LENDA DO TREVO DE JERUSALÉM
(17 - 04 - 1969)
Quando Cristo passou nos caminhos
bem no centro de sua paixão,
muitos trevos havia, verdinhos,
salpicando esperanças no chão...
Delicadas, as folhas se erguiam,
aguardando do Mestre o pisar,
Se pudessem, mais tenras seriam,
bem macias, quais ondas do mar...
Vai Jesus, alquebrado, caindo,
sob o terrível peso da Cruz,
aureolando o semblante tão lindo,
o rubi, nos espinhos, reluz.
E tombando da face desfeita
vão as gotas nos trevos pousar.
Frisada coroa os enfeita!
A coroa Maior vem lembrar!
APOLO 09
Singrando serena o abismo dos ares,
deixando distante montanhas e mares
a nave sozinha, em silêncio se move.
O arrojo do homem, que alturas conquista.
Se torna presente no feito realista:
magistral lançamento da "Apolo Nove".
No bojo da cápsula, astronautas valentes,
atentos a tudo através de suas lentes,
Reparam na Terra - tapete estendido -
reduzem-se as formas, a cor se desbota,
balão azulado, em região ignota,
envolto nas nuvens, seu Globo querido!
E ao ver maravilhas, em torno presentes,
o homem emudece. Humildes viventes!
Por que se debatem? Por que tanta luta?
Se a vida não passa de instante fugaz
Por que não se unirem à procura de paz,
da paz verdadeira, da paz impoluta?
Diante do Cosmos, ter ódio é migalha
que fere, que mata, que o bem atrapalha,
que enfeia as belezas criadas por Deus.
Em cada nascente tingido de cores,
Em cada poente, vislumbram-se amores
do Ente Supremo que é dono dos céus.
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A noite os espreita. Tão rápida desce!
No ermo encerrados, por fim, recrudesce
atroz e pungente, tristonha saudade...
E os astros brilhando... Renasce a emoção...
Seu povo... Seus lares... Do sol o clarão...
Saber descrevê-la, quem pode? Quem há de?
E lá do infinito, verdades eternas
refulgem, quais novas, possantes lanternas,
Na calma poesia da vasta amplidão.
E os nautas se sentem pequenos girando,
comovem-se as almas e quase chorando,
murmuram, contritos, ardente oração.
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Tão alto subiram - deixaram uma prece
que salva, que enlaça, que o mundo enobrece,
que atesta a grandeza de Deus - Criador.
Por tudo que viram, mais forte eles creram!
Centelhas do eterno eles reconheceram,
nas luzes, nas trevas, na orbe em redor.
ELE... SEMPRE ELE.
No céu, a estrela; na terra paz!
A humilde gruta, cheia de luz!
Contempla o quadro feliz, José:
A Santa Mãe, ao regaço traz
O Corpo de Jesus.
O mar se acalma, cessam os ventos,
ondas deslisam leves... macias...
Bastou erguer-se da frágil barca
e impor-se à fúria dos elementos
O Corpo de Messias!
De seus milagre, ora esquecido,
o populacho, no seu furor,
consuma horrendo, nefando crime:
na cruz imóvel, enrijecido,
O Corpo do Senhor!
Desponta a aurora. Risonha aurora!
Estranhas cores pairam nos céus.
Ressuscitando, surge da Terra,
brilho que ofusca, luz que descora:
O Corpo de Deus!.....
2007-01-11 06:11:06
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answer #5
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answered by Papori_Ctba 7
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