defasado. Ao mesmo tempo, isso evita que ele se torne um objeto morto, sacralizado. Na Universidade Federal de Minas Gerais, a mentalidade está mudando, acredita Maria Esther Maciel, que dá aula de literatura na instituição e teve um ensaio incluído em A linha que nunca termina. Ela comemora o lançamento recente de livros como Aço em flor - A poesia de Paulo Lemiski, de Fabrício Marques, e Leminski, guerreiro da linguagem, de Solange Rebuzzi:
- Hoje, a resistência é menor do que há cinco anos. Já percebo que alguns professores daqui têm trabalhado poemas dele. Esses livros ajudam a quebrar barreiras.
Muitos acadêmicos preferem estudar e exaltar o mais célebre livro de prosa de Leminski, Catatau (de 1975), do que sua poesia. A obra é rebuscada, ao contrário de seus versos, curtos e diretos. Em setembro, será lançada a revisão crítica de Catatau, que virá com glossário explicativo e apresentação de Décio Pignatari, que fazia parte do pilar da poesia concretista, ao lado de Augusto e Haroldo de Campos, todos grandes amigos de Leminski. Ele é um dos que separam Catatau de suas poesias:
- Não é que sua poesia seja menor, ele levou oito anos para fazer Catatau e não suportaria passar outros oito anos da mesma forma. Então usou sua habilidade para fazer uma poesia que visava o grande público, assim como seu trabalho na música. Mas, antes, fez uma das prosas mais interessantes da literatura brasileira da metade do século passado.
Leyla Perrone discorda da diferenciação:
- A idéia do livro é absolutamente genial, mas seu estilo de poemas breves também deve ser valorizado, porque necessita de um poder de síntese enorme. Pensam que quem escreve coisa curta é porque ainda não escreveu coisa longa. Quando perguntavam para o (contista) Dalton Trevisan quando ele iria escrever um romance, ele respondia que seu ideal era o hai-kai.
*OBS.: matéria originalmente publicada no Jornal do Brasil, Caderno B, 12/08/2004 ,
gentilmente cedido pelo autor para Kamiquase.
Poesias
Paulo Leminski
I
Confira
tudo que
respira
conspira
II
Tudo é vago e muito vário
meu destino não tem siso,
o que eu quero não tem preço
ter um preço é necessário,
e nada disso é preciso
III
Cinco bares,
dez conhaques
atravesso são paulo
dormindo dentro de um táxi
IV
isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além
V
O pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique
entre no site: www.releituras.com/pleminsk_poesias.asp
2007-01-11 11:32:42
·
answer #7
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answered by su -su 5
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0⤊
1⤋
Não mais conheço outros legais...
"A pior fase do amor é quando achamos que ele deve morrer mais não temos coragem de mata-lo"
2007-01-11 10:59:18
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answer #8
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answered by Ivanilde v 1
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0⤊
1⤋
CONHEÇO... ELE FAZIA BONS POEMAS MAS NÃO SABIA ESCOLHER A BEBIDA... MORREU DISSO!
2007-01-11 10:56:25
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answer #9
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answered by D´Anjou 5
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